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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA

__________VARA CÍVEL DA COMARCA DE SALVADOR - BAHIA.


NOME, nacionalidade, estado civil, profissã o, portador (a) do RG n.º... E do CPF n.º...,
residente e domiciliado (a)..., com endereço eletrô nico, por intermédio de sua advogada
(procuraçã o em anexo - doc. 01), com escritó rio profissional sito à ... E endereço
eletrô nico..., onde recebe notificaçõ es e intimaçõ es, vem, mui respeitosamente à presença
de Vossa Excelência, com fulcro no art. 319 e seguintes do Có digo de Processo Civil propor:
AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER E TUTELA PROVISÓRIA DE
URGÊNCIA
em face de TERCEIROS POSSUIDORES do veículo marca..., ano..., cor... Placa policial...,
RENAVAM..., registrado perante o DETRAN-BA, situado em local incerto e nã o sabido, pelos
motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
I- PRELIMINARMENTE – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
Preconiza a Carta da Republica no Art. 5º da CF que todos sã o iguais perante a lei, sem
distinçã o de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
LXXIV- o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos.
Desta forma, o Có digo de Processo Civil, Lei 13.105/2015, dispõ e o seguinte:
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petiçã o inicial, na
contestaçã o, na petiçã o para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por
pessoa natural.
§ 4o A assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de
gratuidade da justiça.
Nesse enfoque, é altamente ilustrativo mencionar os seguintes arestos:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA NEGADO PELO JUIZ DE
PRIMEIRO GRAU. DECLARAÇÃ O DE HIPOSSUFICIÊ NCIA JUNTADA AOS AUTOS.
CONCESSÃ O DO BENEFÍCIO. RECURSO PROVIDO. A juntada de declaraçã o de
hipossuficiência pela parte que requer o deferimento do benefício da Justiça Gratuita basta
ao magistrado para a concessã o da benesse, nos termos do art. 4º da Lei n. 1.060, de 1950.
(TJ-SC - AI: 246232 SC 2009.024623-2, Relator: Lédio Rosa de Andrade, Data de
Julgamento: 26/11/2009, Quarta Câ mara de Direito Comercial, Data de Publicaçã o: Agravo
de Instrumento n., de Lages).
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IMPUGNAÇÃ O À GRATUIDADE DE JUSTIÇA HIPOSSUFICIÊ NCIA NÃ O AFASTADA - MERAS
AFIRMAÇÕ ES ADVOGADO PARTICULAR - NÃ O IMPEDIMENTO DA CONCESSÃ O DO
BENEFÍCIO - MANUTENÇÃ O. I- Impugnaçã o apresentada baseando-se apenas em
afirmaçõ es, sem produçã o de qualquer prova capaz de afastar a hipossuficiência econô mica
da parte. II- Manutençã o do ato decisó rio. III- Recurso a que se nega seguimento, na forma
do artigo 557, caput, do Có digo de Processo Civil. (TJ-RJ - APL: 00304032620138190087 RJ
0030403-26.2013.8.19.0087, Relator: DES. RICARDO COUTO DE CASTRO, Data de
Julgamento: 23/06/2015, SÉ TIMA CÂ MARA CIVEL, Data de Publicaçã o: 26/06/2015 10:35)
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PROCESSO CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - JUSTIÇA GRATUITA INICIALMENTE
INDEFERIDA - MODIFICAÇÃ O DA SITUAÇÃ O FINANCEIRA - NÃ O FAZ COISA JULGADA -
ALEGAÇÃ O EM QUALQUER MOMENTO E INSTÂ NCIA - DESNECESSIDADE DE
COMPROVAÇÃ O - DISPENSÁ VEL A INSCRIÇÃ O EM PROGRAMAS SOCIAIS OU ESTADO DE
NECESSIDADE - CONSTITUIÇÃ O DE ADVOGADO PARTICULAR NÃ O IMPEDE A
ASSISTÊ NCIA GRATUITA - SUFICIENTE A SIMPLES DECLARAÇÃ O DE POBREZA - RECURSO
A QUE SE DÁ PROVIMENTO POR MAIORIA DOS VOTOS. 1. A justiça gratuita pode ser
requerida a qualquer momento ou instâ ncia, para isso basta que o requerente afirme nã o
possuir situaçã o financeira que lhe permita arcar com as custas da justiça. 2. A situaçã o
financeira nã o faz coisa julgada, podendo se modificar a qualquer momento. 3. Nã o há
necessidade de comprovaçã o do estado de pobreza, tampouco de estado de necessidade ou
inscriçã o em programas sociais. 4. A constituição de advogado particular não é razão
para se indeferir a assistência judiciária gratuita. 5. A simples declaração de pobreza
é suficiente para se deferir a assistência gratuita. 6. Recurso que se dá provimento, por
maioria de votos.
(TJ-PE - AI: 3175420 PE, Relator: Stênio José de Sousa Neiva Coêlho, Data de Julgamento:
13/11/2013, 5ª Câ mara Cível, Data de Publicaçã o: 22/11/2013)
Leciona o insigne doutrinador José Cretella Jú nior, vejamos:
A assistência jurídica deve ser integral, plena. A prestaçã o jurisdicional é ato vinculado.
Provada pelo interessado sua condiçã o de necessitado, tem ele o direito de exigir do Estado
aquilo que a regra jurídica constitucional lhe assegurou.(Comentá rios à Constituiçã o
Brasileira de 1988, volume 2. Rio de Janeiro: Forense Universitá ria, 1990, p. 819)
Nelson Nery Jú nior, de forma incisiva, defende a existência da gratuidade processual como
pressuposto basilar do acesso do cidadã o à Justiça:
A isençã o das custas e honorá rios ao beneficiá rio da assistência judiciá ria (LAJ 3º) nã o
constitui ofensa à isonomia. Haveria vedação do acesso à justiça caso se obrigasse o
necessitado a pagar as despesas processuais.(Có digo de processo civil comentado e
legislaçã o processual civil extravagante em vigor. 2. Ed. Sã o Paulo: Revista dos Tribunais,
2001, p. 134).
Por fim, diante de todos as previsõ es Contidas na Carta Maior, bem como lei infra
constitucional, doutrina e jurisprudência, a Autora requer os benefícios da Justiça Gratuita,
conforme declaraçã o acostada nos presentes autos, uma vez que nã o possui condiçõ es de
arcar com as despesas processuais sem comprometer o seu sustento e de familiares,
conforme declaraçã o de pobreza acostada aos autos (doc.2).
II- DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO DA PRESENTE AÇÃO. AUTORA IDOSA AOS 65
(SESSENTA E CINCO) ANOS DE IDADE.
A Demandante é pessoa idosa, conforme comprova a documentaçã o pessoal que
acompanha a exordial. Nessa senda, é beneficiá ria da tramitaçã o processual prioritá ria, nos
termos do artigo nº 71 da Lei 10.741⁄2003 – Estatuto do Idoso e de entendimento
consolidado do STJ.
Diante do exposto, requer a concessã o da prioridade na tramitaçã o processual.
III- DOS FATOS
A autora é proprietá ria de um veículo Chevrolet..., ano..., cor..., Placa policial..., Remavam...,
adquirido em..., conforme se verifica da có pia do CRLV que segue anexo (doc. 3).
Ocorre que, a peticionante vendeu o veículo em... Pelo valor de... Através de depó sito em
conta corrente, conforme se comprova de extrato bancá rio que segue anexo.
Com efeito, a Requerente guardou os documentos comprobató rios da venda por mais de
dez anos, como nada existia, até entã o, que questionasse essa transaçã o os documentos
foram descartados, nã o possuindo qualquer contato ou dado que lhe ao comprador do
veículo.
Convém ressaltar que, a Requerente nã o tinha conhecimento que o veículo ainda se
encontrava em sua propriedade, uma vez que o mesmo permaneceu como seu por longos
10 anos, sem receber qualquer comunicado seja de transferência ou de cobranças, mesmo
estando com o seu endereço atualizado perante o ó rgã o de trâ nsito, pois possui CNH e
renova periodicamente, estando com endereço atualizado.
Ocorre que, no ano de... A Autora foi surpreendida com... Infraçõ es de trâ nsito em seu
prontuá rio junto ao Ó rgã o de Trâ nsito, foi quando tomou conhecimento que o veículo
vendido há ..., à época, nã o havia sido transferido de propriedade.
A partir da documentaçã o apresentada em anexo, verifica-se que a Autora jamais teve na
posse do veículo desde o negó cio jurídico que fora realizado em..., contudo, somente tomou
conhecimento que o veículo ainda estava em sua propriedade quando teve seu nome
protestado por inscriçã o na dívida Ativa devido ao débito de IPVA. (doc.4).
Por fim, diante de tantos transtornos suportados, bem como o risco que corre a Requerente
em ter veiculo de sua propriedade transitando na posse de terceiros desconhecidos, aliada
a perigo de eventuais acidentes à terceiros, bem como cometimento de ilícitos ainda mais
graves, vem socorrer-se do Poder Judiciá rio a fim de retirar tal veículo de circulaçã o,
compelindo o possuidor a transferir o bem para sua propriedade.
IV - DA TUTELA URGÊNCIA
Autorizam os arts. 84 § 3º do CDC e 300 do CPC que o Juiz, quando relevante o fundamento
da demanda e o receio de ineficá cia do provimento final for justificado, conceda
liminarmente a tutela pretendida.
Vejamos o que preceitua o có digo de processo civil em vigor:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado ú til do processo.
§ 1o Para a concessã o da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir cauçã o real
ou fidejussó ria idô nea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo
a cauçã o ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente nã o puder oferecê-la.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou apó s justificaçã o prévia.
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada nã o será concedida quando houver perigo
de irreversibilidade dos efeitos da decisã o.
Em face dos ilícitos praticados pelos possuidores, adquirentes do veículo citado, merece
acolhimento a tutela pretendida para impedir que mais danos venham ocorrer, inclusive
danos a terceiros e, assim, sofra ainda mais transtornos.
A autora é pessoa idosa, nã o possui meios de localizar o veículo supracitado, a fim de
compelir atual possuidor a transferir o veículo para seu nome. Inclusive, conforme já foi
exposto, ela nã o possui mais os documentos da venda, pois já se passaram mais de... Que
ocorreu o negó cio jurídico.
A evidência do direito pleiteado se vê na comprovaçã o da propriedade do veículo em nome
da autora, do pagamento, bem como o extrato de multas no Estado..., sendo que a
requerente já havia vendido desde... Ademais, os danos suportados sã o também evidentes,
pois suportou a Autora pagamentos de IPVA, tendo seu nome no cadastro da Dívida Ativa,
além de ter anotaçã o de tantas multas em seu prontuá rio junto ao DETRAN.
Por outro lado, o perigo na demora pode causar dano irrepará vel para a autora, com
ineficá cia ao resultado ú til do processo encontra-se delineado pelas seguintes situaçõ es:
i. A autora é uma senhora aposentada que nunca faltou com suas obrigaçõ es e preza pela
sua honra e nunca cometeu tais infraçõ es ou negligenciou a qualquer conduta para a
transferência do referido veículo, o que traz vá rios transtornos emocionais para a
demandante;
ii. Por outro lado, vive angustiada com a possibilidade de mais danos recaírem sobre seu
nome, como por exemplo um dano maior a terceiro ou ter o veículo utilizado para fins
ilícitos, homicídio, trá fico de drogas ou qualquer outra conduta que levará a Requerente ser
chamada a responder;
iii. O cometimento de mais infraçõ es de trâ nsito da qual recaia a responsabilidade
novamente para o prontuá rio da Autora e haja suspensã o/cassaçã o do seu direito de
dirigir;
iv. Por fim, caso o veículo continue em nome da requerente novos débitos podem ocorrer,
tendo que arcar com mais pagamentos juntos a ó rgã os pú blicos, mesmo sem condiçã o para
tanto.
Dessa forma, requer que seja concedida a tutela antecipada, inaudita altera pars, a fim de
determinar o BLOQUEIO JUDICIAL ATRAVÉS DO SISTEMA RENAJUD enquanto nã o for
localizado o veículo e seu atual possuidor, bem como a APREENSÃO DO VEÍCULO, com
identificaçã o do possuidor, a fim de que promova a transferência do mesmo.
V- DO DIREITO
Diante de todos os transtornos sofridos conforme alhures relatado nã o restam dú vidas
acerca do direito perseguido, uma vez que a Requerente comprova a propriedade do
veículo, bem como todos os transtornos suportados, deixando de comprovar a venda do
referido veiculo, pois já transcorreram mais de x anos e já nã o possui mais os documentos
da transaçã o.
O Có digo de Processo Civil, Lei n. 13.105/2015 determina a Citaçã o por Edital, nos casos
em que seja desconhecido ou incerto o citado, vejamos:
Art. 256. A citaçã o por edital será feita:
I – quando desconhecido ou incerto o citando;”
Com efeito, no caso em apreço, a Requerente nã o possui mais os dados da pessoa que
vendeu o veículo, pois possui mais de x anos e nã o possui mais os documentos como Có pia
do DUT preenchido, por exemplo, podendo, contudo, comprovar o negó cio realizado
através de prova testeminhal.
Com efeito, o NCPC estabelece ainda que:
Art. 259. Serã o publicados editais:
(...) III – em qualquer açã o em que seja necessá ria, por determinaçã o legal, a provocaçã o,
para participaçã o no processo, de interessados incertos ou desconhecidos.
Diante da inovaçã o legislativa, em respeito à Jurisprudência e Doutrina consolidados acerca
de tal possibilidade, é que a requerente vem se valer de tal instrumento normativo para
propor a presente demanda.
VI - DO DANO MORAL E MATERIAL
Configura dano moral aquele que, fugindo à normalidade, interfira intensamente no
comportamento psicoló gico do indivíduo, causando-lhe afliçõ es, angú stia, desequilíbrio em
seu bem estar, podendo acarretar ao ofendido dor, sofrimento, tristeza, vexame e
humilhaçã o.
No caso sub examine, inobstante a inegá vel conduta antijurídica da parte requerida, por ao
longo de mais x anos ter a propriedade de um bem sem ter a responsabilidade jurídica do
mesmo, pelo fato de nã o ter agido com boa fé e transferido o bem para seu nome.
Assim, demonstrado o dano e o nexo de causalidade, que consiste na relaçã o de causa e
efeito entre a conduta praticada pelo agente e o dano suportado pela vítima, torna-se claro
que a ré é responsá vel pelos danos causados a requerente, trazendo-lhe instabilidade
emocional por ter a frustraçã o de ser responsá vel por débitos que nã o eram dela, bem
como ter suspenso o seu direito de dirigir precisando passar por curso de reciclagem para
reaver o mesmo, além de outros danos sofridos.
Vale salientar, que a Requerente procura honrar seus compromissos e que teme pelo seu
bom nome.
Nã o obstante, deve a requerida ser condenada a indenizar a parte Requerente pelos danos
morais e materiais sofridos, conforme preceitua o art. 186 do Có digo Civil, in verbis:
Art. 186. Aquele que, por açã o ou omissã o voluntá ria, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral comete ato ilícito.
Nesse diapasã o, o art. 927, do mesmo diploma, dispõ e que aquele que por ato ilícito, causar
dano a outrem, fica obrigado a repará -lo. A reparaçã o que obriga o ofensor a pagar, e
permite ao ofendido receber, é princípio de justiça, com feiçã o, puniçã o e recompensa,
dentro do princípio jurídico universal que adote que ninguém deve lesar ninguém. Desta
maneira:
"Todo e qualquer dano causado a alguém ou ao seu patrimô nio, deve ser indenizado, de tal
obrigaçã o nã o se excluindo o mais importante deles, que é o DANO MORAL, que deve
automaticamente ser levado em conta." (V. R. Limongi França, Jurisprudência da
Responsabilidade Civil, Ed. RT, 1988)”.
O art. 944 do Có digo Civil Brasileiro estabelece que a indenizaçã o mede-se pela extensã o do
dano. Contudo, Excelência, a fixaçã o da indenizaçã o por danos morais deve ser levada em
conta devido a extensã o do dano, conforme já explanados. Além disso, os danos de ordem
material pelo que ela teve que pagar até o presente momento, com multas, curso de
reciclagem para reaver o seu direito de dirigir, pagamento de impostos atrasados (IPVA),
licenciamentos e outros que ocorreram e continuam sendo gerados.
Acerca do direito perseguido, confiram-se os seguintes arrestos de casos aná logos:
APELAÇÃ O CÍVEL - AÇÃ O DE INDENIZAÇÃ O POR DANOS MATERIAIS E MORAIS - COMPRA
DE AUTOMÓ VEL - BUSCA E APREENSÃ O DO VEÍCULO PELO ANTIGO PROPRIETÁ RIO -
RESPONSABILIDADE DO VENDEDOR - DIREITO DE REGRESSO - APLICAÇÃ O DOS ARTS.
214 E 215 DO CÓ DIGO COMERCIAL - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.(TJ-MS - AC:
68342 MS 1000.068342-3, Relator: Des. Hamilton Carli, Data de Julgamento: 18/11/2002,
3ª Turma Cível, Data de Publicaçã o: 02/12/2002)
_____________________________
AÇÃ O DE OBRIGAÇÃ O DE FAZER. AUTOR QUE ADQUIRIU VEÍCULO ASTRA DO PRIMEIRO
RÉ U. AUTOMÓ VEL QUE ESTAVA EM NOME DA ANTIGA PROPRIETÁ RIA SEGUNDA RÉ .
SENTENÇA PROCEDENTE DETERMINANDO AOS RÉ US QUE PROMOVAM A EFETIVA
TRANSFERÊ NCIA DA PROPRIEDADE DO VEÍCULO ASTRA AO AUTOR. INSURGÊ NCIA DA
SEGUNDA RÉ . VEÍCULO ASTRA QUE HAVIA SIDO PERMUTADO COM O PRIMEIRO RÉ U
PELO VEÍCULO VECTRA. OBRIGAÇÃ O DA SEGUNDA RÉ TER COMUNICADO A VENDA DO
VEÍCULO ASTRA NO Ó RGÃ O DE TRÂ NSITO. DEVER DO PRIMEIRO RÉ U TER PROCEDIDO A
TRANSFERÊ NCIA DO VEÍCULO ASTRA ANTES DA PERMUTA REALIZADA COM O AUTOR.
ARGUIÇÃ O DA SEGUNDA RÉ DE IMPOSSIBILIDADE DE TRANSFERIR A PROPRIEDADE DO
VEÍCULO EM VIRTUDE DO MESMO TER SIDO OBJETO DE BUSCA E APREENSÃ O PELA BV
FINANCEIRA. ATOS QUE FORAM COMETIDOS POR TERCEIRO ESTRANHO A LIDE.
INSTITUIÇÃ O FINANCEIRA QUE DESISTIU DA AÇÃ O DE BUSCA E APREENSÃ O. DEVER DOS
RÉ US PROVIDENCIAREM A TRANSFERÊ NCIA DA PROPRIEDADE DO VEÍCULO AO AUTOR.
RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. Aquele que nã o comunica a venda do veículo junto
ao ó rgã o competente, conforme preceitua o artigo 134 do Có digo de Trâ nsito Brasileiro,
estará respondendo por um bem que nã o detém a posse, tendo em vista que a transferência
da propriedade do automó vel por ser regulamentada por Lei, só ocorre com o respectivo
Registro no ó rgã o Detran.(TJ-SC - AC: 20120588161 SC 2012.058816-1 (Acó rdã o), Relator:
Saul Steil, Data de Julgamento: 24/09/2012, Terceira Câ mara de Direito Civil Julgado)
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DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃ O DE INDENIZAÇÃ O POR DANOS MORAIS.
CONTRATO DE FINANCIAMENTO COM ALIENAÇÃ O FIDUCIÁ RIA EM GARANTIA.
INADIMPLÊ NCIA. BUSCA E APREENSÃ O. RETOMADA DO VEÍCULO. VENDA SEM A
TRANFERÊ NCIA DE PROPRIEDADE. MULTAS DE TRÂ NSITO EM NOME DO ANTIGO
PROPRIETÁ RIO QUE TEVE O BEM APREENDIDO. ANTECIPAÇÃ O DE TUTELA. RETIRADA
DO REGISTRO DAS INFRAÇÕ ES E DA PONTUAÇÃ O INSERIDA NA CARTEIRA NACIONAL DE
TRÂ NSITO. SENTENÇA. TUTELA CONFIRMADA. CONDENAÇÃ O DO BANCO ALIENANTE
FIDUCIÁ RIO NO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃ O POR DANOS MORAIS. APELAÇÕ ES.
DECISÃ O TERMINATIVA MONOCRÁ TICA DE NEGATIVA DE SEGUIMENTO DOS RECURSOS.
AGRAVO. PRETENSÃ O DE REFORMA DA DECISÃ O PARA MAJORAÇÃ O DO VALOR DA
CONDENAÇÃ O POR DANOS MORAIS. REPRIMENDA QUE OBEDECEU AOS PRINCÍPIOS DA
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. PEDIDO DE APLICAÇÃ O DO PERCENTUAL DE
1% (UM POR CENTO) AO MÊ S AOS JUROS MORATÓ RIOS JÁ CONTEMPLADO NA
SENTENÇA. PEDIDO DE INCIDÊ NCIA DOS JUROS DE MORA E CORREÇÃ O MONETÁ RIA A
PARTIR DA CITAÇÃ O. RESPONSABILIDADE CONTRATUAL. OBEDIÊ NCIA À S SÚ MULAS 54 E
362 DO STJ. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO IMPROVIDO. DECISÃ O INDISCREPANTE. -
Tratando-se de danos morais, o julgador deve aplicar a reprimenda estribado nos
princípios da razoabilidade e proporcionalidade; - "Quando os juros morató rios nã o forem
convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinaçã o da
lei, serã o fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de
impostos devidos à Fazenda Nacional" (CC, artigo 406), portanto, nã o se tratando de
qualquer das hipó teses citadas no dispositivo transcrito, é imperioso a aplicaçã o do
percentual de 1% (um por cento) ao mês, incidência que decorre implicitamente da
situaçã o versada na sentença; - Os juros morató rios e a correçã o monetá ria, devem
obedecer ao tempo previsto para a sua aplicaçã o tratando-se de responsabilidade
contratual, sendo certo que os juros de mora começam a incidir desde a citaçã o (Sú mula 54,
do STJ) e a correçã o monetá ria a partir da sentença (Sú mula 362, do STJ) (TJ-PE - AGV:
2914834 PE, Relator: Francisco Manoel Tenorio dos Santos, Data de Julgamento:
28/11/2013, 4ª Câ mara Cível, Data de Publicaçã o: 11/12/2013)
________________________
OBRIGAÇÃ O DE FAZER. TRANSFERÊ NCIA DE VEÍCULO NÃ O REALIZADA. RECLAMANTE
RELATA QUE EM 17.08.2006 VENDEU VEÍCULO FIAT UNO AO RECLAMADO, POR MEIO DE
CONTRATO DE COMPRA E VENDA NO VALOR DE R$ 13.000.00; ADUZ QUE ERA
OBRIGAÇÃ O DO RECLAMADO REALIZAR, DENTRO DO PERÍODO DE UM MÊ S, A
TRANSFERÊ NCIA DO VEÍCULO COM A DEVIDA REGULARIZAÇÃ O E BAIXA JUNTO AOS
Ó RGÃ OS COMPETENTES, CONTUDO, ATÉ O MOMENTO A OBRIGAÇÃ O NÃ O FOI
CUMPRIDA; POR ESTA RAZÃ O ALEGA QUE SEGUE RECEBENDO MULTAS E NOTIFICAÇÕ ES,
MESMO DECORRIDOS SETE ANOS DA VENDA DO BEM. PLEITEIA A TRANSFERÊ NCIA DO
VEÍCULO E INDENIZAÇÃ O POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. SOBREVEIO SENTENÇA
PROCEDENTE QUE CONDENOU O RECLAMADO A REALIZAR NO PRAZO DE TRINTA DIAS A
TRANSFERÊ NCIA DO REGISTRO DE PROPRIEDADE DO VEÍCULO, SOB PENA DE MULTA
DIÁ RIA NO IMPORTE DE R$ 200,00, ATÉ O LIMITE DE R$ 5.000,00; AO PAGAMENTO DAS
MULTAS E TRIBUTOS EXPRESSOS NOS DOCUMENTOS INCLUSOS NOS MOVIMENTOS 1.4 A
1.9 (DÉ BITO CONSTITUÍDO SOBRE O VEÍCULO APÓ S A VENDA, QUE DEVERÁ SER
ATUALIZADO CONFORME RESPECTIVO EXTRATO DE DÉ BITO, A SER EMITIDO JUNTO AO
Ó RGÃ O COMPETENTE), BEM COMO AO PAGAMENTO DE R$ 1.500,00 A TÍTULO DE DANOS
MORAIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃ O ACOLHIDOS EM PARTE, SANEOU AS OMISSÕ ES DA
SENTENÇA E JULGOU EXTINTO O PEDIDO DE BUSCA E APREENSÃ O E IMPROCEDENTE OS
PEDIDOS DE EXPEDIÇÃ O DE OFÍCIOS AO DETRAN/BA E AO SEFAZ/BA PARA
PROVIDENCIAS NO CASO DE NÃ O CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕ ES IMPOSTAS AO RÉ U
EM SENTENÇA. INSURGÊ NCIA RECURSAL PRETENDE O DEFERIMENTO DA EXPEDIÇÃ O DE
OFÍCIO A PREFEITURA MUNICIPAL DE SALVADOR, AO DETRAN/BA E A SEFAZ/BA,
AUMENTO DA MULTA DIÁ RIA ARBITRADA NA SENTENÇA MONOCRÁ TICA EM CASO DE
DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃ O DE FAZER, BEM COMO MAJORAÇÃ O DO VALOR DOS
DANOS MORAIS. RESPONSABILIDADE PELA TRANSFERÊ NCIA DO VEÍCULO CABE AO
COMPRADOR QUE, COMO NOVO PROPRIETÁ RIO, TEM A OBRIGAÇÃ O DE TRANSFERÊ NCIA
JUNTO AO Ó RGÃ O COMPETENTE, DE ACORDO COM O ARTIGO 123, § 1º, DO CÓ DIGO DE
TRÂ NSITO BRASILEIRO E INTELIGÊ NCIA DO ENUNCIADO 12.6 DAS TR? S/PR. PORTANTO,
NÃ O DEVE O ANTIGO DONO DO VEÍCULO ARCAR COM O Ô NUS DAS PENALIDADES
IMPOSTAS, VISTO QUE NÃ O FOI O RESPONSÁ VEL PELAS INFRAÇÕ ES. NÃ O MERECE
PROSPERAR O PEDIDO DE EXPEDIÇÃ O DE OFÍCIO AO DETRAN/BA PARA QUE ESTE
PROCEDA A TRANSFERÊ NCIA E REGISTRO DA PROPRIEDADE COM EFEITOS
RETROATIVOS DESDE A EFETIVA VENDA PARA O NOME DO RECORRIDO. ISSO PORQUE,
TAL OBRIGAÇÃ O INCUMBE EXCLUSIVAMENTE À RECLAMANTE, ORA RECORRENTE,
CONFORME DETERMINADO NA SENTENÇA QUE ACOLHEU PARCIALMENTE OS
EMBARGOS OPOSTOS PELA RECORRENTE. IGUAL SORTE ASSISTE AO PLEITO DE
EXPEDIÇÃ O DE OFÍCIO À PREFEITURA MUNICIPAL DE SALVADOR E A SEFAZ/BA.
RECONHECIDA PELO JUÍZO QUE OCORREU A VENDA DO VEÍCULO, CABE À RECLAMANTE
PETICIONAR PERANTE OS REFERIDOS Ó RGÃ OS ADMINISTRATIVOS DO ESTADO DA
BAHIA PARA QUE ESTES TOMEM CONHECIMENTO DA DECISÃ O JUDICIAL E PROMOVAM
AS MEDIDAS CABÍVEIS. VALOR DA MULTA DIÁ RIA ARBITRADA PELO JUÍZO A QUO
MOSTRA-SE JUSTA, SUFICIENTE E COMPATÍVEL COM A OBRIGAÇÃ O. PLEITO DE
AUMENTO DO LIMITE PARA ALCANÇAR O VALOR PRINCIPAL DA DEMANDA NÃ O
ACOLHIDO. TODAVIA, MERECE ACOLHIDA O PLEITO DE MAJORAÇÃ O DA INDENIZAÇÃ O
POR DANOS MORAIS. ISSO PORQUE O VALOR ARBITRADO DEVE REPRESENTAR PARA A
VÍTIMA UMA SATISFAÇÃ O CAPAZ DE AMENIZAR DE ALGUMA FORMA O SOFRIMENTO
IMPINGIDO. ASSIM, A EFICÁ CIA DA CONTRAPARTIDA PECUNIÁ RIA ESTÁ NA APTIDÃ O
PARA PROPORCIONAR TAL SATISFAÇÃ O EM JUSTA MEDIDA, DE MODO QUE NÃ O
SIGNIFIQUE UM ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA PARA A VÍTIMA E PRODUZA IMPACTO
BASTANTE AO CAUSADOR DO MAL A FIM DE DISSUADI-LO DE NOVO ATENTADO.
ENTENDO QUE O VALOR ARBITRADO PELO MAGISTRADO A QUO (R$ 1.500,00) NÃ O SE
PRESTA A COMPENSAR OS DANOS CAUSADOS PELA INÉ RCIA DO RECORRIDO. DIANTE
DISSO, LEVANDO EM CONTA AINDA OS CRITÉ RIOS DA PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE, MAJORO A INDENIZAÇÃ O POR DANOS MORAIS PARA R$ 5.000,00.
SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA PARA O FIM DE MAJORAR PARA R$ 5.000,00
(CINCO MIL REAIS) O VALOR ARBITRADO TÍTULO DE DANOS MORAIS, COM JUROS DE
MORA DE 1% AO MÊ S E CORREÇÃ O MONETÁ RIA PELO ÍNDICE INPC, NOS TERMOS DO
ENUNCIADO 12.13? A? DAS TRS/PR. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.
DEIXO DE CONDENAR A RECORRENTE AO PAGAMENTO DOS HONÓ RARIOS DE
SUCUMBÊ NCIA, TENDO EM VISTA QUE A PARTE CONTRÁ RIA NÃ O CONSTITUIU
ADVOGADO NOS AUTOS. CONFORME PREVISÃ O DO ART. 4º DA LEI ESTADUAL
18.413/2014, NÃ O HAVERÁ DEVOLUÇÃ O DAS CUSTAS RECURSAIS. SERVE A PRESENTE
COMO VOTO. UNÂ NIME. (TJPR - 1ª Turma Recursal - 0036953-27.2013.8.16.0182/0 -
Curitiba - Rel.: Fernando Swain Ganem - - J. 06.11.2015)(TJ-PR - RI:
003695327201381601820 PR 0036953-27.2013.8.16.0182/0 (Acó rdã o), Relator:
Fernando Swain Ganem, Data de Julgamento: 06/11/2015, 1ª Turma Recursal, Data de
Publicaçã o: 19/11/2015)
Diante de todo o exposto, resta evidente o direito perseguido pela requerente, motivo pelo
qual requer sejam apreciados os pedidos seguintes.
VII- DOS PEDIDOS
Pelo o exposto, requer se digne Vossa Excelência em determinar a observâ ncia dos
seguintes pedidos:
a) DEFERIR A TUTELA ANTECIPADA requerida, para determinar busca e apreensão do
veículo Chevrolet Vectra, ano..., cor..., Placa policial..., RENAVAM..., adquirido em..., bem
como seja oficiado o Detran para o bloqueio de circulação do mesmo através do sistema
RENAJUD;
b) Sejam citados os réus TERCEIROS INTERESSADOS, possuidores do veículo, através de
EDITAL, para proceder à OBRIGAÇÃO DE FAZER – Transferência do Veículo sob pena de
APREENSÃO, bem como para tomar conhecimento da presente demanda e querendo
contestar a açã o sob pena de revelia;
c) Seja julgado procedente o pedido para CONFIRMAR A TUTELA DEFERIDA, condenar o
possuidor ao pagamento das multas de trâ nsito e licenciamentos atrasados, bem como
ressarcir a Requerente nos valores já desembolsados e condenaçã o por dano moral no
valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais);
d) Caso nã o seja encontrado o veículo, DECLARAR A AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE,
oficiando o DETRAN-BA para que proceda a baixa do veículo ou em caso de
impossibilidade, para que conste na base de dados que a Requerente nã o mais possui
responsabilidade sobre o mesmo desde a venda que ocorreu no ano de...
e) Prioridade na tramitaçã o do feito, uma vez que a autora é pessoa idosa;
f) Deferir a assistência judiciá ria gratuita;
g) Condenar o Réu no pagamento das custas processuais e honorá rios advocatícios de
sucumbência
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente
prova testemunhal e juntada posterior de documentos.
Dar-se-á causa o valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais)
Nestes termos, pede deferimento.
Salvador, 20 de Julho de 2016
CINTIA VENTURA
OAB/BA 41.167
JOELMA ALMEIDA
OAB/BA 39.668
(documento assinado eletronicamente)
DOCUMENTOS ANEXOS:
PROCURAÇÃ O
COMPROVANTE DE RESIÊ NCIA
RG, CPF
DECLARAÇÃ O DE HIPOSSUFICIÊ NCIA
DOCUMENTO DO VEÍCULO OU CONSULTA NA BASE DO DETRAN
EXTRATO DE MULTAS
DÉ BITOS DE IPVA
OUTROS RELATIVOS AO CASO CONCRETO

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