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A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - SEÇÃO DE SÃO PAULO, nos autos dos Embargos à
Execução, opostos por Nome, vem perante
Nome
00.000 OAB/UF
Nome
00.000 OAB/UF
SÃO PAULO
E. TRIBUNAL
C. TURMA
I. BREVE SÍNTESE
Execução alegando:
a) Preliminarmente a nulidade da sentença, uma vez que houve o cerceamento da sua defesa;
b) O reconhecimento da existência de coação no momento de assinatura do acordo;
c) A nulidade do acordo;
"(...)
Cuida-se de embargos à execução opostos por Antônio Cação Neto, fundados na ilegitimidade
da parte, na existência de coação, na ocorrência de prescrição de parte dos débitos que
integram a execução e na nulidade do acordo firmado para pagamento dos débitos em atraso.
Aduz, em síntese, que em 22/11/2012 foi excluído do quadro de advogados por decisão do
conselho da seccional da Embargada e, dessa forma, não poderia mais ser cobrado os valores
das anuidades não pagas, havendo expressa renúncia do direito de receber o crédito em
execução. Afirma, ainda, que houve coação por parte da requerida no momento da celebração
do acordo para pagamento do parcelamento da dívida e que, portanto, aqueles débitos
estariam prescritos. Com a inicial vieram documentos.
O feito foi distribuído à 8a Vara Federal de São Paulo, que reconheceu a prevenção com a
Execução 0015190-55.2016.403.6100 e, em vista disso, determinou a remessa dos autos a este
Juízo (ID. (00)00000-0000). A Embargada não apresentou manifestação.
É o relatório. Decido.
Como a certidão foi emitida em julho de 2016 e a execução proposta nesse mesmo mês, não
se verifica o transcurso do prazo prescricional quinquenal previsto no inciso I do parágrafo 5º
do artigo 206, do Código Civil.
No que tange ao acordo celebrado, cujo termo consta no ID. nº (00)00000-0000dos presentes
embargos, observo que abrange as anuidades dos anos de 1998 a 2010.
De fato, quando o acordo foi firmado o prazo prescricional quinquenal já havia transcorrido
para a cobrança das anuidades referentes ao período de 2000 a 2006.
Ocorre que, muito embora o débito prescrito seja inexigível, ele não deixa de existir, tanto que
o pagamento espontaneamente efetuado reputa-se válido, sendo esta a razão da norma
contida no 882 do Código Civil:
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação
judicialmente inexigível.
Por outro lado, é preciso considerar que o exercício regular de um direito não caracteriza
coação.
No tocante à alegação de que é parte ilegítima para figurar no polo passivo da Execução,
porquanto foi excluído do quadro de advogados por decisão do Conselho Seccional da
Requerida, verifico que o embargante só estará desobrigado ao pagamento das anuidades que
se referem aos anos que se seguirem ao momento que a referida decisão passou a produzir
efeitos. Veja-se que a intimação para apresentação da Carteira de Identidade Profissional só
ocorreu em abril de 2013 (ID. (00)00000-0000), tendo sido entregue em momento posterior
aquela data (ID. (00)00000-0000).
Neste contexto, o embargante exerceu por mais de dez anos a profissão de advogado sem
pagar as anuidades correspondentes, mostrando-se plenamente legítima a execução
promovida pela OAB para cobrança das anuidades até 2013. Não há nenhuma previsão no
ordenamento jurídico indicando eventual renúncia, nos termos do indicado pelo requerente
em sua petição.
Custas ex lege.
Honorários advocatícios devidos pelo embargante, os quais fixo em 10% sobre o valor
atualizado da causa, observados os benefícios da justiça gratuita deferidos no despacho de ID.
(00)00000-0000."
fato a Embargada, ora Apelada não impugnou os Embargos à Execução propostos pelo
Embargante, ora Apelante.
deu por um simples descuido, mas sim pelo fato de que a mesma não foi devidamente
intimada do r. despacho que determinou a sua manifestação nesse sentido. Veja-se:
forma completamente correta, a Embargada, ora Apelada, deixa de pleitear a nulidade de tal
decisão.
"Art. 442. A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso.
Art. 443. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos: I - já provados por
documento ou confissão da parte;"
suas alegações MOTIVO PELO QUAL NÃO SE FAZ NECESSÁRIO A REALIZAÇÃO DE PROVA
TESTEMUNHAL.
5. Consignou o STJ que "A negativa de produção de prova testemunhal e pericial não
caracteriza cerceamento de defesa porquanto o juiz é livre para apreciar as provas
apresentadas e para indeferir diligências que entenda inúteis ou meramente protelatórias.
Princípio do livre convencimento motivado" ( AgRg no AREsp 793.529 / SP, Rel. Min. JOÃO
OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, DJe 28/03/2016). 6. Nos termos da Lei nº
10.260/2001, o FIES é um programa do Ministério da Educação destinado à concessão de
financiamento a estudantes regularmente matriculados em cursos superiores não gratuitos e
com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério da 1 Educação (artigo 1º). 7.
O contrato de financiamento estudantil nesse modelo prevê as condições em que se realizará
o empréstimo, com as cláusulas respeitando os limites da lei de regência, podendo solicitar o
financiamento os estudantes pré-selecionados no processo seletivo do FIES em cursos
presenciais de graduação não gratuitos com avaliação positiva no Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Superior (SINAES), oferecidos por instituições de ensino superior
participantes do programa, e que atendam às demais exigências estabelecidas nas normas do
FIES para essa finalidade. 8. A Portaria Normativa nº 1/2010 do Ministério da Educação
regulamenta a adesão das mantenedoras. Assim, existe um regramento a ser obedecido,
descabendo a ingerência do FNDE no processo decisório. 9. Na espécie, os elementos
acostados evidenciam que a situação da inscrição do demandante indica "em
preenchimento pelo aluno" para o curso de Medicina; portanto, inexistiu finalização dos
procedimentos para a contratação. 10. Como salientado pelo Juízo sentenciante, a verificação
do limite financeiro da mantenedora da Instituição de Ensino para contratação do
financiamento, assim como a reserva desses recursos aos estudantes, é realizada no ato da
inscrição no SisFIES pelos estudantes (Portaria Normativa nº 10/2010, do Ministério da
Educação). 11. Na hipótese, conclui-se que a impossibilidade de acesso ao sistema
informatizado do FIES ocorreu em razão do esgotamento do limite de financiamento reservado
à Instituição de Ensino do interesse do estudante, e não em virtude de lentidão do sistema
informatizado, sendo certo que a Nota Técnica MEC/DTI 8/2015 supracitada esclareceu esse
ponto, restando afastada inconsistência do sistema operacional, cujo bloqueio ocorre se
ausente recurso financeiro da Instituição de Ensino. 12. Em suma, caso o estudante consiga
inscrever-se no SisFIES, a Instituição de Ensino não pode lhe negar a concessão de
financiamento sob alegação de limite financeiro, já que essa verificação apenas ocorrerá
quando da conclusão da inscrição no SisFIES. Entretanto, se a mantenedora da Instituição de
Ensino tiver esgotado seu limite financeiro para contratação do financiamento, os estudantes
sequer conseguem concluir a inscrição no sistema informatizado, o que, nas circunstâncias,
amolda-se ao caso.
13. A despeito de o FIES destinar-se a facilitar o acesso de alunos ao ensino superior, o fato é
que, no caso vertente, o estudante sequer conseguiu inscrever-se no programa em virtude do
esgotamento do limite financeiro da Instituição de Ensino, restando infrutífero seu apelo
quanto ao ponto. 14. Julgado do TRF4R (AC XXXXX- 73.2015.404.7202, Rel. Desembargador
Federal CANDIDO ALFREDO SILVA LEAL JUNIOR, QUARTA TURMA, j. 30/11/2016). 15. Nos
termos do artigo 37, § 6º, da CRFB/88, a responsabilidade da Administração por danos que
seus agentes causem a terceiros é objetiva, sendo necessária à sua configuração a inequívoca
comprovação de ação ou omissão indevida do poder público, o dano causado ao indivíduo e o
liame entre esse e o prejuízo dele decorrente, surgindo, assim, o dever de indenizar da
Administração (STJ, AgRg no AgRg no REsp 1.364.430 / DF, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA,
PRIMEIRA TURMA, DJe 21/03/2014). 16. A justificativa apontada pelo demandante para o
suposto dano é a impossibilidade de ingresso no FIES por falhas no
sistema operacional - o que restou afastado -, do qual decorreria a interrupção nos estudos
universitários. Inexistindo nos autos elementos aptos a infirmar o 2 entendimento esposado
pelo Juízo sentenciante, de forma a demonstrar a ação/omissão indevida do poder público da
qual decorreria o suposto dano, descabe a indenização requerida. 17. Vencido o demandante
em seu apelo, cabe-lhe suportar o ônus dos honorários advocatícios recursais, porquanto a
sentença foi publicada na vigência do CPC/2015. 18. No caso concreto, considerando-se o
entendimento do STJ no AgInt nos EDcl no REsp 1.357.561 / MG (Rel. Min. MARCO AURÉLIO
BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, DJe 19/04/2017), os honorários advocatícios devem ser
majorados para 12% (artigos 85, § 11, do CPC/2015, e 12 da Lei nº 1.060/50). 19. Agravo retido
não conhecido. Apelação conhecida e desprovida.
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REGRESSIVA DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS AJUIZADA POR
SEGURADORA CONTRA
de defesa, uma vez que os documentos juntados pelo Apelante e pela Apelada já são
suficientes para a elucidação do caso e, consequentemente, indeferimento do pleito do
mesmo, vez que não lhe assiste razão.
EXECUÇÃO
15. Aduz o Apelante que não é parte legitima para figurar no
polo passivo da Execução por ter sido excluído dos quadros de advogados desta entidade.
de 2013.
Veja-se:
sentença, o Apelante é sim parte legitima para figurar no polo passivo do processo de
Execução:
"No tocante à alegação de que é parte ilegítima para figurar no polo passivo da Execução,
porquanto foi excluído do quadro de advogados por decisão do Conselho Seccional da
Requerida, verifico que o embargante só estará desobrigado ao pagamento das anuidades que
se referem aos anos que se seguirem ao momento que a referida decisão passou a produzir
efeitos. Veja-se que a intimação para apresentação da Carteira de Identidade Profissional só
ocorreu em abril de 2013 (ID. (00)00000-0000), tendo sido entregue em momento posterior
aquela data (ID. (00)00000-0000).
Neste contexto, o embargante exerceu por mais de dez anos a profissão de advogado sem
pagar as anuidades correspondentes, mostrando-se plenamente legítima a execução
promovida pela OAB para cobrança das anuidades até 2013. Não há nenhuma previsão no
ordenamento jurídico indicando eventual renúncia, nos termos do indicado pelo requerente
em sua petição."
Apelante são devidas na sua integralidade, inclusive a anuidade referente ao ano de 2013 -
quando o advogado fora excluído dos quadros da OAB.
caráter anual, portanto não é possível o pagamento proporcional das anuidades aos
dias/meses que o Apelante permaneceu inscrito nos quadros de advogados da referida
instituição.
Veja-se.
"Art. 34. Constitui infração disciplinar:
XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de
regularmente notificado a fazê-lo ;"
as anuidades desde o ano de 1998, quando em 1999 novou a sua dívida realizando um
parcelamento do débito, onde não efetuou o pagamento de nenhuma parcela.
Veja-se:
o mesmo realizou o pagamento de duas parcelas do acordo realizado em 2011, confira- se:
"Art. 191 : A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem
prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se
presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição."
ora recorrida, o Apelado é Advogado e tinha plena e total condição de entender que ao
realizar o acordo, estava reconhecendo o débito como válido, e consequente renunciado, de
forma tácita, à prescrição.
consciente sem concordar com os termos do mesmo, até porque, caso o Apelante não
concordasse com os termos do Instrumento de Confissão de Dívida, obviamente teria discutido
judicialmente, conforme bem exposto pelo magistrado em sua r. sentença.
realizado em outubro de 2011 e o Apelante ter contestado somente após a citação da Ação de
Execução...
Veja-se.
I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;
(...)"
acertadamente, reconheceu que "O embargante, advogado que é, tinha plenas condições de
discernir acerca do transcurso do prazo prescricional de parte de seus débitos e tomar as
medidas judiciais cabíveis (propositura de eventual ação declaratória) objetivando o
reconhecimento judicial da prescrição e a consequente inexigibilidade dos débitos atingidos
pela prescrição. Dessa forma, não merece acolhida a alegação de que foi coagido a assinar o
instrumento de transação, como forma de proceder a regularização dos débitos."
foi coagido a realizar o acordo, bem como o fato de que o mesmo preferiu efetuar naquele
momento o parcelamento do débito, ao invés de impugnar os valores.
IV. DA CONCLUSÃO
Nome
00.000 OAB/UF