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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS

REF. AUTOS DO PIC Nº 01/2015-AE

DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA OS AUTOS DA AÇÃO CAUTELAR Nº


1.0000.15.101.444-6/000

O PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS


GERAIS, no uso de suas atribuições legais e com fundamento no artigo 129, I da
Constituição Federal; no art. 69, VI da LC 34/94; no art. 106, I, a da Constituição
Estadual; no art. 29, V da Lei 8625/93 e art. 24 e seguintes do Código de Processo Penal,
vem, perante Vossa Excelência, oferecer denúncia em face de:

FÁBIO GUEDES DE PAULA MACHADO, brasileiro, casado,


Promotor de Justiça, nascido em 21/06/1964, filho de Alberto de Paula Machado
Neto e Josefa Maria Guedes de Paula Machado, portador do CPF nº 076407438-
50, residente na Rua Berenice Rezende Diniz, 300, casa 14, Condomínio
Villaggio da Colina, bairro Gávea, Uberlândia/MG, e
VERA LÚCIA SERRALHA MENDES, brasileira, casada, arquiteta,
advogada, OAB nº 126169, nascida em 14/04/1959, filha de Haroldo Rodrigues
Serralha e Darcy Alvim Serralha, portadora do CPF nº 501063416-34, residente
na Praça Coronel Carneiro, 154, apartamento 1500, Uberlândia/MG,

pela prática das seguintes condutas fático-delitivas:

Consta do incluso Procedimento Investigatório Criminal que, no período


compreendido entre os anos de 2010 a 2015, os denunciandos supra qualificados, agindo
em unidade de desígnios e conjugação de esforços, iniciaram e instalaram esquema de
corrupção na 10ª Promotoria de Justiça da Comarca de Uberlândia/MG.
Apurou-se, nesse sentido, que, em doze oportunidades distintas, a
denuncianda Vera Lúcia Serralha Mendes ofereceu vantagem financeira a Fábio
Guedes de Paula Machado, primeiro denunciando, Promotor de Justiça titular da 10ª
Promotoria de Justiça da Comarca de Uberlândia/MG, para que este, na condição de
funcionário público, praticasse atos de ofício. Apurou-se, outrossim, que Fábio não
apenas aceitou a oferta, como recebeu a vantagem financeira para que praticasse atos de
ofício, o que fez com infração de dever funcional, em proveito de ambos os
denunciandos.
Segundo o caderno investigatório, a imputada Vera Lúcia foi aluna do
denunciando Fábio no curso de graduação em Direito na Universidade Federal de
Uberlândia e, no período de 09/04/2007 a 26/02/2010, exerceu as funções de estagiária
do Ministério Público do Estado de Minas Gerais perante a 10ª Promotoria da Comarca
de Uberlândia, sob orientação dele.
Vera Lúcia, arquiteta formada pela UFMG desde 1982 e com experiência
profissional na área ambiental, é inscrita na OAB/MG desde 13 de abril de 2010, e,
embora desligada oficialmente das funções de estagiária do MPMG desde 2010, não se
afastou da Promotoria de Justiça de titularidade do denunciando Fábio Guedes, com
quem manteve relacionamento íntimo, e o auxiliou extraoficialmente na elaboração de
peças processuais, realização de TACs e análise técnica de causas ambientais, inclusive
nas causas em que atuava como advogada.
Em verdade, apurou-se que, encerrado o período de estágio de Vera Lúcia
no MPMG e com a sua condição de advogada registrada junto ao órgão de classe, a
relação entre os denunciandos permaneceu constante e, a partir de então, perniciosa, com
troca de informações referentes a causas em curso na 10ª Promotoria de Justiça da
Comarca de Uberlândia, busca de “novos casos”, acerto de acordos, captação de clientes
para a segunda denuncianda e, até mesmo, negociação relativa ao quantum a ser cobrado
por Vera a título de horários advocatícios para atuação conjunta dos ora denunciandos.
Após a captação dos clientes pela denuncianda Vera, os casos submetidos à
apreciação do primeiro denunciando ensejaram manifestações planejadas e direcionadas
do órgão de execução do Ministério Público no exercício de suas funções.
De fato, após cumprimento das medidas cautelares deferidas pelo Tribunal
de Justiça de Minas Gerais nos autos nº 1.0000.15.101.444-6/000, em cuidadosa análise
dos dados bancários, fiscais, comunicação telemática e, ainda, dos documentos
regularmente apreendidos, logrou-se identificar o modus operandi dos denunciandos, que
ocorria da forma doravante descrita.
Com a utilização do e-mail veramendes@triang.com.br, os denunciandos,
a partir do ano de 2010, iniciaram a troca de mensagens mútuas de carinho que revelaram
uma ligação entre ambos para além do normal convívio profissional.
Foi em 2011, todavia, que o contato entre ambos se intensificou, isso após
o retorno ao Brasil do denunciando Fábio Guedes, já que, em 2010/2011, ele esteve na
Espanha para fins de conclusão de curso de pós-doutoramento na área de direito penal.
Nesse sentido, chegaram a trocar mensagens até mesmo no dia dos namorados, ainda em
2011.
Em 30/03/2012, os investigados criaram a conta de e-mail conjunta
vera.9.guedes@gmail.com, através da qual passaram a se comunicar.
Concomitantemente ao íntimo relacionamento, os denunciandos encetaram
estratégias para atuação conjunta em causas em trâmite na Promotoria de Justiça,
envolvendo o recebimento de vultosas quantias a título de honorários advocatícios.
Destaca-se que os fatos apurados demonstram que a denuncianda Vera, além da formação
jurídica, é graduada e mestre na área de arquitetura e urbanismo, e, com os
conhecimentos práticos adquiridos durante o estágio na 10ª Promotoria de Justiça de
Uberlândia, conquistou a confiança profissional do Promotor de Justiça Fábio Guedes de
Paula Machado.
Com isso, passaram a trocar mensagens sugestivas de negociatas
envolvendo a indicação e captação de clientes para Vera Lúcia, segunda denuncianda,
que, diante de sua formação e expertise, conseguia, facilmente e com a ajuda do Dr.
Fábio, detectar problemas urbanísticos de interesse de empresários de Uberlândia afetos à
Promotoria de Justiça titularizada por Fábio, e contratar, com eles, a resolução dos
problemas junto ao próprio Dr. Fábio Guedes. Tudo isso ocorria mediante o oferecimento
e entrega de vantagens econômicas a Fábio que, então, passava a agir e gerir sua
atividade de Promotor de Justiça pelo interesse na obtenção da vantagem.
Em doze oportunidades, constatou-se que a advogada Vera foi contratada
por empresas e empresários para a resolução de pendências envolvendo questões
ambientais de interesse deles, pessoal ou empresarial, seja após ser indicada pelo próprio
Dr. Fábio, seja porque adquiriu a fama de que com este resolvia, e rapidamente, os
problemas.
Apurou-se que, como resultado do esquema de corrupção acima descrito,
doze foram as oportunidades em que os denunciandos operacionalizam a atuação
direcionada do órgão ministerial mediante oferecimento e recebimento de vantagens
econômicas. São elas, por clientes, ocasião e valores, as seguintes:
• Rui Sérgio Maierá e sócios do empreendimento denominado “Fazenda Eldorado”,
em 9/1/2012, pelo valor de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais). Imperioso
destacar que cópia deste contrato foi encontrada e apreendida na residência do
denunciando Fábio Guedes (ff. 58/62 – Autos do anexo I – volume 01 (Lacre
3388811);
• Miramontes Empreendimentos Imobiliários Ltda, em 23/04/2012, pelo valor de
R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). Cópia deste contrato foi encontrada e
apreendida na residência do denunciando Fábio Guedes [ff. 69/72 – Autos do
anexo I – volume 01 (Lacre 3388811)];
• Elglobal Construtora Ltda, em 27/4/2012, por R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a
vista mais duas salas comerciais em cláusula de êxito. Cópia deste contrato foi
encontrada e apreendida na residência do denunciando Fábio Guedes [ff. 63/67 –
Autos do anexo I – volume 01 (Lacre 3388811)];
• Osvaldo Teixeira, em 19/7/2012, por R$ 20.000,00 (vinte mil reais). Cópia deste
contrato foi encontrada e apreendida na residência do denunciando Fábio Guedes
[ff. 73/75 – Autos do anexo I – volume 01 (Lacre 3388811)];
• Carlos Alberto dos Santos Ferreira, em 6/2/2013, no importe de R$ 5.000,00
(cinco mil reais) a vista, mais R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) como cláusula
de sucesso. Cópia deste contrato foi encontrada e apreendida na residência do
denunciando Fábio Guedes [ff. 76/78 – Autos do anexo I – volume 01 (Lacre
3388811)];
• Lago Azul Empreendimentos Imobiliários Ltda, em 2/4/2013, no importe de R$
375.000,00 (trezentos e setenta e cinco mil reais) registrados no contrato mais R$
40.000,00 (quarenta mil reais) sem contrato, como pagamento inicial e em
espécie. Cópia deste contrato foi encontrada e apreendida na residência do
denunciando Fábio Guedes [ff. 82/85 – Autos do anexo I – volume 01 (Lacre
3388811)];
• Praça Uberlândia Shopping, em 5/9/2013, por R$ 600.000,00 (seiscentos mil
reais);
• Alexandre Fonseca Marquez, em 13/6/2013, pelo valor de R$ 148.000,00 (cento e
quarenta e oito mil reais), sendo R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) em 4 parcelas
iguais, além de R$ 68.000,00 (sessenta e oito mil reais) como cláusula de êxito;
• Vinícius Felix de Miranda, em três contratações distintas, porém jungidas a um só
resultado, a saber:
- em 13/3/2014, no valor de R$ 55.000,00 (cinquenta e cinco mil reais);
- em 14/4/2014, no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), em
parcela única, para acompanhamento do ICP n. 0702.13.002635-5, em trâmite na
Comarca de Uberlândia/MG;
- em 15/4/2014, no valor de R$ 320.000,00 (trezentos e vinte mil reais),
sendo R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) devidos apenas no êxito, em parcela única;
• Carlos Morato Dias, Elglobal Construtora Ltda, Tunico Empreendimentos
Imobiliários Ltda e FTB Promoção e Publicidade Ltda, em 26/1/2015, por R$
28.000,00 (vinte e oito mil reais);
• Contex Engenheiros Associados Ltda e Empreendimentos Agropecuários
Americana Ltda, em 21/3/2015, no importe de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil
reais).
• Algar – Árvore S/A Empreendimentos e Participações, em 19/11/2015, pelo valor
de R$ 100.000,00 (cem mil reais).

Nas doze ocasiões listadas, restou demonstrado que parte dos valores
recebidos pela denuncianda Vera Lúcia foram oferecidos por ela a Fábio, que não apenas
aceitou como também os recebeu, o que redundou em condutas de Fábio que favoreceram
o interesse dos clientes de Vera, não apenas colocando fim a expedientes administrativos
instaurados no âmbito da 10º Promotoria de Justiça de Uberlândia/MG, como também a
processos, já judicializados, e, no caso de Alexandre Fonseca Marquez, oitavo cliente
acima listado, inclusive com trânsito em julgado em prol do Poder Público.
De outro lado, consumada a corrupção, o denunciando Fábio recebia os
valores em espécie e, então, passava a ocultá-los, seja adquirindo bens em dinheiro ou
amortizando valores de financiamento bancário que possuía junto à Caixa Econômica
Federal para fins de aquisição de suntuosa casa em condomínio fechado, na cidade de
Uberlândia/MG, para a qual, inclusive, contraiu diversas despesas com benfeitorias, com
o nítido propósito de camuflar a ilicitude da vantagem, em deliberada atitude de lavagem
de dinheiro.
Consta que, até o final do ano de 2013, o denunciando Fábio agia para
ocultar a origem do dinheiro recebido, o que passou a ser feito, a partir de 2014, também
quanto à movimentação do numerário.
Isso porque, em 2013, o segundo denunciando realizou vultosos depósitos
em espécie em sua conta bancária, que somaram R$ 542.864,77 (quinhentos e quarenta e
dois mil, oitocentos e sessenta e quatro reais e setenta e sete centavos). Todavia, a partir
de 2014, os depósitos em dinheiro minguaram, sendo da ordem de R$ 24.813,72 (vinte e
quatro mil, oitocentos e treze mil reais e setenta e dois centavos) em 2014, e R$ 7.011,88
(sete mil e onze reais e oitenta e oito centavos) em 2015.
Como os autos revelam a correspondência da lavagem de capitais aos
crimes anteriores de corrupção, incorreu o denunciando Fábio na prática, por doze vezes,
da conduta típica prevista no artigo 1º, da Lei 9613/98, e, ainda, em razão da reiteração
da prática para camuflar doze crimes diferentes de corrupção passiva, na causa de
aumento de pena prevista no artigo 1, § 4º, da Lei 9613/98.
Por fim, como os atos para os quais foi oferecida e recebida a vantagem
financeira foram efetivamente praticados pelo denunciando Fábio, incide, para ambos os
denunciandos, as causas de aumento de pena correspondentes às figuras típicas de
corrupção a eles imputadas.
Assim agindo, como o denunciando FÁBIO GUEDES DE PAULA
MACHADO incorreu nas condutas típicas previstas no artigo 317, § 1º, do Código
Penal, por doze vezes, e no artigo 1º, §4º, da Lei nº 9.613/98, também por doze vezes,
observada a regra do cúmulo material entre os delitos de espécie distintas, e como a
denuncianda VERA LÚCIA SERRALHA MENDES incorreu nas condutas típicas
previstas no artigo 333, parágrafo único, do Código Penal, por doze vezes, em face
dos mesmos é oferecida a presente denúncia que, após a fase prevista no artigo 4º da Lei
8038/90, espera seja recebida para que, com o trâmite previsto nos artigos 7º e ss. da
mesma Lei e oitiva das testemunhas do rol abaixo, possam eles, ao final, serem
condenados nas sanções que lhes couberem.

Em relação ao primeiro denunciando, Fábio Guedes de Paula Machado,


necessário ainda que, para fins de cumprimento do disposto no artigo 92, I, “a”, do
Código Penal, seja decretada a perda do cargo público de Professor da Universidade
Federal de Uberlândia/MG.

Belo Horizonte, 30 de junho de 2016.

CARLOS ANDRÉ MARIANI BITTENCOURT


Procurador-Geral de Justiça

AUTOS DO PIC Nº 01/2015 (PGJ/MG)


EXMO SR. DESEMBARGADOR-RELATOR:

• Segue denúncia em 9 (nove) laudas escritas apenas no anverso;


• Na oportunidade, requeiro a V.Exa:

2.1) A distribuição por dependência aos autos da Ação Cautelar nº 1.0000.15.101.444-


6/000, uma vez que os fatos que ora se imputam aos denunciandos deram azo às medidas
cautelares neles encetadas;

2.2) A decretação, com lastro nos artigos 125 e seguintes do C.P.P. e para fins do
disposto no artigo 91, II, “b”, do Código Penal, do sequestro do imóvel localizado na
Rua Berenice Rezende Diniz, 300, casa 14, Condomínio Villaggio da Colina, bairro
Gávea, Uberlândia/MG, com a devida inscrição no registro imobiliário (artigo 128
CPP) e autuação na forma do artigo 129, do C.P.P. Isso porque, do exposto às ff. 831/831
verso, observa-se fortes indícios (artigo 126 CPP) de que o referido imóvel, a que se
refere o contrato de financiamento de ff. 97/109 (Anexo I – volume 01 – Lacre 3388811),
foi adquirido com dinheiro recebido ilicitamente por Fábio já que teve sua entrada e
grande parte de suas amortizações extraordinárias de grande vulto quitadas em datas
próximas ao recebimento das vantagens. A se destacar também que o dinheiro
ilicitamente recebido por Fábio, consoante extratos de movimentação bancária aludidos
no laudo de ff. 825/844 verso, foram utilizados para pagamento de benfeitorias de grande
vulto realizadas no imóvel, conforme notas e recibos que compõem os autos do Anexo I –
volume 5 – Lacre 3207998.

2.3) A decretação, com lastro nos artigos 125 e seguintes do C.P.P e também para fins
do disposto no artigo 91, II, “b”, do Código Penal, do sequestro dos imóveis adquiridos
por Vera Lúcia Serralha Mendes como parte do pagamento do contrato entabulado
com o cliente Elglobal Construtora Ltda (vide denúncia), mais precisamente aqueles
devidamente individualizados no contrato de ff. 76/81, do anexo II, volume 18, nas
cláusulas sétima e oitava, assim como aquele adquirido pela denuncianda Vera como
parte do pagamento do contrato celebrado com Vinícius Félix de Miranda (vide
denúncia), imóvel este devidamente individualizado conforme contrato de ff.
172/173 dos autos do anexo II, volume 16. De igual forma, requer-se a devida inscrição
das medidas no Cartório de Registro de Imóveis (artigo 128 CPP) e autuação na forma do
artigo 129, do mesmo Codex.
2.4) Para fins do disposto no artigo 91, II, “b” do Código Penal e no artigo 4º, da Lei
9613/98 e com base nos artigos 136 e seguintes, do Código de Processo Penal, o arresto
de valores depositados e/ou aplicados em contas pessoais dos denunciandos em
instituições financeiras, com o bloqueio de R$ 1.400.500,00 (um milhão quatrocentos
mil e quinhentos reais) para cada um deles, preferencialmente via BACEN-JUD,
valores estes que correspondem à vantagem individual obtida com a prática criminosa da
corrupção.

Para tanto, visando assegurar a efetividade da medida pleiteada, requeiro


que o bloqueio dos valores seja determinado inaudita altera partes, evitando, assim, que
os denunciandos possam esquivar-se dele.

2.5) Para fins de evitar que os denunciandos, costumeiros viajantes internacionais,


possam esquivar-se de responsabilidade penal, que seja determinada a apreensão de
seus passaportes;

2.6) A abertura de conta judicial, devidamente remunerada, para fins de depósito, a ser
devidamente autorizado por V.Ex.a, da quantia em dinheiro apreendida em decorrência
da Busca e Apreensão deferida nos autos da Ação Cautelar 1.0000.15.101.444-6/000,
correspondente a:

• R$ 10.000,00 ( dez mil reais ), conteúdo do envelope identificado como


“Dinheiro- LACRE 3388885”, que se encontra provisoriamente depositado nesta
Procuradoria-Geral de Justiça;

• € 2650,00 (dois mil e seiscentos e cinquenta euros), além de um cartão Bradesco


MoneyCard 4698100081214139, conteúdo do envelope identificado com “Alvo:
Residência Vera – LACRE: 3584475”, que se encontram provisoriamente
depositados nesta Procuradoria-Geral de Justiça;

• - R$ 1200,00 (um mil e duzentos reais), conteúdo do envelope identificado como


“Dinheiro Lacre 3388885”, identificação escrita com caneta esferográfica e que se
encontra provisoriamente depositado nesta Procuradoria-Geral de Justiça.

2.7) O depósito judicial dos equipamentos de informática apreendidos e relacionados às


ff. 108/113, com as divergências apontadas às ff. 877 e verso.
2.8) A devolução ao denunciando Fábio Guedes de Paula Machado da arma de fogo
constante em sacola lacrada sob o número 3207944, provisoriamente depositada nesta
Procuradoria-Geral de Justiça, por não guardar qualquer correspondência com os fatos
investigados e ora imputados aos envolvidos.

2.9) A juntada aos autos de CAC e FAC dos agentes no juízo estadual (1ª e 2ª
instâncias), bem como certidão de antecedentes emitidas pelos foros eleitoral (TRE/MG)
e federal (1ª e 2ª instâncias).

2.10) O levantamento do sigilo, na forma da lei, haja vista a necessidade de


compartilhamento das informações para análise de divergências fiscais e, ainda, para fins
disciplinares e administrativos, mais precisamente para fins de apuração de eventuais atos
de improbidade, razão pela qual requeiro cópia digitalizada da integralidade dos
autos, com posterior remessa à esta sede institucional do Ministério Público.

2.11) Quanto à investigada Lilian Starling de Freitas, uma vez que os autos não fornecem,
por ora, elementos suficientes para a deflagração da ação penal, requeiro o
desmembramento do feito, com remessa de cópia digitalizada dos autos à
Procuradoria-Geral de Justiça Adjunta Jurídica, para a continuidade das
investigações visando identificar eventual responsabilidade do primeiro denunciando e
das sócias do escritório de advocacia “Starling de Freitas & Borges Torres”.

2.12) Que seja determinada, para fins de preservação de prova, a realização de cópia de
todas as mídias juntadas aos autos principais, incluindo o HD Externo de f. 889, com a
manutenção delas em secretaria.

3) Deixo de oferecer aos ora denunciandos qualquer dos benefícios


previstos na Lei 9099/95 já que os delitos a eles imputados, que não são de menor
potencial ofensivo, possuem pena mínima superior a 1 (um) ano de reclusão.

Belo Horizonte, 30 de junho de 2016.

CARLOS ANDRÉ MARIANI BITTENCOURT


Procurador-Geral de Justiça

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