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3ª VARA DO TRABALHO DE LONDRINA

TERMO DE AUDIÊNCIA RELATIVO AO PROCESSO 0000442-12.2017.5.09.0513

Em 25 de janeiro de 2018, na sala de sessões da MM. 3ª VARA DO TRABALHO DE


LONDRINA/PR, sob a direção da Exmo(a). Juíza HELENA MITIE MATSUDA, realizou-se audiência
relativa a AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO número 0000442-12.2017.5.09.0513 ajuizada por
VALTER GONCALVES FERREIRA em face de MRV ENGENHARIA E PARTICIPACOES SA.

Às 11h03min, aberta a audiência, foram, de ordem da Exmo(a). Juíza do Trabalho, apregoadas


as partes.

Presente o autor, acompanhado do(a) advogado(a), Dr(a). FLAVIO JESUINO DA SILVA


PEIXOTO, OAB nº 85386/PR.

Presente o preposto do réu, Sr(a). Emily Correa Drago, acompanhado(a) do(a) advogado(a),
Dr(a). GISELLE LUIZA BIZZANI, OAB nº 48373/PR.

DEPOIMENTO PESSOAL DA PARTE AUTORA: 1) participou de um curso de aperfeiçoamento de


vendas que durou uma semana antes do credenciamento; 2) o curso foi fornecido pela ré; 3) explica que foi
contratado em 04 de novembro, tendo realizado plantões antes do curso, em três lojas da MRV em Londrina; 4)
havia uma variação de corretores, "entravam e saíam"; 5) eram 14 a 20 corretores por equipe; eram três equipes; 6)
nos sábados e domingos, cumpriam jornada das 8h00 às 18h00, com uma hora de almoço, explicando que havia
folga nas segundas ou nas terças-feiras; 7) trabalhou exclusivamente para a ré no período; 8) o depoente realizou
oito vendas; somente recebeu uma venda mediante RPA; 9) não assinou RPA das outras vendas; 10) combinou
1,5% do valor da venda; 11) por orientação do gerente, recebeu as outras comissões por ME de outra corretora, a
Elaine Cremonini; 12) sempre recebeu a sua comissão em espécie; 12) recebeu em torno de R$1.600,00 a
R$1.800,00 por apartamento vendido; 13) o Sr. Ismael "era da minha equipe". Nada mais.

DEPOIMENTO DO REPRESENTANTE DA PARTE RECLAMADA: 1) "permanência" é a


organização da loja, na qual se define "quem ficará de plantão naquele horário"; 2) os próprios corretores
definiam a permanência, organizando-se entre si; 3) cada equipe fazia a sua "permanência"; 4) a
permanência se estendia por toda a semana, de domingo a sábado, na parte da manha ou na parte da tarde,
das 8h30 às 13h30 ou 13h30 às 18h30; o intervalo poderia ser feito "a hora que ele quisesse fazer", pelo
tempo que quisesse; 5) nenhuma consequência havia, se o corretor faltasse à permanência, "tanto é que
ele (autor) não ia muito"; 6) o corretor não era dispensado caso faltasse; 7) o autor poderia trabalhar para
qualquer construtora, ainda que concorrente, porém não "dentro da MRV"; 8) o credenciamento é feito
pela empresa, com validade de seis meses, na época, para que o cliente saiba que é um credenciado para
realizar as vendas; "o credenciamenteo é de corretagem"; nenhum vendedor/corretor trabalha sem o
credenciamento na empresa; 9) o autor deixou de comparecer aos plantões em março de 2017; 10) a
empresa ficou sabendo do acidente depois, em data que não sabe, "a gente soube por alto"; 11) no dia do
acidente, o autor não estava de plantão, não havendo necessidade de se deslocar; lá existia um
apartamento decorado. Nada mais.

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DEPOIMENTO DA 1ª TESTEMUNHA DA PARTE AUTORA: FERNANDA BASSO,


nacionalidade brasileira, 26 anos, corretora de imóveis, residente na Rua Humberto de Campos, 68, apto.
701 - Londrina/PR, COMPROMISSADA E ADVERTIDA, inquirida, respondeu que: 1) trabalhou na
Reclamada de junho ou julho de 2016 até 30-11-2016; 2) foi corretora de imóveis; 3) foi credenciada um
mês depois; 4) o autor começou a trabalhar antes que a depoente; 4) o autor deixou de trabalhar quando
aconteceu um acidente de 2017; houve comentários de que ele sofreu um acidente no começo de 2017; 5)
havia quatro equipes de corretores; 5) a "permanência" era definida pelo gerente Henrique; 6) a depoente
trabalhava também para a Imobiliária JR na época; 7) o autor não trabalhava noutras imobiliárias ou
construtoras, sabendo disso "porque eu via ele direto lá"; 8) a depoente recebeu comissões pela venda de
sete apartamentos; recebeu por cada qual, em média, de R$2.500,00 a R$3.000,00; 9) o autor vendeu
apartamentos, porém não sabe dizer quantos; 10) havia três empreendimentos, sendo que todos os
corretores trabalhavam nesses três; 11) a depoente recebeu as comissões mediante RPA; 12) tinham dois
horários, das 8h00 às 13h00 e das 13h00 às 17h30; 13) os horários do autor eram variados, não sabendo
dizer quais cumpriu; 14) plantões havia, nos sábados, domingos e feriados; trabalhando nos plantões, não
tinham folga; 17) foram cerca de 20 vezes que trabalharam juntos, no mesmo plantão; 18) havia uma
advertência verbal, se faltasse à permanência; 19) em reuniões, presenciou o gerente advertir corretores
que faltaram na permanência; 20) as reuniões eram semanais, "ia quem quisesse, porém se faltasse, o
gerente perguntava por que faltou"; 21) havia metas de vendas, de pelo menos um apartamento por mês;
se não vendessem durante três meses, eram descredenciados; 22) a depoente foi instruída a transferir três
vendas para o MEI de outro corretor, para não ter descontos tributários; à depoente era benéfico porque
não tinha descontos de tributo, porém não era vantajoso porque não acumulava pontos para ganhar
bonificações; 23) o gerente Henrique controlova os horários no "Louvre". 24) se o corretor chegasse
atrasado, perdia a vez de atendimento e era chamado a sua atenção; 25) recebia email's do gerente sobre
metas, escalas de plantão e informações sobre os empreendimentos; 26) eram de 10 a 15 corretores por
equipe; as equipes se revezavam em cada empreendimento; no mesmo plantão poderia haver corretores de
diversas equipes; 27) nos finais de semana, eram dois corretores de manhã e dois à tarde em cada
empreendimento, eis que não havia muito movimento; 28) conforme escala, acontecia de terem folga nos
sábados ou domingos; 29) nos feriados, alternavam os corretores para trabalhar; 30) a depoente não
comparecia diariamente, "porque eu avisei o gerente que eu não iria porque trabalhava noutra
imobiliária"; 31) o autor "praticamente ia todos os dias porque ele cobria os faltantes"; 32) sempre tinha
corretor que "tava com um problema pessoal e não ia trabalhar, da nossa equipe"; 33) não acontecia de
trocar a permanência, "simplesmente faltava e o gerente mandava o Valter". Nada mais.

O autor dispensa a oitiva de outras testemunhas.

DEPOIMENTO DA UNICA TESTEMUNHA DA PARTE RECLAMADA: ISMAEL LOPES


PINHEIRO, nacionalidade brasileira, 65 anos, corretor de imóveis, residente na Rua Panamaribo, 104 -
Londrina/PR, COMPROMISSADA E ADVERTIDA, inquirida, respondeu que: 1) trabalha na Reclamada
desde dezembro de 2015; 2) não tem registro em CTPS; 3) é corretor autônomo credenciado; 4) o autor
era da mesma da equipe do depoente; não sabe precisar, mas acredita que o autor começou a trabalhar em
dezembro de 2015; 5) havia corretores que trabalhavam sem o credenciamento; 6) a escala de
permanência é feita pelo gerente; 7) o depoente já faltou, embora escalado na permanência; é comum
pedir a outro colega ir no seu lugar, caso não possam ir; 8) nunca recebeu advertência por faltar na
permanência; o gerente só dizia que seria bom pedir a um outro colega ir no seu lugar; 9) o depoente no
ano de 2016, vendeu três unidades, acreditando que o autor vendeu menos, eis que reclamava muito; 10) o
autor comentou que trabalhava para um advogado que tinha imobiliária; o autor chegou a convidar o
depoente para trabalhar com esse advogado, mas o depoente nunca se interessou; 11) não se lembra do
nome do advogado; 12) o percentual da comissão é de 1,25; 13) em 2016, a comissão que recebeu, no
total, foi de R$3000,00/R$4.000,00; 14) não sabe precisar quando, mas teve um período em que faltou
porque o autor tinha um processo na justiça e foi preso; disso soube porque o autor lhe contou; 15) a
permanência vai das 8h30 ás 13h30 ou das 13h30 às 18h00, um ou outro; no máximo, são escalados três

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vezes por semana, ou na parte da manhã ou na parte da tarde; 16) no caso do depoente, não trabalha nos
sábados porque é adventista; 17) no seu caso, trabalha um domingo sim, outro não; 18) nas vezes que o
depoente não pôde ir, pediu ao autor ir no seu lugar, sendo que o contrário também ocorreu; 19) o
depoente sempre pôde sair a hora que quisesse para ter um café ou resolver um problema particular; o que
ocorre é perder a vez no atendimento ao cliente; 20) foram quatro as ocasiões em que o autor cobriu a
ausência do depoente; "dobrar é muito difícil, não consigo precisar se (o autor) dobrou"; 21) o depoente
recebe por RPA; só a partir deste mês, passará a receber por nota fiscal; 22) o depoente fecha negócios em
vendas avulsas, não prestando serviços a outras construtoras; 23) havia corretores que recebiam por MEI;
24) recebeu mensagens pelo whatsApp, para tratar de reunioes, não para cobrança de metas; 25) não havia
metas; 26) o depoente já ficou quatro/cinco meses sem realizar vendas e não foi descredenciado; 27)
soube do acidente com o autor, um dia depois; o autor teve um acidente com a motocicleta que dirigia;
28) em duas ocasiões, trabalharam em shopping, conforme escala, à noite. Nada mais.

As partes declaram que não têm outras provas a serem produzidas, razão pela qual fica encerrada
a instrução processual.

Razões finais remissivas.

Tentativa final conciliatória rejeitada.

Para publicação da sentença, observado o que dispõe o art.851, § 2º, da CLT, designa-se a data
abaixo, do que ficam cientes as partes, inclusive de que será aplicado o disposto na Súmula 197/TST.

DATA: 05-02-2018, 17h09.

(Término às 12h27). Nada mais.

HELENA MITIE MATSUDA

Juíza do Trabalho

Ata redigida por ALEX CEREDA, Secretário(a) de Audiência.

Assinado eletronicamente.
A Certificação Digital
pertence a:
[HELENA MITIE 18012516453631300000030606307
MATSUDA]

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