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GN 101 – TURMA A

Gustavo Santos Fazan, RA: 171580


Texto: HOBSBAWM, Eric John Ernest (1969). “Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo”. 6ª ed. Rio de Janeiro: Grupo Editorial Nacional,
Forense Universitária, 2011. Págs. 1-10 e 23-68.

Parágrafo § Ideias principais Ideias secundárias

Grã-Bretanha comandou a economia mundial No séc. XIX, tudo girava em torno da Grã-Bretanha. Dessa forma, o país tinha imensas
Introdução:
devido ao pioneirismo na Revolução Industrial. vantagens e essa dianteira permitia que, ao invés de competir com outras economias,
Do § 1 ao § 3
O declínio também se deve ao pioneirismo. podiam “fugir”. Assim, perpetuou-se uma estrutura econômica arcaica e obsoleta.
Economia mundial mudou muito no período das Para adaptar-se a esse “novo mundo”, o Estado da Grã-Bretanha começou a atuar mais na
Introdução:
Guerras Mundiais, excluindo a Grã-Bretanha da economia, as atividades se voltaram para o mercado interno e houve atualização
Do § 4 ao § 5
posição de essencialidade. tecnológica.
Grã-Bretanha combina dois fatores quase Revoluções passadas e a preocupação com novas revoluções populares fizeram com que as
incompatíveis: mantém suas instituições e classes detentoras do capital fossem maleáveis para com as mudanças. Dessa forma,
Introdução:
costumes “monárquicos”, que atraem turistas, atendiam às demandas da classe trabalhadora para evitar greves e a degradação do sistema
Do § 6 ao § 11
ao mesmo tempo que foi “o país que rompeu político e econômico. Apesar disso, a tradição britânica é forte, mesmo não resistindo às
mais radicalmente com as épocas anteriores” mudanças.
É impossível falar da história da Grã-Bretanha A industrialização britânica é particular. Países devem observar o que podem e o que não
sem abordar a de outros países, assim como não podem aproveitar. Mais em teoria do que na prática. Países que fizeram a revolução
Introdução:
se pode falar desta época do mundo sem abordar industrial tardia encontraram um cenário totalmente diferente, pois já houveram outros
Do § 10 ao § 13
o pioneirismo britânico. antes deles e o contexto político era outro, com reinvindicações trabalhistas e possibilidade
Retomada dos assuntos dos parágrafos iniciais. de optar pelo capitalismo ou socialismo.
A Revolução Industrial foi “uma aceleração do Aconteceu em uma economia capitalista, portanto buscava o lucro privado. Não pôde
crescimento em virtude da transformação utilizar outros exemplos e tecnologias, pois foi a 1ª.
Capítulo 2:
econômica e social”. Foi a 1ª e por isso tem A Grã-Bretanha fazia parte de um grupo de países com a economia forte e pré-disposição à
Do § 1 ao § 6
características únicas. Foi favorecida pela industrialização. Estavam mais “adiantados” do que outras partes do mundo, o que facilitou
“economia europeia”. a Revolução Industrial.
“Clima, geografia, mudança biológica na Fatores exógenos não fizeram a Revolução Industrial, pois a maior parte da Europa
Capítulo 2:
população e outros fatores exógenos” não dispunha dos mesmos recursos e, apesar disso, a industrialização ocorreu 1ª na Grã-
Do § 7 ao § 12
justificam o pioneirismo inglês. Bretanha.
Capítulo 2: Pré-condições britânicas existentes para a Transporte e comunicação eram facilitados na Grã-Bretanha, pois há muitos cursos de água
Do § 13 ao § 15 industrialização: extinção do campesinato, navegáveis por todo o país. A tecnologia necessária para realizar a 1ª Revolução Industrial
agricultura de exportação, acúmulo de capital, não dependia de grandes cientistas ou estudiosos, mas homens hábeis com o trabalho em
setor manufatureiro e estrutura comercial bem metal. Dessa forma, pequenos empresários puderam investir na industrialização,
desenvolvidos. considerando os baixos custos para isso. Não houve extenso planejamento, mas não foi
necessário devido à ausência de grandes dificuldades.
Economia privada não impulsiona inovação se Era demasiadamente arriscado investir em construções fabris antes da industrialização.
Capítulo 2: não esperar mais lucro com a revolução. Na Dessa forma, o autor busca explicar os fatores que permitiram a Revolução Industrial em
Do § 16 ao § 19 Europa pré-industrial, a industrialização um país de economia capitalista. São eles: mercado interno, mercado externo e governo.
particular não possibilitava grandes lucros.
Apenas o crescimento populacional e a Faltam dados sobre a variação populacional da época, mas pode-se afirmar que o
mudança de anseios da população não crescimento da população britânica coincidiu com a Revolução Industrial. Por volta de
Capítulo 2: justificam a industrialização. O crescente 1750, a produção de bens de consumo cresceu. Transporte, alimentação e bens de capital
Do § 20 ao § 32 mercado interno impulsionou investimentos foram os principais impulsionadores dos investimentos industriais. Carvão era o bem mais
britânicos, fazendo crescer a economia, produzido e consumido pelos britânicos. Mas apenas o mercado interno não foi suficiente
possibilitando que suportasse crises. para a industrialização, mesmo sendo muito importante para o crescimento econômico.
O crescimento geométrico do mercado externo As exportações britânicas cresciam à um ritmo exorbitante, gerando fortunas e favorecendo
Capítulo 2: foi o mais importante impulsionador da grandes investimentos em industrialização. A causa de tal crescimento encontra-se na
Do § 33 ao § 34 Revolução Industrial. dominação de mercados internos de outros países, que passaram a comprar da Grã-
Bretanha.
Para que ocorresse a expansão do mercado O governo britânico foi extremamente eficiente em criar e manter guerras com objetivos
Capítulo 2: interno e explosão do mercado externo, comerciais e econômicos. Dessa forma, fez crescer o mercado externo e dominou o mercado
Do § 35 ao § 36 ocasionando a Revolução Industrial, a Grã- interno de outros países, criando um monopólio exportador e naval. A guerra impulsionou
Bretanha dependia da guerra e da colonização. também os investimentos em inovações tecnológicas e industrialização.
Retomada e resumo de explicações dadas a Fortes economias europeias, como a holandesa e francesa, não acompanharam o
partir do § 13. “Por que a Grã-Bretanha e por crescimento econômico da Grã-Bretanha e não tinham uma base tão consolidada para
que no fim do séc. XVIII?”. Outras economias suportar as crises. Na Europa, cresceu o mercado para produtos ultramarinos, sendo que a
Capítulo 2:
europeias não eram tão fortes quanto a britânica, Grã-Bretanha tinha monopólio naval e suas colônias de exploração permitiam produção
Do § 37 ao § 47
que instituiu um monopólio exportador. O desses bens. O tráfico britânico de escravos negros também era muito grande. O mercado
domínio do mercado das Índias Orientais foi das Índias Orientais era muito frutífero, representando parte considerável da economia de
importantíssimo para a Revolução Industrial. todas as nações europeias. O domínio britânico permitiu expandir ainda mais sua soberania.
O algodão e a cidade de Manchester são Com plantações na Índia e, depois, no sul dos EUA, o algodão se tornou uma mercadoria
Capítulo 3: símbolos da 1ª Revolução Industrial. muito exportada pela Grã-Bretanha, principalmente para países subdesenvolvidos.
Do § 1 ao § 4 Preservou e ampliou a escravatura. O monopólio do algodão britânico acabou após a 1ª GM,
já que outros países começaram a produzir e exportá-lo.
Retomada dos assuntos tratados na Introdução. Apesar da tecnologia simples, havia inovação científica e interesse em novos industriais.
A tecnologia britânica era simples, do ponto de Os donos de fábricas buscavam otimizar a produção. “Ideias e dispositivos simples podem
vista técnico. A Revolução Industrial se deve, produzir resultados espetaculares, dependem da presteza com que homens práticos se
grande parte, à homens simples e hábeis que dispunham a utilizar a ciência”, como foi na Revolução Industrial. A industrialização atual
Capítulo 3:
agarraram oportunidades e condições geradas é muito diferente da 1ª Revolução Mundial, pois hoje se faz necessário muito estudo e
Do § 5 ao § 12
pela economia britânica. Era simples fazer investimento para empreender inovações tecnológicas. Era mais difícil oferecer as
fortuna, pois havia mercado consumidor para condições para industrialização na época pré-industrial do que hoje, segundo Stalin. Mas,
praticamente tudo. após o esforço inicial, era simples e fácil ganhar dinheiro, pois havia um grande mercado
consumidor para todas as áreas.
Após o grande acúmulo de riquezas por parte Após o grande acúmulo de capital proporcionado pela fase inicial da Revolução Industrial,
dos donos de fábricas, iniciou-se a substituição cientistas, engenheiros e máquinas passaram a ocupar mais espaço dentro das fábricas.
da mão de obra simples e barata por máquinas. Porém, essa 2ª fase herdou um primitivismo, responsável por uma estrutura descentralizada
Capítulo 3:
A herança arcaica trouxe diversas e fortes movimentos sindicalistas, já que as condições de trabalho eram péssimas e não
Do § 13 ao § 17
complicações, como a descentralização e haviam direitos para os trabalhadores.
desintegração entre as fábricas e ausência de
direitos trabalhistas.
Com a Revolução Industrial, surgiram novas A divisão de classes sociais passou a ser feita da seguinte forma: capitalistas (donos das
divisões de classes sociais e os capitalistas, topo fábricas, empregadores) e trabalhadores (vendem sua mão de obra). As fábricas passaram a
da pirâmide, passaram a acumular ainda mais ser cada vez mais automatizadas e especializadas. Toda a economia passou a girar em torno
riquezas. A outra parte da população do lucro capitalista. Capitalistas em geral gostavam do novo sistema e os trabalhadores,
Capítulo 3: empobreceu, em sua maioria. Um terceiro grupo empobrecidos, o reprovavam. Um terceiro grupo distinguia a industrialização e o
Do § 18 ao §21 via os benefícios da Rev. Industrial, mas capitalismo. Desse modo, o setor “moderno” (maquinários) passou a dominar a economia,
criticava o sistema capitalista de exploração. mesmo com protestos de assalariados. Antes de serem substituídos por maquinas
Antes de serem trocados por máquinas, os propriamente ditas, os trabalhadores passaram a realizar trabalhos mecânicos (puramente
trabalhadores perderam sua independência. “braçais”). Dessa forma, os donos de fábricas preferiam contratar mulheres e crianças, “por
serem mais dóceis”.
Retomada dos assuntos tratados nos primeiros As atividades industrias, principalmente a fabricação de algodão, contribuíam muito para
parágrafos do capítulo. O algodão estimulou a acumulação de capital. Os lucros não eram repassados para os trabalhadores. Mais-valia.
Capítulo 3: química e a mecânica. O carvão foi estimulado A produção de carvão foi muito estimulada pela urbanização. O ferro não recebeu tal
Do § 22 ao §27 pelo consumo britânico e o ferro chegou em seu estímulo, se tornando um dos grandes produtos da Grã-Bretanha apenas após o início da
pico apenas na época das ferrovias. construção das ferrovias. As estradas de ferro expandiram a produção de carvão e ferro e
criou a indústria do aço.
Capítulo 3: O autor defende que não houve revolução Essa primeira fase da “revolução industrial” é apenas o estágio inicial do capitalismo
Do § 28 ao §35 industrial, pois apenas as indústrias do algodão, industrial, que fez com que milhares de trabalhadores passassem a ser cada vez mais
carvão e ferro, tinham realmente se especializados e a trabalhar em situações degradantes e sem salários dignos. Dessa forma,
industrializado. Havia desespero e fome entre os surgiram muitos movimentos trabalhadores. Tais trabalhadores tinha um salário de
trabalhadores devido à concentração de renda subsistência, não contribuindo com o mercado interno. Teorias econômicas da época
entre os capitalistas. defendia o acumulo de capital na mão dos donos de fábricas.
No pós-guerra, iniciou-se uma deflação e, por A partir da década de 30, aproximadamente, a Grã-Bretanha passou a crescer cada vez
Capítulo 3: conseguinte, diminuição da taxa de lucro. Na menos, já que os mercados externos não se expandiam suficientemente rápido e o mercado
interno não dava conta de absorver tudo que era produzido. Protestos das classes
Do § 35 ao § 38 década de 30, houve crise econômica, política e
social. trabalhadora e média reivindicaram diversas reformas e todas as classes tinham medo da
derrocada econômica em curso.

Pergunta sobre a 1ª Revolução Industrial: Como os novos conhecimentos científicos e tecnológicos eram incorporados na produção, quais as principais
mudanças ocorridas na organização do trabalho e suas principais consequências para a sociedade da época?
Resposta: A tecnologia necessária e utilizada para realizar a 1ª Revolução Industrial era simples, do ponto de vista técnico, já que não dependia de grandes
conhecimentos científicos, mas sim de habilidades manuais em metais, conhecimento tal que possuíam os homens britânicos. Apesar disso, a partir da crescente
industrialização da Grã-Bretanha, os donos de fábricas passaram a investir cada vez mais em inovações científicas que aumentassem a produtividade e,
consequentemente, seus lucros. Dessa forma, a mão de obra simples e barata começou a ser substituída por mão de obra especializada, principalmente químicos
e mecânicos, que eram amplamente requisitados para melhorar a indústria têxtil.
Com a crescente industrialização e a Revolução Industrial, a população rural diminuiu, já que houve êxodo rural. Dessa forma, grande parcela da população
passou a morar na cidade e trabalhar em fábricas, dando início à 1ª fase do capitalismo industrial, no qual a sociedade era dividida em 2 grandes grupos: os
capitalistas (donos de fábricas, empregadores) e os trabalhadores assalariados (vendem a mão de obra). Sendo assim, a economia girava em torno do lucro do
primeiro grupo, topo da pirâmide. Como resultado, a massa trabalhadora era obrigada a viver em péssimas condições, com salários de subsistência, trabalhando
em ambientes insalubres e sem direitos. Além disso, havia o emprego massivo de mão de obra infantil, já que “crianças são mais dóceis”. Em consequência,
surgiram com muita força movimentos sindicais e trabalhadores, reivindicando direitos para as classes mais pobres, que estavam desesperadas e famintas devido
à concentração de renda entre os capitalistas. Inicialmente apoiados pela classe média, os trabalhadores conquistaram importantes direitos.

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