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EXMO. SR. DR.

DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ____

Processo nº xxxxxx

Os menores impúberes, representados por sua genitora, todos já


qualificados nos autos do processo em epígrafe, por seus advogados
constituídos, inconformados com a r. decisão publicada em 28/01/22 01, que
indeferiu a concessão antecipação de tutela concernente à pensão in natura,
nos autos da ação ordinária de alimentos c/c tutela antecipada, a qual tramita
na __Vara de Família e Sucessões da Comarca de __, sob o nº ___, vem, mui
respeitosamente, à presença deste Egrégio Tribunal interpor o presente:

AGRAVO DE INSTRUMENTO C/C PEDIDO DE LIMINAR

Com fundamento nos artigos 1.015 e seguintes do Código de Processo


Civil, requerendo seja o mesmo recebido no seu duplo efeito e processado na
forma da lei, postulando, desde já, pela juntada das razões, em anexo, e a
concessão do benefício da justiça gratuita, dispensando o agravante do
pagamento das custas do preparo, conforme comprovantes de hipossuficiência
econômica juntadas.
Para os efeitos do artigo 1.017, § 5º do Código de Processo Civil, o
recorrente deixa de juntar as peças referidas no inciso I e II do artigo 1.017,
visto que os autos são eletrônicos.
Informa, que, requer a juntada, aos autos do processo, de cópias da
petição do agravo de instrumento, do comprovante da sua interposição e da
relação de documentos que instruíram o recurso, conforme disposição do art.
1.018 do NCPC, ou, possibilitando o que dispõe o § 1º, onde o juiz pode
reformar inteiramente a decisão, ocasião que o relator considerará prejudicado
o agravo de instrumento.
Ante ao exposto, requer digne-se Vossa Excelência, em recebendo as
razões do presente Recurso de Agravo de Instrumento, bem como os
documentos que o acompanham, encaminhá-lo à posterior apreciação desse
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná através de uma suas
Colendas Câmaras, a qual, por certo, fará a costumeira Justiça, dando
provimento ao presente, reformando a respeitável decisão interlocutória
proferida pelo Juízo “a quo”.

Nestes termos,
pede deferimento

Cidade de ___, aos 18 de Fevereiro de 2022

Advogada
OAB XXXXX
EGRÉGIO TRIBUNAL
COLENDA CÂMARA
NOBRES JULGADORES

1.PRELIMINARMENTE
1.1 DA TEMPESTIVIDADE

A decisão agravada fora publicada na data de 28/01/2022, sendo o


presente recurso apresentado em 18/01/2022, ou seja, dentro dos 15 dias úteis
exigidos pelo art. 1003 do CPC.

Isto posto, requer-se o recebimento e processamento do recurso ante à


sua tempestividade.

2. DA DECISÃO AGRAVADA

O teor da decisão combatida encontra-se abaixo transcrito:

Em que pese o atendimento parcial dos pedidos em sede de liminar, eis


que a decisão merece ser reformada, conforme adiante exposto:
3. DA AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO DA DECISÃO QUANTO À NÃO
ESTIPULAÇÃO DE ALIMENTOS IN NATURA

A agravante, em sede de liminar, requereu ao r. juizo a quo a


antecipação de tutela a fim de obter tanto o direito de alimentos provisórios em
forma de prestação pecuniária no valor de 60% de um salário mínimo e
também a concessão de prestação de alimentos in natura, ou seja, com a
manutenção da moradia no imóvel pertencente ao requerido.
O r. juízo a quo atendeu o primeiro pedido, determinando o pagamento
de alimentos provisórios. Contudo, tacitamente, indeferiu o pedido de alimentos
in natura, sendo que sobre tal pedido não se manifestou.
A Constituição de 1988 determina que no art. 98, inciso IX, que todos os
julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade. Desse modo, ao permanecer silente
quanto à pretensão da agravante, o r. juizo a quo incorreu em falha que merece
ser reparada por este egrégio tribunal, sob pena de prejuízos irreparáveis.
O Art. 489 do NCPC, a respeito da fundamentação das decisões, assim
dispõe:
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
[...]
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de
fato e de direito;
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial,
seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão
decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar
o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer
outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no
processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão
adotada pelo julgador;

Nesse sentido, eis que ficou evidente a ausência de fundamentação da


decisão, que merece ser reformada, a fim de garantir a prestação de alimentos
in natura em favor dos filhos menores impúberes.
O Art. Art. 1.694, do Novo Código Civil, estabelece que os alimentos
devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos
recursos da pessoa obrigada. Desse modo, a agravante, inclusive, realizou
pedido alternativo à concessão de alimentos in natura, ou seja, a majoração
dos alimentos provisórios para que fosse possível o pagamento de aluguel.
Porém, eis que o r. magistrado ficou silente quanto a tal pedido em sede de
liminar, tacitamente rejeitando-o.

Nesse sentido, eis a jurisprudência:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - ALIMENTOS PROVISÓRIOS.


- Ao fixar os alimentos, cabe ao Juiz respeitar a
correlação entre as necessidades básicas de quem os
recebe e as possibilidades econômicas de quem está
obrigado a prestá-los, nos termos do artigo 1.694, § 1º DO
CC/02. (TJ-MG - AI: 10000210452108001 MG, Relator:
Alexandre Santiago, Data de Julgamento: 15/07/2021,
Câmaras Cíveis / 8ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação:
23/08/2021)

Dessa maneira, eis que fora demonstrado que o genitor requerido alferia
1(um) salário mínimo referente à aposentadoria e mais 1(um) salário referente
ao trabalho como pedreiro. Desse modo, o valor em pecúnia somado ao valor
em alimentos in natura não traz qualquer prejuízo à possibilidade econômica do
genitor.

4. DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DO PEDIDO


LIMINAR

A Constituição de 1988 estabelece no Art. 227 que:

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à


criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade,
o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de
colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Ao negar a tutela de urgência, eis que a decisão combatida ignorou os


requisitos do art. 300, do NCPC: “A tutela de urgência será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano
ou o risco ao resultado útil do processo”.

Desse modo, restou demonstrado, conforme anúncio publicado pelo


genitor requerido, que a casa está à venda. Se tal venda efetivar-se, eis que é
evidente o risco de os filhos serem despejados e colocados em situação de
vulnerabilidade social.

Desse modo, eis que é necessária a reforma da sentença, para garantia


constitucional de protenção às crianças e adolescentes, tendo em vista a prova
do risco iminente de despejo dos filhos menores.

5. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, mui respeitosamente, requer-se seja dado provimento ao


Recurso apresentado, a fim de que seja reformada, parcialmente, a r. decisão
atacada, bem como seja concedido o efeito ativo, ao presente AGRAVO DE
INSTRUMENTO, a fim de que seja o agravante, ante as robustas provas
apresentadas aos autos, liminarmente compelido a pagar os alimentos in
natura, ou, alternativamente, seja determinada a majoração da prestação
pecuniária para 1 (um) salário mínimo, para garantia de aluguel para os filhos
menores.

Nestes termos,
Pede-se e espera deferimento.

Cidade de ___, aos 18 de Fevereiro de 2022

Advogada
OAB XXXXX

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