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EXCELENTÍSSIMO SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA


COMARCA DE DIADEMA/SP.

JULIANA DAS NEVES SILVA, brasileira,


casada, operadora de máquina, portadora do RG nº XX.XXX.XXX-X/SSP-SP,
inscrita no CPF/MF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada à Rua
Alameda da Conquista, n.º XX, Eldorado, Diadema - SP, 09974-331, por seu
advogo que este subscreve, respeitosamente, à honrosa presença de Vossa
Excelência, com fulcro nos artigos 186 e seguintes do CC, propor a presente
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, em face de CARLOS LIMA
SANTOS, portador do CPF/MF sob n.º XXX.XXX.XXX-XX, demais qualificações
ignoradas, residente e domiciliado em local ignorando, pelos motivos de fato e
de direito a seguir:

1 – Da gratuidade da justiça:

Requer a autora, desde logo, seja-lhe deferido o


benefício de gratuidade de Justiça, por tratar-se de pessoa pobre na
concepção jurídica da lei (declaração anexa), em conformidade com o artigo 98
e seguintes do CPC, não tendo como arcar com as custas e despesas
processuais sem prejuízo do seu sustento próprio e de sua família.

Cumpre informar que a requerente trabalha como


operadora de máquina, e possui unicamente receita para sobreviver, provendo
seu sustento e de sua família. Não há disponibilidade financeira para arcar
com as custas e despesas processuais, sem causar prejuízos, uma vez que
aufere renda mensal de R$3.850,00.

Ademais, o valor auferido pela requerente resta


totalmente comprometido em despesas com alimentação, higiene, vestuário,
moradia, e demais despesas necessárias para sua subsistência e de sua
família.
No mesmo sentido é o entendimento do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo, conforme ementas abaixo colacionadas:

“Assistência judiciária - Justiça gratuita -Benefício que pode ser


concedido mediante simples afirmação da parte de ser necessita
danos termos da lei - Artigo 4o da Lei n. 1.060/50 - Requisito
satisfeito no caso - Lei que, ademais, não conflita com o art. 5o, Inc.
LXXIV, da CF. - Requerimento que deve ser deferido – Recurso
provido. TJ/SP. AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 990.10.220498-7.
Órgão julgador: 14ª Câmara de Direito Privado. Data do julgamento:
15/09/2010.”

“Assistência judiciária. Pedido formulado pelo autor em ação de


indenização. Indeferimento. Elementos objetivos que indicam
impossibilidade de custeio das despesas e custas processuais.
Benefício concedido. Recurso provido. A simples afirmação feita
pelo interessado de que não está em condições de pagar as custas
processuais, sem prejuízo próprio ou de sua família, bem como os
elementos objetivos exibidos, são suficientes para concessão dos
benefícios da Justiça Gratuita, ressalvada a possibilidade da parte
adversa de ofertar subsídios outros em eventual impugnação.
TJ/SP. AGRAVO DE INSTRUMENTO N° 990.10.412866-8. Órgão
julgador: 32ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento:
23/09/2010.”

2 – Dos fatos e fundamentos:

A autora, que sempre teve o sonho de ser habilitada


e poder dirigir um veículo automotor, após duros esforços, aos seus 39 anos
de idade, conseguiu dar entrada junto ao Centro de Treinamento de
Condutores, ora requerida para realizar todo o processo de habilitação.

Em 15/01/2020 a autora firmou o contrato de


prestação de serviços com o requerido, ficando acordado entre as partes que
seriam pagos o total de R$ 1.200,00, em 4 boletos de R$ 300,00 sendo que
destes, fora pago 2 (dois) boletos.

Entretanto, o requerido impediu a autora de


continuar as suas aulas, por conta do atraso de alguns dias no pagamento da
terceira prestação, a autora então tentou contato com o requerido, para tentar
conciliar a situação, pois a pandemia desencadeada no ano antecedente, tinha
causado a todos um impacto inesperado.
Ocorre que a autora não obtve sucesso em contatar
o requerido, pois esse não mais atendeu ligações da autora, assim, a autora
teve a sua moral abalada, por conta da conduta do requerido, caracterizando o
dano moral, dano este que deverá ser reparado, como apregoa os artigos 186 e
seguintes do CC.

A Autora, se encontra, indignada, abalada,


insatisfeita, enganada e acima de tudo FRUSTRADA, pela excessiva demora do
requerido em marcar sua aula não computada, e por ter observado o total
descaso dos funcionários do requerido em solucionar o seu problema.

É por isso que não lhe resta alternativas em pedir


socorro ao judiciário para ver seu direito atendido, requerendo a este juízo, a
condenação do requerido pela falha na prestação do serviço, e pelo grande
sofrimento e abalo íntimo que vem sofrendo para a realização de sua última
aula não computada.

Frustradas, todas as tentativas amigáveis de


composição, a requerente não vê outra solução senão se socorrer da tutela
jurisdicional para fazer valer o seu direito creditório, que devidamente
atualizado, mais incidência de juros moratórios de 1% (um por cento) ao mês,
perfaz a quantia atual de R$ 17.113,02 (dezessete mil, cento e treze reais e dois
centavos), conforme planilha inclusa.

3 – Dos requerimentos:

Isto tudo posto, requer digne-se Vossa Excelência:

1 – Determinar a expedição de ofício a Receita


Federal para localização do endereço residencial do requerido, com o fito de
viabilizar a citação deste para que apresente defesa no prazo legal.

2 – Requer seja a presente demanda julgada


totalmente procedente, para que seja o requerido condenado ao pagamento do
valor principal de R$17.113,02, devidamente atualizado até a data do efetivo
pagamento, mais juros moratórios, bem como seja o requerido condenado ao
pagamento de indenização por danos morais no valor de R$20.000 nos termos
dos artigo 186 e seguintes do CC e ainda que seja compelido ao pagamento de
honorários advocatícios no importe de 20% (vinte por cento), custas
processuais e demais cominações legais, com fundamento nos artigos 85 e 82,
§2º do CPC

3 – Requer ainda os benefícios da justiça gratuita,


por tratar-se de pessoa pobre na concepção jurídica da lei, em conformidade
com o artigo 2o da lei 1.060/50, não tendo como arcar com as custas e
despesas processuais sem prejuízo do seu sustento próprio e de sua família.
Protesta provar o alegado por todos os meios de
prova em direito admitidas, notadamente pela prova documental, e depoimento
pessoal do requerido.

Dá a presente o valor de R$1.000,00 (hum mil reais)


para fins de alçada.

Termos em que.
P. deferimento.
Diadema, 25 de janeiro de 2020.

ADVOGADO
OAB/SP XXX.XXX

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