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AMESG - AUTARQUIA MUNICIPAL DO ENSINO SUPERIOR DE GOIANA

FADIMAB - FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA PROFESSOR DIRSON


MACIEL DE BARROS

NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA FADIMAB

RELATÓRIOS DE AUDIÊNCIAS

ERISSON FELICIANO TORQUATO

Nº PROCESSO: 0830211-22.2013.8.12.0001
AUTOR: TEREZA GONÇALVES
VARA: 14ª VARA CIVEL DA COMARCA DE CAMPO GRANDE - MS
RÉU: EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS FUAD ANACHE LTDA E OUTROS

Síntese da tese do autor:


A posse teve início no segundo semestre de 1989 quanto a autora entabulou Contrato (verbal)
de Compra e Venda com o requerido que se apresentou na ocasião como sendo o legítimo
proprietário do terreno. À época ele disse que passaria o terreno para o nome da autora,
providência que não ocorreu ao longo do tempo. O requerido explicou que a dificuldade que
estava encontrando era que perante a Lei ele era casado, mas na prática estava separado de
fato há muitos anos. Entretanto, iria ajuizar Ação de Divórcio, o que de fato ocorreu, tendo
sido decretado o divórcio em 1994, mas na petição ele afirmou não haver bens a partilhar.
Disso decorreu que o requerido precisou ajuizar Ação de Sobrepartilha do Imóvel, que
tramitou na 2.ª Vara de Família e Sucessões desta Comarca (autos código 957561-0, na
numeração da época), cujo julgamento lhe foi favorável reconhecendo que o imóvel aqui em
questão tinha sido adquirido exclusivamente por ele quando já separado de fato, de modo que
o imóvel pertencia por inteiro a ele. Diante de tudo isso a autora acreditou que o requerido
JASON era o proprietário do imóvel. O problema é que no Registro de Imóveis consta que ele
é somente o compromissário comprador, não havendo lá a averbação de que ele tenha pago
todo o preço para a empresa compromissária vendedora, de modo que por tal razão ele não
pode outorgar escritura pública para a ora autora. Fora isso, a autora perdeu o contato com o
requerido JASON, sendo o endereço informado na sua qualificação o último de que dispõe, de
modo que não conseguiu até hoje regularizar a propriedade em questão.

Síntese da tese de defesa:


Não havendo elementos suficientes, contesta o mérito por Negativa Geral os fatos alegados
pela inicial, com fulcro no artigo 302, parágrafo único do Código de Processo Civil, o ônus da
prova e por inaplicável os efeitos da revelia do art. 319 do Código de Processo Civil, deve o
Requerente comprovar plenamente o fato constitutivo de seu direito1 sendo que, caso não o
faça, seja a presente ação julgada improcedente, condenando-o no ônus de sucumbência a ser
arbitrada por V. Exa., e recolhida a favor da Defensoria Pública. Protesta por todos os meios
de provas em direito admitidos, especialmente o documental, testemunhal, pericial,
depoimento pessoal do requerente, bem como pela inversão do ônus probatório.

Conclusão da audiência:
As partes informaram que não tinham outras provas a produzir. Em alegações finais, a autora
reiterou os termos e pedidos da inicial. O curador, da mesma forma, reiterou os termos da
contestação por ele ofertada. O patrono da requerida apresentou alegações orais, as quais
foram gravadas no SAJ. Pelo juiz foi determinada a conclusão dos autos, para sentença. Os
presentes saíram intimados.

Conclusão do estagiário:
Deve ser declarada a usucapião do imóvel objeto da lide em favor da autora, eis que restam
preenchidos os seus requisitos. Quanto ao prazo da prescrição aquisitiva. Assim, como entre o
início da prescrição aquisitiva (segundo semestre de 1989) e a entrada em vigor do novo
Código Civil (janeiro de 2003) havia transcorrido mais de 13 anos deve ser aplicado o prazo
de 20 anos, a autora preenche todos os requisitos para a aquisição da propriedade imóvel por
usucapião, devendo ser declarada a prescrição aquisitiva a favor dela, com o devido registro
no Cartório de Imóveis.
Nº PROCESSO: 0819134-74.2017.8.12.0001
AUTOR: GIOVANNA MORESCHI PERES SILVA
VARA: 14ª VARA CIVEL DA COMARCA DE CAMPO GRANDE - MS
RÉU: TELEFONICA BRASIL S/A (VIVO)

Síntese da tese do autor:


A autora possui um contrato com o réu de telefonia celular com 02 linhas, quais sejam: 067-
99872-6166 e 99872-8087. A parcela com vencimento para o dia 17/05/2017, no valor de R$
99,98 (noventa e nove reais e noventa e oito centavos) foi paga através de débito na conta da
CEF, no dia 18/05/2017, conforme recibo em anexo; Em seguida do pagamento da referida
parcela a autora começou a receber diversas mensagens de cobrança do Requerida dizendo
que não havia acusado o pagamento da referida parcela; Diante da comunicação o requerente
entrou em contato com a REQUERIDA comprovando a data de seu pagamento, ou seja,
18/05/2017; Mesmo assim, a requerente teve sua linha bloqueada no início do mês de
junho/2017, nesta oportunidade, a requerente dirigiu-se à loja da requerida, situada no
Shopping Campo Grande, onde novamente apresentou o comprovante de pagamento, com
isso teve a linha desbloqueada; Passado alguns dias, a requerente passou novamente a receber
as mensagens pedindo para que regularizasse a conta VIVO Móvel e evitar o bloqueio para
efetuar ligações e acessar a internet; A requerente, respondeu estas mensagens, com faz prova
os documentos em anexo, informando que a cobrança era indevida, pois já havia pago a conta
a tempos; Também, a requerente fez diversos contatos informando o pagamento, conforme os
protocolos que seguem em anexo; Mesmo assim no dia 26/06/2017, a requerente teve suas
linhas bloqueadas; Novamente, neste dia, entrou em contato com a requerida informando que
havia feito o pagamento no dia 18/05/2017, ou seja, a mais de 35 dias, e que a conta estava
em dia; Porém nada adiantou, sua conta continua cordada, tentou passar por e-mail o
comprovante, mas isso não foi possível, pois dá falha no sistema, como faz prova o
documento em anexo; Assim, apesar de tentar resolver a questão amigavelmente isto não foi
possível

Síntese da tese de defesa:


Todavia, em que pese a argumentação despendida pelo autor, razão não lhe assiste, posto que
a requerida não realizou nenhum bloqueio indevido na prestação de serviços de telefonia no
período informado na exordial. Ademais, o bloqueio parcial foi realizado em função do
inadimplemento das faturas referente aos meses de abril e maio de 2017, como relatado pelo
autor. Além disso, hoje consta em aberto a fatura do mês de julho de 2017, que até o presente
momento não foi quitada, o que pode vir a ser bloqueada parcialmente a linha da parte autora,
ocorre, que está requerida depende de informação bancaria para que dê baixa no pagamento
da fatura, o que não ocorreu com o mês de maio de 2017. Não constatou no sistema desta
requerida a baixa pelo pagamento da fatura apontada. Assim, sem essa informação, a autora
entra automaticamente na lista de tratamento de cobrança, e a linha é bloqueada para efetuar
ligações, recebendo SMS informando a não quitação dos valores. O bloqueio parcial se dá da
seguinte forma: Constatado a inadimplência da linha, o cliente recebe automaticamente SMS
informando tal fato. Após 15 dias corridos a linha é suspensa parcialmente (bloqueio para
originar chamadas, porém continua recebendo ligações), com 45 dias corridos há a suspensão
total da linha (bloqueio para originar e receber chamadas) e com 90 dias há a rescisão do
contrato e a linha é cancelada. Dessa forma, está comprovado que o autor deu causa ao
bloqueio de sua linha sendo este o exclusivo culpado de não conseguir utilizar sua linha
telefônica.

Conclusão da audiência:
Constatou-se a ausência da parte autora, bem como seu patrono, presente estava a preposta da
parte requerida, bem presente seu patrono, solicitando que seja aplicada multa pela ausência
da parte autora. Aberto os trabalhos, impossível negociação de acordo em razão da ausência
informada.

Conclusão do estagiário:
De acordo com os relatos, por definição, danos morais são lesões sofridas pelas pessoas
físicas ou jurídicas, em certos aspectos de sua personalidade, caracterizados, no entanto,
sempre por via de reflexos produzidos, por ação ou omissão de outrem. São aqueles danos que
atingem a moralidade, personalidade e a afetividade da pessoa, causando-lhe
constrangimentos, vexames, dores, enfim, sentimentos e sensações negativas. Não se pode
deixar de reconhecer a disseminação da ideia de degradação do devedor com exposição de seu
nome de forma negativa no rol de comércio e amigos. As consequências do vexame são
inegáveis. Para que haja o dever de indenizar é necessária a prova de que o fato tenha causado
sofrimento, vexame ou humilhação ou que tenha atingido a honra, a dignidade, a reputação, a
personalidade ou o conceito pessoal ou social do indivíduo. E isto o demandante não
comprovou, pois a simples alegação de seu aborrecimento e de sua decepção não demonstra
motivos suficientes para que seja acolhida sua pretensão em relação à indenização por danos
morais.

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