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Desenvolvimento industrial

para além do anglo-americano

Prof. Me. Lucas de Oliveira Ramos (lucas.ramos@esamc.br)


Alemanha
• O processo de industrialização alemão foi rápido. Em fins do século XIX, a Alemanha
já havia ultrapassado o Reino Unido e a França, e junto com os Estados Unidos,
liderou os avanços para a Segunda Revolução Industrial. Esse crescimento foi muito
rápido, mas por quê? Porque com a unificação político-territorial em 1871, a
Alemanha se tornou não só um único Estado, como também um único mercado. Ou
seja, houve também uma unificação econômica. As possibilidades de se acumular
capitais aumentou com a instituição de uma moeda única, com a constituição de um
grande mercado interno e a padronização das leis.

• Devido à facilidade de transportes, e a disponibilidade de jazidas de carvão mineral,


se concentrou indústrias quase na fronteira com os Países Baixos, aonde os rios Ruhr
e Reno se encontram. Nessa região, que antes era rota de comércio ligando o norte
da Itália a Flandres, os banqueiros concentraram capitais, e passaram a investir cada
vez mais na indústria.
• Aos poucos a população que residia no campo, foi migrando para as cidades e,
formando a mão-de-obra necessária. Assim, com o trabalho assalariado
aumentando, crescia paralelamente o mercado consumidor. Também se deve
lembrar que a França, após perder a guerra de 1871, foi obrigada a pagar uma
grande indenização à Alemanha, de acordo com o Tratado de Frankfurt, e ceder as
províncias da Alsácia e da Lorena, ricos em carvão e minério de ferro. Isso significou
mais recursos e novas fontes de energia e matérias-primas. Todos esses fatores
juntos ajudaram na industrialização alemã.

• A Alemanha se deparou com vários problemas para sustentar seu processo de


industrialização. Com a derrota na Primeira Guerra Mundial, os vitoriosos impuseram
várias sanções através do Tratado de Versalhes: pagar indenizações, restrições em
termos militares e perdas territoriais, sendo que a Alemanha teve de devolver as
províncias de Alsácia e Lorena.
• Em consequência do Tratado Versalhes, a Alemanha caiu em uma
crise econômica e social, que criou as condições necessárias para o
Terceiro Reich, com Adolf Hitler no poder, em 1933. Com a influência
nazista, o país procurou conquistar territórios que eram considerados
vitais para a expansão econômica.

• Mas o resultado dessa busca de territórios foi a derrota na Segunda


Guerra Mundial. Os alemães ganharam: destruição, maiores perdas
territoriais e fragmentação política. Porém, a Alemanha mostraria que
mesmo sofrendo perdas territoriais é possível um país crescer
economicamente.
Itália
• Atualmente, a Itália é a sexta economia do mundo. Mas, semelhante a Alemanha era
fragmentada territorialmente. Em 1870, ficou completado o processo de unificação
sob a liderança do Conde Cavour, primeiro-ministro de Piemonte. A burguesia de
Piemonte e da Lombardia tinha interesse na unificação italiana, por isso investiram
contra as forças conservadoras que impediam o crescimento capitalista. Pelo fato de a
Itália ser dividida em vários reinos, possuía diversas leis e impostos que dificultavam a
livre circulação de mercadorias.
• 
• Além dos conflitos com a Áustria e a França, havia também conflitos internos. Conflitos
que levaram a conquista interna de territórios, como os ducados de Toscana, Parma e
Módena. Assim, aos poucos se concluiu a unificação da Itália. O país unificado tinha
uma monarquia parlamentarista. Mas, em 1946, através de plebiscito, foi decidido
uma república parlamentarista.
• Nessa época da história, a Itália tinha muitos pontos em comum com a
Alemanha, em sentido geopolítico e socioeconômico. E, portanto, muitos
problemas semelhantes. A Itália atrasou seu avanço industrial mais do que a
Alemanha, visto que é pobre em matéria-prima,  apresentava um mercado
limitado e perdeu a corrida colonial. Apesar dos obstáculos, o país conseguiu
intensificar os seus processo industrial após a unificação política.

• Com vários pontos em comum com a Alemanha, acabaram formando uma


aliança contra o Reino Unido e a França, resultando na Primeira Guerra
Mundial. No período entreguerras surgiu em 1922 um ditador, Mussolini, que
ficou no poder até 1943. Esse período foi marcado por instabilidade política e
econômica. Com a derrota na Segunda Guerra Mundial, formando aliança
novamente com a Alemanha e o Japão, o país viu sua economia destruída.
• Estado nacional tardio, a Itália só foi unificada em 1870. País pobre e atrasado em
relação às nações europeias da época, a Itália apresentou um panorama
socioeconômico retardado ao longo das primeiras décadas do século XX. Só foi a
partir dos anos 30 que a industrialização chegou à Itália, com o desenvolvimento
dos setores mecânico, químico e têxtil, impulsionados pelo potencial hidrelétrico
do norte do país. Esse crescimento industrial foi interrompido durante a Segunda
Guerra Mundial (1939 - 1945), pois a Itália, a partir de 1922 sob domínio fascista,
foi invadida, quase simultaneamente, pelos Aliados e pela Alemanha Nazista.

• Com o final da Segunda Guerra Mundial, teve início a reconstrução do país, graças
aos grandes investimentos trazidos pelo Plano Marshall. A divisão das terras do sul,
até então ocupadas por latifúndios, e a introdução de métodos de irrigação
propiciaram um sólido progresso agrícola. O governo italiano construiu novas
indústrias em Milão, Turim e Gênova. Em breve, o crescimento italiano, em
comparação aos de outros países europeus, só era menor que o da Alemanha
Ocidental. A indústria cresceu de maneira extraordinária, permitindo que o país
fosse um dos fundadores do Mercado Comum Europeu.
Japão
• O processo de industrialização no Japão iniciou-se em 1868 com a restauração do
império. O governo passou a investir em educação, infraestrutura e indústria. O
governo focava seus esforços em educação para que o país adquirisse uma mão de
obra qualificada.
• O maior desafio para a modernização japonesa foi a falta de recursos naturais do país.
As terras para cultivo eram escassas e produzir alimentos em quantidade suficiente
para toda a nação era um grande desafio. O Japão foi forçado a importar grande parte
dos alimentos que sua população consumia e as matérias-primas necessárias para sua
industrialização.
• Para enfrentar esse desafio, os líderes japoneses escolheram a mesma solução que as
nações ocidentais: a construção de um império. Colônias iriam fornecer ao Japão
terras, safras e matérias-primas.  O Japão utilizou suas forças armadas para conquistar
territórios, garantindo a ocupação da Coreia e de Taiwan.
• O objetivo de conquistar novos territórios levou o Japão a ingressar na Segunda Guerra
Mundial. Atacando a base militar americana de Pearl Harbor, o Japão declarou guerra contra
os Estados Unidos. Em retaliação, os Estados Unidos lançaram duas bombas atômicas sobre o
Japão, em Hiroshima e Nagasaki, o que levou os japoneses a se renderam.

• O Japão foi arrasado pela guerra. Mas com uma significante ajuda financeira, principalmente
vinda dos Estados Unidos, o Japão pós-guerra passou por grandes mudanças políticas e teve
uma recuperação econômica extraordinária. Entre 1946 e 1967, o produto interno bruto
japonês - o valor anual dos bens e serviços produzidos pela nação - cresceu, em média, 10%
ao ano. Esse crescimento foi ainda maior do que a média da Alemanha Ocidental, que foi a
economia de mais rápido crescimento na Europa. O Japão liderou o mundo na construção de
navios; seus carros, aço, câmeras e equipamentos eletrônicos foram exportados em
quantidade recorde. No final da década de 1960, o Japão havia se tornado o terceiro maior
poder econômico no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos e União Soviética.

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