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SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PERNAMBUCO.

AUGUSTE DUPIN, brasileiro, viúvo, desempregado, inscrito no cadastro de


pessoas físicas sob o nº ..., e-mail ..., residente à rua Elm, nº 72, Nova Londres-
AL, por meio de seu advogado regularmente constituído, e-mail ..., cuja
qualificação e indicação do escritório constam na procuração anexa, onde ali
aponta o endereço para receber notificações e intimações, vem respeitosamente
à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 1.015, V, do Código de
Processo Civil, interpor

AGRAVO DE INSTRUMENTO

Contra decisão interlocutória que negou os benefícios da Justiça Gratuita do ora


agravante, proferida pelo juízo da 8ª Vara de Cível da Comarca de Cariri do
Oeste, Estado do Pernambuco, nos autos da Ação de Despejo, distribuída sob o
nº..., em face de EUGENIE LALANDE.
O agravante deixa de efetuar o preparo relativo ao presente agravo, requerendo
neste ato a concessão da gratuidade de justiça.
Neste ato de interposição, a agravante junta a documentação obrigatória
constante do art. 1.017, I, do Código de Processo Civil, requerendo seja o
presente recurso recebido e distribuído, sendo dado efeito suspensivo a ele e, ao
final, seja a decisão do juízo a quo reformada, deferindo aos agravantes os
benefícios da justiça gratuita previstos no art. 98 e seguintes do Código de
Processo Civil.

RAZÕES DE AGRAVO

Processo nº ...
Origem: 8ª Vara de Cível da Comarca de Cariri do Oeste Agravante: AUGUSTE
DUPIN
EGRÉGIO TRIBUNAL, COLENDA CÂMARA
A respeitável decisão interlocutória agravada merece integral reforma posto que
proferida em franco confronto com que determina o Art. 5°, Inciso LXXIV da
Magna Carta e art. 98 do Código de Processo Civil (Lei 13.105/15).
Nos termos em que foi proferida, a r. decisão interlocutória, consubstanciará para
o agravante uma situação de flagrante e inaceitável injustiça, se não for de
imediato objeto de reforma.

DA SÍNTESE FÁTICA

O ora agravante propôs ação de despejo em face da Sra. Eugenie Lalande e a


cobrança dos aluguéis em atraso, efetuando, a fim de garantir a concessão da
liminar prevista no art. 59, §1º da Lei 8.245/91 (Lei do inquilinato), o depósito de
3 meses de aluguel à título de caução.
Ocorre que referido dinheiro foi juntado com muito esforço, sendo oriundo da
rescisão do contrato de trabalho do Sr. Auguste, há cerca de dois anos.
O autor não possui qualquer outra fonte de renda e nenhum dinheiro guardado,
não sendo possível, portanto, arcar com as mencionadas custas sem prejuízo de
seu próprio sustento (que está sendo provido com doações de moradores do
bairro onde vive).
A fim de garantir seu acesso à justiça, o autor que não possui condições
financeiras de arcar com custas e demais despesas processuais, pugnou pela
concessão dos benefícios da gratuidade de justiça, o que foi indeferido de plano
pelo juízo de primeiro grau.
Inconformado com a decisão interlocutória proferida, que negou o acesso dos
agravantes à justiça, não restou alternativas aos proponentes senão a
interposição do presente agravo de instrumento.

DO REQUERIMENTO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Ao tratamos de gratuidade de justiça, é importante frisar que a Lei Federal nº


7.115 de 29 de agosto de 1983, em seu art. 1º, foi enfática ao dar presunção de
veracidade às declarações de hipossuficiência, in verbis:
Art. 1º - A declaração destinada a fazer prova de vida, residência, pobreza,
dependência econômica, homonímia ou bons antecedentes, quando
firmada pelo próprio interessado ou por procurador bastante, e sob as
penas da Lei, presume-se verdadeira. (BRASIL, 1983, [s. p.])
Está, ainda, o procedimento do agravante em perfeita consonância com as
devidas disposições legais quando confrontado o seu requerimento junto com os
documentos que disponibiliza no processo, e as disposições do Código de
Processo Civil, em especial do art. 98, que funciona tanto como regulamentação
quanto dispositivo que pacifica o entendimento do Inciso LXXIV do Art. 5° da
Constituição Federal, em relação ao requisito da comprovação de insuficiência
de recursos.
Não há na legislação pátria nenhum parâmetro que possa medir o nível de
pobreza do cidadão, e que determine quem deve receber o benefício e a quem
ele deve ser negado.
Em que pese o agravante, conforme exposto na exordial, ter efetuado o deposito
da caução, tal condição não demonstra a existência de recursos financeiros ou
indícios de riqueza, até porque, como demonstrado, o autor não possui qualquer
outra fonte de renda e esse seria o único dinheiro que teria guardado, não se
afastando, dessa forma, a hipossuficiência alegada, sendo indispensável à
concessão de gratuidade como medida de acesso à justiça.

Dessa forma, verifica-se que a decisão do juízo é arbitrária, uma vez que a
própria legislação atinente a matéria, bem como o pensamento uníssono da
jurisprudência pátria, converge para a orientação de que, para o deferimento do
benefício da gratuidade de justiça, basta a simples afirmação da parte
requerente.

Desse Modo, o agravo deve ser provido, para reformando a decisão, deferir aos
agravantes o benefício pleiteado.

DO PEDIDO

Realizados todos os apontamentos pertinentes em relação a r. decisão atacada,


crédulo no aguçado senso de justiça desse tribunal, requer o agravante:

a) A concessão dos benefícios da justiça gratuita nos termos do art.98 e


seguintes do Código de Processo Civil por ser o agravante pobre da
acepção jurídica do termo, não tendo condições de efetuar o preparo do
presente agravo sem prejuízo de seu próprio sustento.
b) A reforma da decisão no que tange a negativa de concessão dos
benefícios da justiça gratuita, posto que foram reunidas todas as
condições necessárias.
Nestes termos,

Pede deferimento

XXXXXXX, XX de XXXXX de XXXX.

Advogado
OAB

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