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LÓGOS

ASSESSORIA JURÍDICA

AO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE


JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

[AGRAVO DE INSTRUMENTO]

Processo nº. ****-****

AMANCIO ZANETTI, já qualificado nos autos, por meio de seu


advogado que abaixo subscreve, vem, perante V. Exa,
inconformado com a decisão interlocutória do evento 3, interpor
AGRAVO DE INSTRUMENTO, com fundamento no artigo 1.015 do
CPC, e a partir das razões em anexo, para a devida apreciação.

Informa, ainda, que a parte recorrente encontra-se litigando sob


a gratuidade da justiça.

Em anexo seguem os documentos necessários à interposição do


presente recurso.

Ijui, 5 de fevereiro de 2024.

ADVOGADO: Régis Natan Winkelmann

OAB/RS: 666/2023

(55) 9-9717-3181 — Escritório Digital — natan.rw@hotmail.com


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ASSESSORIA JURÍDICA

AO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE


JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Processo nº. ****-****

Agravante: AMANCIO ZANETTI

Agravado: BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A.

Origem: 2ª Vara Cível da Comarca de iJUÍ/RS

[RAZÕES RECURSAIS DO AGRAVO]

1. DA CONTROVERSIA INICIAL

Em sede de decisão interlocutória o magistrado de primeira


instancia decidiu pela concessão da Assistência Judiciária Gratuita
nos seguintes termos:

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“Defiro a gratuidade de justiça, ressalvada a despesa da


remuneração do conciliador ou do mediador que atua
no CEJUSC, na forma do art. 98, § 5o, do Código de
Processo Civil.” (fl. 42).

Desta forma, contraditória a decisão aos fatos constantes nos autos


e ao Direito brasileiro, se lidos por meio da perspectiva promovida
pela Constituição Cidadã de 1988, e os princípios promovidos pela
ordem democrática e dirigente ali inaugurada.

2. DO DIREITO

O AGRAVANTE é pessoa despojada de qualquer bem material,


aferindo renda familiar MUITO menor que 5 salários-mínimos
nacionais, conforme declaração de hipossuficiência (evento 1, fl.
21).

É latente, assim, seu direito subjetivo fundamental à gratuidade da


justiça, visto que não pode arcar com as custas de uma ação
judicial sem ver desamparadas as necessidades básicas de sua
família. É o que estabelece a Constituição Federal em seu Art. 5º,
inciso LXXIV: “o Estado prestará assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”

Regulando tal direito profere o Código de Processo Civil (grifo


acrescentado):

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Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou


estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as
custas, as despesas processuais e os honorários
advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma
da lei. [...]

Compreendendo tal benefício a não onerosidade dos atos


processuais, conforme rol do § 1º do artigo supracitado. Devendo
ser estendido à faixa de renda da AUTORA, conforme ampla e
concorde jurisprudência do Tribunal Gaúcho1 e o centro de estudos
da mesma casa jurídica, em sua conclusão 49 2, que afirma:

49ª – O benefício da gratuidade judiciária pode ser


concedido, sem maiores perquirições, aos que tiverem
renda mensal bruta comprovada de até (5) cinco salários
mínimos nacionais.

Ademais, estabelece o Art. 99, § 2º e 3º, CPC (grifo acrescentado):

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver


nos autos elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão de gratuidade,
devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte
a comprovação do preenchimento dos referidos
pressupostos.

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência


deduzida exclusivamente por pessoa natural.

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Sendo imperiosa a concessão do benefício, independentemente


do valor da causa (que atente-se, não diz respeito à propriedade
ou renda do AGRAVANTE), sob pena de ofensa à direito
fundamental.

Remarque-se que, deveras é até contraditória a decisão proferida,


visto que confere a “gratuidade da justiça” o que é termo
preferivelmente empregado para a gratuidade sem reservas,
diferentemente do Termo AJG segundo parte da doutrina.

Por conclusão é imperioso a reforma da decisão com a eliminação


da reserva indevidamente introduzida. Pois, havendo presunção de
veracidade da declaração de hipossuficiência amplamente
sustentada pela jurisprudência e doutrina, é imperiosa a plena
concessão do benefício da gratuidade para honra-se o ímpeto
constitucional as construções do ordenamento, doutrina,
jurisprudência, normativas infralegais e especialmente o princípio
da dignidade da pessoa humana.

3. DA TUTELA DE URGÊNCIA CAUTELAR

Diante do fumus bonni iuris, pela evidência de direito líquido e certo,


e o perigo de dano irreversível aos direitos do AGRAVANTE se a
audiência de conciliação não for realizada é imperiosa a

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concessão de tutela de urgência cautelar, com fundamento nos


artigos 300 à 302 do CPC.

4. PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Diante do exposto, o apelante solicita que o recurso seja analisado
e atendido, revertendo a decisão inicial por meio do efeito
suspensivo do agravo. Sendo concedido a tutela de urgência
cautelar.

Ijui, 5 de fevereiro de 2024.

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