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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ....

VARA DO
TRABALHO DA COMARCA DA CAPITAL.

Processo nº ....

....(nome da parte em negrito), já qualificado nos autos da Reclamação


Trabalhista que lhe é movida por ...., vem mui respeitosamente apresentar

CONTESTAÇÃO

à pretensão autoral pelos fatos e fundamentos que passa a expor.

DOS FATOS ALEGADOS EM EXORDIAL

A reclamante alega em inicial que labora para a reclamada e seu filho


desde maio de 2013 de forma clandestina, na função de empregada doméstica,
em uma jornada diária de nove horas, recebendo abaixo do piso salarial,
quando em junho de 2017 foi demitida.

Requer assim o pagamento do FGTS + 40%, as diferenças salariais, e o


pagamento das horas extras, bem como indenização de cunho moral.

Este é o resumo.

DA REALIDADE DOS FATOS

A reclamante nunca possuiu relação de emprego alguma com a


reclamada, não havendo em que se falar em nenhum tipo de verba rescisória,
tampouco multas e condenações.

A reclamada por conhecer a reclamante há tempos, sabendo que não


poderia contratá-la como doméstica, e querendo ajudá-la, resolveu chamá-la
para trabalhar como diarista em sua casa, momento no qual a mesma deveria ir
em sua residência fazer a faxina duas vezes na semana, e pela própria vontade
da reclamante, a mesma geralmente se dirigia à residência da reclamada na
terça e na quinta, já que em outros dias da semana ela realizava seus serviços
em outras residências.

Ao contrário do que consta em inicial, a reclamante não laborava nos


dias de sexta feira, mas sim eventualmente se dirigia até lá quando durante a
semana só houvesse trabalhado um dia para a reclamada, da mesma forma
que fazia com a reclamada litisconsorte, prestava seus serviços na residência da
reclamada na sexta-feira, cumprindo assim os dois de serviços dias de serviços
semanais.

Sua contra prestação pela diária era de R$60,00 (sessenta reais), o que
fazia com que ao final do mês, contabilizando os oito dias trabalhados, a
mesma auferisse a quantia de R$480,00 (quatrocentos e oitenta reais).

No que tange a sua carga horária, a própria reclamante era quem


escolhia a hora e o turno que começaria os seus serviços, não existindo
qualquer influência da reclamada para tal, e mesmo assim, quando a mesma
estava em sua residência no horário do almoço, lhe era oferecido a sua
alimentação e seu tempo de descanso, e nunca, como aludido em exordial,
ultrapassava as seis horas de serviço.

Por fim resta claro, que a reclamante nunca possuiu relação de emprego
com a reclamado, até pelo fato de a mesma não poder arcar com o ônus
trabalhista de uma empregada doméstica, sendo apenas a reclamante sua
diarista, uma pessoa que sempre presou e que ajudou, tratando da melhor
forma possível.

PRELIMINARES

DA IMPOSSIBILIDADE DE LITISCONSÓRCIO PASSIVO

Em exordial preza a reclamante pelo litisconsórcio passivo da reclamado


com seu filho sr. ..., sob o fundamento de que ambos compõem uma entidade
familiar, devendo ser responsabilizados solidariamente pelas supostas
obrigações trabalhistas.
Em que pese as alegações, as mesmas não merecem prosperar, posto
que a reclamante, prestava serviço de diarista na casa da ora reclamante e de
se filho, Sr. ..., ou seja, tratasse aqui de dois serviços diferentes, como bem
trazido pela própria reclamante, a diária entre ambos era diferente, os horários
também, bem como o dia em que começou seus serviços e o dia em que não
mais foi necessário.

Desta feita, sendo totalmente diferente os serviços prestados para a


reclamada e para seu filho, ora litisconsorte, não merece prosperar o pedido de
litisconsorte passivo, por motivos óbvios, já transcritos e confessos pela própria
reclamante.

EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO EM RAZÃO DA


INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA - RITO SUMARÍSSIMO

A reclamante atribuiu como valor da causa o importe de R$ 30.324,94


(trinta mil trezentos e vinte e quatro reais e noventa e quatro centavos), o que,
por força do artigo 852-A, da CLT abaixo transcrito, enquadra a presente
demanda no procedimento sumaríssimo (40 SM x R$ 937,00 = R$ 37.480,00).
Vejamos:
Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda
a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do
ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao
procedimento sumaríssimo. Parágrafo único. Estão
excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em
que é parte a Administração Pública direta, autárquica e
fundacional.

Não obstante o valor dado a causa se enquadrar legalmente em um


processo a correr sob o rito sumaríssimo, o reclamante não observou por
completo os documentos essenciais da via eleita, qual seja a juntada da
planilha de cálculos contendo a liquidação da sentença.

Assim, percebe-se que não houve cálculo algum que liquidasse os


pedidos das supostas verbas de horas extras, diferenças salariais e depósito de
FGTS, o que DIFICULTA O DEVIDO PROCESSO LEGAL E A AMPLA DEFESA,
ficando desde já SUSCITADA A VIOLAÇÃO AO DEVIDO PROCESSO LEGAL, NOS
TERMOS DO ART. 5º, II, LIV e LV, DA CF/88, bem como fere ao disposto no
parágrafo primeiro do art. 852-B, da CLT:

Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no


procedimento sumaríssimo: I - o pedido deverá ser certo ou
determinado e indicará o valor correspondente; (...) § 1º O
NÃO ATENDIMENTO, pelo reclamante, DO DISPOSTO
NOS INCISOS I E II DESTE ARTIGO IMPORTARÁ NO
ARQUIVAMENTO DA RECLAMAÇÃO E CONDENAÇÃO AO
PAGAMENTO DE CUSTAS SOBRE O VALOR DA CAUSA.
(...). (destaques nossos)

Como se não fosse o suficiente, as falhas na petição inicial ainda


persistiram e por sua vez, não satisfeita, deu à causa o valor de R$ 30.324,94
(trinta mil trezentos e vinte e quatro reais e noventa e quatro centavos), o que
provavelmente denota pela quantia fornecida, e pelo que foi pedido, que não
houve sequer razoabilidade e proporcionalidade ao auferir tal valor, havendo
valores constantes nos pedidos da exordial, que sequer foi dado a real base de
cálculo para chegar àquelas quantias, não podendo a reclamada tomar
conhecimento como foi calculado o valor da causa, cerceando assim seu direito
a defesa.

Razão pela qual merece ser EXTINTO O PROCESSO SEM


RESOLUÇÃO DE MÉRITO, em razão dos fundamentos acima expostos.

DA INEPCIA DA PETIÇÃO INICIAL

A Reclamada suscita a INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL forte no art. 840, §


1º da CLT c/c art. 330, I, do NOVO CPC, quanto aos pedidos insertos na
petição inicial, EM ESPECIAL NO TOCANTE À QUANTIDADE DAS SUPOSTAS
HORAS EXTRAS, posto que SEQUER FEZ A INDICAÇÃO DOS DIAS DE
TRABALHO E DE FOLGA DURANTE A SEMANA, como também não faz indicação
de onde surgiu os valores constantes nos pedidos da exordial tampouco não
informou sequer, o salário utilizado como base de cálculo, os dias referentes ao
saldo salário, referência do FGTS, quantas parcelas seriam de seguro
desemprego, a proporção das férias e 13º salários, de onde surgiu os valores
referentes ao vale transporte, o total de horas extras, dentre outros valores e
referencias a que requer, impossibilitando a reclamada de exercer seu amplo
direito de defesa.

Veja Excelência que a confusão nos fatos da exordial, na tentativa de


indicar uma data de admissão e demissão, impede que a reclamada exerça seu
amplo direito de defesa e com violação ao contraditório e ao devido processo
legal, posto que não conseguiu entender o que o reclamante almejou alegar,
assim como tratar-se INDISCUTIVELMENTE DE UMA PETIÇÃO GENÉRICA.

Insiste o reclamante em afirmar que não teve suas supostas horas extras
retidas, bem como não recebia salário que respeitasse o piso da categoria, MAS
CONTINUA SEM INDICAR:

- folga durante a semana;

- bem como em que período do tempo alegado, recebia a suposta


remuneração.

Portanto, temos que A INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL ESTÁ


NITIDAMENTE CONFIGURADA.

Consabido que os requisitos da petição inicial trabalhista são: "sendo


escrita, A RECLAMAÇÃO DEVERÁ CONTER a designação do Presidente da Junta
(VARA DO TRABALHO), ou do juiz de direito, a quem for dirigida, a qualificação
do reclamante e da reclamada, UMA BREVE EXPOSIÇÃO DOS FATOS DE QUE
RESULTE O DISSÍDIO, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu
representante." (os grifos do art. 841, da CLT são nossos)

É preciso que realmente haja uma breve exposição dos fatos acerca de
tudo que for pedido, pois somente poderá ser apta a formar alguma convicção
para que possa viabilizar o processo, se estiver em condições de
entendimento.

Outrossim, a petição inicial não apresenta a documentação mínima


necessária para a apreciação dos pedidos, inclusive a INEXISTÊNCIA DA
PRÓPRIA CAUSA DE PEDIR prejudicando o exercício do pleno direito de defesa,
maculando o devido processo legal.

Desta forma, impõe-se a extinção do processo sem resolução do mérito,


nos termos impugnados nesta proemial e forte nos artigos 330, I e 485, I, do
NOVO Código de Processo Civil - Lei nº 13.105/2015 c/c art. 769, da CLT

NO MÉRITO
Por mero juízo de precaução, caso vossa excelência entenda por dar
continuidade ao andamento processual, mesmo com todas as falhas contidas
em exordial, inclusive prejudicando a própria defesa da reclamada, passaremos
agora a analisar o mérito.

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Inicialmente requer a V. Exa. lhe sejam concedidos os benefícios da


Gratuidade Justiça na forma do art. 2º, Parágrafo único, c/c art. 4º da Lei 1.060
de 05 de fevereiro de 1950, por ser a reclamada pessoa física, e ser
aposentada, não podendo arcar com as custas processuais sem prejuízo de seu
sustento e de sua família.

DA INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIA

Excelência!

A reclamada nega a relação de emprego alegada pela autora no período


de 05.08.2013 à 15.06.2017, justamente porque, a reclamante NUNCA
trabalhou para a reclamada com cunho empregatício. A relação estabelecida
entre as partes não era nem nunca foi de emprego, tendo em vista que a
reclamante apenas e tão somente prestou serviços de limpeza como diarista no
período de agosto de 2016 à junho de 2017, pois fazia faxina somente 02
(duas) vezes na semana e em dias e flexíveis, sendo que era a própria
reclamante quem decidia o seu dia e horário, eis que também prestava serviços
de diarista em outras residenciais.
Outrossim, a reclamante recebia por faxina e o valor era combinado a
cada dia de acordo com as tarefas realizadas, em média percebia o importe de
R$ 60,00 por faxina.

Depreende-se que, não resta configurado o vínculo de emprego ante a


ausência de continuidade na prestação dos serviços, haja vista no período em
que prestou serviço para a reclamada, foi apenas como diarista, exercendo suas
atividades apenas duas vezes na semana, fato esse que, por si só, já
descaracteriza a continuidade dos serviços prestados requisito essencial para
configuração do vínculo empregatício.

Logo a alegação da reclamante de que fazia três faxinas semanais, é


totalmente falsa!

Veja-se que o art. 3º da CLT traz a definição de empregado: "...é toda a


pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob
dependência deste e mediante salário".

Há, no art. 2º da CLT, a definição de empregador, como sendo aquela


empresa, individual ou coletiva, que "assumindo os riscos da atividade
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços".

Assim, essencial à caracterização da relação de emprego a presença da


subordinação, da pessoalidade, da remuneração mediante salário e da não
eventualidade. Requisitos que a reclamante não preenche e, por isso, afasta a
caracterização de vínculo empregatício!

Cabendo, portanto, a total improcedência da ação, bem como o


indeferimento dos pedidos, de reconhecimento de vínculo de emprego e
anotação da CTPS da reclamante, pagamento de verbas rescisórias, valores de
férias proporcionais com 1\3, 13 salário proporcional, aviso prévio, saldo de
salário, FGTS e multa de 40%, recolhimentos previdenciários do período, auxílio
transporte e abono família.
Por fim, cabe esclarecer que a autora não foi dispensada pela reclamada
conforme alegado na inicial. O que de fato aconteceu é que a reclamante não
mais apareceu no serviço, sequer deu notícia, sendo assim a reclamada teve
que chamar outra diarista! Descabendo, portanto, qualquer pagamento a título
de verba rescisória!

Pela improcedência da ação!

DA JORNADA DE TRABALHO

Excelência! Era a própria reclamante quem decidia o seu turno, pois


como trabalhava em outros locais fazia as faxinas para reclamada em dias e
horários alternados. O horário alegado em exordial era o comumente utilizado
pela mesma, porém eventualmente era modificado por liberalidade da
reclamante.

Assim, impugna-se desde já o horário de trabalho informado na inicial,


eis que totalmente inverídico como restará comprovado pelo depoimento das
testemunhas da reclamada e através da documentação ora juntada, que
demonstram de forma cabal, que a reclamante trabalhava 02 vezes na semana
e em turnos diversos sendo ela quem decidia o turno e o horário.

Devendo ser indeferido qualquer verba referente as horas extras, seja


pela suposta carga horária arguida em inicial, bem como pelos supostos
intervalos intrajornadas desrespeitados.

Pela Improcedência da Ação!

DAS VERBAS RESCISÓRIAS

Excelência!

Tendo em vista as razões expostas no item anterior, atesta-se que a


reclamante não faz jus ao pagamento das parcelas rescisórias, uma vez que
NÃO HÁ VÍNCULO EMPREGATÍCIO entre as partes, face a total ausência dos
requisitos da relação de emprego previstos nos artigos 2 e 3 da CLT.

Aliás, o conjunto probatório dos autos que não traz elementos suficientes
para a caracterização do vínculo de emprego pretendido, entre a autora e a ré.

Logo, não há falar em pagamento de parcelas rescisórias e tampouco em


saldo de salário, aviso prévio indenizado, férias integrais e proporcionais
acrescidas de 1\3, décimo terceiro salário integrais e proporcional, FGTS, multa
de 40% sobre o FGTS, salário família. Cabendo, o que desde já se requer!

Pela improcedência da ação!

DO FGTS – CONTRATUALIDADE E DA MULTA DE 40%

A reclamante não faz jus ao pagamento do FGTS não recolhido e


tampouco da multa de 40%, uma vez que NÃO HÁ VÍNCULO EMPREGATÍCIO
entre as partes, face a total ausência dos requisitos da relação de emprego
previstos nos artigos 2 e 3 da CLT. Devendo, portanto, ser indeferido o pedido
C, o que desde já se requer!

Bem como a autora não foi dispensada pela reclamada conforme alegado
na inicial. O que de fato aconteceu é que a reclamante não mais apareceu no
serviço, sequer deu notícia, sendo assim a reclamada teve que chamar outra
diarista! Descabendo, assim, o pagamento da multa de 40% sobre o FGTS!

Pela Improcedência da Ação!

DO SEGURO DESEMPREGO INDENIZADO

A reclamante não faz jus ao pagamento de indenização pelo Seguro


Desemprego não recolhido, uma vez que NÃO HÁ VÍNCULO EMPREGATÍCIO
entre as partes, face a total ausência dos requisitos da relação de emprego
previstos nos artigos 2 e 3 da CLT. Devendo, portanto, ser indeferido o pedido
C, o que desde já se requer!
Bem como a autora não foi dispensada pela reclamada conforme alegado
na inicial. O que de fato aconteceu é que a reclamante não mais apareceu no
serviço, sequer deu notícia, sendo assim a reclamada teve que chamar outra
diarista! Descabendo, assim, o pagamento da multa de 40% sobre o FGTS!

Pela Improcedência da Ação!

DO VALE TRANSPORTE E DA IMPUGNAÇÃO DO VALOR POSTULADO

Cumpre registrar que a própria reclamante disse que não utilizava o


transporte público, pois morava próximo a reclamada e, por isso, não lhe era
necessário o fornecimento de vale transporte pela empresa, pois considerando
a distância entre a parada de ônibus e a sede da reclamada, para reclamante
era melhor e mais rápido ir de a pé até o trabalho ou de carona com seu
marido ou filhas.

Logo, não há o que se falar em pagamento de indenização ou valor de


reembolso à reclamante. Haja vista que a reclamante nunca utilizou o
transporte público para se deslocar até a empresa. Ao contrário, sempre se
deslocou da sua residência até a sede da reclamada e vice-versa, através de
carona com seu esposo ou filhas ou até mesmo a pé em razão da curta
distância.

Excelência!

A reclamante jamais teve qualquer gasto com deslocamento durante o


período postulado. Não fazendo, portanto, jus a qualquer reembolso,
simplesmente, porque não há valor dispendido e, conseqüentemente, não há
valor a ser ressarcido ou indenizado!

Todavia, apenas a título de argumentação, ainda que a Reclamada seja


condenada a pagar indenização à autora a título de vale transporte, o valor de
R$ 4.116,00 (quatro mil cento e dezesseis reais), postulado na inicial, é
superior ao gasto que a reclamante teria com o seu deslocamento,
considerando o preço da passagem e o número de dias trabalhados. Cabendo,
desde já, a impugnação do referido valor, eis que além de exorbitante também
configura em flagrante enriquecimento ilícito da reclamante! Assim, requer
desde já o indeferimento do pedido F.

Pela improcedência da ação!

DO DANO MORAL PELA SUPOSTA FALTA DE ANOTAÇÃO NA CTPS E


PELAS SUPOSTAS RETENÇÕES DAS VERBAS RESCISÓRIA

A ausência de anotação de contrato de emprego na CTPS, bem como a


suposta retenção de verbas rescisórias, por si só, não são suficientes para gerar
o dever do empregador de indenizar o empregado por danos morais. Isso
porque não é o fato de ser as condutas ilícitas que atraem a indenização, mas
sim o abalo na honra e imagem do lesado. Tais condutas, isoladamente, não
são capazes de abalar a esfera personalíssima do titular. Este vem sendo o
entendimento adotado pelo Tribunal Superior do Trabalho, senão vejamos
recente decisão da mais alta corte trabalhista:

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. FALTA DE


ANOTAÇÃO NA CTPS. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL (SÚMULA 126
DO TST). A reparação por danos morais decorrente do contrato de
trabalho se caracteriza por lesão a direito da personalidade do
empregado decorrente de ato ilícito praticado pelo empregador.
Consoante jurisprudência desta Corte, a falta de anotação da CTPS do
trabalhador, por si só, não configura dano moral ensejador de
reparação pecuniária. O dever de reparar só surge quando evidenciada
lesão que provoque abalopsicológico, decorrente de efetiva afronta à
honra, à imagem, constrangimento ou prejuízo suportado pelo
trabalhador, o que não restou comprovado no caso em exame.
Incidência do óbice da Súmula 126 do TST. Agravo de instrumento não
provido. (AIRR - 1172-29.2011.5.15.0040 Data de Julgamento:
19/03/2014, Relatora Ministra: Delaíde Miranda Arantes, 7ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 28/03/2014).

EMENTA – FALTA DE PAGAMENTO DE VERBAS RECSISÓRIAS –


AUSÊNCIA DE DANOS MORAISO não pagamento de verbas rescisórias,
exceto dolo provado, não dá ensejo à indenização por danos morais
porquanto a legislação trabalhista contém medidas punitivas e
reparadoras, como juros de mora, multas dos artigos 467 e 477 da CLT
e, no âmbito processual, há possibilidade de tutela antecipada. Se for
entendido que inadimplementos de toda natureza causam danos
morais, a cadeia de reparações pode não ter fim. Recurso do
empregador provido para excluir da condenação a indenização por
danos morais. (PROCESSO TRT/SP Nº 01654.2007.055.02.00-2,
ORIGEM: 55ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO, 1º RECORRENTE:
SERVIMARC CONSTRUÇÕES LTDA, 2º RECORRENTE: VT E MUNICÍPIO
DE SÃO PAULO,RECORRIDO: J.N.R.M.)

O dano moral, portanto, assim como qualquer outra reparação baseada


na teoria da responsabilidade civil, artigo 186 do Código Civil, pressupõe
necessariamente três elementos: uma ação ilícita, um dano e um nexo de
causalidade entre ambos. Se não há registros concretos de prejuízos de ordem
moral em decorrência da falta de anotação na CTPS, bem como da retenção, as
meras deduções em torno de eventuais desconfortos que o fato possa trazer
não são suficientes para ensejar a reparação.

Ainda que sejam obrigatórias as anotações na CTPS, e o pagamento das


verbas rescisórias, posto que impostas ao empregador por norma de ordem
pública e cogente prevista no art. 29 da CLT, a consequência da ausência de
anotação na CTPS impõe sua retificação, mediante determinação judicial.

Bem como, salienta-se que a não anotação na CTPS, bem como o não
pagamento de verbas rescisórias se deu uma vez que NÃO HÁ VÍNCULO
EMPREGATÍCIO entre as partes, face a total ausência dos requisitos da relação
de emprego previstos nos artigos 2 e 3 da CLT. Devendo, portanto, ser
indeferido o pedido, o que desde já se requer!

DA INAPLICABILIDADE DOS ARTIGOS 467 E 477 DA CLT

Excelência, não há o que se falar em aplicação das multas previstas nos


artigos 467 e 477 da CLT, pois inexistem parcelas rescisórias a serem pagas!
Primeiro porque inexiste relação de emprego entre as partes e segundo porque,
a autora não foi dispensada pela reclamada conforme alegado na inicial. O que
de fato aconteceu é que a reclamante não mais apareceu no serviço, sequer
deu notícia, sendo assim a reclamada teve que chamar outra diarista!

Pretende a autora a condenação da reclamada ao pagamento das multas


previstas nos artigos 467 e 477 da CLT. Ocorre que a reclamada apresentou
contestação, asseverando que a autora JAMAIS trabalhou como empregada da
empresa, inexistindo, portanto, vínculo empregatício entre as partes.
Além do que inexiste qualquer verba salarial incontroversa, sendo
inaplicável o quanto disposto no artigo 467, consolidado. Ademais da
inexistência de qualquer embasamento fático, eis que não há qualquer
diferença salarial a ser paga!

Logo não há o que se falar em parcelas incontroversas, também não há


qualquer base legal a amparar o postulado pela autora.

Assim, inexistem quaisquer verbas salariais e rescisórias incontroversas,


sendo absolutamente inaplicável o quanto disposto nos artigos 467 e 477 da
CLT.

Com relação ao disposto nos artigos 467 e 477 da CLT, cabe esclarecer
que o fato gerador da multa prevista no § 8º da referida norma, é o pagamento
em atraso das verbas rescisórias, circunstância não configurada no caso em
concreto, uma vez que não restou caracterizadaa relação de emprego e
tampouco a despedida imotivada, alegadas pela reclamante.

Ademais, tais pedidos são manifestamente improcedentes, cabendo,


portanto, o indeferimento do postulado na letra G, o que desde já se requer!

Pela improcedência da ação!

DA IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA

É exorbitante e absurdo o valor atribuído à causa de R$ 30.324,94 (trinta


mil trezentos e vinte e quatro reais e noventa e quatro centavos), "data venia",
não condiz com os pedidos formulados na presente demanda. Salientando que
é desconhecida a origem dos valores expostos nos pedidos da exordial, posto
não demonstrar a base de cálculo utilizada, nem sequer as referências dos
calclos, cerceando a defesa da reclamada

Assim sendo, restou demonstrada a total incompatibilidade entre os


pedidos exordiais e o valor atribuído à causa, no presente processo, estando
desatendidos, o disposto no art. 258, e seguintes do CPC.
Pela Improcedência da Ação!

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA E HONORÁRIOS

Excelência! Não estão preenchidas as condições legais autorizadoras do


deferimento do pedido de "assistência judiciária gratuita", especialmente
porque a demandante não comprovou nos autos que sua renda atual é inferior
a dois salários mínimos.

Destaque-se também que não foi juntada a declaração de pobreza,


situação que aponta para a improcedência do pedido.

Quanto aos honorários advocatícios esses não são devidos, uma vez que
a reclamante, além de não comprovar sua condição de pobreza, não está
assistida por profissional credenciado à sua entidade sindical, situação que
afasta qualquer possibilidade de deferimento do benefício em debate nos
termos da lei.

Pelo exposto requer desde já o indeferimento do pedido D do


requerimento.

Pela improcedência da ação!

DAS CONTRIBUIÇÕES FISCAIS E PREVIDENCIÁRIAS

Por cautela, requer a reclamada, no caso de qualquer deferimento - o


que não se acredita -, que as contribuições previdenciárias sejam satisfeitas
pela reclamante e reclamada, arcando cada um pela sua quota-parte, nos
termos do que dispõem os artigos 43 e 44 da Lei 8.212/91 e de acordo com o
Provimento nº 01/96 da CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO.

Relativamente ao Imposto de Renda, tal valor deverá ser retido em


eventual execução e de acordo com as disposições contidas também no
Provimento nº 01/96 da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho.

Pela Improcedência da Ação!


DA COMPENSAÇÃO

Em havendo uma eventual condenação, Requer desde já, seja deferido a


Reclamada o direito de compensar os valores já pagos à Reclamante, no
tocante a valores implementados sob o mesmo título daqueles vindicados nesta
reclamatória.

Assim, se a presente ação chegar à fase de liquidação de sentença,


então se deverá compensar o que já pago a reclamante, na contratualidade,
com o que, eventualmente possa lhe ser deferido em virtude deste processo.

Pela Improcedência da Ação!

DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

Ainda, "ad cautelam", na absurda hipótese de deferimento de alguma


das pretensões da autora, o que se admite apenas a título de argumentação, a
correção monetária deverá ser contada pelos índices vigentes para o mês
posterior ao vencido, uma vez que, nos termos do parágrafo único do art. 459
da CLT, o pagamento dos salários deverá ser efetuado até o 5º dia útil do mês
subseqüente ao vencido e 'ipso facto', eventuais débitos sofrerão correção
monetária a partir do mês subseqüente e não a partir do mês vencido. Tudo na
exata orientação do precedente nº 124 da SDI/TST.O que desde já se requer!

Pela Improcedência da Ação!

DAS IMPUGNAÇÕES AOS DOCUMENTOS JUNTADOS PELA


RECLAMANTE E DOS PEDIDOS

Pelo exposto impugnam-se as pretensões em debate, bem como a


reclamada pede vênia para impugnar, de forma total e completa, todas as
inverídicas alegações da Reclamante constantes da peça inaugural.

De forma especial, impugnam-se os valores lançados na Inicial, posto


que aleatórios e longe de refletir a realidade. Reitera-se a impugnação do valor
da causa e, também, dos documentos que acompanham a peça vestibular, por
inservíveis aos fins pretendidos.

No que restou, contesta-se por negação geral e total.

Pela Total Improcedência da Ação como medida de mais lídima e salutar


Justiça!

DO REQUERIMENTO

Em razão do exposto, Requer a Vossa Excelência:

a. Seja acolhida as preliminares arguidas, nos termos do artigo295,


parágrafo único, inciso I, do CPC. E, por consequência, decretada a extinção do
processo sem resolução de mérito com fulcro no artigo 267 do CPC;

b. A Total Improcedência do pedido da Reclamante no que tange ao


Reconhecimento de vínculo empregatício do período de 05.08.2013 à
15.06.2017 e anotação da sua CTPS, bem como o pagamento de férias
proporcionais com 1\3, 13 salário proporcional, FGTS com multa de 40% e
recolhimentos previdenciários do período;

c. A Total Improcedência do pedido da Reclamante no que se refere ao


pagamento de verbas rescisórias: saldo de salário, aviso prévio indenizado,
férias integrais proporcionais, 13 salário integrais e proporcional, FGTS com
multa de 40%, salário família;

d. A Total Improcedência do pedido da Reclamante quanto ao


pagamento das horas extras referentes à suposta carga horária exercida, bem
como das horas extras referentes aos supostos intervalos intrajornada;

e. A Total Improcedência do pedido da Reclamante quanto ao


pagamento do vale-transporte;

f. A Total Improcedência do pedido da Reclamante quanto ao pagamento


de indenização referente às parcelas de Seguro Desemprego;
g. A Total Improcedência do pedido da Reclamante quanto ao
pagamento de indenização de cunho moral, seja por suposta retenção de verba
rescisória, bem como pela suposta omissão na CTPS do serviço prestado, por
inexistir causa geradora de qualquer motivo que leve a tal indenização,
conforme comprovado nos autos;

h. A Total Improcedência do pedido da Reclamantecom relação ao


pagamento das Multas previstas nos artigos 467 e 477;

i. A Total Improcedência do pedido da Reclamanteno que se refere a


coibir a reclamada a arcar integralmente com os recolhimentos fiscais ou
estabelecer uma indenização compensatória ou ressarcimento dos mesmos
valores, por ferir de morte a legislação vigente que regula a matéria;

j. Em havendo uma eventual condenação, Requer seja deferido a


Reclamada o direito de compensar os valores já pagos no que cerne a valores
implementados sob mesmo título daqueles vindicado nesta reclamatória,
conforme recibos em anexo;

k. Os juros de mora, na remota hipótese de condenação, deverão ser


calculados de forma simples, não capitalizados, à razão de 1% ao mês (Art. 39
da Lei 8.177/91), a partir do ajuizamento da causa - a exemplo da correção
monetária - que adotará como época própria a regra do Parágrafo Único do
artigo 459 da CLT, referendada pela Súmula 381 do TST.

l. A Total Improcedência do pedido da Reclamantequanto ao pagamento


dos honorários de assistência judiciária no valor de 20% do total bruto da
condenação;

m. A Total Improcedência do pedido da Reclamantede Assistência


Judiciária Gratuita, pois não comprovou preencher os requisitos legais à
concessão desse benefício, consoante alínea D do Requerimento;

n. A Total Improcedência da Ação e, consequentemente, a Condenação


da Reclamante ao ônus da Sucumbência.
o. A Condenação da Reclamante ao pagamento de honorários
advocatícios no valor de 20% sobre o valor da causa;

p. A produção de todos os meios de provas em direito admitidas,


documental, pericial e testemunhal, bem como o depoimento pessoal da
Reclamante, sob pena de confissão ficta;

q. Por fim, que as futuras notificações e intimações à Reclamada, sejam


encaminhadas através dos advogados que subscrevem a presente.

Improcedendo, na totalidade, as parcelas pleiteadas, inexistem valores a


serem corrigidos. Todavia, e por cautela, a reclamada invoca a aplicação, à
espécie, do disposto no art. 39 da Lei 8.177/91.

Protesta pela produção de todo o gênero de provas em direito admitidas


e necessárias, em especial depoimento pessoal do Reclamante, sob pena de
confissão, juntada de documentos, ouvida de testemunhas, realização de
perícias técnicas, dentre outros.

DIANTE DO EXPOSTO, contestados todos os fatos, valores e pretendidas


repercussões contidas na inicial, bem como todo e qualquer direito postulado,
REQUER a reclamada, seja acolhida as preliminares arguidas declarando a
extinção do feito sem resolução do mérito pela inépcia da inicial e, no mérito
seja a ação julgada totalmente improcedente, responsabilizando o autor
pelas custas processuais e demais ônus de sucumbência.

Nestes termos,

pede e espera deferimento.

... (Município – UF), ... (dia) de ... (mês) de ... (ano).

ADVOGADO
OAB n° .... - UF

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