Você está na página 1de 2

Antecedentes da Revolução Industrial

O final do feudalismo aconteceu devido à conjugação de vários fatores que


alteraram as relações sociais e econômicas na Europa.

O mundo feudal e autossuficiente não conseguiu suportar as mudanças que


ocorreram devido ao retorno dos cruzados; ao surgimento de algumas
inovações tecnológicas; e às novas relações sociais e econômicas que se
desenvolveram na Inglaterra, a partir do século XVI e que conduziram a história
na direção da Revolução Industrial.

Um desses fatores, na Inglaterra, foi a crise que expôs interesses antagônicos


de Henrique VIII e da Igreja. Esse conflito, além do nascimento da Igreja
Anglicana, auxiliou no processo de acumulação de riquezas nas mãos da coroa
e da burguesia nascente. E isso ocorreu em razão da expropriação das terras
da Igreja, efetuada pelo rei e depois vendidas ou doadas as grupo de pessoas
ligadas ao monarca.

Entre os resultados disso se pode mencionar o aumento da concentração


fundiária, juntamente com o aumento da concentração de riquezas. Na
extensão dessas mudanças também ocorreu o gradativo desenvolvimento da
indústria têxtil, demandando maior produção de lã, para abastecer a tecelagem.
E, do outro lado, aumentou o volume de pessoas migrando para as cidades. O
panorama que se instalou, portanto, foi: a burguesia acumulando riquezas
enquanto grandes contingentes da população perdia suas terras, refugiava-se
nas cidades que cresciam produzindo alguns fenômenos típicos das áreas
urbanas: fome, violência, prostituição…

Ao lado dessas transformações sociais também ocorriam alterações políticas.


Instalava-se o absolutismo, do qual Henrique VIII foi um precursor, na
Inglaterra, e toda a disputa pelo poder que se sucedeu até se implantar uma
monarquia parlamentar, após a morte de Cromwell.

Em razão de todas essas mudanças, a burguesia ampliou seus poderes e


passou não só a ditar os rumos da economia como também da política, devido
ao modelo parlamentar adotado.

Em síntese, podemos dizer que a vitória da burguesia sobre a nobreza e dos


anglicanos sobre os católicos podem ser apontados como fatores importantes
para a concretização da Revolução Industrial e a abertura de uma nova era
fundamentada não mais na nobreza de nascimento, mas na capacidade de
gerar lucro. Estava posta a semente do capitalismo.
As fortes atividades comerciais que eram realizadas entre os
séculos XVI e XVIII envolvendo as maiores potências da Europa,
incluindo a Inglaterra, proporcionaram o grande enriquecimento da
burguesia. Os burgueses seriam, posteriormente, os responsáveis por
investir capital em renovação técnica e na construção de indústrias, o
que proporcionaria a eclosão da Primeira Revolução Industrial.
Assim, depois do enriquecimento, a burguesia passou a financiar
projetos que permitiam o aperfeiçoamento das máquinas utilizadas pelas
indústrias, além de melhorias técnicas implantadas na produção.
A burguesia inglesa sofreu um grande fortalecimento a partir
da Revolução Gloriosa, que ocorreu em 1688, uma vez que o evento foi
o responsável pelo fim da monarquia absolutista na Inglaterra. Ao se
transformar em uma monarquia constitucional parlamentarista, a
Inglaterra deu espaço aos burgueses para governar e agir conforme os
seus interesses econômicos, sempre visando a expansão de seus
lucros.

Antecedentes da Primeira Revolução Industrial: lei dos cercamentos

Além do capital que vinha da burguesia, outro fator que permitiu a


eclosão da Primeira Revolução Industrial na Inglaterra foi a presença da
mão-de-obra necessária para que a revolução pudesse acontecer. A
Inglaterra possuía mão-de-obra em abundância devido à “lei dos
cercamentos”. Os cercamentos consistiam em terras comuns que eram
cercadas e transformadas em pasto.

Os camponeses que trabalhavam nessas terras foram expulsos e as


terras passaram a ser utilizadas para a criação de ovelhas que forneciam
lã, extremamente importante na indústria têxtil. Em consequência disso,
os trabalhadores rurais se mudaram para as áreas urbanas e a mão-de-
obra deles foi absorvida pelas fábricas.

Você também pode gostar