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ECXELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA

CÍVEL DA COMARCA DE BARRETOS DO ESTADO DE SÃO PAULO.

ASTROGILDO CONSTANTINO, já qualificado nos autos


do processo em epígrafe, por seu advogado devidamente constituído nos autos
da Ação de Indenização que lhe move CARLOTA JOAQUINA, também já
qualificada, inconformado com a r. sentença de fls. XX vem, mui
respeitosamente perante Vossa Excelência, com fulcro nos Arts. 1.009 à 1.014
do CPC, interpor tempestivamente o presente RECURSO DE APELAÇÃO,
requerendo que a recorrida seja intimada para, querendo, interpor as
contrarrazões, e, ato contínuo, sejam os autos, com as razões anexas,
remetidos ao Egrégio Tribunal do Estado de São Paulo para apreciação.

Termos em que,
Pede e espera deferimento

Barretos, 06 de abril de 2022

Advogado
OAB/___
RAZÕES RECURSAIS

Apelante: Astrogildo Constantino


Apelada: Carlota Joaquina
Processo nº ______________
____ Vara Cível da Comarca de Barretos/SP

EGRÉGIO TRIBUNAL
COLENDA CÂMARA
NOBRES JULGADORES

I – DA TEMPESTIVIDADE

Considerando que a r. Sentença foi publicada no Diário de


Justiça n° XXXXXXXX a apenas 6 dias, e considerando o Art. 1.003, § 5º do
CPC, que estipula o prazo de 15 dias para interposição de Recurso de Apelação,
necessário se faz considerar tempestivo o presente recurso, uma vez que estão
presentes todos os requisitos para tal.

II – DA JUSTIÇA GRATUITA

Conforme documentos em anexo e também presentes na


contestação do anteriormente apresentada, o apelante é pobre, acepção jurídica
do termo.
Neste sentido, e com fulcro no Art. 99 do CPC, requer o
apelante a gratuidade da justiça, visto que não consegue arcar com as custas
judiciais sem prejudicar a sua subsistência e a de sua família.

III – DA SÍNTESE DOS FATOS

A apelada entrou com Ação de Indenização em face do


apelante, em razão de uma colisão entre o veículo do apelante, no
estabelecimento da apelada.
Carlota Joaquina, que vendia bolos e doces e que no
momento do ocorrido arrumava as entregas do dia, pediu R$ 8.000,00 (oito mil
reais) a título de danos emergentes.
Astrogildo por sua vez, reconheceu em contestação ser
culpado pelo ocorrido, porém demonstrou, por meio de diversos comprovantes
em anexo (e que serão anexados novamente aqui), que o valor que a apelada
estava pedindo era exacerbado e não correspondiam ao valor real dos danos e
dos gastos, que seriam em realidade de R$ 6.000,00 (seis mil reais).
O juiz, de forma equívoca e sem se atentar aos critérios da
proporcionalidade e da razoabilidade, condenou Astrogildo a pagar R$ 6.000,00
(seis mil reais) a título de danos emergentes, além de R$ 5.000,00 (cinco mil
reais) a título de lucros cessantes.
Tal decisão, no entanto, não tem razão para prosperar,
devendo ser reformada, pelas razões de fato e de direito expostas a seguir.

IV – RAZÕES DA REFORMA

Do valor exorbitante do quantum indenizatório

Excelência, o valor fixado na indenização é alarmantemente


maior do que o realmente devido e comprovado pelo agora Apelante em sede de
contestação.
O valor fixado de R$ 11.000,00 (onze mil reais), somando o
total dos danos emergentes e dos lucros cessantes, está muito acima do valor
dos prejuízos causados.
Necessário enfatizar que, sempre, ao fixar uma indenização,
devem ser observadas a razoabilidade e a proporcionalidade, o que não ocorreu
no caso em tela. O quantum fixado não foi razoável e nem compatível com a
situação em si, não considerou o poder econômico de Astrogildo.
Foram desconsideradas todas e quaisquer provas cabais e
documentais trazidas pelo senhor Astrogildo, como por exemplo os
comprovantes. Além de também ter sido ignorado o fato dele ter admitido sua
culpa, e se prontificado a pagar, não tendo, em momento algum, se escusado de
suas obrigações enquanto causador do dano.
No que diz respeito aos lucros cessantes, de acordo com o
Art. 402 do CC, os lucros cessantes dizem respeito ao que a pessoa deixa de
lucrar em razão do evento danoso. Em momento algum de sua peça inicial,
Carlota Joaquina menciona ter deixado de lucrar algo em razão do ocorrido, ela
sequer coloca os lucros cessantes entre seus pedidos. Sendo assim, deve-se
considerar que estes não existiram, tendo o juiz os incluído na sentença de forma
equivocada, e configurando sentença extra petita.
Neste sentido, é essencial que o valor do quantum
indenizatório seja reduzido aos R$ 6.000,00 a título de danos emergentes, que é
o valor comprovado dos danos e em respeito ao princípio da razoabilidade e da
proporcionalidade.
Por consequência, se faz necessária a exclusão da
condenação em R$ 5.000,00 (cinco mil reais) de lucros cessantes, que
caracterizam sentença extra petita e não se aplicam ao caso em tela.

V – PEDIDOS

O apelante requer que o presente recurso de apelação seja


CONHECIDO e, quando de seu julgamento, seja totalmente provido, para
reformar a sentença, no sentido de acolher a tese do apelante, em virtude de
todas as provas e fatos acima expostos, por ser de inteira justiça.

Termos em que.
Pede e espera deferimento.

Barretos, 06 de abril de 2022

Advogada

OAB/

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