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Excelentíssimo Senhor (a) Doutor (a) Desembargador (a)

do Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo - Capital

Super Festas - ME, pessoa jurídica de direito privado, inscrita


no CNPJ de n° xxxxx/xxxx-xx, com sede na comarca de Monte Amarelo - SP, neste
ato representado por seu proprietário Mévio, brasileiro, estado civil, inscrito no CPF
sob n° XXX.XXX.XXX-XX e RG: XX.XXX.XX-X, residente e domiciliado à (endereço
completo), vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de sua
advogada que esta subscreve (procuração anexo) devido as razões de fato e de
direito que o permeiam a interpor, com fulcro no artigo 1015 e seguintes do Código
de Processo Civil o presente

AGRAVO DE INSTRUMENTO

Em face de decisão interlocutória proferida pelo juízo da 1° vara civel


da comarca de Monte Amarelo - SP nos autos do processo 778-25.2022.8.26-9999
a qual inferiu o pedido de Assistência Judiciária na ação de Execução de Título
Extrajudicial .
Ante a verificação de dano e de incerta reparação, faz jus à
interposição do presente recurso de agravo de instrumento.

DAS RAZÕES RECURSAIS

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO,


COLENDA TURMA,
NOBRES JULGADORES

1- DA TEMPESTIVIDADE
O prazo para a interposição do recurso de agravo de instrumento é
contado da data em que os advogados ou patronos das partes são intimados acerca
da decisão, dessa forma, conforme disciplinado no artigo 1003 parágrafo 5° do
CPC, o prazo é de 15 (quinze) dias úteis. Nos autos em epígrafe a intimação acerca
da decisão interlocutória ora vergastada deu-se no dia 21/03/2022, assim sendo,
contado-se os 15 (quinze) dias úteis, o prazo final para a interposição do presente
recurso termina no dia 11/04/2022

2 - DA AUSÊNCIA DE PREPARO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Levando- se em consideração que o objeto do presente recurso versa


sobre a gratuidade judiciária, é de suma importância ressaltar que o preparo não se
apresenta como requisito de admissibilidade deste recurso, mesmo porque o
agravante não dispõe de condições financeiras para arcar com as custas
processuais e honorários advocatícios nos termos do artigo 101 parágrafo 1° do
CPC.

3- DOCUMENTOS QUE FORMAM O AGRAVO

3.1) Cópia da decisão agravada, cópia integral do processo de origem;


3.2) Minuta de Agravo de Instrumento, nos autos da Ação de Execução de título
extrajudicial, cujo processo é de número 778-25.2022.8.26-9999, de origem da 1°
Vara civel da Comarca de Monte Amarelo - São Paulo.

4- SÍNTESE DOS FATOS

A ação principal versava sobre a Execução de um Título Extrajudicial


referente a um contrato de prestação de serviços firmado entre a Agravante ora
requerida na ação principal e o requerente Tício - já qualificado nos autos. O
contrato era sobre a realização de uma festa, porém, devido a pandemia da Covid-
19 impossibilitou que a agravante realizasse o evento naquele ano, frisando que o
valor do contrato era de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), onde perdeu o processo e foi
condenada.
Dessa forma, a agravante ora requerida no processo supracitado, opôs
embargos a execução enfatizando uma crise financeira causado pela pandemia,
motivo pelo qual pleiteou o deferimento da assistência judiciária.
Assim sendo, o juízo da 1° vara da comarca de Monte Alegre-SP indeferiu o pedido
do agravante, mesmo com a juntada de declaração de hipossuficiência, do
rendimento da empresa ( folhas de n° ) o referido Juízo assim decidiu, conforme
transcrição in verbs:

“ Vistos.
INDEFIRO o pleito de assistência judiciária. A embargante
é uma empresa constituída a aproximadamente 10( dez)
anos e muito conhecida na região, em que pese alegar
falta de condição para custeio do processo e nada provar
neste sentido. Não bastando a mera alegação de
hipossuficiência para concessão de assistência judiciária,
notadamente ao se tratar de pessoa jurídica.”

5- DO DIREITO DA REFORMA DA DECISÃO

A decisão do juízo ad quo é passível de reforma, haja vista que para a


concessão de justiça gratuita não necessariamente o agravante precisa ter um
caráter de miserabilidade, bastando apenas a simples afirmação do mesmo de que
não possui condições financeiras de arcar com as custas processuais sem que isso
implique na redução de arcar com o seu próprio sustento bem com como daqueles
que dele dependerem, nos termos do artigo 4° da lei 1060/50.
O juízo ad quo recusou, isso se não ignorou, a declaração de
hipossuficiência juntada nos autos ( folhas de n° ) sob a alegação de que por ser
uma empresa a tempos e conhecida na região é uma pessoa jurídica, de fato,
porém o fato de ser uma pessoa jurídica e atuante há anos na região não significa
que a mesma não possa ter sido vítima de falência devido aos efeitos da pandemia
e com a proibição de festas e eventos - ramo de atuação da agravante. E que, não
foi apenas uma mera alegação do agravante,foram juntados nos autos os meios
comprobatórios de tal situação fática, e ainda que fosse uma mera alegação do
agravante, tem-se, nesse ditame, o artigo 4° da lei 1060/50:

Artigo 4° da Lei 1060/50:A parte gozará dos benefícios da


assistência judiciária, mediante simples afirmação, na
própria petição inicial, de que não está em condições de
pagar as custas do processo e os honorários de advogado,
sem prejuízo próprio ou de sua família

Ora Excelência, a própria lei é cristalina: “ mediante simples afirmação, na própria


petição inicial”, ou seja, a letra lei é fria e simples nesse sentido, o fato da Agravante
ser uma pessoa jurídica, atuante e conhecida na região a mais de 10 (dez) anos e
ter “meramente” alegado e sem provas - nos termos do juízo ad quo, não implica no
significado de que o mesmo goze de boas condições financeiras e que possui
subsídios para arcar com as custas processuais. Assim sendo, segundo o diploma
legal supracitado, basta apenas que o agravante, neste caso, afirme na inicial lh dá
o direito de gozar da assistência judiciária, e assim o fez e foi além, juntou a
declaração de hipossuficiência bem como dos rendimentos de sua empresa, o que
foi ignorado pelo juízo de primeiro grau.
É inclusive neste sentido o entendimento jurisprudencial dos tribunais acerca do
assunto:

EMENTA: AGRAVO INOMINADO EM AGRAVO DE


INSTRUMENTO - JUSTIÇA GRATUITA - ÔNUS DA PROVAA Lei n.
1.060/50, que regulamenta a assistência judiciária, embora
anterior à Constituição Federal em vigor, estipula que a parte
gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples
afirmação, na própria petição inicial, de que não está em
condições de pagar as custas do processo e os honorários de
advogado, sem prejuízo próprio e de sua família.AGRAVO Nº
1.0024.14.096967-6/002 - COMARCA DE BELO HORIZONTE -
AGRAVANTE (S): JOSÉ ELIAS DA SILVA - AGRAVADO (A)(S):
BANCO SANTANDER BRASIL S/A

É de suma importância ressaltar ainda que, o indeferimento da gratuidade da


justiça é um óbice ao acesso a justiça, haja vista que levar em consideração que o
agravante por ser uma pessoa jurídica, alegar que sua empresa sofreu os impactos
da pandemia e encontra-se em crise financeira, o tempo de atuação na região e
presumir que, a mesma possui meios de arcar com o processo é dificultar o acesso
da mesma á justiça, pois, uma vez indeferido a gratuidade a mesma não terá como
tocar o andamento processual, será executada pelo requerido no processo de
origem, e, também não conseguindo arcar com o cumprimento da obrigação terá o
pouco dos bens que lhe resta.
Assim sendo, indeferimento de assistência judiciária dificulta o acesso à justiça
violando os preceitos dispostos no artigo 5° inciso XXXV da CF/88

6- DO PEDIDO

Ante ao que foi exposto, requer que os Nobres Desembargadores


recebam o presente recurso de Agravo de Instrumento e que o mesmo seja
conhecido e provido, para que a decisão proferida pelo Juízo ad quo seja
reexaminada e reformada para conceder os benefícios da gratuidade judiciária ao
agravante.

Nestes termos, pede e espera deferimento.

Local, data, mês e ano.

Advogado

OAB.

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