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CIDADE _____________
Açã o de Alimentos
Proc. nº. 000000-00.2021.0.00.0000
Autora: Claudia de Tal e outra
Réu: José das Quantas
[Formula-se pedido de efeito suspensivo à apelaçã o]
JOSÉ DAS QUANTAS (“Apelante”), solteiro, empresá rio, residente e domiciliado na Rua X,
nº. 0000. Apto. 1201 –Uberlândia (MG) – CEP nº 000000-000, possuidor do CPF (MG) nº.
555.444.333-22, comparece, com o devido respeito e má xima consideraçã o à presença de
Vossa Excelência, nã o se conformando, vênia permissa máxima, com a sentença nã o
meritó ria exarada à s fls. 89/96, para interpor, tempestivamente ( CPC, art. 1.003, § 5º), com
suporte no art. 1.009 e segs. do Có digo de Processo Civil, o presente recurso de
APELAÇÃO c/c pedido de efeito suspensivo
(CPC, art. 1.012, § 4º)
tendo como parte recorrida o CLAUDIA DE TAL e outra (“Apelada”), divorciada,
comerciá ria, residente e domiciliada na Rua das Quantas, nº. 000, nesta Cidade, inscrita no
CPF (MG) nº. 000.000.000-00, com endereço eletrô nico desconhecido, em virtude dos
argumentos fá ticos e de direito expostos nas RAZÕES acostadas.
Solicita-se que seja declarado os efeitos com que recebe o recurso em espécie,
determinando, de logo, que a Apelada se manifeste acerca do presente (CPC, art. 1.010, §
1º) e, depois de cumpridas as formalidades legais, seja ordenada a remessa desses autos,
com as Razões de Apelação, ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.
Nestes termos,
pede deferimento.
Cidade, 00 de setembro do ano de 2021.
Advogada
OAB MG 000000
RAZÕES DE APELAÇÃO
(1) – DA TEMPESTIVIDADE
(CPC, art. 1.003, § 5º)
O presente recurso há de ser considerado tempestivo, vez que a sentença em questã o fora
publicada no Diá rio da Justiça nº. 0000, em sua ediçã o do dia 00/11/2222, o qual circulou
no dia 11/00/2222.
Nesse ínterim, à luz da regência da Legislação Adjetiva Civil (art. 1.003, § 5º), este
recurso é interposto dentro do lapso de tempo fixado em lei.
(2) – PREPARO
(CPC, art. 1.007, caput)
O Recorrente acosta o comprovante de recolhimento do preparo (CPC, art. 1.007, caput),
cuja guia, correspondente ao valor de R$ 00,00 (.x.x.x.), atende à tabela de custas deste
Tribunal.
“ Em boa hora, consagra o dispositivo do NCPC projetado ora comentado, outra regra
salutar no sentido de que a adequação da fundamentação da decisão judicial não se
afere única e exclusivamente pelo exame interno da decisão. Nã o basta, assim, que se
tenha como material para se verificar se a decisã o é adequadamente fundamentada (= é
fundamentada) exclusivamente a própria decisão. Esta nova regra prevê a necessidade de
que conste, da fundamentaçã o da decisã o, o enfrentamento dos argumentos capazes, em
tese, de afastar a conclusã o adotada pelo julgador. A expressã o nã o é a mais feliz:
argumentos. Todavia, é larga e abrangente para acolher tese jurídica diversa da adotada,
qualificaçã o e valoraçã o jurídica de um texto etc.
Ve-se, portanto, que, segundo este dispositivo, o juiz deve proferir decisão afastando,
repelindo, enfrentando elementos que poderiam fundamentar a conclusão diversa.
Portanto, só se pode aferir se a decisão é fundamentada adequadamente no contexto
do processo em que foi proferida. A coerência interna corporis é necessária, mas não
basta. “ (WAMBIER, Teresa Arruda Alvim ... [et al.]. – Sã o Paulo: RT, 2015, p. 1.473)
(itá licos e negritos do texto original)
Nã o fosse isso o bastante, urge transcrever igualmente as liçõ es de Luiz Guilherme
Marinoni:
“Assim, o parâ metro a partir do qual se deve aferir a completude da motivaçã o das decisõ es
judiciais passa longe da simples constâ ncia na decisã o do esquema ló gico-jurídico mediante
o qual o juiz chegou à sua conclusã o. Partindo-se da compreensã o do direito ao
contraditó rio como direito de influência e o dever de fundamentaçã o como dever de
debate, a completude da motivaçã o só pode ser aferida em funçã o dos fundamentos
arguidos pelas partes. Assim, é omissa a decisã o que deixa de se pronunciar sobre
argumento formulado pela parte capaz de alterar o conteú do da decisã o judicial. Incorre
em omissã o relevante toda e qualquer decisã o que esteja fundamentada de forma
insuficiente (art. 1.022, pará grafo ú nico, II), o que obviamente inclui ausência de
enfrentamento de precedentes das Cortes Supremas arguidos pelas partes e de
jurisprudência formada a partir do incidente de resoluçã o de demandas repetitivas e de
assunçã o de competência perante as Cortes de Justiça (art. 1.022, pará grafo ú nico, I). “
(MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo curso de
processo civil: tutela ... vol. 2. – Sã o Paulo: RT, 2015, p. 540)
Nesse mesmo sentido:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
INDENIZATÓRIA. CEEE. CÁLCULO. CORREÇÃO. DEVER DE FUNDAMENTAR (ART. 93
DA CF/88). DECISÃO DESCONSTITUÍDA.
Decisã o judicial que se limitou a reconhecer a correçã o do cá lculo apresentado pela
contadoria e nã o apreciou, de forma detida, os argumentos deduzidos pelos litigantes, nã o
deve ser mantida pela ausência de fundamentaçã o. Nula toda e qualquer decisã o que nã o
contenha fundamentaçã o, conforme o artigo 165, do có digo de processo civil e artigo 93, ix,
da constituiçã o federal. Deram provimento ao agravo de instrumento. (TJRS; AI 0410398-
09.2015.8.21.7000; Porto Alegre; Décima Nona Câ mara Cível; Rel. Des. Eduardo Joã o Lima
Costa; Julg. 17/12/2015; DJERS 28/01/2016)
PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. MORTE DO
EXEQUENTE. SENTENÇA DE EXTINÇÃO COM BASE NOS ARTS. 267, IV, E 295, III,
AMBOS DO CPC. AUSÊNCIA DE REQUISITO ESSENCIAL. RELATÓRIO. ART. 458 DO CPC.
NULIDADE. FALECIMENTO DO AUTOR DA DEMANDA. NECESSÁRIA SUSPENSÃO DO
PROCESSO. PREVISÃO LEGAL EXPRESSA. ARTS. 43, 265, I, 791, II, E 1.055, TODOS DO
CPC. SENTENÇA ANULADA EX OFICIO.
1. Sã o requisitos essenciais da sentença o relató rio, a fundamentaçã o e o dispositivo.
Inexistente qualquer dos requisitos expressos no art. 458, impõ e-se a anulaçã o da sentença
ex oficio. 2. Ademais, havendo notícia de falecimento do exequente da açã o, nã o há que se
falar em extinçã o do feito com base nos arts. 267, IV, e 295, III, ambos do CPC. Devendo a
açã o ser suspensa, conforme previsã o expressa constante nos arts. 265, I, 791, II e 1.055,
todos do mesmo diploma legal, até que seja regularizado o polo ativo da demanda, pela
habilitaçã o-incidente do espó lio ou herdeiros do de cujus. 3. Ante o exposto, impende
declarar a nulidade da sentença de fl. 49, determinando-se a remessa dos autos à primeira
instâ ncia para suspensã o da açã o de execuçã o, nos termos do art. 791, II, do CPC. 4. Apelo
parcialmente provido. (TJPE; Rec. 0093282-86.1996.8.17.0001; Primeira Câ mara Cível; Rel.
Des. Roberto da Silva Maia; DJEPE 22/01/2016)
Diante disso, ou seja, face à carência de fundamentação, mostra-se necessária a
anulação do decisum combatido. (CPC, art. 1.013, § 3º, inc. IV)
(5) – NO ÂMAGO
(CPC, art. 1.010, inc. II)
5.1. Deveras houve acentuada alteração econômica do alimentante
Sabemos que a sentença de alimentos nã o traz consigo trâ nsito julgado material. Opera,
assim, tão somente o efeito preclusivo formal.
Face à mutabilidade que resultam das estipulaçõ es de alimentos, temos que mencionadas
decisõ es revestem-se do cará ter da clá usula rebus sic stantibus.
A propó sito, dispõ e a Lei 5.478/68 ( Lei de Alimentos) que
Art. 15 - a decisã o judicial sobre alimentos não transita em julgado e pode a qualquer
tempo ser revista, em face da modificaçã o da situaçã o financeira dos interessados.”
De outra parte, o Estatuto de Ritos fornece a mesma diretriz quando afirma que:
“Art. 505 - Nenhum juiz decidirá novamente as questõ es já decididas relativas à mesma
lide, salvo:
I - se, tratando-se de relaçã o jurídica de trato continuado, sobreveio modificaçã o no estado
de fato ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisã o do que foi estatuído na
sentença;
II - nos demais casos prescritos em lei.
Assim, as sentenças de alimentos, terminativas, passam em julgado em relaçã o aos fatos
existentes no momento de sua pronú ncia. Cessa, entretanto, seu efeito preclusivo, logo que
haja alterações no estado de fato ou de direito antes consignado.
A quantidade de documentos colacionados, como afirmado alhures, nã o deixam qualquer
margem de dú vida da gigante alteraçã o financeira do Apelante. Por isso, concessa venia, nã o
caminhou bem o magistrado processante ao julgar improcedentes a reduçã o dos alimentos
para o importe de R$ 300,00 (trezentos reais) mensais.
Com efeito, é altamente ilustrativo transcrever o magistério de Cristiano Chaves e Nélson
Rosenvald, quando, acerca do tema, lecionam, ad litteram:
“ Considerada a clareza da norma legal inserida no art. 1.699 da Lei Civil, bem como a
natureza rebus sic stantibus de toda e qualquer decisã o ou convençã o a respeito de
alimentos, infere-se, com tranquilidade, a possibilidade de revisã o do quantum alimentício,
a qualquer tempo, quando modificada a fortuna de quem os presta ou a necessidade de
quem os recebe.
(...)
Naturalmente, a revisã o alimentícia está condicionada á comprovaçã o de que houve uma
mudança, para maior ou para menor, nos elementos objetivos, fá ticos ou jurídicos, da
obrigaçã o alimentícia posterior à sua fixaçã o, decorrente de fato imprevisível, nã o
decorrente do comportamento das pró prias partes, afinal se a diminuiçã o de sua
capacidade econô mica decorre de ato voluntá rio do alimentante ou do alimentando, nã o se
pode justificar a revisã o. “ (FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de
Direito Civil. 4ª Ed. Bahia: JusPodvim, 2012, vol. 6. Pá gs. 857-858)
Na mesma esteira de entendimento, vejamos as liçõ es de Carlos Roberto Gonçalves:
Nestes termos,
pede deferimento.
Cidade, 00 de maio do ano de 2021.
Advogada
OAB MG 000000