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A Inglaterra foi o primeiro país a se industrializar, pois tinha uma interação entre a
criação do mercado doméstico do Reino Unido, a expansão dos mercados externos e a
centralidade da intervenção do governo em favor desses outros fatores. A Inglaterra sendo
beneficiada com o mercado interno onde o crescimento da população inglesa entre os anos de
1750 e 1810 foi de 5.700.000 de habitantes para cerca de 10.000.000, o que gerou grandes
efeitos na mão-de-obra barata disponível, e também com o mercado externo pois, como as
atividades de exportação no exterior não dependem da taxa natural de crescimento da
demanda interna de cada país, o crescimento do comércio exterior se expande
exponencialmente. A Inglaterra se beneficiou, além do mais, com o incentivo estatal. Antes
da industrialização da Inglaterra, o país possuía uma combinação única de recursos naturais
abundantes e uma cultura de mercado já estabelecida. Esses fatores foram fundamentais para
impulsionar a Revolução Industrial e o subsequente desenvolvimento econômico e
tecnológico. A Inglaterra era rica em recursos naturais diversos, incluindo carvão mineral,
minério de ferro e uma extensa rede de rios navegáveis. O carvão era particularmente
abundante e de alta qualidade, fornecendo a principal fonte de energia para as primeiras
máquinas a vapor e a base para a indústria metalúrgica. Além disso, o país possuía grandes
reservas de minério de ferro, essenciais para a produção de ferro e aço, que se tornaram os
pilares da industrialização.
No contexto da Inglaterra, a situação agrária é diferente. A reforma agrária já ocorreu
historicamente no país ao longo dos séculos, resultando em mudanças significativas na
estrutura fundiária. A maioria das terras agrícolas no Reino Unido é de propriedade privada e
está sujeita a regulamentações e leis específicas. Resumindo, foi um reforça agrária
capitalista, onde transformou a nobreza em capitalista.
Entretanto, diferentemente da Inglaterra, a França e a Alemanha partiram de pontos
diferentes, a França seguiu seu próprio caminho capitalista, inicialmente alcançando
crescimento econômico e desenvolvimento às custas do crescimento industrial. Contudo, foi
um processo que durou anos e seu avanço foi desigual, marcado pelo cenário tumultuado por
motins, golpes e revoluções que era desfavorável ao capitalismo. Se diferenciando da
Inglaterra, a França tinha instituições feudais muito presentes, com um sistema camponês que
impedia a comercialização de excedentes produtivos, vide as pesadas obrigações feudais para
com a nobreza e o clero. Antes mesmo da Revolução Industrial, a Inglaterra já possuía uma
enorme rede de relações de mercado perante a sociedade inglesa, o que deixou mais viável a
adaptação do modo produtivo. Contudo, a França no mesmo período, não obteve sucesso nas
suas tentativas de mercantilização da produção local e criação de um mercado interno, tudo
isso graças às relações agrárias tradicionais.
A reforma agrária na França, diferente da Inglaterra, ocorreu principalmente após a
Segunda Guerra Mundial, como parte de um esforço mais amplo para reconstruir a economia
e a sociedade do país. O objetivo principal era promover uma distribuição mais equitativa da
terra e melhorar as condições de vida dos agricultores. No entanto, é importante ressaltar que
a industrialização continuou a desempenhar um papel importante na transformação da
sociedade francesa. Embora a reforma agrária tenha buscado melhorar as condições dos
camponeses, a industrialização também continuou a atrair trabalhadores para as cidades e
desempenhou um papel fundamental no crescimento econômico do país.
A expansão da rede ferroviária francesa foi uma das maiores realizações da
Revolução Industrial no país. O caminho de ferro trouxe uma série de benefícios para a
França. Primeiramente, permitiu o transporte rápido e eficiente de mercadorias e passageiros.
Isso estimulou o comércio e facilitou a movimentação de pessoas, bens e matérias-primas em
larga escala. A criação de uma rede ferroviária integrada contribuiu para o crescimento
econômico do país, promovendo a industrialização e aumentando a produtividade. Além
disso, o desenvolvimento do caminho de ferro teve um impacto significativo no sistema de
créditos capitalistas. A construção e a expansão das linhas ferroviárias requeriam grandes
investimentos de capital, e muitas empresas ferroviárias dependiam de financiamento para
realizar essas obras. Isso estimulou o desenvolvimento do sistema de crédito e a formação de
bancos especializados em empréstimos para projetos ferroviários.
O processo de industrialização para Alemanha foi um pouco diferente, ela se deparou
com muitas grandes guerras, com um semifeudalismo latente, onde a principal fonte de renda
das classes altas era a extorsão do excedente rural, baixa produtividade agrícola, menor
autonomia na servidão coletiva, potencial protecionismo alfandegário. Porém, com o
potencial reprimido devido à industrialização atrasada da Alemanha, empresários alemães
eram capazes de tirar proveito de recursos e mão de obra subutilizados desses fatores, e
recorrer a modelos estrangeiros comprovados de industrialização para promover o aumento
da produtividade e das margens de produção.
Na Alemanha, por conta de adotar um sistema feudal, a maioria dos camponeses não
conseguiam manter suas terras após a libertação e precisavam ganhar a vida vendendo suas
forças de trabalho e alugando terras de proprietários de terra.
No contexto político, a Alemanha Ocidental, adotou uma abordagem mais liberal e
democrática, seguindo os princípios do capitalismo de livre mercado e da economia social de
mercado. A República Federal da Alemanha (RFA), que compreendia principalmente a
Alemanha Ocidental, abraçou a democracia parlamentar e uma economia de mercado
orientada para a exportação, estimulando a inovação, o empreendedorismo e a concorrência.
Por outro lado, a Alemanha Oriental, sob o regime comunista da República Democrática
Alemã (RDA), adotou uma estrutura mais autocrática e burocrática. O sistema político da
RDA era altamente centralizado, com o Partido Socialista Unificado da Alemanha (SED)
mantendo um controle rígido sobre todos os aspectos da sociedade e da economia. O Estado
desempenhava um papel dominante na economia, com o planejamento centralizado e a
propriedade estatal dos meios de produção.
A liderança prussiana no Zollverein desempenhou um papel fundamental na
unificação dos Estados alemães durante o século XIX. O Zollverein, que pode ser traduzido
como União Aduaneira, foi uma aliança econômica formada em 1834 por diversos estados
alemães com o objetivo de estabelecer uma zona de livre comércio e facilitar o comércio
interno na região. No entanto, foi a liderança prussiana que desempenhou um papel crucial na
consolidação e expansão do Zollverein.
A aliança do governo com proprietários de terra desempenhou um papel crucial na
história da Alemanha em diferentes momentos. No entanto, é importante notar que a história
alemã é longa e complexa, abrangendo vários períodos, e a relação entre o governo e os
proprietários de terra teve diferentes nuances ao longo do tempo.
A introdução do caminho de ferro foi um fator-chave nesse processo. A primeira linha
ferroviária na Alemanha foi inaugurada em 1835, conectando as cidades de Nuremberg e
Fürth. A partir desse ponto inicial, a rede ferroviária se expandiu rapidamente, conectando
cidades e regiões em todo o país. Assim, o governo alemão percebeu o potencial estratégico e
econômico do caminho de ferro e assumiu a liderança na sua construção e financiamento. Ao
contrário de outros países, onde a construção das linhas ferroviárias era frequentemente
deixada para iniciativas privadas, o Estado alemão desempenhou um papel ativo na promoção
e implementação dos projetos ferroviários.
A industrialização alemã foi de rápida, potente, avançada e concentrada. Durante o
século XIX, a Alemanha passou por um período de rápida industrialização, conhecido como a
"Segunda Revolução Industrial". Esse processo impulsionou o desenvolvimento econômico e
tecnológico do país. A industrialização alemã foi potente porque a Alemanha tornou-se uma
potência industrial e econômica líder na Europa. O país experimentou um crescimento
significativo em setores como siderurgia, química, maquinário, automóveis e eletrônicos.
Grandes empresas alemãs, como a Siemens, a Krupp e a Bayer, ganharam destaque mundial e
foram líderes em suas respectivas áreas.
Resposta da questão 4