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Processo nº 1005822-33.2020.8.26.0266
Consoante o disposto nos artigos 336 e 344, do Código de Processo Civil, incumbe ao réu
alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que
impugna o pedido do autor, presumindo-se verdadeiros os fatos afirmados, caso não conteste a
ação.
a) efeito material: presunção de veracidade das alegações de fato feitas pelo demandante (artigo
344, CPC);
b) os prazos contra o réu revel que não tenha advogado fluem a partir da publicação da decisão
(artigo 346, CPC);
Destarte, o réu revel somente poderá deduzir matérias de direito e as matérias de defesa
previstas no artigo 342, do Código de Processo Civil, quais sejam, relativas:
(III) Aquelas que, por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e
grau de jurisdição.
Ora Excelência, as partes estão separadas de fato, sem chances de reconciliação, segundo
o autor, sem manifestação contrária da Requerida. Portanto, nada arguido de forma a propiciar o
indeferimento do pleito formulado.
Na decisão de fls. 150/153, este douto juízo prolatou a sentença, na qual julgou
IMPROCEDENTE o pleito inicial, mesmo sem contestação da Requerida, que intimada poderia
ter contestado caso tivesse interesse, e não o fez, demonstrando assim a veracidade dos fatos
alegados pelo autor.
A revelia produz presunção relativa da veracidade dos fatos alegados, podendo seus
efeitos serem mitigados, sobretudo nos casos de alimentos devidos à menor de idade, cabendo ao
julgador, como destinatário das provas, realizar a análise dos fatos e documentos apresentados.
Nesse sentido:
Nos termos do artigo 7º, segunda parte, da Lei 5.478/1968, “a ausência do réu importa em
revelia, além da confissão quanto à matéria fática”.
Levando-se em conta que a Requerida tomou conhecimento dos alimentos fixados, bem
como o pedido de revisional e não formulou inconformismo a respeito, tendo sido inclusive
revel.
O art. 15 da Lei 5.478/68 prescreve que: “a decisão judicial sobre alimentos não transita
em julgado e pode a qualquer tempo ser revista, em face da modificação da situação financeira
dos interessados”. O dispositivo, claramente, se aplica ao caso em tela, uma vez que o autor
continua com o mesmo salário e constituiu novo enlace familiar, e vindo a ter dois filhos com sa
esposa, os quais por sua vez, menores e necessitados tambem de ajuda do genitor, que com seus
provimentos salariais não tem a menor possibilidade de sustentar sua familia, arcar com aluguel
para garantir um lar estruturado para sua prole e ainda manter uma pensão de quase meio salário
minímo.
Corroborando que tal dispositivo, o art. 1.699 do Diploma Civil também afirma que se,
fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem
os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração,
redução ou majoração do encargo.
a) A fixação dos alimentos definitivos em 12% (dez) dos rendimentos líquidos em caso de
vínculo empregatício, abatidos os descontos obrigatórios e, em caso de ausência de vínculo
empregatício, fixados R$300,00 (trezentos reais).