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AO JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA de VITÓRIA/ES.

Autos nº 0012345

Banco XXG, pessoa jurídica de direito privado, já qualificada nos autos do processo
em epígrafe, inconformada com a r. sentença de fls. nos autos de AÇÃO
CONDENATÓRIA, movida por ACÁCIA, também qualificada, por seu advogado, vem
respeitosamente perante este Ínclito Juízo com fundamento no artigo 1.009 do CPC,
interpor

RECURSO DE APELAÇÃO

nos termos das razões anexas, aguardando-se seu conhecimento e posterior


provimento.

Requer-se:

Seja intimada a parte contrária para contrarrazões e decorridas as formalidades


legais, sejam os autos remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do
Espírito Santo.

Nestes termos, pede deferimento.

Vitória, 24/05/2021

Felipe Rodrigues de Sousa


OAB/MG xxx.xxx
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Autos nº 001234

Banco XXG, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ: , com sede na Rua , nº , CEP:
, Vitória/ES, inconformada com a r. sentença de fls. nos autos de AÇÃO
CONDENATÓRIA, movida por ACÁCIA, brasileira, estado civil, profissão, RG, CPF,
residente e domiciliada na Rua , nº , CEP: , Vitória/ES, por seu advogado, vem
respeitosamente perante este Egrégio Tribunal, com fundamento no artigo 1.009 do
CPC, apresentar

RAZÕES DE APELAÇÃO
Colenda Câmara.

DOS FATOS

A apelada celebrou com a apelante contrato de empréstimo, no valor de


R$480.000,00 (quatrocentos e oitenta mil reais), a ser quitado em 48 parcelas
mensais de R$10.000,00 (dez mil reais), para aquisição de um apartamento situado
na cidade de Vitória, Espírito Santo, concedendo em garantia, mediante alienação
fiduciária, o referido apartamento, avaliado em R$420.000,00 (quatrocentos e vinte
mil reais). Após o pagamento das primeiras 12 parcelas mensais, totalizando
R$120.000,00 (cento e vinte mil reais), a apelante parou de realizar os pagamentos
iniciando-se assim o procedimento de execução extrajudicial da garantia fiduciária,
conforme previsto na Lei nº 9.514/97. A apelada foi intimada e não purgou a mora, e
o imóvel foi a leilão em duas ocasiões, não havendo propostas para sua aquisição,
de modo que houve a consolidação da propriedade do imóvel a apelante, com a
quitação do contrato de financiamento.
A parte apelada ajuizou, em seguida, ação condenatória em face da apelante,
distribuída para a 1ª Vara Cível de Vitória e autuada sob o nº 001234, sob a
alegação de que, somados os valores do imóvel e das parcelas pagas, a requerente
teria recebido R$540.000,00 (quinhentos e quarenta mil reais), mais do que o valor
concedido a título de empréstimo. Assim, Acácia formulou pedido condenatório
pretendendo o recebimento da diferença, ou seja, R$60.000,00 (sessenta mil reais),
assim como postulou a concessão dos benefícios da justiça gratuita, alegando não
possuir condições financeiras para arcar com as custas processuais e os honorários
sucumbenciais.
A apelante, citada, apresentou sua contestação, afirmando que a pretensão
não encontraria respaldo jurídico, à luz do regime previsto na Lei nº 9.514/97,
requerendo a improcedência da pretensão. Demonstrou que Acácia possuiria 4
(quatro) imóveis, além de participação societária em 3 (três) empresas, e condição
financeira apta ao pagamento das custas e dos honorários, requerendo o
indeferimento da justiça gratuita à apelada. O juiz concedeu o benefício da justiça
gratuita que havia sido postulado na inicial em decisão interlocutória e, após, julgou
procedentes os pedidos, condenando a apelante a restituir o valor de R$60.000,00
(sessenta mil reais) e a arcar com as custas processuais e os honorários
sucumbenciais em 10% do valor da condenação.

DO PREPARO

A Apelante apresenta o comprovante de pagamento da guia referente ao


preparo e porte de retorno (doc. anexo).

DA TEMPESTIVIDADE

Tendo a publicação se dado no dia 03/05/2021, o prazo sendo de 15 dias (art.


1.003, §5º do CPC), contando-se os dias úteis (art. 219 do CPC), excluindo-se o
primeiro dia e incluindo-se o último (Art. 224 do CPC), é tempestivo o recurso em
24/05/21.

PRELIMINARMENTE – IMPUGNAÇÃO DA GRATUIDADE

Em decisão interlocutória na sentença, foi concedida a gratuidade de justiça à


Apelada, tal decisão não era suscetível de agravo de instrumento, é a matéria aqui
suscitada em preliminar de apelação, consoante o disposto no Art. 1.009, §1º do
CPC.

FUNDAMENTAÇÃO

Quanto ao mérito, com a devida vênia, equivocou-se o magistrado ao julgar


procedentes os pedidos da apelada.
Preceitua a Lei º 9.514/97 em seu art. 26 que vencida e não paga, no todo ou
em parte, a dívida e constituído em mora o fiduciante, consolidar-se-á a propriedade
do imóvel em nome do fiduciário. Conforme disposição posterior do § 1º do
supramencionado art., o fiduciante, ou seu representante legal ou procurador
regularmente constituído, será intimado a satisfazer, no prazo de quinze dias, a
prestação vencida e as que se vencerem até a data do pagamento, os juros
convencionais, as penalidades e os demais encargos contratuais, os encargos
legais, inclusive tributos, as contribuições condominiais imputáveis ao imóvel, além
das despesas de cobrança e de intimação.
Como se extrai dos fatos, intimada, a apelada não purgou a mora e o imóvel
foi a leilão conforme disposição legal do art. 27 da Lei 9.514/97. Não houve proposta
de compras na primeira oportunidade, incidindo a hipótese do art. 27 § 1º da Lei
9.514/97. Na segunda oportunidade foi tentado o leilão do imóvel, sem propostas de
compra, ocorrendo a circunstância do Art. 27 § 5º, que dispõe que se, no segundo
leilão, o maior lance oferecido não for igual ou superior ao valor do saldo devedor da
operação de alienação fiduciária, considerar-se-á extinta a dívida e exonerado o
credor da obrigação de que trata o § 4º. O § 4º retromencionado, prevê que nos
cinco dias que se seguirem à venda do imóvel no leilão, o credor entregará ao
devedor o valor monetário que ultrapassar a dívida.
Diante do exposto, fica clara a incongruência da decisão proferida pelo MM.
Juiz de Direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Vitória/ES ao julgar procedente o
pedido da embargada em sede de petição inicial em ação condenatória.
Portanto, a reforma da decisão proferida, e posterior indeferimento do pedido
da embargada é a medida que se impõe.

Requer-se:

Seja a Apelação recebida, conhecida e no mérito, seja dado provimento, para


revogar o benefício da gratuidade à Apelada, reformando-se a sentença para
indeferir todos os pedidos formulados na Inicial, condenando a Apelada no ônus da
sucumbência, como custas e honorários advocatícios majorados em fase recursal
(Art. 85, §11 do CPC).

Nestes termos, pede deferimento.

Vitória, 24/05/2021

Felipe Rodrigues de Sousa


OAB/MG XXX.XXX

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