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EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE

FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE SINOP/MT.

Processo: 1000484.38.2021.8.11.0015

ROSELENI SPIER LAUERMANN, devidamente qualificada nos


autos em epigrafe, vem por sua advogada e bastante procuradora signatá ria,
apresentar IMPUGNAÇÃO A CONTESTAÇÃO oferecida por ANILDO ROQUE
LAUERMANN, também já devidamente qualificada nos autos em epigrafe, nos
seguintes termos:

1. BREVE RELATO DA CONTESTAÇÃO

Inicialmente, o requerido refuta efetivamente as alegaçõ es


expostas pela autora em sua inicial, aduzindo de imediata, a inverdade quanto aos
fatos e à s alegaçõ es expostas na inicial.

O casal, ora divorciando, está separado de fato há mais ou


menos três anos e três meses, cuja separaçã o fá tica ocorreu em funçã o do desgaste

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natural do relacionamento e pelas atitudes cometidas pela autora, a qual movida por
ciú mes doentio, sempre acusava o requerido de estar se relacionado com outras
mulheres.

Assim, em comum acordo, até para tentar melhorar a relaçã o


entre ambos e perdurar o casamento, resolveram adotar a filha menor, sendo
devidamente registrada posteriormente em nome de ambos. Contudo, a relaçã o entre
ambos foi esfriando, o que acabou com a separaçã o fá tica do casal.

Importante ressaltar que desde a separaçã o fá tica do casal, o


requerido sempre buscou uma soluçã o amigá vel visando a divó rcio e a divisã o dos
bens. No entanto, devido à s atitudes cometidas pela autora, até o presente momento
nã o foi possível a soluçã o instada entre as partes.

Tal alegaçã o se verifica, ante a juntada de có pia do termo de


sessã o de mediaçã o, ocorrido em data de 04/12/2019, perante o CEJUSC, cujo termo
restou infrutífero, uma vez que a autora recusou a proposta formulada. Ainda, os
manuscritos, ora colacionados, comprovam a relaçã o de bens e as propostas
formuladas pelo requerido, todas recusadas pela autora.

Portanto, ficam integralmente impugnadas e contestadas as


alegaçõ es perpetradas pela autora em sua inicial quanto à demora visando a soluçã o
do presente e a tentativa amigá vel de divó rcio e divisã o dos bens.

2. DA IMPUGNAÇÃO ÀS PRELIMINARES

O nosso direito nã o admite a formulaçã o de defesa genérica,


isto significa que a ré, ora requerido, nã o pode apresentar a sua defesa com a
negativa geral das alegaçõ es de fato apresentadas pelo Requerente. Portanto, cabe a
Requerida impugná -las especificadamente, sob pena de a alegaçã o ser havida como
verdadeira.

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A autora, ora Requerente, cabe formular sua demanda de modo
claro e determinado; idêntica razã o impõ e a regra que veda a contestaçã o genérica.

Prestigiam-se, assim, o princípio da cooperaçã o (art. 6º, CPC) e,


consequentemente, o princípio da boa-fé processual (art. 5º, CPC). A regra aplica-se, à

contestaçã o, ou seja, cabe o réu, ora Requerido, impugnar especificadamente os fatos


e documentos suscitados pela Autora em sua defesa, sob pena de admissã o e,
portanto, de incontroversa do fato, cuja prova se dispensa (art. 341 do CPC).

Portanto, pelo princípio da impugnaçã o específica caberia o


Requerido a impugnaçã o específica de cada documento, que, aliá s, nã o foi feito, pois a
sua contestaçã o é totalmente genérica e alega exercício regular do direito, inclusive o
Requerido nã o impugnou nenhum dos documentos juntados autos, pelo contrá rio
tenta fazer alegaçõ es sobre objeto estranho a este processo, bem como anexou
documentos com alegaçõ es falsas.

Ademais quando alega:

Importante ressaltar que desde a separaçã o fá tica do casal, o


requerido sempre buscou uma soluçã o amigá vel visando a
divó rcio e a divisã o dos bens. No entanto, devido à s atitudes
cometidas pela autora, até o presente momento nã o foi
possível a soluçã o instada entre as partes.

Tal alegaçã o se verifica, ante a juntada de có pia do termo de


sessã o de mediaçã o, ocorrido em data de 04/12/2019,
perante o CEJUSC, cujo termo restou infrutífero, uma vez
que a autora recusou a proposta formulada. Ainda, os
manuscritos, ora colacionados, comprovam a relaçã o de
bens e as propostas formuladas pelo requerido, todas
recusadas pela autora.

O requerido alega falsamente que tentou amigavelmente a separaçã o


divisã o dos bens com a parte autora, e anexa aos autos documentos manual de propostas que
a procuradora da parte autora tentou firmar no escritó rio em uma tentativa de acordo para

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se realizar com ambos, o requerido ao chegar no escritó rio modificou todo o acordo e o
requerido nã o quis a divisã o dos bens no qual a parte autora trabalhou e tem direito.

Esclarece excelência, que a parte autora nã o está buscando nada a


mais do que teria direito somente uma divisã o de sua parte que lhe cabe. O requerido que
sempre agiu de má -fé e dilapidando os bens do casal, sem o repasse para autora conforme
documentos anexados nos autos que comprovam o alegado.

A) - Da Guarda da menor e pensão alimentícia:

Excelência, diferentemente do alegado pela autora, o requerido


nunca deixou de contribuir com a pensã o alimentícia à menor, tendo quitado o valor
mensal de R$ 300,00 (trezentos reais), mensais conforme comprovam os recibos em
anexo, devidamente assinados pela autora.

Ainda, o requerido sempre ajudou a menor adquirindo os


materiais escolares, pagando despesas de roupas e uniformes, aquisiçã o de remédios
e atendimento médico. Dessa forma, fica inteiramente impugnada e contestada a
alegaçã o da autora.

No mais, resta integralmente contestada e impugnada a


alegaçã o

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perpetrada pela autora quanto à situaçã o financeira do requerido. Excelência, o
requerido nã o possui a mínima condiçã o de arcar com o valor mensal da pensã o
alimentícia fixada por vossa Excelência, sem prejuízo de seu sustento e até porque, o

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A requerente faz jus aos benefícios da Assistência Judiciá ria
Gratuita, assegurada pela Constituiçã o Federal de 1988, artigo 5º, inciso LXXIV, e pela
Lei 1.060/50, pois a mesma, atualmente, nã o possui condiçõ es financeiras de arcar
com as custas processuais e despesas do processo, sem prejuízo pró prio ou de sua
família.

Apesar de possuir vá rios patrimô nios, a requerente neste


momento, nã o possui condiçõ es financeiras para custear as custas e despesas do
processo, pois, além de nã o possuir emprego, conforme có pia da Carteira de Trabalho
em anexo, tampouco uma fonte de renda, é privada na participaçã o de sua cota parte
nos lucros auferidos pela empresa que formam o patrimô nio comum do casal e,
igualmente, nã o tem acesso aos demais bens em comum. Frisa-se que, todo o
patrimô nio está exclusivamente sob a administraçã o e posse do requerido, portanto,
estando os bens sob o domínio exclusivo do mesmo, inclusive da empresa, das quais
retira sua exploraçã o, considerá vel renda, a requerente faz jus aos benefícios da
justiça gratuita.

Ainda nesse viés, importante esclarecer que, a contrataçã o de


advogado particular pela requerente, nã o tem o condã o de afastar a concessã o dos
benefícios da justiça gratuita, haja vista que, por encontrar-se em dificuldade
financeira momentâ nea, os honorá rios advocatícios serã o pagos ao final da demanda.

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Portanto, exigir-lhe, neste momento, o recolhimento das custas judiciais seria nítido
agravamento da situaçã o da requerente, tolhendo o direito à pró pria mantença.

Assim, nos termos do § 1º, do art. 4º, da Lei 1.060/50, milita em

favor da requerente a presunçã o de veracidade da declaraçã o de pobreza em anexo.

Sobre o tema, cumpre colacionar o seguinte entendimento


jurisprudencial:

RECURSO DE REVISTA. DESERÇÃ O DO RECURSO ORDINÁ RIO.


JUSTIÇA GRATUITA. DECLARAÇÃ O DE POBREZA. 1 - A
concretizaçã o do direito constitucional do acesso ao Poder
Judiciá rio (art. 5º, XXXV, da CF/88 ) impõ e a concessã o do
benefício da justiça gratuita ao jurisdicionado que nã o possa
demandar sem prejuízo do seu pró prio sustento ou de sua família
(art. 5º, LXXIV, da CF/88 ). 2 - Nos termos do art. 790, § 3º, da CLT,
os requisitos para a concessã o do benefício da justiça gratuita sã o
alternativos, e nã o cumulativos: que o reclamante ganhe salá rio
igual ou inferior a dois salá rios-mínimos ou que apresente
declaraçã o de pobreza. 3 - A declaraçã o de pobreza nã o é um
atestado de que o jurisdicionado pertence a classe social menos
favorecida, mas o instrumento por meio do qual o reclamante
informa ao juízo a sua incapacidade econô mica para suportar o
pagamento das custas e demais despesas processuais ante a
indisponibilidade financeira no momento do ajuizamento da açã o
ou no curso da açã o (E-RR - 292600-84.2001.5.02.0052). 4 - Nesse
contexto, se o demandante apresenta a declaraçã o de pobreza, a
presunçã o favorá vel é de que a sua remuneraçã o, ainda que
superior a dois salá rios-mínimos, por si mesma, nã o justifica a
condenaçã o ao pagamento das custas e das demais despesas
processuais, pois já está comprometida com as despesas pessoais
do jurisdicionado ou de sua família. Recurso de revista a que se dá
provimento. (RR 5098720115020090 509-87.2011.5.02.0090,
Relatora Ká tia Magalhã es Arruda, Ó rgã o Julgador 6ª Turma,
julgado em 20/11/2013). (Grifamos).

Ademais, o pará grafo 2º, do artigo 1º da Lei nº 5.478/68, dispõ e


que:

Art. 1º (...)
§ 2º A parte que nã o estiver em condiçõ es de pagar as custas do
processo, sem prejuízo do sustento pró prio ou de sua família,
gozará do benefício da gratuidade, por simples afirmativa dessas
condiçõ es perante o juiz, sob pena de pagamento até o décuplo das
custas judiciais.

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Desse modo, a requerente faz jus à concessã o da gratuidade da
justiça, haja vista que, neste ato nã o dispõ e de condiçõ es financeiras para recolher as
custas processuais.

2.1. DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO


Tendo em vista o que dispõ e o Có digo de Processo Civil, o
jurisdicionado nã o poderá excluir de sua apreciaçã o a possibilidade de solucionar
conflitos de forma consensual.

Consoante o entendimento pá trio que está intrinsicamente


ligado à ideia de cooperaçã o no processo, o doutrinador Cassio Scarpinella tem
pacificado o seguinte entendimento:

“[...]Assim é que, dentre outras providencias, a cooperação


entre todos os sujeitos do processo deve significar a
colaboração na identificação das questões de fato e de direito e
de abster-se de provocar incidentes desnecessários e
procrastinatórios. Esta vedação, aliás decorre da expressa
adoção do “principio da boa-fé” pelo art. 5 do novo CPC.
Observação importante que merece ser feita é que a
cooperação prevista no dispositivo em comento deve ser
praticada por todos os sujeitos do processo. Não se trata,
portanto, de envolvimento apenas entre as partes (autor e
réu), mas também de eventuais terceiros intervenientes (em
qualquer uma das diversas modalidades de intervenção de
terceiros), do próprio ministério público quando atue na
qualidade de fiscal da ordem jurídica.[...]” (SCARPINELLA,
2015, p.44).

Desse modo, a Requerente pugna que seja designada audiência


de mediaçã o, nos moldes do artigo 334, do Có digo de Processo Civil, a fim de tentar
solucionar o presente litígio.

3. DOS FATOS

A Requerente conviveu maritalmente com o Requerido por 31


anos, casou-se sob o regime de COMUNHÃO PARCIAL DE BENS, conforme se
comprova com a certidã o de casamento, emitida pelo SERVIÇO NOTARIAL DA

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COMARCA DE SINOP- Município de Sinop, Estado de Mato Grosso, lavrado sob
nº 1.337, à s fls. 171/Aº Do livro nº B-06 de registros e casamentos, ora juntada.

Com o passar do tempo a convivência foi se desgastando por


constantes infidelidades do esposo, até que no momento da separaçã o apó s a autora
passar por violência doméstica, o requerido saiu de casa levando consigo seus
pertences, deixando a requerente em um estado de miserabilidade, pois o mesmo nã o
deixou nenhum valor para que a autora pudesse comprar alimentos e pagar as
despesas do lar, sendo necessá rio a assistência dos filhos maiores para nã o passar por
necessidades.

A requerente que encontrava-se com problemas de saú de, bem


como muito sério no ú tero, e passando necessidades com a filha, e com tantos
problemas devido uma separaçã o conturbada por conta das perseguiçõ es do marido,
que inclusive as perseguiçõ es ocorrem até os dias atuais, a requerente desenvolveu
vá rios problemas psicoló gicos. Devido aos traumas psicoló gicos que sofreu durante o
matrimô nio, a requerente faz acompanhamento (tratamento) continuamente com
psicó logo até nos dias atuais comprovados por laudos. Doc em anexo.

Diante da situaçã o financeira da Requerente e ainda descobriu


que terá que realizar uma cirurgia urgente por conta de sua doença no ú tero ter se
agravado ainda mais, vendo que sua filha está prestes a passar fome, se viu obrigada a
procurar a JUSTIÇA.

Excelência, o casal ora divorciando sempre manteve um bom


padrã o de vida, tendo em vista que a requerente nunca trabalhou fora, e encontra-se
desempregada. Ocorre que o requerido é micro empresá rio, sendo o ú nico responsá vel
por uma fá brica de mó veis de madeira, na cidade Sinop-MT, conforme fotos e
documentos em anexo.

Por nã o houver acordo amigá vel e a impossibilidade em realizar


o divó rcio consensual, a Requerente vem socorrer-se ao Judiciá rio.

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Atualmente o casal já se encontram separado de fato a mais de
um ano, nã o tendo mais condiçõ es de reconciliaçã o e manutençã o da uniã o conjugal,

motivo pelo qual pleiteia a oficializaçã o do divó rcio.

3.1. DOS FILHOS

Da uniã o entre a Requerente e o Requerido foi concebido os


filhos, Mychel Adriano Lauermann, nascido na data de 29 de abril de 1992, Maykon
Cristian Lauermann, nascido na data de 18 de dezembro de 1988, e a filha, Mayara
Spier Lauermann, nascido na data de 26 de novembro de 2008, brasileira, menor
impú bere, portadora do Registro de nascimento nº 063651 01 55 2011 00093 279
0049447 87 atualmente, com doze anos de idade (Doc. Identificaçã o e certidã o de
nascimento da menor em anexo).

3.2. DO PADRÃO DE VIDA

Em que pese durante anos o casal viveu em harmonia, a


requerente durante os 31 anos de convivência a requerente nunca trabalhou fora
sempre dedicou-se aos cuidados do requerido e dos filhos, sendo responsá vel pela
administraçã o da casa e a criaçã o dos filhos do casal.

O casal e os filhos sempre tiveram entre classe média brasileira,


o que se verifica pelo patrimô nio do casal, e pelas despesas mensais. A requerente
possuía um padrã o de vida elevado relaçã o á muitas famílias brasileiras, sendo que,
rotineiramente tinha gastos considerá veis com seus cuidados pessoais e dos filhos. A
requerente fazia compras e demais gastos, eram pagas pelo requerido, haja vista que,
toda a gestã o financeira do casal era realizadas pelo requerido.

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A família mantinha uma ó tima qualidade de vida e estabilidade
financeira, pois o casal durante toda a vida conjugal, através do esforço comum,
amealharam um só lido patrimô nio material e uma situaçã o financeira considerá vel.

Assim, será inadmissível ao devedor de alimentos que exerça


uma profissã o rentá vel e tem um alto gasto mensal com a sua família, tentar fazer sua
prole e companheira sobreviver com valores em patamares muito inferiores e nã o
condizentes com a realidade fá tica. Efetivamente, é ló gico que com a divisã o da
família todos sofrem uma queda no padrã o de vida, porém, esta diminuiçã o nã o pode
e nã o deve atingir somente um dos pó los da relaçã o.

Excelência, o casal ora divorciando sempre manteve um bom


padrã o de vida, tendo em vista que o requerido sempre trabalhou como autô nomo, é
proprietá rio de uma fá brica de mó veis de madeira onde trabalha, perfazendo média
salarial líquida superior á R$ 20.000,00 (Vinte mil reais) por mês.

Dessa maneira, a requerente faz jus a um valor mensal que seja


compatível com o padrã o de vida que sempre teve, ou seja, deve ser mantido o seu
nível e padrã o social, condizentes com o patrimô nio amealhado pelo casal através do
esforço comum.

3.3. DA ADMINISTRAÇÃO EXCLUSIVA DOS BENS PELO REQUERIDO

Excelência vale ressaltar que, todo o acervo de bens comuns do


casal, estã o sob a administraçã o e posse exclusiva do requerido, nã o tendo a
requerente, acesso aos mesmos. No entanto, a lei Civil veda a administraçã o exclusiva
dos bens por um dos ex-cô njuges, logo, o patrimô nio comum da família deve ser
administrado por ambas à s partes. Assim, alguns dos bens adquiridos e que se
encontram em nome do requerido bem como em nome de terceiros, pertencem

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igualmente à requerente, tendo ela direito à meaçã o de tais bens, visto que, foram
adquiridos na constâ ncia do casamento.

Esclarece, que o requerido nã o permitia que a requerente


tivesse acesso aos bens tampouco a empresa, sempre a privou de informaçõ es que
envolvesse o patrimô nio e as finanças. Quando a requerente perguntava ao requerido
sobre essas questõ es, o mesmo dizia que isso nã o lhe dizia respeito. Ademais, o
requerido era controlador e além de privá -la da administraçã o e posse dos bens em
comum, e do acesso aos gastos mensais, o requerido nã o deixava sequer a requerente
ter e-mail pessoal e acesso à s redes sociais sem que o mesmo tivesse acesso as
senhas, inclusive o requerido utiliza-se até nos dias atuais a conta da requerente no
fecebook.

4. DAS CONCESSÕES DE LIMINARES

Conforme serã o explanados nos tó picos a seguir a requerente


encontra-se impedida de usufruir dos bens adquiridos na constâ ncia do casamento
com o requerido, deste modo a concessã o da liminar é medida que se impõ e diante dos
fatos e argumentos a seguir.

4.1. DA MEDIDA CAUTELAR DE ARROLAMENTO DE BENS

A maioria dos os bens encontram-se em nome do requerido e


sob sua exclusiva posse e administraçã o, correndo o risco de serem dissipados ou
alienados sem qualquer necessidade de anuência da requerente.

Ocorre que alguns bens já foram alienados, sem que o requerido


fizesse o repasse dos valores que cabiam para a requerente. Os atos de disposiçã o de
bens praticados pelo requerido sem a anuência da requerente, vêm prejudicando a
futura divisã o dos bens adquiridos durante o casamento.

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Tamanha gravidade da situaçã o, em poucos meses apó s o
rompimento da relaçã o conjugal, o requerido invadiu a casa da autora e apropriou-se
dos documentos de uma caminhonete em nome da requerente. De posse do veículo e
dos documentos do mesmo, o requerido o entregou para terceiros sem autorizaçã o da
autora, sendo que ao tentar reaver o bem a mesma recebeu ameaças, do requerido que
queria lhe obrigar a realizar a transferência do bem para o terceiro sem receber
qualquer valor. Boletim de ocorrência em anexo.

A privaçã o do acesso aos bens tem causado situaçã o de penú ria


a requerente pois desde da separaçã o o requerido se nega arcar com o sustento da
requerente e de sua família, os deixando em estado de miserabilidade, deixando a
requerente a mercê da ajuda de terceiros tendo que depender de doaçõ es de cesta
bá sica para sobreviver, conforme fotos em anexo, situaçã o inconcebível, pois o
patrimô nio que a mesma adquiriu na constâ ncia do casamento, dentre eles o lucro da
empresa sempre foi capaz de suprir as necessidades e sustento da família.

A autora vem passando por diversas humilhaçõ es por conta do


destrato do requerido, inclusive apó s se separar a requerente descobriu que parte do
dinheiro que deveria para arcar com as despesas do lar, o requerido desviava para
gastar com amantes, sendo valores tã o altos, que e em uma ocasiã o presenteou uma
das amantes com um veículo, (uma moto da marca XTZ) descrita nos bens abaixo,
inclusive existem outros bens que foram comprados no cartã o de crédito para
presentear as demais amantes.

Da vendas realizadas sem a anuência da requerente o requerido


efetuou a venda de um carro Gol na cor vermelha que era bem comum do casal, porém
encontrava-se em nome de terceiros, sendo que pela venda nã o foi repassado nenhum
valor para a requerente, repassando apenas uma nota promissó ria onde confessa a
dívida do veículo, bem como de uma moto 125, (nota promissó ria doc. Anexo). A
autora nã o detém da documentaçã o dos veículos, porém para a comprovaçã o do
alegado anexa-se fotografia e documentos referentes aos mesmos, bem como na fase
de instruçã o será comprovados através de provas testemunhais.
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Portanto, Excelência, nota-se que o requerido efetuou venda dos
bens em comum do casal sem anuência da requerente, o que pode vir a fazer com os
demais bens que formam o patrimô nio do casal, pois apó s ameaçar por diversas vezes
a requerente bem como sua advogada, o requerido afirmou que iria passar todos os
bens para o nome de terceiros, haja vista que o requerido repetidamente afirma que
dos bens construídos e adquiridos pelo casal, que nã o vai dividir nada com a autora,
inclusive a empresa Marfins Mó veis e Madeiras, pois iria transferir a empresa para o
nome de funcioná rios para que empresa nã o entrasse na partilha. Conforme boletim
de ocorrência.

Esclarece que a fá brica possui grande quantidade bens e altos


valores, porém, para enganar até mesmo esse juízo, o requerido nã o utiliza caderno
caixa ou até mesmo contas bancá rias para nã o revelar o real ganho (lucro) da fá brica,
os valores sempre foram guardados em cofres, pois nã o havia movimentaçã o
bancá ria em nome da empresa, haja vista que nã o eram realizados depó sitos dos
lucros, todos os pagamentos e transaçõ es ocorriam e ocorrem manualmente,
portanto no intuito de comprovar o alto faturamento da empresa, estã o em anexo
algumas anotaçõ es das movimentaçõ es de vendas escritas pelo pró prio requerido,
bem como fotos dos maquiná rios e grande quantidade de mó veis fabricados.

E, nestas circunstâ ncias, justamente para preservar os interesses


da divisã o de bens futura, a lei resguardou ao magistrado a hipó tese de restringir esta
possível dilapidaçã o, concedendo-lhe regras processuais para o fito de fazer um
arrolamento do patrimô nio do casal, conforme dispõ e os artigos 855 e 856, do CPC, in
verbis:
Art. 855. Procede-se ao arrolamento sempre que há fundado receio
de extravio ou de dissipaçã o de bens.

Art. 856. Pode requerer o arrolamento todo aquele que tem


interesse na conservaçã o dos bens.

Assim, em vista do fundado receio de dissipaçã o de bens e tendo


a requerente, interesse na conservaçã o dos mesmos, necessá rio que se proceda ao
arrolamento de bens adquiridos na constâ ncia do casamento, conforme descrito no
tó pico nº 4 dessa inicial, bem como suspensã o dos atos em nome do casal bem como
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em nome do requerido, em especial para suspender compra e venda de bens mó veis e
imó veis em nome do requerido sem autorizaçã o da autora bem como suspender
cartõ es de crédito do requerido.

4.2. DO FUMUS BONI IURIS E DO PERICULUM IN MORA

Quanto aos requisitos da medida cautelar, temos a presença do


fumus boni iuris e do periculum in mora, vejamos.

Sobre o fumus boni iuris, tem-se que, o interesse da requerente


na preservaçã o dos bens é legítimo e decorre do seu direito à partilha. Logo, tendo a
requerente, casada com o requerido durante 31 anos, conclui-se que, todo o
patrimô nio adquirido pelo casal através do esforço comum, pertence igualmente à
mesma, tendo ela direito à meaçã o de tais bens, visto que, foram adquiridos na
constâ ncia do casamento, portanto, perfeitamente plausível a presente medida cautelar
de arrolamento de bens.

Quanto ao segundo requisito, a demora na prestaçã o


jurisdicional ocasionará gravame potencial à requerente, visto que, conforme já
abordado em tó pico específico, todo o acervo de bens comuns do casal, estão sob a
administração e posse exclusiva do requerido, os quais encontram-se a maioria em
seu nome, inclusive a empresa da qual figura como proprietá rio, usufruindo
exclusivamente dos frutos advindos da mesma. Desta maneira, existe fundado receio
de que, tomado conhecimento da intençã o da requerente, passe o requerido a dissipar
ou alienar o patrimô nio comum sem qualquer necessidade de anuência da requerente,
sendo que, esses bens serã o alvos de divisã o futura, com a dissoluçã o do casamento. De
igual norte, o requerido poderá transferir a empresa para nome de terceiros, visto que,
que o requerido ameaçou a requerente que se desfaria de todos os bens em comum do
casal, e nã o repassaria os valores auferidos para a autora, assim, o direito da mesma à
meaçã o dos bens encontra-se ameaçado. Soma-se a isto, o fato de que o processo pode
tramitar por vá rios anos, levando a requerente que já se encontra em estado de miséria

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perder todo o patrimô nio conquistado com seu esforço, vindo ficar totalmente
desamparada na velhice.

Logo, no caso ora em aná lise, restam claramente demonstrados


os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora, o que justifica o deferimento
da medida ora pretendida.

Desta feita, a requerente pleiteia, sem a oitiva prévia da parte


adversa, medida cautelar de arrolamento de bens.

4.3. DA MEDIDA CAUTELAR DOS ALIMENTOS TRANSITÓRIOS E


PROVISIONAIS

4.4. DOS ALIMENTOS TRANSITÓRIOS

Quanto aos alimentos transitó rios, apesar de nã o existir expressa


previsã o legal a respeito, têm tido grande receptividade na doutrina e na
jurisprudência, pois consagram o princípio da razoabilidade: o alimentante somente é
obrigado a pagar alimentos enquanto o alimentando os necessitar para estar apto a
manter-se por conta pró pria.
Nã o há como negar que, existindo bens comuns, é irrefutá vel a
necessidade de sua partilha imediata, sendo vedada a administraçã o exclusiva dos bens
por um dos ex-cô njuges, já que a administraçã o do patrimô nio comum da família
compete a ambos os cô njuges, nos termos dos artigos 1.663 e 1.720 do Có digo Civil,
presumindo a lei ter sido adquirido pelo esforço comum do casal.

Por sua vez, quanto aos alimentos devidos entre cô njuges e


conviventes, cabe ressaltar que, quando um deles nã o exerça atividade remunerada, ou
entã o quando um dos cô njuges é privado da administraçã o e posse do patrimô nio
comum, deverá o hipossuficiente receber, até a finalizaçã o da partilha dos bens, uma
pensã o a ser paga pelo hipossuficiente que lhe proporcione manter o mesmo padrã o de
vida que levava na mantença do casamento.

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Portanto, nã o restam dú vidas de que no caso em comento, existe
o direito da requerente à partilha, logo, os alimentos transitó rios devem ser fixados em
favor da mesma que nã o detém a posse direta e a administraçã o dos bens, até que
dirimida a controvérsia judicial, a fim de manter o equilíbrio financeiro e manutençã o
do nível e padrã o social.
Nesse sentido, em 11 de junho de 2013, o STJ julgou o Recurso
Especial 1.287.579/RN, cujo acó rdã o restou assim ementado:
RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE FAMÍLIA. ALIMENTOS. PEDIDO
DE EXONERAÇÃ O. PENDÊ NCIA DE PARTILHA OBSTADA PELO
RECORRIDO. PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. PATRIMÔ NIO COMUM DO
CASAL SOB A EXCLUSIVA POSSE E ADMINISTRAÇÃ O DO
ALIMENTANTE. PECULIARIDADE APTA A ENSEJAR O
RESTABELECIMENTO DA OBRIGAÇÃ O ALIMENTAR ENQUANTO A
SITUAÇÃ O PERDURAR. PERICULUM IN MORA INVERSO. 1. A
obrigação alimentícia deve ser mantida enquanto pendente a
partilha do patrimônio comum do ex-casal manifestamente
procrastinada pelo ex-cônjuge recalcitrante, que se encontra
na exclusiva posse e administração dos bens e não coopera
para que a controvérsia seja dirimida judicialmente. 2. A
prestaçã o alimentícia deve ser proporcional à s necessidades da
beneficiá ria e aos recursos do alimentante (art. 1.694, § 1º, do
Có digo Civil), configurando direito fundamental de grau má ximo
para o alimentá rio, por lhe garantir a existência digna, de modo que
a presença de periculum in mora inverso justifica a medida que
afasta a tutela antecipada. 3. O perigo da demora deve ser avaliado
de forma igualitá ria para ambas as partes. 4. O casamento
estabelece uma plena comunhã o, cujo consectá rio nã o é apenas o
entrelaçamento de vidas, mas também de patrimô nios, que deve ser
entendido com base na igualdade de direitos e deveres dos cô njuges
(art. 1.511 do Có digo Civil), com o fim da vida em comum pela
ausência do â nimo socioafetivo, real motivaçã o da comunicaçã o
patrimonial, há a cessaçã o do regime de bens. 5. A administração
do patrimônio comum da família compete a ambos os cônjuges
(arts. 1.663 e 1.720 do CC), presumindo a lei ter sido adquirido
pelo esforço comum do casal, sendo certo que o administrador
dos bens em estado de mancomunhão tem a obrigação de
prestar contas ao outro cônjuge alijado do direito de
propriedade. 6. Atenta contra a igualdade constitucional conferir
indistintamente, na constâ ncia do casamento, a qualquer dos
consortes a administraçã o exclusiva dos bens comuns, motivo pelo
qual, apó s a ruptura do estado condominial pelo fim da convivência,
impõ e-se a realizaçã o imediata da partilha, que, uma vez obstada,
justifica o restabelecimento da obrigaçã o alimentar transitó ria
enquanto perdurar a situaçã o excepcional. 7. Recurso especial
conhecido e provido. (STJ, Relator: Ministro RICARDO VILLAS BÔ AS
CUEVA, Data de Julgamento: 11/06/2013, T3 - TERCEIRA TURMA).
(Grifamos).

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Os Tribunais pá trios também seguem esse entendimento:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXPLORAÇÃ O EXCLUSIVA DE BEM


COMUM. ALIMENTOS INDENIZATÓ RIOS. POSSIBILIDADE.
MAJORAÇÃ O DOS ALIMENTOS AOS FILHOS. CABIMENTO A
empresa objeto de litígio é bem comum. Logo, os frutos dela
colhidos devem ser partilhados, porquanto os frutos de bem
comum são igualmente comuns (CCB, art. 1.660, V). Cabível a
fixação de alimentos de caráter indenizatório quando um dos
cônjuges encontra-se na posse exclusiva da empresa comum e
da sua exploração retira considerável renda que antes
mantinha a entidade familiar. A parte alimentante aufere
considerável renda com a exploração da empresa do casal. As
filhas do casal, que estã o com 15 e 11 anos de idade, têm
necessidades presumivelmente maiores do que um salá rio mensal.
Logo, presentes as possibilidades da parte alimentante, bem como
as necessidades da parte alimentada, é de rigor a majoraçã o dos
alimentos. DERAM PARCIAL PROVIMENTO. UNÂ NIME. (Agravo de
Instrumento Nº 70027899350, Oitava Câ mara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Rui Portanova, Julgado em 21/05/2009).
(Grifamos).

Importante destacar no julgado supracitado, o seguinte trecho:


“É que a mera circunstância da manifesta e injustificável procrastinação da
partilha dos bens do casal pelo cônjuge varão justifica a determinação de
alimentos transitórios, prestação que configura verdadeiro direito fundamental
da alimentanda, que necessita da verba para a sua sobrevivência digna.” Nesse
mesmo julgado segue ainda: “No mais, no caso concreto, a procrastinação da
partilha pelo cônjuge que goza da exclusiva posse e administração enseja o dever
de responder e prestar contas, diga-se de passagem. Ora, é cediço que o
casamento estabelece a plena comunhão de vida, cujo consectário não é apenas o
entrelaçamento de vidas, mas também de patrimônios, que deve ser entendido
com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges (art. 1.511 do Código
Civil).” (Ministro Ricardo Villas Bô as Cueva, relator do recurso). (Grifamos).

Caso aná logo encontra-se nesse julgado:

“É certo que a comunhão de bens cessa com a separação do


casal. Daí que, se ainda não foi ultimada a partilha do
patrimônio comum, a título de indenização, é facultado ao ex-
cônjuge exigir do outro que está sozinho na posse e uso do
imóvel parcela correspondente à metade da renda de
presumido aluguel. Enquanto não dividido o imóvel,
remanesce a propriedade do casal sobre o bem, mas sob as
regras do instituto do condomínio, tal qual a do art. 1.319 do
CC/2002, que determina a cada condômino responder pelos

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frutos que recebeu da coisa.” (Min. NANCY ANDRIGHI, no REsp
983.450-RS – jul. 02/02/2010, publ. DJe 10/02/2010 -Informativo
421 STJ). (Grifamos).

Ademais, o pará grafo ú nico, do art. 4º da Lei de Alimentos,


dispõ e que, o juiz determinará igualmente que seja entregue ao credor, mensalmente,
parte da renda líquida dos bens comuns, administrados pelo devedor, vejamos:

Art. 4º (...)
Parágrafo único. Se se tratar de alimentos provisórios pedidos
pelo cônjuge, casado pelo regime da comunhão universal de
bens, o juiz determinará igualmente que seja entregue ao
credor, mensalmente, parte da renda líquida dos bens comuns,
administrados pelo devedor. (Grifamos).
Portanto, o caso em comento se encaixa perfeitamente aos casos
julgados, e na mencionada Lei. Frisa-se novamente que, os bens além de estarem a
maioria em nome do requerido, estão exclusivamente sob a sua administração e posse,
não tendo acesso aos bens ou participação aos lucros da empresas. Outrossim, a
requerente não tem o direito de sequer zelar pela manutenção da sua parcela do
patrimônio que auxiliou a construir, logo, faz jus aos alimentos transitórios enquanto
não finalizar a partilha dos bens.

Dessa maneira, a pensã o alimentícia deverá ser paga até que se


ultime a partilha, cuja fixaçã o tem por finalidade precípua garantir uma vida digna à
requerente, pelo seu cará ter de urgência e de necessidade, até que esta possa, a partir
da realizaçã o do direito de meaçã o, construir uma nova vida.

Assim, ante ao exposto, a requerente faz jus aos alimentos


transitó rios, visto que, sua finalidade é propiciar a subsistência da parte menos
favorecida financeiramente com o rompimento da relaçã o, enquanto ela se readapta à
nova realidade e aguarda a partilha de bens, cujos encontram-se sob a posse e
administraçã o direta do ex-consorte.

4.5. DAS NECESSIDADES DA ALIMENTANDA

Conforme abordado, a requerente deixou o mercado de


trabalho em funçã o do casamento e da família, e com a separaçã o de fato, a mesma

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necessita de alimentos e tudo o que é indispensá vel para o seu sustento, vestuá rio,
habitaçã o, alimentaçã o, além de propiciar um pouco de conforto, visto que, possuía
um nível de vida na média dos brasileiros.

Insta consignar que, o requerido apó s a separaçã o de fato nã o


proveu de forma alguma sustento da requerente, já que o mesmo ficou na posse e
administraçã o de todos os bens do casal, porém, desde a separaçã o o mesmo deixou
de prover, razã o pela qual, a concessã o dos alimentos provisionais e transitó rios se
torna imprescindível.

Salienta ainda que a requerente desde da separaçã o descobriu


uma doença nos ová rios e ú tero, e já vem sofrendo algum tempo com essa doença e
sem a possibilidade de nem mesmo dos afazeres domésticos e que nos dias atuais se
agravou ainda mais, descobriu que terá que realizar uma cirurgia por conta dos
nó dulos no ú tero. O requerido nunca se importou com a saú de da requerente que apó s
a separaçã o nã o ajudava nem com as despesas da menor que ficava aos cuidados da
genitora.

Assim, levando em consideraçã o o patrimô nio do casal, e


estando os mesmos sob a administraçã o e posse exclusiva do requerido, e sendo este
só cio proprietá rio de uma microempresa do ramo de marcenaria, percebe
mensalmente uma renda considerá vel, o que lhe permite cumprir com sua obrigaçã o
perante a requerente.

Conforme já mencionado, a Autora não possui renda, e nã o


está trabalhando, e ainda encontra-se impossibilitada devido seu estado de saú de,
salienta ainda que a requerente nunca laborou fora, e que necessita custear as
despesas do lar como (energia elétrica, alimentaçã o, telefone, vestuá rio) e ainda tem as
despesas com remédios, lazer dentre outros, a autora está obtendo ajuda de familiares
e outras pessoas que fizeram doaçõ es de cestas bá sicas para a requerente, as
necessidades da alimentanda ficam perfeitamente demonstradas diante das despesas
fixas mensais inerentes à subsistência da Autora:

ESTIMATIVA DE GASTOS MENSAIS


Luz R$ 200,00

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Telefone/celular R$ 55,00
Alimentação R$ 1.500,00
Dentista R$ 200,00
Farmácia R$ 300,00
Combustível veículo R$ 300,00
Vestuário R$ 300,00
Lazer R$200,00

Total R$ 3.055,00

Excelência vale ressaltar que, esses valores mensais tratam-se


de

uma mera estimativa, e foram calculados de acordo com os gastos mensais da autora
nã o estã o inclusos gastos mensais da filha menor do casal, visto que, em virtude do
requerido realizar a gestã o financeira do casal, era o mesmo quem sempre pagava e
guardava os devidos comprovantes. De maneira que, como se nota, nã o consta no
quadro acima despesas com saú de da requerente bem como de seus filhos.

Ademais, ressalta-se que, se a requerente estivesse na posse de


sua parte legítima do patrimô nio construído pelo casal ao longo de 31 anos de uniã o,
nã o necessitaria dos alimentos do requerido, a mesma teria condiçõ es para manter
ainda mais agora que não se encontra com a saúde em perfeito estado .

Estas despesas acima a família está ajudando a custear. Em


contrapartida o requerido tem renda mensal superior á R$ 20.000,00(Vinte mil reais)
mensais, pois conforme outrora mencionado é autô nomo, micro empresá rio possui
uma fá brica de mó veis de madeira, como forma de provar o alegado anexo ao processo
faturas e movimentaçõ es de cartõ es de crédito do requerido, que esclarece que apenas
no mês de abril de 2020, as faturas totalizam o valor de R$ 12.747,28, conforme
documentos em anexo

Assim, está preenchido o requisito binô mio


NECESSIDADE/POSSIBILIDADE, exigidos pelos arts. 1.694, § 1º do Có digo Civil – que

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autoriza a concessã o/fixaçã o de alimentos para a Autora, que nã o tem recursos
necessá rios à sua manutençã o.

Desta forma, restaram demonstrados os requisitos autorizadores


da concessã o dos alimentos.

Logo, a requerente para sua manutençã o, em padrã o


compatível com que sempre teve, e considerando que, a mesma tem participaçã o na
renda da empresa, de acordo com a sua cota parte, necessita e requer a quantia
mensal de R$ 3.300,00 (três mil e trezentos reais), ou seja referente á 3(três) salá rios
mínimos.

Portanto, tendo em vista que, a renda mensal do requerido é


um valor considerá vel, o que pode perfeitamente ser aferido conforme recibos
anexos nos autos.

4.6. DOS ALIMENTOS PROVISIONAIS

A lei estabelece sabidamente (artigo 1.694 do Có digo Civil de


2002) os parâ metros a serem seguidos para que a prestaçã o de alimentos seja firmada,
devendo atender ao binô mio necessidade/possibilidade, como passará a demonstrar.

Os alimentos provisó rios tem fundamento amparo na Lei


5.478/68 em seu Art. 4º "As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos
provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar
que deles não necessita."

No presente caso dois elementos ficam perfeitamente


caracterizados, a probabilidade do direito e o risco da demora, vejamos:

A PROBABILIDADE DO DIREITO resta caracterizada diante da


demonstraçã o inequívoca do vínculo familiar e de responsabilidade alimentar prevista
no Art. 1.694 do Có digo Civil.

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Já o RISCO DA DEMORA, fica caracterizado pela natureza
alimentar da presente açã o, indispensá vel à subsistência da Autora, ou seja, tal
circunstâ ncia confere grave risco de perecimento do resultado ú til do processo,
conforme leciona Humberto Theodoro Jú nior:

"um risco que corre o processo principal de não ser útil ao


interesse demonstrado pela parte", em razão do "periculum in
mora", risco esse que deve ser objetivamente apurável, sendo que e a
plausibilidade do direito substancial consubstancia-se no direito
"invocado por quem pretenda segurança, ou seja, o "fumus boni iuris"
(in Curso de Direito Processual Civil, 2016. I. p. 366).

Nesse sentido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMPUGNAÇÃ O AO CUMPRIMENTO DE


DECISÃ O. REJEIÇÃ O DA TESE DO ALIMENTANTE PARA QUE OS
ALIMENTOS PROVISÓ RIOS ARBITRADOS EM FAVOR DA FILHA
INCIDAM DA CITAÇÃ O. DIES A QUO QUE DEVE OBSERVAR A DATA
DO ARBITRAMENTO. EXEGESE DO ARTIGO 4º DA LEI N.
5.478/1968. PRECEDENTES DESTA CORTE. INTERLOCUTÓ RIO
MANTIDO. "Ao contrá rio dos alimentos definitivos, ou seja, aqueles
fixados na sentença - os quais, a teor do art. 13, § 2º, da Lei
5.478/68, são devidos a partir da citação do devedor -, os
alimentos provisórios, fixados liminarmente, são passíveis de
exigibilidade a partir de seu arbitramento, pois visam atender,
desde logo, as necessidades do alimentado" (TJSC, Agravo de
Instrumento n. 2013.044826-2, Des. Elá dio Torret Rocha, j.
3/4/2014). RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJSC, Agravo
de Instrumento n. 4011281-46.2017.8.24.0000, da Capital, rel. Des.
Selso de Oliveira, Quarta Câ mara de Direito Civil, j. 28-02-2019).

No tocante aos alimentos provisionais em favor da requerente, a


obrigaçã o alimentar do requerido decorre do dever de mú tua assistência prevista na
Legislaçã o Substantiva Civil.

Desta forma, dispõ e o art. 1694 e 1695, ambos do Có digo Civil, a


possibilidade e a necessidade da obtençã o de alimentos de que necessite a ex-
companheira, para atender as suas necessidades, in verbis:

Art. 1.694 – Podem os parentes, os cô njuges ou companheiros pedir


uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo
compatível com a sua condiçã o social, inclusive para atender à s
necessidades de sua educaçã o.

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Art. 1.695 - Sã o devidos os alimentos quando quem os pretende nã o
tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à pró pria
mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem
desfalque do necessá rio ao seu sustento.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem dado


atençã o à questã o dos alimentos para ex-cô njuges, considerando a obrigaçã o uma
exceçã o à regra, incidente apenas quando configurada a dependência do outro ou a
carência de assistência alheia.

Vale destacar que autora possui pouco estudo, nã o possui


nenhuma experiência profissional, bem como nã o possuiu um emprego formal. A
autora passou mais de 30 anos aos cuidados de toda a família e do requerido, sem se
profissionalizar, fato este que dificulta a inserçã o no mercado de trabalho. Insta
salientar ainda que a requerente já possui uma idade de 51 anos, e é mais complicado
para se enquadrar em um emprego, já que possui uma idade considerá vel para
ingressar no mercado de trabalho, tendo em vista que nos tempos de hoje as empresas
estã o bem exigentes, buscam sempre um profissional com a melhor classificaçã o.

E ainda cabe frisar que nesse momento de pandemia de corona


vírus muitos empresá rios estã o passando por momentos dificuldades onde
desencadeou demissõ es em massa e até mesmo o fechamento de estabelecimentos,
fato este que exclui totalmente a possibilidade de novas contrataçõ es, ainda mais para
uma pessoa sem experiência.

Nas palavras da doutrinadora Maria Berenice Dias:

"O fundamento do dever de alimentos se encontra no princípio


da solidariedade, ou seja, a fonte da obrigação alimentar são os
laços de parentalidade que ligam as pessoas que constituem uma
família, independentemente de seu tipo: casamento, união estável,
famílias monoparentais, homoafetivas, socioafetivas (eudemonistas),
entre outras." (Maria Berenice Dias, Manual de Direito das Famílias -
Ediçã o 2017, e-book, 28. Alimentos).

Ou seja, o direito a alimentos busca preservar o bem maior da


vida e assegurar a existência do indivíduo que depende deste auxílio para sobreviver.

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Assim, tendo em vista que, a requerente nã o possui emprego,
conforme có pia da Carteira de Trabalho em anexo, tampouco uma fonte de renda, pois,
é privada da participaçã o dos lucros das empresas em comuns ao casal, imprescindível
se faz a concessã o dos alimentos provisionais. E, considerando que, tanto os bens,
quanto os rendimentos estã o sob o domínio exclusivo do requerido, torna-se sua
obrigaçã o ajudar no sustento da requerente, visto que, possui perfeitamente condiçõ es
financeiras
para tal, ante o lucro mensal da empresa.
Nesse sentido, o art. 854, pará grafo ú nico do CPC, autoriza o
pagamento de uma mensalidade para sua sobrevivência e mantença, intimando-se o
suplicado para seu pagamento, sob as penas da lei, in verbis:

Art. 854. Na petiçã o inicial, exporá o requerente as suas


necessidades e as possibilidades do alimentante.
Pará grafo ú nico. O requerente poderá pedir que o juiz, ao despachar
a petiçã o inicial e sem audiência do requerido, lhe arbitre desde
logo uma mensalidade para mantença.

Dessa maneira, para a fixaçã o dos alimentos provisionais e


transitó rios, deverá ser levado em conta o patrimô nio adquirido pelo casal com o
esforço comum, a residência da família, os carros que possuem, entre tantas outras
evidências que serã o comprovados por meio de fotografias e documentos.

4.7. DAS POSSIBILIDADES DO REQUERIDO

Quanto à possibilidade do requerido prestar alimentos à


requerente, no valor exigido por suas necessidades, basta que se considere o
patrimô nio adquirido pelo casal através do esforço comum, e a vida por eles levada, e,
igualmente, por estarem os bens e os rendimentos sob a posse exclusiva do requerido.

Frisa-se que, o requerido é um microempresário com poder


econômico elevado, e analisando a extensa relação de bens comuns ao casal e os
rendimentos auferidos pelas empresas, conclui-se que, goza de boa saúde financeira.

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Isto posto, para maiores informações acerca dos rendimentos do
requerido, bem como o faturamento das empresas e relação de todos os bens, pode o juiz,
requerer junto as repartições públicas, tais como Detran, Cartórios, Receita Estadual,
entre outros, inclusive do imposto de renda pessoa física e jurídica, junto a Receita
Federal, conforme disposto no artigo 20 da Lei nº 5.478/68, in verbis:

Art. 20. As repartiçõ es pú blicas, civis ou militares, inclusive do


Imposto de Renda, darã o todas as informaçõ es necessá rias à
instruçã o dos processos previstos nesta lei e à execuçã o do que for
decidido ou acordado em juízo.

Portanto, analisando a relaçã o de bens, nã o restam dú vidas de


que o requerido possui condiçõ es de, sem o menor sacrifício, pagar a requerente
pensã o alimentícia que atenda à s suas necessidades, considerando a vida média se
viver e o que sempre mantiveram.

Dessa maneira, ante ao fato da requerente nã o exercer atividade


lucrativa, e ser privada de participaçã o da sua cota parte nos lucros da empresa e
administraçã o de seu patrimô nio, a mesma encontra-se, no momento, sem qualquer
fonte de renda, nã o tendo condiçõ es de arcar com as despesas necessá rias para sua
sobrevivência.
Logo, a obtençã o de alimentos provisionais e transitó rios é
imprescindível, até mesmo para que possa exercer seu direito de manter o mesmo
nível e padrã o de vida que sempre teve.

4.8. DO FUMUS BONI IURIS E DO PERICULUM IN MORA QUANTO AOS


ALIMENTOS

É sabido que, sã o requisitos da medida cautelar a presença do


fumus boni iuris e do periculum in mora.

Sobre o fumus boni iuris, tem-se que, conforme já abordado, a


requerente e o requerido conviveram sob a égide jurídica do casamento desde o ano de

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1986, conforme Certidão de Casamento anexo, portanto, é perfeitamente plausível a
presente medida cautelar de alimentos provisionais e transitórios.

Além do mais, a requerente está há muitos anos fora do mercado


de trabalho, pois abriu mão do mesmo para cuidar da família e do casamento, e diante
disso, encontra-se, no momento sem emprego, conforme có pia da Carteira de Trabalho
em anexo e sem qualquer outra fonte de renda. Frisa-se que, a renda na época da
convivência com o requerido, advinha dos lucros da empresa do casal, as quais estã o
unicamente em nome do requerido, sendo a mesma administrada exclusivamente por
ele. Assim, a renda auferida está sendo usufruída exclusivamente pelo requerido, no
entanto, a empresa é bem comum do casal, logo, os frutos dela colhidos devem ser
partilhados, porquanto os frutos de bem comum sã o igualmente comuns. Portanto,
como se vê, a requerente está pleiteando apenas o que é seu por direito, nada, além
disso, pois estes alimentos sã o frutos do patrimô nio da pró pria requerente.

No que tange ao segundo requisito, a demora na prestaçã o


jurisdicional ocasionará gravame potencial à requerente, visto que, até a finalizaçã o da
dissoluçã o do divó rcio e a partilha dos bens, esta necessita urgentemente de subsídios
para sua sobrevivência, haja vista que, atualmente, além de nã o possuir emprego ou
qualquer outra fonte de renda encontra-se com sérios problemas de saú de, o requerido
sequer está provendo o mínimo para o seu sustento.

Portanto, demonstrados o fumus boni juris e o periculum in mora,


imprescindível se faz a concessã o dos alimentos provisionais e transitó rios, o que
requer desde já .

4.9. DOS ALIMENTOS/ DA GUARDA DOS FILHOS E VISITAÇÃO DA


MENOR

A dissoluçã o do casamento em nada pode interferir na criaçã o e


no desenvolvimento dos filhos, já que trata-se de interesse e obrigaçã o recíproca do
casal para fins deste desenvolvimento, devendo, portanto, ser prestada por quaisquer

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uma das partes com auxílio um do outro, cabendo a ambos os genitores estarem aptos
a exercer o poder familiar.

Desta maneira, estabelecem as partes que os filhos do casal


ficarã o sob a guarda unilateral que esclarece em tó pico específico, passando a menor
Mayara Spier Lauermann, a residir exclusivamente com a genitora.
4.10. DA GUARDA

Inicialmente cumpre destacar que o direito busca,


precipuamente, resguardar os direitos e interesses do menor, devendo ser conduzida a
presente açã o ao fim de atendê-los.

A legislaçã o brasileira, em atençã o à s necessidades dos menores,


previu no Có digo Civil, em seu artigo 1.583 as condiçõ es mínimas que genitor deve
prover para que a guarda lhe seja atribuída, in verbis:

Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. § 1º


Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos
genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5º) e, por
guarda compartilhada a responsabilizaçã o conjunta e o exercício de
direitos e deveres do pai e da mã e que nã o vivam sob o mesmo teto,
concernentes ao poder familiar dos filhos comuns.

Dessa forma, deve-se definir a guarda com primordial atençã o


aos interesses do menor, conforme assevera ampla jurisprudência:

"A guarda deve atender, primordialmente, ao interesse da


menor. No caso, estando a menor sob os cuidados da família de uma
amiga de infância, situação sui generis, e não demonstrando interesse
em conviver com a mãe e nem com o pai, não há justificativa para a
concessão da guarda paterna." (Apelaçã o Cível Nº 70075548941,
Sétima Câ mara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liselena
Schifino Robles Ribeiro, Julgado em 22/11/2017).

Dessa forma, a guarda deve ser conduzida conforme os termos e


condiçõ es a seguir.

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4.11. DA GUARDA UNILATERAL

Nã o obstante a orientaçã o pela guarda compartilhada instituída


pela Lei 13.058/14, cabe ao Magistrado a sensibilidade de conceber que nã o se trata de
uma regra absoluta, afinal, se os nã o possuem uma relaçã o saudá vel, nã o terã o
condiçõ es de conduzir uma guarda compartilhada.

No presente caso, a negligência por parte do pai na conduçã o da


educaçã o da filha fica perfeitamente demonstrada diante de fatos em que a pró pria
adolescente relata, que ao visitar o pai no qual se encontrava-se em sua casa com uma
namorada bem mais jovem, e esta jovem fazia uso de entorpecente no local na casa do
requerido, a suposta namorada, indagou a menor pelo fato de ter sumido uma porçã o
de drogas do local onde a mesma havia deixado, a menor assustada relatou para sua
genitora os fatos ocorridos, que deixou a requerente em extrema preocupaçã o.

No presente caso, nã o presentes os requisitos necessá rios à boa


convivência familiar a justificar a guarda compartilhada, o deferimento da guarda
unilateral é medida necessá ria.

Nesse sentido, busca a intervençã o deste judiciá rio, a fim de que


as crianças detenham uma vida digna com aquele que possa lhe prover as melhores
condiçõ es.

No presente caso, a guarda em favor da mã e é a que melhor


atende os interesses da menor, entendimento diferente só pode ocorrer em casos
extremos, conforme leciona a doutrina sobre o tema:

"No entender de Sílvio de Salvo Venosa, a mãe, costumeiramente, é


mais apta, e teria melhores condições de exercer a guarda dos
filhos de tenra idade, devendo, somente em casos muito
extremos, ser dela retirada (...)." (MADALENO, Rolf. MADALENO,
Ana Carolina Carpes. Síndorme da alienação parental. Importância
da detecção. 5ª ed. Forense: 2017. Kindle edition. p. 626).

Nesse sentido, confirmam os precedentes sobre o tema:

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APELAÇÃ O. AÇÃ O DE MODIFICAÇÃ O GUARDA. MELHOR
INTERESSE DA CRIANÇA. Sobreposiçã o à inovaçã o trazida pela Lei
13.058/2014, que instituiu o regime da guarda compartilhada. A
preferência estabelecida pelo tipo legal nã o se confunde com a
aplicaçã o do princípio do melhor interesse da criança. Portanto, até
que o estado latente de beligerâ ncia entre os genitores nã o seja
efetivamente superado, nã o se vislumbra cogitar a adoçã o da
guarda compartilhada, pois sua incidência pressupõ e respeito ao
disposto no art. 227 da Constituiçã o Federal, sendo certo que o
apelante pretende exclusivamente a inversã o da guarda unilateral a
seu favor. Elementos fá tico-probató rios que indicam que a genitora
goza de melhores condiçõ es para o exercício da guarda unilateral,
nã o havendo comprovaçã o de maus tratos à infante ou situaçã o de
abandono. Cuidados dispensados pela avó materna, em
complementaridade com a genitora, sã o salutares ao
desenvolvimento da criança. Eventual descumprimento de regime
de guarda pactuado apó s a propositura desta demanda que deve ser
objeto de cumprimento de sentença. RECURSO NÃ O PROVIDO.
(TJSP; Apelaçã o Cível 1001802-91.2017.8.26.0140; Relator (a):
Rosangela Telles; Ó rgã o Julgador: 2ª Câ mara de Direito Privado;
Foro de Chavantes - Vara Ú nica; Data do Julgamento: 28/05/2012;
Data de Registro: 03/02/2020).

Diante todo o exposto, diante dos fatos narrados e das provas


aqui apresentadas, a oitiva de testemunhas que se faz necessá ria além do depoimento
da menor a fim de averiguar de fato quais as condiçõ es ideais para melhor atendê-los,
resta demonstrada a inviabilidade da guarda compartilhada e que seja deferida a
guarda unilateral em favor da genitora.

4.12. DA ALIENAÇÃO PARENTAL

Conforme já citado a cima o genitor tenta de diversas formas


denegrir a genitora, no presente caso, ocorre uma violaçã o psicoló gica da menor, em
que o genitor relatou para a menor que nã o estava realizando os pagamentos de
alimentícia em favor da menor, por culpa exclusiva da genitora, bem como diversas
histó rias inverídicas que o genitor relatava a menor para provocar desavenças entre a
menor e sua genitora, é de suma importâ ncia que seja reconhecida a ocorrência de
alienaçã o parental, situaçã o abusiva que afasta cada vez mais a relaçã o com as crianças,
devendo ser coibida.

De clara redaçã o, prevê o art. 2º da Lei nº 12.318/2010, que


dispõ e sobre a alienaçã o parental:

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Art. 2º Considera-se ato de alienação parental a interferência na
formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou
induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a
criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância
para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento
ou à manutenção de vínculos com este.
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental,
além dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia,
praticados diretamente ou com auxílio de terceiros:
I - realizar campanha de desqualificaçã o da conduta do genitor no
exercício da paternidade ou maternidade;
II - dificultar o exercício da autoridade parental;
III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor;
IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência
familiar;
V - omitir deliberadamente a genitor informaçõ es pessoais
relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares,
médicas e alteraçõ es de endereço;
VI - apresentar falsa denú ncia contra genitor, contra familiares
deste ou contra avó s, para obstar ou dificultar a convivência deles
com a criança ou adolescente;
VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando
a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro
genitor, com familiares deste ou com avó s.

Neste caso, fica perfeitamente demonstrada mediante a


reiteradas atitudes do genitor.

Tais atitudes possuem consequências gravíssimas, em notó ria


caracterizaçã o da alienaçã o parental.

Nos termos do art. 3º da Lei nº 12.318/2010, "A prática da


alienação parental fere direito fundamental da criança ou do adolescente de convivência
familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas relações com genitor e com o
grupo familiar, constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e
descumprimento dos deveres à autoridade parental decorrentes de tutela ou guarda".

Assim, considerando a busca pelo melhor interesse da criança e


o dever dos pais de garantir o bem-estar da menor, inequívoco que o ideal, neste
momento, é o deferimento do presente pedido para fins de seja resguardado a saú de
mental da menor que já está apresentando problemas psicoló gicos.

Por todo exposto, fica demonstrada a grave situaçã o de risco da

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menor, devendo ser imediatamente combatida.

4.13. DOS ALIMENTOS


Apó s o requerido ter deixando a requerente em um estado de
miserabilidade, pois o mesmo nã o deixou nenhum valor para que a autora pudesse
comprar alimentos e pagar as despesas do lar como forma de punir a requerente, o
requerido informou que se a autora nã o fizesse de acordo com que o requerido impor
nã o iria pagar os alimentos para a filha, salienta que o requerido afirmou ainda, que a
menor poderia passar fome que o mesmo nã o estava se importando.

O Requerido nunca aceitou realizar o divó rcio consensualmente


tã o pouco a partilha de bens, e pagava apenas um valor irrisó rio de pensã o alimentícia
para a filha menor do casal, como forma de punir a requerente desde de abril de 2020
nã o vem efetuando o pagamento dos alimentos para a menor. A requerente passa
muitas dificuldades com a filha, pois a criança faz tratamento de Transtorno do Déficit
de Atençã o e Hiperatividade (TDAH) e diabetes, e o tratamento com consultas com
valores altos e uma alimentaçã o especial devido a doença de diabetes.

O dever alimentar deriva do princípio da dignidade da pessoa


humana, inserto no artigo inaugural da Carta Magna, em seu inciso III, como anota com
irretocá vel propriedade CRISTIANO CHAVES DE FARIAS:

"reside na própria afirmação da dignidade da pessoa humana o


fundamento axiológico da obrigação alimentícia...". (FARIAS,
2006, p.136).

Ainda em sede constitucional, os fatos apresentados vinculam-se


ao pedido principal encontrando respaldo nos termos do artigo 229 da Constituiçã o
Federal:

“Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos


menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os
pais na velhice, carência ou enfermidade.”

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A legislaçã o infraconstitucional consagra a imperatividade do
dever alimentar, firmado no artigo 1.694 do Có digo Civil:

“Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros


pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver
de modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.”

Portanto, o dever de sustento é vinculado ao poder familiar.


Assim sendo, é dever incontroverso dos pais prestar aos filhos tudo o que é necessá rio
para torná -los um ser em condiçõ es de viver e de se desenvolver, conforme se infere do
disposto no artigo 1.566, inciso IV, do Có digo Civil.

“Art. 1566. São deveres de ambos os cônjuges:


[...]
IV – Sustento, guarda e educação dos filhos;”

Ademais, a açã o de alimentos é disciplinada pela Lei nº


5.478/68,
de rito especial, sendo utilizada sempre e desde que provada a obrigaçã o de alimentar
do devedor, seja em decorrência do parentesco, seja em decorrência do poder familiar.
É o que prevê o seu artigo 2º, onde se lê que o credor "...exporá suas necessidades,
provando apenas, o parentesco ou a obrigação de alimentar ao devedor...".

Apó s analisadas todas as circunstâ ncias que cercam a presente


demanda, importa adentrar num tema de grande relevâ ncia, a responsabilidade pelos
Alimentos.

A lei estabelece sabiamente os parâ metros a serem seguidos


para que a prestaçã o de Alimentos seja firmada, devendo atender ao binô mio
Necessidade/Possibilidade.

Nas palavras da doutrinadora Maria Berenice Dias:

"O fundamento do dever de alimentos se encontra no princípio


da solidariedade, ou seja, a fonte da obrigação alimentar são os

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laços de parentalidade que ligam as pessoas que constituem uma
família, independentemente de seu tipo: casamento, união estável,
famílias monoparentais, homoafetivas, socioafetivas (eudemonistas),
entre outras." (Maria Berenice Dias, Manual de Direito das Famílias -
Ediçã o 2017, e-book, 28. Alimentos).

Ou seja, o direito a alimentos busca preservar o bem maior da


vida e assegurar a existência do indivíduo que depende deste auxílio para sobreviver.

A criança tem resguardada os direitos inerentes à pessoa


humana no escopo dos artigos 227 e 229 da Constituiçã o Federal/1988:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à


criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saú de, à alimentaçã o, à educaçã o, ao lazer, à
profissionalizaçã o, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e comunitá ria, além de colocá -los a salvo de
toda forma de negligência, discriminaçã o, exploraçã o, violência,
crueldade e opressã o.

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos


menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os
pais na velhice, carência ou enfermidade.

Trata-se de proteçã o disposta ainda no Estatuto da Criança e


pelo Có digo Civil que nã o exclui a responsabilidade de ambos os pais na manutençã o e
desenvolvimento da criança, mesmo diante da separaçã o:

Art. 1.579. O divó rcio nã o modificará os direitos e deveres dos pais


em relaçã o aos filhos.

Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua


situaçã o conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste
em, quanto aos filhos:

Art. 1.695. Sã o devidos os alimentos quando quem os pretende nã o


tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à pró pria
mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem
desfalque do necessá rio ao seu sustento.

Art. 1696. O direito a prestaçã o de alimentos é recíproco entre pais


e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigaçã o
nos mais pró ximos em grau, uns em falta de outros.

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A jurisprudência, assegurando este direito destaca:

ALIMENTOS. FIXAÇÃ O. Açã o ajuizada pela filha em face do pai.


Sentença de parcial procedência. Apelo do réu buscando a reduçã o
dos alimentos. Binômio necessidade-possibilidade. Presunção
da necessidade da filha menor. Ausência de comprovaçã o de
despesas extraordiná rias que impeçam o pagamento do
pensionamento já fixado em valor baixo. Princípio da paternidade
responsá vel. Valor dos alimentos mantido. Base de cá lculo.
Adicionais que possuem natureza salarial (remunerató ria).
Incidência da porcentagem devida. Precedentes. Verbas de natureza
indenizató ria nã o incorporam a remuneraçã o. Participaçã o nos
lucros e resultados possui natureza indenizató ria. Precedentes do
STJ. Exclusã o que se impõ e. Sentença alterada. Recurso provido em
parte. (TJSP; Apelaçã o Cível 1005162-92.2017.8.26.0347; Relator
(a): Mary Grü n; Ó rgã o Julgador: 7ª Câ mara de Direito Privado; Foro
de Matã o - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento: 04/02/2020; Data de
Registro: 04/02/2020).

O binô mio necessidade/possibilidade resta evidenciado nos


autos, considerando que a filha, já está entrando na adolescência, possui inú meras
necessidades, um divisor de á guas para à quelas, isto porque o dever paterno vai além
da simples manutençã o da vida da filha, exigindo o suporte na construçã o de uma vida
digna de seu descendente, em especial no suporte à formaçã o escolar, que nã o devem
se preocupar com coisas que poderiam estar sendo ofertadas pelo genitor, pois o
mesmo aufere renda superior a R$ 20.000,00 (Vinte mil reais) mensais.

Assim, considerando que o Genitor têm condiçõ es de ajudar a


filha, e deve garantir a sua subsistência.

Desta forma, mister se faz que sejam fixados os alimentos no


montante equivalente a 2(dois) salá rios mínimos, como existe provas irrefutá veis dos
valores recebidos é sempre uma média ou maior que R$ 20.000,00 (Vinte mil reais), e
existe uma filha pré-adolescente para ampara, seja sentenciado, em sede de alimentos,
a pagar o valor de 2(dois) salá rios mínimos para atender as necessidade bá sicas da
filha.

4.14. DA TUTELA DE URGÊNCIA

No presente caso, é preciso especial urgência na aná lise do


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pedido, em razã o dos riscos envolvidos.

A Autora vem sofrendo violência doméstica, sendo necessá rio o


imediato deferimento do afastamento do lar, conforme os boletins de ocorrências em
anexo.

A reclamante já tentou o divó rcio consensual com o requerido


onde a autora deu entrada no Nú cleo de soluçõ es e Conflitos de Sinop-MT, no dia 17
de dezembro de 2019, sem obter êxito por veemente negativas do requerido. Cabe
ressaltar ainda que o Requerido vem ameaçando a autora, que realizou diversas
denú ncias na delegacia de polícia civil de Sinop-MT, que inclusive uma denú ncia na
(Delegacia da mulher) - Boletim de Ocorrência Nº2020.91722 registrado no dia
08/04/2020 as 10:04 anexado aos autos, o fato ocorreu no dia 03/12/2019, onde foi
determinado MEDIDA PROTETIVA. Por motivos de ameaças constantes, inclusive de
morte, o requerido utilizando-se de chantagens e negando-se a realizar divisã o dos
bens em comum do casal com a autora.

Portanto, considerando os fatos narrados, ficam perfeitamente


caracterizados os requisitos para o enquadramento à Lei Maria da Penha, quais sejam:

 VIOLÊNCIA: violência baseada em relaçã o íntima de afeto;

 DA VULNERABILIDADE: motivaçã o de gênero ou situaçã o de vulnerabilidade;

 DO ÂMBITO FAMILIAR E DOMÉSTICO: a agressã o de ter se dado em ambiente


familiar ou da unidade doméstica;

A Lei 11.340/06, ao dispor sobre a aplicaçã o de suas normas, faz


referência nã o apenas à violência física ou corporal, mas também à violência
psicoló gica, in verbis:

Art. 7º Sã o formas de violência doméstica e familiar contra a

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mulher, entre outras: (...) II - a violência psicoló gica, entendida
como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e
diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o
pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas
ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento,
vigilância constante, perseguição contumaz, insulto,
chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito
de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à
saúde psicológica e à autodeterminação; (...) V - a violência
moral, entendida como qualquer conduta que configure
calúnia, difamação ou injúria.

A submissã o por anos à agressõ es morais chegaram ao limite de


amedrontar a vítima a ponto de cortar laços familiares e de amizade pelas reiteradas
ameaças, humilhaçõ es e rebaixamento de sua dignidade.

A estratégia de diminuir a vítima tem como ú nico intuito de


impedi-la de tomar as rédeas da situaçã o e manter-se inerte à s agressõ es, o que
justifica os anos submetidas a tal situaçã o.

Portanto, nã o obstante à ausência de agressã o física, faz-se


necessá ria a imediata e eficiente intervençã o estatal a fim de viabilizar medidas
protetivas adequadas ao caso concreto.

No presente caso, trata-se de cô njuge a vítima, enquadrando-se


ainda no art. 129, § 9º do Có digo penal, bem como sempre residiram no mesmo lar,
salienta que ainda residem no mesmo lote, em perfeito enquadramento à Lei Maria da
Penha.

O Requerido vem dilapidando o patrimô nio conforme já citado


em tó pico específico, comprovados por fotos fotos e docs em anexo, por conta de todo
exposto o requerido realiza vá rias ameaças a requerente, fato que a autora nã o
concordar com a venda dos bens, o requerido utiliza-se de vá rias artimanhas para
ameaçar a requerente inclusive os filhos e até a menor para obrigar a autora assinar
documentos para autorizaçã o da venda dos bens, salientando ainda que o mesmo
nunca repassou nenhum valor dos bens já dilapidados para autora.

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Em uma certa ocasiã o o requerido arrombou a casa da
requerente para furtar os documentos de uma caminhonete que se encontrava-se em
nome e posse da autora, apó s realizar a venda do bem inclusive o mesmo faz diversas
ameaças para que a mesma assine o documento de transferência do bem para um
terceiro, e dessa venda nunca realizou o pagamento de nenhum valor do bem para a
requerente. Conforme boletim de ocorrência em anexo.

A requerente sofre problemas seríssimos de saú de ainda sofre


com problemas psicoló gicos a mesma encontra-se esgotada, e sem forças para lutar por
seus direitos, por conta das ameaças constantes do requerido, conforme laudo anexos.

O abalo psicoló gico faz um estrago na vida de qualquer pessoa, a


requerente vem sofrendo de depressã o por nã o aguenta mais tanta humilhaçã o,
destrato, xingamentos, ameaças de todas maneiras em que se imaginar, a violência
psicoló gica destró i por dentro vai mantando aos poucos, portanto nã o podemos fechar
os olhos e deixar mais uma vítima de violência física e psicoló gica virar estatística em
nosso país, nossas mulheres estã o sendo mortas e nó s estamos todos calados, na
humildade do meu pensar como ser humano, sei que DEUS vai tocar no coraçã o desse
nobre julgador e vai fazer justiça aqui na terra, nã o vai deixar mais uma vítima mulher
sofrer, por conta da ambiçã o do machismo de um certo homem.

Portanto sendo necessá rio o deferimento da tutela de urgência


para fins de imediata resguardar a requerente e proteger essa vítima.

Nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será


concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo."

No presente caso tais requisitos sã o perfeitamente


caracterizados, vejamos:

A PROBABILIDADE DO DIREITO resta caracterizado pelo

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direito da parte em obter o divó rcio. Assim, conforme destaca a doutrina, nã o há razã o
ló gica para aguardar o desfecho do processo, quando diante de direito inequívoco:

"Se o fato constitutivo é incontroverso não há racionalidade em


obrigar o autor a esperar o tempo necessário à produção da provas
dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos, uma vez que o
autor já se desincumbiu do ônus da prova e a demora inerente à
prova dos fatos, cuja prova incumbe ao réu certamente o beneficia."
(MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de Urgência e Tutela da
Evidência. Editora RT, 2017. p.284)

Já o RISCO DA DEMORA, fica caracterizado pela periculum in


mora, ou seja, tal circunstâ ncia confere grave risco de perecimento do resultado ú til do
processo, conforme leciona Humberto Theodoro Jú nior:

"um risco que corre o processo principal de não ser útil ao


interesse demonstrado pela parte", em razão do "periculum in
mora", risco esse que deve ser objetivamente apurável, sendo que e a
plausibilidade do direito substancial consubstancia-se no direito
"invocado por quem pretenda segurança, ou seja, o "fumus boni iuris"
(in Curso de Direito Processual Civil, 2016. I. p. 366).

Por fim, cabe destacar que o presente pedido NÃO caracteriza


conduta irreversível, nã o conferindo nenhum dano ao réu.

Diante de tais circunstâ ncias, é inegá vel a existência de fundado


receio de dano irrepará vel, sendo imprescindível o afastamento do requerido da
autora, bem como o bloqueio dos bens em nome do casal, nos termos do Art. 300 do
CPC.

4.15. DA NECESSIDADE DE TUTELA ANTECIPADA

O art. 273 do NCPC, dispõ e que o juiz poderá , a requerimento da


parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido da
inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da
alegaçã o e haja fundado receio de dano irrepará vel ou de difícil reparaçã o ou fique
caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propó sito protelató rio do
réu.”

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In casu, os documentos constantes da inicial demonstram de
forma inequívoca do casamento havido entre a Requerente e o Requerido no período
de 31 anos no que diz respeito aos alimentos, a verossimilhança e o risco de dano
irrepará vel ou difícil reparaçã o está na incontestá vel do casamento vivido entre os
Conviventes, bem como na ausência de renda por parte da Autora, pois, o Réu nã o a
deixou trabalhar, restando necessá rio os alimentos para seu sustento e sobrevivência
em face de nã o ter hoje renda alguma.

Também é necessá rio o bloqueio das contas bancá rias se houver,


cadernetas de poupanças e demais investimentos do Réu para que nã o ocorra prejuízo
à Autora na partilha de bens.

5. DOS BENS A PARTILHAR

O casamento durou longo desses 31 anos, amealharam através


do esforço comum, um só lido patrimô nio material e uma situaçã o financeira
considerá vel. Para ter-se uma ideia mais clara da situaçã o patrimonial, só na
constâ ncia do casamento, e, portanto, dentre os bens adquiridos pelo casal, segue-se a
lista dos mesmos, frisando que se trata de uma relaçã o preliminar, assim, podem existir
outros bens:

1) Imó vel Urbano, situado no Loteamento Campo Verde


Quadra04, Lote 11, com á rea de 2.000,00m², devidamente registrada no Cartó rio do
1º Ofício de Registro de Imó veis de Sinop-MT sob a matrícula nº 60.658 em nome do
casal, conforme certidã o da matrícula em anexo;

2) Imó vel Urbano, Residencial Jardim Araguaia com á rea de


300m², localizado na Quadra 15, Lote 15, da cidade de Sinop-MT, devidamente
registrado no Cartó rio do 1º Ofício de Registro de Imó veis de Sinop-MT sob a
matrícula nº 63.450, em nome do requerido, conforme certidã o da matrícula em
anexo;

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3) Veículo: Caminhonete Ford F1000 HSD XL, ano 1997/1997
Placa: KAQ 8990 na cor Azul, em nome da requerente, no qual o ex-marido vendeu
sem sua autorizaçã o e nã o passou nenhum valor do bem para a requerente, se nã o
bastasse ainda, o requerido pulou o muro da residência entrou na casa da requerente,
onde teve acesso ao documento da caminhonete sem o consentimento da requerente
conforme boletim de ocorrência em anexo, o requerido vendeu o bem acima citado
sem o consentimento da requerente e nã o passou nenhum valor da venda para a
parte autora.

4) Veículo: Prisma Joy, ano 2009/2010, Placa: ARN 2427, na


cor vermelha, em nome do requerido, o requerido vendeu o bem sem o
consentimento da requerente e também nã o passou nenhum valor para requerida,
doc anexo e fotos.

5) Veículo: Gol Bola, ano 1996/1996, na cor vermelha, no qual


o requerido vendeu o veículo e entregou para a requerente apenas uma nota
promissó ria no valor de R$ 8.000,00 (Oito mil reais), nã o passando novamente
nenhum valor do bem para requerente.

6) Veículo: Moto Biz 125, na cor azul, no qual o requerido


vendeu o veículo e entregou para a requerente apenas uma nota promissó ria no valor
de R$ 8.000,00 (Oito mil reais), nã o passando novamente nenhum valor do bem para
requerente. A requerente nã o detém de documentos do veículo nem ao menos fotos
do bens apenas a confissã o da dívida do requerido com o repasse da nota promissó ria
anexado ao processo.

7) Veículo: Ford Focus 1.6L HA, ano 2005/2006, Placa: KAF


5635, na cor preta, em nome de Mychel Adriano Lauermann filho do casal, e
encontra-se em posse o requerido. Doc anexo.

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8) Veículo: Moto XTZ que a requerente nã o possui a
documentaçã o nem mesmo os dados da mesma, somente a foto em anexo, foi a que o
ex-marido presenteou a amante. Fotos em anexo. Para comprovar o alegado através
de testemunhas.

9) Veículo: Moto CG Titan Fan 150 ESDI, ano 2014/2014, Placa:


NJW 7074, na cor Azul, em nome de terceiros Diego Roberto Angelo da Silval, nã o
encontra em posse da requerente nem do requerido. Doc anexo.

10) 99% do capital social da empresa Fá brica de mó veis de


madeira Fá brica de mó veis de madeira – Marfins Mó veis de Madeiras, localizada no
endereço Loteamento Campo Verde Quadra 04, Lote 11, onde o requerido fabrica
mó veis de madeira, a autora nã o detém da documentaçã o da empresa;

5.1. DA PARTILHA

Considerando o regime de comunhã o parcial de bens adotado,


comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constâ ncia do casamento, nos
termos do Art. 1658 do Có digo Civil.

5.2. DAS DÍVIDAS

Tendo em vista que, a requerente nã o tem acesso, tampouco


conhecimento acerca das dívidas que foram contraídas na constâ ncia do casamento,
pois como já dito, toda a gestã o financeira e patrimonial era realizada pelo requerido,
requer, desde já , a intimaçã o do mesmo, para que traga aos autos, a relaçã o das
dívidas, bem como documentos que atestam e provam a veracidade de tais
informaçõ es.

6. DO DIVÓRCIO
6.1. DO DIREITO

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O casamento ocorreu no ano de 1986, sob o regime de
COMUNHÃO PARCIAL DE BENS, conforme comprova-se via certidã o de casamento
escritura pú blica anexado aos autos.
É sabido que o regime de COMUNHÂ O PARCIAL DE BENS é uma
forma de organizar o patrimô nio, que significa que tanto os bens quanto as dívidas
passados e futuras, serã o compartilhados entre os noivos, a partir do momento em que
casarem efetivamente.
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os
bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento,
com as exceções dos artigos seguintes.

Desta forma nã o resta dú vida quanto ao regime de casamente e


ao direito da requerente nos bens adquiridos pelo casal durante os anos de casamento.

Apó s vigência da Emenda Constitucional nº 66, o pará grafo 6º do


artigo 226 da Constituiçã o Federal passou a ter nova redaçã o:

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteçã o do


Estado.
[...]
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divó rcio.

Assim, foi suprimido o requisito de separação judicial por


mais de um ano, ou de separação de fato por mais de dois anos, perfeitamente
cabível a presente açã o, pois o pedido está de acordo com o Có digo Civil:

Art. 1.571. A sociedade conjugal termina


[...]
IV - pelo divó rcio.

Nesse sentido, independente das circunstâ ncias de cada parte,


existindo a vontade do divó rcio por uma das partes, ela deve ser concedida. Nesse
sentido:

CIVIL. FAMÍLIA. DIVÓ RCIO LITIGIOSO. ART. 226, §6º, CF. CÔ NJUGE.
VONTADE. REQUISITO Ú NICO. CUMPRIMENTO. SENTENÇA.
MANUTENÇÃ O. I- A Emenda Constitucional nº 66/2010 deu nova

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redaçã o ao pará grafo 6º do artigo 226 da Constituiçã o Federal, que
passou a dispor que "casamento civil pode ser dissolvido pelo
divó rcio." II - Demonstrada a vontade de uma das partes em
romper o vinculo conjugal, a mera discordância do outro
cônjuge, acerca da decisão de desfazimento do vínculo
matrimonial, não impõe a reforma da sentença que decretou o
divórcio, como na hipótese. RECURSO NÃ O PROVIDO. (TJ-BA,
Classe: Apelaçã o, Nú mero do Processo: 0000262-
21.2015.8.05.0062, Ó rgã o julgador: QUARTA CAMARA CÍVEL,
Relator(a): HELOISA PINTO DE FREITAS VIEIRA GRADDI, Publicado
em: 28/08/2019).

Portanto, pelo simples interesse da Requerente, em virtude dos


fatos acima relatados, faz-se necessá ria a declaraçã o imediata do Divó rcio.

6.2. DA ALTERAÇÃO DO NOME

Quanto ao nome, requerente voltará a usar seu nome de solteira


nos termos do Art. 1.578, §2º do Có digo Civil, desde já manifesta o desejo de voltar a
usar o nome de solteira, ou seja, ROSELENI SPIER.

7. DOS PEDIDOS

Por todo exposto, restando evidenciado o direito inexpugná vel


da Autora, requer:
1) Preliminarmente, a concessã o dos benefícios da Assistência
Judiciá ria Gratuita, nos termos da Lei 1.060/50, haja vista que, a requerente,
atualmente, nã o possui emprego, conforme có pia da Carteira de Trabalho em anexo ou
qualquer outra fonte de renda, assim, nã o possui condiçõ es financeiras de arcar com as
custas e despesas do processo, sem prejuízo de seu pró prio sustento ou de sua família.
No entanto, caso Vossa Excelência, nã o defira os benefícios da Justiça Gratuita, requer a
concessã o dos benefícios contidos no item 2.14.2 da CNGC-MT, a fim de se autorizar o
recolhimento das taxas e custas processuais ao final da demanda;

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2) A concessão, em sede liminar, inaudita altera parte, da
presente medida cautelar de arrolamento de bens, alimentos para requerente,
alimentos para menor, tutela de urgência, com fundamento no art. 855 e seguintes do
Có digo de Processo Civil, pois existe fundado receio de que tomado conhecimento da
intençã o da requerente, passe o requerido a dissipar o patrimô nio comum, assim,
requer:

a) A expediçã o do mandado, com a finalidade de realizar o


arrolamento dos bens dos litigantes, a ser cumprido no endereço constante na relaçã o
dos bens conforme item 3.1, com a descriçã o minuciosa dos bens, nomeando-se
depositá rio judicial terceiro estranho à lide (art. 859, CPC), com exceçã o da residência
da requerente e os mó veis que a guarnecem, que ficarã o sob a responsabilidade da
mesma;

b) A expediçã o de ofícios aos cartó rios de registro de imó veis


da Comarca de Sinop/MT, determinando a inalienabilidade dos imó veis em nome do
requerido;

c) Seja oficiado o DETRAN/MT, para que proceda a anotaçã o


de “nã o transferir” junto aos prontuá rios dos veículos em nome do requerido;

3) A citaçã o do requerido no endereço citado preambularmente,


para querendo, contestar, no prazo legal a presente açã o, sob pena de revelia,
conferindo-se, ao Senhor Oficial de Justiça, a prerrogativa do art. 172, § 2º, do CPC;

4) A concessã o, em sede liminar, inaudita altera parte, da


presente medida cautelar de alimentos provisionais e transitó rios, arbitrando desde
logo, uma mensalidade, 3(três) salá rios mínimos, ou seja o valor nã o inferior a R$
3.300,00 (três mil e trezentos reais), nos termos do pará grafo ú nico do artigo 854 do
Có digo de Processo Civil. Caso nã o seja esse o entendimento de Vossa Excelência,
requer seja fixado os alimentos em valor compatível com as despesas elencadas e
comprovadas no item 3.5, e, porém, condizentes com o mínimo para a requerente
sobreviver;

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5) A fixaçã o de alimentos provisó rios, de 2(dois) salá rios
mínimos, ou seja, no valor de R$ 2.200,00 (Dois mil e duzentos reais), por estar
caracterizado o “periculum in mora” e o “fumus boni iuris”, alcançando assim as
necessidades bá sicas, como: alimentaçã o, educaçã o (escola, livros, cursos), saú de,
transporte, roupas e calçados, etc. Também sendo este valor condizente com o padrã o
de vida que lhes era ofertado pelos Genitores. Em favor da menor Mayara Spier
Lauermann e depositado na conta poupança da Genitora no Banco Bradesco, Conta:
8165149-3, Agência: 0234-8; Este valor é justificado pelo binô mio
necessidade/possibilidade, ou seja, as despesas fixas da menor e o padrã o de vida do
Requerido, sendo ele se obrigar a dividir a mesma sorte com as filha.

6) Que seja julgado procedente o feito por sentença, decretando


a condenaçã o do Genitor a prestar alimentos definitivos a menor, no valor de
2.200,00 (Dois mil e duzentos reais) referente a dois salários mínimos , a ser feito
pagamento e depositado nas contas bancarias supramencionadas; surtindo a referida
decisã o seus legais e jurídicos efeitos, no quantum e na forma aqui pleiteados;

7) Seja o requerido intimado para que proceda ao pagamento


das referidas quantias fixadas, diretamente na conta poupança da requerente, mantida
junto ao Banco Bradesco, Conta: 8165149-3, Agência: 0234-8, até o dia 05 de cada
mês, enquanto perdurar a lide principal;

8) Ao final seja julgada totalmente PROCEDENTE a açã o, e


declarada, e que seja dissolvido por sentença o CASAMENTO entre os conviventes,
bem como sejam partilhados os bens em partes iguais, ou seja, na proporçã o de 50%
(cinquenta por cento) para cada;

9) Caso Vossa Excelência nã o se convença da veracidade dos


bens levantados, bem como para melhor atestar a condiçã o econô mica do requerido,
requer seja, notificado à s repartiçõ es pú blicas, civis ou militares, tais como Detran,
Cartórios, Receita Estadual, entre outros, inclusive do imposto de renda pessoa física e
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jurídica, junto a Receita Federal, para que forneçam todas as informaçõ es necessá rias à
instruçã o dos processos;
10) Que seja nomeado perito avaliador para determinar o valor
real dos imó veis e mó veis para partilha dos mesmos e que seja determinado o
levantamento dos imó veis e de todas as benfeitorias que neles há , a fim de que se
proceda à partilha dos mesmos;

11) Requer, em razã o da narrativa fá tica que envolve o


presente caso, com amparo nos dispositivos legais preambularmente invocados,
requer seja deferida a regularizaçã o da guarda da Adolescente para a modalidade
GUARDA UNILATERAL em favor da genitora, sendo reconhecida a residência da
Autora como referência exclusiva de moradia e visitaçã o assistida pactuada em
relaçã o a menor Mayara Spier Lauermann, bem como seja arbitrado o valor e a forma
com que o requerido passará a arcar com os alimentos e o sustento da menor;

12) A intimaçã o do Ilustre representante do Ministério Pú blico,


para que se manifeste e acompanhe o feito até o seu final, sob pena de nulidade, ex vi
dos artigos 82, I e II, 84, 246 do Có digo de Processo Civil c/c art. 202, do ECA;

13) A expediçã o de ofícios para:

a) Receita Federal do Brasil para requerer as Declaraçõ es de


Imposto de Renda do requerido, bem como de sua empresa Marfins Móveis e Madeiras,
dos 4 ú ltimos anos;

b) Banco Central do Brasil para requerer informaçõ es acerca


do domicílio bancá rio do requerido, saldo bancá rio e aplicaçõ es financeiras de sua
titularidade, bem como da empresa – Marfins Móveis e Madeiras;
c) DETRAN/MT – Departamento Estadual de Trâ nsito para
requerer informaçõ es sobre a existência de veículos em nome do requerido, bem como
da empresa – Marfins Móveis e Madeiras.

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14) Sejam bloqueadas as contas correntes, poupança ou
qualquer investimento em nome do Réu, via BacenJud, Renajud.
15) Seja determinado ao Requerido a juntada da documentaçã o
dos bens mó veis acima citado;

16) Intimaçã o do Demandado ao pagamento das verbas de


sucumbência, isto é, custas processuais e honorá rios advocatícios, estes na base de
20% (vinte por cento) sobre o valor da condenaçã o, e demais cominaçõ es de praxe;

17) Requer, por fim, que todos os atos e publicaçõ es alusivos ao


feito sejam publicados exclusivamente em nome do advogado, Dra. Dayane Dias da
Silva, OAB/MT 27.588-O, sob pena de nulidade.

Protesta-se por todos os meios de prova em direito admitidos,


em especial pela prova documental, testemunhal e pericial.

Este causídico declara que as có pias dos documentos juntadas


com a inicial sã o autênticas reproduçõ es dos originais (art. 365, IV, CPC).

Dá -se a causa o valor de R$ 250.000,00 (Duzentos e cinquenta


mil reais).

Nestes Termos, Pedem e Esperam Deferimento.

Sinop-MT, 14 de janeiro de 2021.

DAYANE DIAS DA SILVA


OAB/MT 27.588

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