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A hegemonia inglesa
Todo este poderio económico gera uma constante acumulação de capitais, que os
empresários ingleses aplicam um pouco por todo o mundo.
No início do século XX, entre 1900 e 1913, o ritmo da industrialização francesa acelerou-se.
Nos setores da eletricidade, do automóvel, do cinema e da construção, a França conseguiu
ultrapassar as outras nações. No entanto, este impulso não foi suficiente para que o país
percorresse a distância que o separava dos primeiros países industriais.
A Alemanha
É cerca de 1830 que, tirando partido dos seus abundantes recursos naturais, os Estados
Unidos se lançam na era industrial.
Tal como em Inglaterra, foi a indústria têxtil que impulsionou as primeiras fábricas.
Favorecido pela abundância de matéria-prima (algodão, lä) e por uma política económica
protecionista, o têxtil americano prosperou rapidamente.
A emergência do Japão
O Japão foi o único país asiático que se emancipou, no século XIX, da tutela económica das
grandes potências. Pondo fim a séculos de isolamento, abriu-se finalmente ao mundo,
deixando-se fascinar pela civilização ocidental.
A modernização japonesa foi personificada pelo imperador Mutsuhito que lançou o país
numa era de progresso: a era Meiji.
Iniciadas em 1868, as reformas Meiji em poucos anos transformaram a face do Japão que,
de país agrícola e atrasado, se converteu numa nação industrial com largo poder de
competitividade. O impulso industrializador ficou a dever-se, sobretudo, ao Estado, que
promoveu a entrada de capitais e técnicos estrangeiros e financiou a criação de novas
indústrias, às quais concedeu exclusivos e outros privilégios. Para o êxito do arranque
japonês, alicerçado nos setores da siderurgia, da construção naval e do têxtil da seda,
contribuíram também o intenso crescimento demográfico e o forte orgulho nacional dos
japoneses.
O resto do mundo
A História do século XIX foi dominada pela Revolução Industrial. Entre 1815 e 1914, a
agricultura, a indústria, o comércio, o sistema bancário, os transportes e as comunicações,
entre tantos outros aspetos, sofreram uma alteração pro- funda que, pela sua importância,
distingue este século dos que o precederam. No entanto, e porque a evolução não se
processa num ritmo único, no mesmo espaço nacional, as formas económicas novas
coexistiram, durante muito tempo, com as técnicas e os sistemas de produção
antigos. Enquanto umas regiões se desenvolviam, favorecidas pelos seus recursos
naturais, pelo empreendedorismo dos seus habitantes ou pela iniciativa dos governos,
outras mantinham-se quase imutáveis.
No entanto, a corrente livre-cambista era muito forte na Grã-Bretanha, berço de alguns dos
seus principais teóricos, como Adam Smith (1720-1790) e David Ricardo (1772-1823).
Segundo David Ricardo, a liberdade comercial asseguraria o desenvolvimento e a
riqueza de todas as regiões do mundo, na medida em que, face à concorrência, cada
uma se veria compelida a produzir o que fosse mais compatível com as suas
condições naturais. Esta especialização económica transformaria o mundo numa "imensa
fábrica" em que cada país ocupava o lugar de uma próspera oficina.
Estas ideias acabaram por se impor pela mão de Sir Robert Peel, chefe do Governo que
assumiu funções em 184. Peel começou por baixar os direitos de entrada que recaíam
sobre certos produtos básicos e, aos poucos, a pauta alfandegária do Reino Unido foi
diminuindo: em 1840, cobravam-se direitos de entrada sobre 1150 produtos; em 1860,
sobre apenas 48. A adoção do livre-cambismo em Inglaterra teve importantes
repercussões no país e no estrangeiro onde, sob o exemplo britânico, acabaria por se
implantar.
Foi o economista francês Clément Juglar (1824-1905) quem primeiro estudou estes ciclos
económicos e os seus mecanismos. No período de crescimento, quando a procura se
sobrepõe à oferta, os preços sobem. Face a este estímulo, instalam-se e ampliam-se as
indústrias, recorre-se ao crédito, especula-se na bolsa. Em breve, porém, por falta de
previsão financeira e excesso de investimentos, a tendência inverte-se:
Estas crises, que podem iniciar-se num ou em vários países simultaneamente, propagam-se
com rapidez. Dadas as ligações financeiras e comerciais entre as nações, dificilmente se
consegue escapar a uma crise grave.
Entre 1810, ano em que se regista a primeira crise deste tipo, e 1929, quando estala a mais
grave de todas elas, verificaram-se 15 períodos de depressão económica generalizada, em
que alastrou a miséria social e a agitação política.
Vistas pelos economistas liberais como simples reajustamentos económicos, o certo é que
as crises cíclicas suscitaram protestos concertados contra os excessos do liberalismo
económico. No fim do século, o protecionismo tinha, novamente, conquistado terreno
e, após a grave depressão iniciada em 1929, desenhou-se claramente a necessidade de
intervenção do Estado na vida económica.
Entre 1870 e 1914, altura em que o capitalismo industrial atingiu a plenitude, mais de 70%
da produção industrial pertencia a apenas quatro países: Reino Unido, Estados Unidos,
Alemanha e França. Autênticas "fábricas do mundo". forneciam os países mais atrasados,
aos quais adquiriam matérias-primas e produtos agrícolas.
Este sistema de trocas foi favorecido pelos progressos das comunicações. O caminho
de ferro fez diminuir o custo dos transportes terrestres cerca de vinte vezes e os transportes
marítimos registaram uma evolução idêntica. Com a abertura do Canal do Suez, por
exemplo, o frete da tonelada de mercadorias entre a França e as suas colónias na
Indochina passou de 950 para 86 francos.