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QUESTÕES DA AÇÃO EXECUTIVA

Rui AGENTE
VALORES DEVIDOS AO Pinto DE EXEC. (ART. 20º)

2019
3ª QUESTÃO
O regime da injunção: como é o procedimento
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
e quais são os efeitos?
Artigo 703º nº 1 al. d) CPC
Decreto- Lei 269/98, de 1 de setembro (aprova o regime dos
procedimentos para cumprimento de obrigações pecuniárias emergentes de
contratos de valor não superior à alçada do tribunal de 1.ª Instância)
Portaria nº 220- A/2008, de 4 de março (Balcão Nacional de Injunções
(BNI), apresentação do requerimento de injunção e da oposição, formas de
pagamento da taxa de justiça, notificações pela secretaria e disponibilização
do título executivo
Decreto- Lei 62/2013, de 10 de maio (Estabelece medidas contra os
atrasos no pagamento de transações comerciais, e transpõe a Diretiva n.º
2011/7/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de fevereiro de
2011)

RPinto 3
ESQUEMA EXPLICATIVO
VALORES DEVIDOS AOdeAGENTE
(fluxogramas DE EXEC. (ART. 20º)
Cláudia Trindade)
Âmbito

RPinto 7
RPinto 8
RPinto 9
JURISPRUDÊNCIA: a questão da compensação
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
PROBLEMA: pode cobrar-se em injunção indemnizações ou cláusula penal?

-Só se podem cobrar os créditos que tenham como fonte o contrato


-O crédito de indemnização não tem por fonte o contrato
-Quanto à cláusula compulsória

SALVADOR DA COSTA, A injunção, 41 e 43: haverá que distinguir se a cláusula penal “foi
convencionada a título indemnizatório, para o caso de incumprimento de um contrato, ou
com escopo meramente compulsório. Na primeira situação trata-se de indemnização por
incumprimento contratual antecipadamente fixada, [mas cuja fonte seria a responsabilidade
civil] e, consequentemente, não pode ser exigida neste tipo de acção ou de procedimento; na
segunda situação, em que se está perante uma sanção aplicável sempre que se verifique ou
não um facto contratualmente previsto, parece que nada obsta a que o pedido do montante
convencionado possa ser objecto da acção ou do procedimento em causa”.
CASOS PRÁTICOS
VALORES DEVIDOS
(RetiradosAO
dosAGENTE DEO.A.)
Exames da EXEC. (ART. 20º)
RPinto 14
RPinto 15
RPinto 16
RPinto 17
RPinto 18
4ª QUESTÃO
Como pode ser usada a injunção pelo senhorio
VALORES
e peloDEVIDOS
inquilino noAO AGENTE DE
arrendamento EXEC. (ART. 20º)
urbano?
CRÉDITOS DO SENHORIO
Rendas [art. 1038/a) CC], encargos e despesas [art. 1078º CC]
VALORES DEVIDOS
Indemnização AO
por mora no AGENTE
pagamento DE[art.
de rendas EXEC.
1041º/1(ART.
CC], 20º)
Indemnização por mora na entrega do locado [art. 1045º CC]
MEIOS DE TUTELA PROCESSUAL DOS CRÉDITOS PECUNIÁRIOS DO SENHORIO
 título para desocupação do locado (cf. nº 1 do art. 15º-E) mediante aposição
de fórmula com autenticação mediante assinatura eletrónica

Vale também como

 título executivo para pagamento de quantia certa ex vi art. 15º-J nº 5 -


disponibilizado pelo BNA ao requerente e a terceiros (arts. 19º+ 20º Portaria
9/2013)
A instância injuntória convola-se ema ação declarativa especial: o BNA
apresenta os autos à distribuição (cf. art. 222º 3º CPC) e remete ao
senhorio cópia da oposição (cf. art. 15º-H nº 1 NRAU e art. 9º nº 3 da
Portaria n.º 9/2013 ).
Tem, então, início FASE DECLARATIVA
perante um juiz, regulada nos arts. 15º-F,
15º-H e 15º-I NRAU/2012

SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA = “decisão judicial para desocupação do


locado” com força executiva (cf. art. 15º-J nº1 NRAU/2012).

constitui, também, título executivo para pagamento de quantia certa,


certa nos
termos do art. 15º-E nº1
RPinto 24
RPinto 25
CASOS PRÁTICOS E JURISPRUDÊNCIA

pode o senhorio usar da injunção?


 JURISPRUDÊNCIA FAVORÁVEL (a lei não distingue)
RP 22-09-2016/Proc. 110414/15.0YIPRT.L1 (FARINHA ALVES)
O senhorio pode socorrer-se do procedimento de injunção para peticionar o pagamento de
rendas e de algumas despesas de consumos de água, eletricidade e gás, alegadamente
respeitantes ao período de vigência do contrato de arrendamento.
RP 11-03-2014/Proc. 103296/12.5YIPRT.P1
RL 8-11-2018/Proc. 10655/16.9T8LSB-A.L1-2 (FARINHA ALVES)

JURISPRUDÊNCIA NEUTRA ( EM SEDE DE INJUNÇÃO DO SENHORIO NÃO


DEBATE A QUESTÃO, mas, sim, fundamentos de mérito à pretensão daquele)

RL 7-6-2011/Proc. 272034/09.0YIPRT.L1-1 (MANUEL MARQUES)


RE 20-10-2011/Proc. 71697/09.3YPRT.E1(JOÃO GONÇALVES MARQUES)
RL 4-12-2012/Proc. n.º 177997/10-6YIPRT.L1-7 (ROQUE NOGUEIRA)
RL 21-02-2013/Proc. n.º 52506/12-2YIPRT.L1-2 (JORGE LEAL)
RE 21-1-2016/Proc. 74707/13.6YIPRT.E1 (ELISABETE VALENTE)
JURISPRUDÊNCIA CONTRÁRIA (erro na forma de processo)

RP 31-05-2010 /PROC. 385702/08.8YIPRT.P1 (MARIA DE DEUS CORREIA)


RL 27-11-2014/Proc. 1946/13.3TJLSB.L1-8 (OCTÁVIA VIEGAS) [contrato de utilização de loja
em CCm]
pode o senhorio usar da injunção
contra o fiador de rendas?
 JURISPRUDÊNCIA FAVORÁVEL

RP 11-3-2014/Proc. 103296/12.5YIPRT.P1 (ANABELA DIAS DA SILVA)


O “procedimento de injunção mostra-se adequado e é aplicável a todas as situações” que são
objeto do nº 1 do decreto premabular ao Decreto-Lei nº 269/98, de 1 de setembro, sem mais,
“[p]elo que ele é adequado ao pedido do pagamento de rendas ao fiador do locatário”.

RL 4-12-2012/Proc. 177997/10.6YIPRT.L1-7 (ROQUE NOGUEIRA)


RL 3-4-2014/Proc. 77156/10.4YIPRT.L1-6 (TOMÉ RAMIÃO).
CRÉDITOS PECUNIÁRIOS DO INQULINO
VALORES Indemnização
DEVIDOS[arts.
AO1103º/6,
AGENTE DE EXEC.
1103º/9,1110º-A CC] (ART. 20º)
MEIOS DE TUTELA PROCESSUAL DOS CRÉDITOS PECUNIÁRIOS DO
INQUILINO
O NOVO TÍTULO EXECUTIVO AVULSO

VALORES DEVIDOS
Novo AONRAU,
art. 14-A/2 AGENTE
ex viDE
LeiEXEC. (ART. 20º)
13/2019,
de 12 de fevereiro
Artigo 14.º -A
Título para pagamento de rendas, encargos ou
despesas
A NOVA INJUNÇÃO EM
MATÉRIA DE ARRENDAMENTO
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
-> Novos artigos 15º-T e 15º-U NRAU
Artigo 15.º -T
Injunção em matéria de arrendamento

1 — A injunção em matéria de arrendamento (IMA) é um meio processual que se


destina a efetivar os seguintes direitos do arrendatário:

a) Pagamento de quantia certa do valor da compensação em dívida por execução de


obras em substituição do senhorio, em caso de execução de intimação emitida ao
abrigo do n.º 2 do artigo 89.º do regime jurídico da urbanização e da edificação,
aprovado pelo Decreto –Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, ou do n.º 1 do artigo 55.º
do regime jurídico da reabilitação urbana, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 307/2009, de
23 de outubro, quando a injunção seja titulada pelo contrato de arrendamento,
acompanhado da comunicação prevista no n.º 3 do artigo 22.º -C do regime jurídico
das obras em prédios arrendados, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 157/2006, de 8 de
agosto, e de cópia da intimação a que se reporta;

b) Pagamento de quantia certa do valor da compensação em dívida por execução de


obras em substituição do senhorio, nos casos de reparações previstas nos n.os 1 ou 2
do artigo 1036.º do Código Civil, quando a injunção seja titulada pelo contrato de
arrendamento, acompanhado da comunicação prevista no n.º 3 do artigo 22.º -C do
regime jurídico das obras em prédios arrendados, aprovado pelo Decreto -Lei n.º
157/2006, de 8 de agosto;
c) Cessação de atividades causadoras de risco para a saúde do arrendatário, quando a injunção
seja titulada pela intimação dirigida pelo arrendatário nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo
13.º -B da Lei n.º 12/2019, de 12 de fevereiro, acompanhada por auto emitido pela autoridade
policial ou equiparada ou pela câmara municipal
competente;

d) Correção de deficiências do locado causadoras de risco grave para a saúde ou para a


segurança de pessoas ou bens, quando a injunção seja titulada pela intimação dirigida pelo
arrendatário nos termos da alínea b) do n.º 2 do artigo 13.º -B da Lei n.º 12/2019, de 12 de
fevereiro, acompanhada por auto emitido pela câmara municipal competente;

e) Correção de impedimento da fruição do locado, quando a injunção seja titulada pela


intimação dirigida pelo arrendatário nos termos da alínea c) do n.º 2 do artigo 13.º -B da Lei n.º
12/2019, de 12 de fevereiro, acompanhada por auto emitido pela autoridade policial ou
equiparada ou pela câmara municipal competente;

2 — Caso seja demonstrada a apresentação de requerimento da vistoria prevista no n.º 3 do


artigo 13.º -B da Lei n.º 12/2019, de 12 de fevereiro, dentro do prazo
estabelecido no n.º 7 do mesmo artigo, a câmara municipal é notificada para envio do referido
auto no prazo de 20 dias, suspendendo -se o processo até receção do referido auto, sem prejuízo
do disposto no número seguinte.
3 — Com o decretamento das injunções previstas nas alíneas c) a e) do n.º 1, a sanção pecuniária
prevista no n.º 5 do artigo 13.º -B da Lei n.º 12/2019, de 12 de fevereiro, passa a ser, por cada dia de
incumprimento a partir dessa data, no valor de 50 euros, podendo ser deduzida pelo arrendatário do
pagamento das rendas mensais vincendas a partir dessa data, até que o cumprimento
da injunção seja demonstrado pelo senhorio ao arrendatário nos termos do artigo 9.º
4 — À sanção pecuniária prevista no número anterior aplica -se o disposto no n.º 6 do artigo 13.º -B
da Lei n.º 12/2019, de 12 de fevereiro.
5 — O processo de injunção em matéria de arrendamento é objeto de diploma próprio.

Artigo 15.º -U
Serviço de Injunção em Matéria de Arrendamento
1 — É criado, junto da Direção -Geral da Administração da Justiça, o Serviço de Injunção em Matéria
de Arrendamento (SIMA), destinado a assegurar a tramitação da injunção em matéria de
arrendamento prevista no artigo anterior.
2 — O SIMA tem competência em todo o território Nacional.

RPinto 38
dívida por execução de obras em substituição do senhorio, em
caso de execução de intimação
-emitida ao abrigo do n.º 2 do artigo 89.º do regime jurídico da
urbanização e da edificação, aprovado pelo Decreto –Lei n.º 555/99,
de 16 de dezembro,
- emitida ao abrigo do n.º 1 do artigo 55.º do regime jurídico da
reabilitação urbana, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro

A injunção deve estar titulada pelo contrato de arrendamento, acompanhado da comunicação prevista no n.º 3 do artigo 22.º -C do regime jurídico das obras em prédios arrendados, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 157/2006, de 8 de agosto, e de cópia da intimação a que se reporta

UTELA PROCESSUAL DOS CRÉDITOS PECUNIÁRIOS DO INQUILINO


OBJE
Pagamento de quantia certa do valor da compensação em dívida por execução de obras em
substituição do senhorio, nos casos de reparações previstas nos n.os 1 ou 2 do artigo 1036.º
do Código Civil

A injunção deve estar titulada pelo contrato de arrendamento, acompanhado da comunicação prevista no n.º 3 do artigo
22.º -C do regime jurídico das obras em prédios arrendados, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 157/2006, de 8 de agosto;

UTELA PROCESSUAL DOS CRÉDITOS PECUNIÁRIOS DO INQUILINO


Prestação de facto negativo por cessação de atividades causadoras de risco para a saúde do arrendatário

A injunção deve ser titulada pela intimação dirigida pelo arrendatário nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 13.º -B da Lei n.º 12/2019, de 12 de fevereiro, acompanhada por auto emitido pela autoridade policial ou equiparada ou pela câmara municipal competente

INJUNÇÃO PARA PRESTAÇÃO DE FACTO UTELA PROCESSUAL DOS CRÉDITOS PECUNIÁRIOS DO INQUILINO
A injunção deve estar titulada pela intimação dirigida pelo arrendatário nos termos da alínea b) do n.º 2 do artigo 13.º -B da Lei n.º 12/2019, de 12 de fevereiro, acompanhada por auto emitido pela câmara municipal competente

 correção de impedimento da fruição do locado


A injunção deve estar titulada pela intimação dirigida pelo arrendatário nos termos da alínea c) do n.º 2 do artigo 13.º -B da Lei n.º 12/2019, de 12 de fevereiro, acompanhada por auto emitido pela autoridade policial ou equiparada ou pela câmara municipal competente;

UTELA PROCESSUAL DOS CRÉDITOS PECUNIÁRIOS DO INQUILINO


5ª QUESTÃO
Uma sentença condenatória pode ser executada
VALORES DEVIDOS
contra pessoa AO
diversa doAGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
condenado?
Artigo 10.º
Espécies de ações, consoante o seu fim
[…]
5 — Toda a execução tem por base um título, pelo qual se determinam o fim e os limites
da ação executiva.

Artigo 703.º
Espécies de títulos executivos
1 — À execução apenas podem servir de base:
a) As sentenças condenatórias;
[ …]
Artigo 53.º
Legitimidade do exequente e do executado
1 — A execução tem de ser promovida pela pessoa que no título executivo
figure como credor e deve ser instaurada contra a pessoa que no título tenha a
posição de devedor.
2 — Se o título for ao portador, será a execução promovida pelo portador do
título.
Artigo 54.º
Desvios à regra geral da determinação da legitimidade
1 — Tendo havido sucessão no direito ou na obrigação, deve a execução correr
entre os sucessores das pessoas que no título figuram como credor ou devedor
da obrigação exequenda; no próprio requerimento para a execução o exequente
deduz os factos constitutivos da sucessão

Artigo 55.º
Exequibilidade da sentença contra terceiros
A execução fundada em sentença condenatória pode ser promovida não só
contra o devedor, mas ainda contra as pessoas em relação às quais a sentença
tenha força de caso julgado.
ESQUEMA EXPLICATIVO
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
DEVEDORES SUJEITOS À EXECUÇÃO POR SENTENÇA

Réu condenado como devedor (art. 53º CPC)

Sucessores ou transmissários do réu condenado com devedor (art. 54º/1 CPC)

Terceiros em relação às quais a sentença tenha força de caso julgado (art. 55º)
JURISPRUDÊNCIA E CASOS PRÁTICOS
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
Réu condenado como devedor (art. 55º) abrange

o réu originário
o interveniente principal provocado associado do réu (art. 320º CPC)

Exemplos: chamamento de litisconsortes, possíveis contitulares, condevedores solidários (direito


de regresso)
RC 20-12-2016/Proc. 359/15.5T8SRT.C1 (FALCÃO DE MAGALHÃES)
VI – […] o chamado nos termos dos artºs. 321º e 323º, nº 1, do NCPC, não pode ser
condenado nessa ação, porque não é sujeito da relação jurídica que aí se debate entre Autor
e Réu. Ou seja, em termos mais simples: o Autor, relativamente ao interveniente chamado
pelo Réu, nos termos dos citados artºs 321º e 323º, nº 1, não tem, a seu favor, qualquer
direito que habilite uma condenação desse interveniente.
VII - O interveniente não é condenado nesta primeira ação, apenas ficando vinculado, em
regra, a aceitar os factos dos quais derivou a condenação do primitivo réu, isto é, o que
implementou o chamamento. Não é condenado a cumprir qualquer obrigação decorrente de
pedido do autor, mas estendem-se-lhe os efeitos do caso julgado da sentença final.
[…]
IX - Este incidente permite que se estendam ao chamado os efeitos do caso julgado da
sentença, de modo a que não seja possível nem necessário que na subsequente ação de
indemnização proposta pelo réu contra ele se voltem a discutir as questões já decididas no
anterior processo.
X - No fundo, o caso julgado torna indiscutíveis, na ação posterior, no confronto do chamado,
os pressupostos concernentes à existência e ao conteúdo do direito a indemnização da
titularidade do autor.
Sucessores ou transmissários do réu condenado com devedor (art. 54º/1 CPC)

Adquirente do direito ou coisa litigiosa depois do trânsito em julgado (art. 54º nº 1 CPC)

Herdeiros que aceitem a herança jacente condenada (art. 54º nº 1 CPC)

.
EXECUÇÃO DE SENTENÇA CONTRA TERCEIROS
6ª QUESTÃO
Em que termos se pode executar uma
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
ata de condomínio?
DL n.º 268/94, de 25 de outubro

Artigo 6.º
Dívidas por encargos de condomínio

1 - A acta da reunião da assembleia de condóminos que tiver deliberado o


montante das contribuições devidas ao condomínio ou quaisquer despesas
necessárias à conservação e fruição das partes comuns e ao pagamento de
serviços de interesse comum, que não devam ser suportadas pelo
condomínio, constitui título executivo contra o proprietário que deixar de
pagar, no prazo estabelecido, a sua quota-parte.
2 - O administrador deve instaurar acção judicial destinada a cobrar as
quantias referidas no número anterior.

RPinto 60
ESQUEMA EXPLICATIVO + JURISPRUDÊNCIA
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
QUEM É O AUTOR NAS AÇÕES DE COBRANÇA DE
DÍVIDAS AO CONDOMÍNIO?
QUEM É O AUTOR NAS AÇÕES DE COBRANÇA DE
DÍVIDAS AO CONDOMÍNIO?
STJ 4-10-2007/Proc. 07B1875 (SANTOS BERNARDINO)
O administrador “age, em juízo, enquanto órgão do condomínio e, portanto, em
representação deste”, pelo que a “parte no processo, relativamente às partes comuns do
edifício, é o condomínio”. Ele não é parte no processo: “parte no processo, relativamente às
partes comuns do edifício, é o condomínio.

RL 20-6-2013/Proc. 6942/04.7TJLSB-B.L1-2 (PEDRO MARTINS)


“Na acção em que um credor peça o pagamento de dívidas contraídas pelo condomínio,
apenas deve estar, como réu, o condomínio (a quem a lei atribui, para o efeito,
personalidade judiciária: art. 6/e do CPC), parte legítima, representada pelo administrador, e
não também, em litisconsórcio voluntário passivo com o condomínio, cada um dos
condóminos”

RC 15-10-2013/Proc. 379/03.2TBOFR.C1 (JOSÉ AVELINO GONÇALVES)


Numa “acção declarativa em que um credor peça o pagamento de dívidas contraídas pelo
condomínio, apenas deve estar, como réu, o condomínio, a quem a lei atribui, para o efeito,
personalidade judiciária nos termos do art. 6.º al. e) — agora artigo 12.º — do Código do
Processo Civil” e que está “representada pelo administrador”.
CARECE O ADMINISTRADOR DE AUTORIZAÇÃO PARA INTENTAR A AÇÃO DE COBRANÇA?
AS DÍVIDAS DE CONDOMÍNIO SÃO TRANSMISSÍVEIS?
O INQUILINO PODE TER DE PAGAR AS DÍVIDAS DE CONDOMÍNIO?
AS DÍVIDAS DE CONDOMÍNIO SÃO COMUNS OU PRÓPRIAS?

São dívidas comuns se a fração estiver em nome de ambos, em decorrência do artigo


1691.º n.º 1 al. a) CC.

São dívidas próprias se a fração estiver em nome de um deles (cf. artigo 1692.º al. a) CC),
mas o administrador

 pode alegar a comunicabilidade da dívida, por ser um encargo normal da vida familiar
(cf. o artigo 1691.º n.º 1 al. b) CC)), desde que o imóvel seja a casa de habitação efetiva da
família
 na ação declarativa, ao propô-la contra ambos os cônjuges, ou na ação executiva, nos
termos do artigo 741.º CPC
 sem prejuízo de na ação singular o réu condómino poder chamar o cônjuge à ação (arts.
316º nº 3 al. b) e 742º CPC)
MEIOS DE TUTELA PROCESSUAL DOS CRÉDITOS DO COMNDOMÍNIO

 Sentença condenatória (art. 703º nº 1 al. a) CPC)

Documento autêntico ou autenticado de confissão da dívida (art. 703º nº 1 al. b) CPC)

Cheque (art. 703º nº 1 al. c) CPC)

Cheque quirografário (art. 703º nº 1 al. c) segunda parte CPC)

Ata de condomínio nas condições do art. 6º DL n.º 268/94, de 25 de outubro (art. 703º nº 1
al. d) CPC)
QUE DÍVIDAS SE PODEM EXECUTAR COM A ATA DE CONDOMÍNIO?

A ATA DE CONDOMÍNIO CONSTITUI TÍTULO EXECUTIVO PARA COBRAR A


QUOTA PARTE DEVIDA AO CONDOMÍNIO POR

contribuições e despesas necessárias de conservação e fruição (cf. os artigos 1424.º, incluindo


inovações e reparações indispensáveis (cf. os artigos 1425.º a 1427.º CC)
pagamento de serviços comuns (incluindo o seguro obrigatório do artigo 1429.º CC

A ATA DE CONDOMÍNIO NÃO CONSTITUI TÍTULO EXECUTIVO PARA COBRAR

 quaisquer outras obrigações pecuniárias do condómino, como o de pagamento de penas


pecuniárias fixadas pela assembleia do condomínio, nos termos do artigo 1434.º CC
QUAIS SÃO OS REQUISITOS DA ATA PARA
CONSTITUIR TÍTULO EXECUTIVO?
A) OBJETO DA ATA
 INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA: o art. 6º abrange

As atas constitutivas da dívida [ = atas que aprovam certa despesa ou contribuição]; não
se consegue executar uma ata de liquidação sózinha

RL 11-10-2012/Proc. 1515/09.0TBSCR.L1-2 (JORGE LEAL)


“só tem força executiva, ao abrigo do disposto no n.º 1 do art.º 6.º do Dec-Lei n.º 268/94, de
25.10, a ata de assembleia de condóminos que documente a deliberação de onde nasça a
obrigação de pagamento de contribuição por parte do condómino, e não a deliberação que
declare, dê conta, certifique, a existência da dívida e seu montante”.

Os concretos valores em mora são liquidados na execução (cf. artigo 716º CPC), usando,
eventualmente, a ata de liquidação
Esses elementos devem constar de uma única ata: não pode ser completada por outras
atras em que se determinem as quotas partes de cada condomínio [suficiência do titulo]?

SIM: RL 30-6-2011/Proc. 13722/10.9YYLSB.L1-6 (ASCENÇÃO LOPES) e ac RP 27-5-2014/Proc.


4393/11.6TBVLG-A.P1 (VIEIRA E CUNHA)
QUAIS SÃO OS REQUISITOS DA ATA PARA
CONSTITUIR TÍTULO EXECUTIVO?
B) ASSINATURAS

 A ATA DEVE ESTAR ASSINADA, em ordem a ter autoria do ato; uma ata não
assinada não tem efeitos materiais, nem processuais

Vale o art. 1º nº 1 do Decreto-Lei n.º 268/94, de 25 de outubro:”[s]ão obrigatoriamente


lavradas actas das assembleias de condóminos, redigidas e assinadas por quem nelas tenha
servido de presidente e subscritas por todos os condóminos que nelas hajam participado”.

Quid iuris se não estiver assinada?

mera irregularidade
RL 7-4-2016/Proc. 2816/12.6TBCSC-A.L1-2 (ONDINA CARMO ALVES), RL
15-2-2007/Proc. 9207/2006-2 (JORGE LEAL) e RG 21-11-2013/Proc. 6017/10.0TBBRG-
A.G1 (HELENA MELO)
 ineficaz, pois não tem autoria = falta ou insuficiência de título executivo
 A FALTA DE ASSINATURAS SANA-SE
se a recusa de assinatura for anterior à elaboração da ata, “deve ser isso consignado na
acta, sendo assinada pelos demais que hajam participado na assembleia”
 se a recusa for posterior à elaboração da ata, o administrador de condomínio notificará,
extrajudicialmente ou por via judicial avulsa, o ausente para vir assinar; uma (nova)
omissão valerá como recusa de assinatura, ficando sanado o vício, pois o ausente já não o
pode vir invocar posteriormente.

 NA FALTA DE SANAÇÃO  falta ou insuficiência do título executivo


indeferimento liminar do requerimento executivo (art. 726.º n.º 2 al. a)).

não pode haver “incidente” judicial de suprimento dessa ineficácia na própria execução;

isso equivaleria a formar um título executivo judicial ad hoc e não previsto na lei

CONTRA: RL 7-4-2016/Proc. 2816/12.6TBCSC-A.L1-2 (ONDINA CARMO ALVES) e RL 15-2-2007/


Proc. 9207/2006-2 (JORGE LEAL): pode haver instrução e apreciação de “documento e [...]
demais elementos pertinentes obtidos, nomeadamente outros elementos de prova, para dar
ou não como demonstrada a situação factual que o documento se destina a comprovar”.
QUAIS SÃO OS REQUISITOS DA ATA PARA
CONSTITUIR TÍTULO EXECUTIVO?
C) PRESENÇA E ASSINATURA DO CONDÓMINO DEVEDOR

 NÃO É EXIGIDA A PRESENÇA DO DEVEDOR NA ASSEMBLEIA DE


CONDOMÍNIO
RL 8-7-2007/Proc. 9276/2007-7 (ARNALDO SILVA), RL 30-6-2011/Proc. 13722/10.9YYLSB.L1-6
(ASCENÇÃO LOPES) e RC 6-12-2016/Proc. 473/13.1TBLMG-A.C1 (MANUEL CAPELO)

 NÃO É EXIGIDO QUE TENHA ASSINADO A ATA (ou, sequer, aprovado a


deliberação)
RL 8-7-2007/Proc. 9276/2007-7 (ARNALDO SILVA), RL 30-6-2011/Proc. 13722/10.9YYLSB.L1-6
(ASCENÇÃO LOPES)
 se o devedor esteve presente na assembleia de condomínio, deverá assinar a ata — se não
a assinar, nem por isso a ata deixa de alcançar exequibilidade extrínseca; mas deverá ter
sido, regularmente convocado, embora uma eventual omissão de convocação seja um vício
material, que não é de conhecimento oficioso.

 se o devedor não esteve presente na assembleia de condomínio, não pode assinar a ata,
mas deve receber a comunicação do que foi deliberado, como impõe o artigo 1432.º n.º 6
CC.

 se o devedor recebeu a comunicação, “as deliberações devidamente consignadas em acta


são vinculativas tanto para os condóminos como para os terceiros titulares de direitos
relativos às fracções” lê-se no n.º 2 do artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 268/94, de 25 de outubro
7ª QUESTÃO
Como se pode suspender uma ação executiva?
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
ESQUEMA EXPLICATIVO + JURISPRUDÊNCIA
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
CAUSAS DE SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO

 CAUSAS GERAIS

 falecimento ou extinção de alguma das partes, sem prejuízo do disposto no artigo 162.º CSC;
 falecimento do advogado ou a sua absoluta impossibilidade de exercício do mandato, nas
execuções em que seja obrigatória a constituição de advogado;
 falecimento do representante legal do incapaz ou a sua absoluta impossibilidade de exercício
da representação nas execuções em que não é obrigatória a constituição de advogado, salvo se
houver mandatário judicial constituído;
 despacho judicial de suspensão por ocorrer motivo justificado;
 acordo de suspensão entre exequente e executado (não o acordo de pagamentos) por períodos
que, na sua totalidade, não excedam três meses (cf. artigo 272º nº 4) ;
 trânsito em julgado da sentença de homologação do plano de recuperação em sede de
processo especial de revitalização (cf. artigo 17º-E nº 1 segunda parte CIRE).
CAUSAS ESPECIAIS

 prestação de caução, por oposição à execução (cf. artigo 733º nº 1 al. a));
 despacho judicial que entenda justificada a suspensão sem caução, após recebimento de

oposição à execução em que se impugne


 a genuinidade da assinatura em documento particular (cf. artigo 733º nº 1 al. b));

a exigibilidade ou a liquidação da obrigação exequenda (cf. artigo 733º nº 1 al. c));

depósito da parte líquida ou já liquidada do crédito do exequente para se seguir a liquidação

da responsabilidade do executado (cf. artigo 846º nºs 4 e 5 in fine);


deferimento de pedido da suspensão da execução apresentado por qualquer credor, com

fundamento em estar pendente de pedido de recuperação de empresa ou de insolvência do


executado (cf. artigo 793º)
despacho de nomeação de administrador provisório no processo especial de revitalização (cf.

artigos 17º-C nº 4 e 17º-E nº 1 CIRE);


declaração de insolvência, transitada em julgado (cf. artigo 88º, nº 1 CIRE ), suspensão restrita

ao falido, prosseguindo quanto aos restantes executados se os houver.


QUESTÃO PARA PENSAR

A SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO SUSPENDE A CONTAGEM


DOS JUROS DE MORA?
8ª QUESTÃO
Que direitos processuais têm o cônjuge do
VALORES
executadoDEVIDOS
e o unido AO AGENTE
de facto numa DE EXEC.
ação (ART. 20º)
executiva?
RPinto 88
RPinto 89
ESQUEMA EXPLICATIVO
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
1º EXECUÇÃO DE DÍVIDAS PRÓPRIAS
(TÍTULO EXECUTIVO CONTRA UM DOS CÔNJUGES)

REGIME MATERIAL (art. 1696º CC)

Bens próprios do cônjuge devedor + bens comuns do artigo 1696º nº2 CC

Meação nos bens comuns do casal (só nos regimes de comunhão de bens)
2º EXECUÇÃO DE DÍVIDAS COMUNS
(TÍTULO EXECUTIVO CONTRA O CASAL)

REGIME MATERIAL (art. 1695º CC)

Bens comuns do casal (só nos regimes de comunhão de bens)

Bens próprios de cada cônjuge devedor


-Solidariamente (regime de comunhão de bens)

-Parciariamente (regime de separação de bens)


EXTENSÃO AO UNIDO DE FACTO?

REGIME MATERIAL (art. 1695º CC)

Lei n.º 7/2001, de 11 de Maio (lei das uniões de facto): nada diz quanto à ação executiva,
nem ao regime dívidas

NÃO SE LHES APLICA OS ARTIGOS 1691º SS CC (regime de dívidas)

SEGUE-SE O REGIME GERAL DAS OBRIGAÇÕES


-REGRA: as dívidas são parciárias; EXCEÇÃO: algumas dívidas são solidárias

-REPONSABILIDADE PATRIMONIAL: artigo 601º CC + artigo 817º CPC

-ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA (art. 473º CC)?


CASOS PRÁTICOS
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
9ª QUESTÃO
Como se pode extender a dívida de um cônjuge
VALORES
ao outro?DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
Artigo 741.º
Incidente de comunicabilidade suscitado pelo exequente
1 — Movida execução apenas contra um dos cônjuges, o exequente pode alegar
fundamentadamente que a dívida, constante de título diverso de sentença, é
comum; a alegação pode ter lugar no requerimento executivo ou até ao início das
diligências para venda ou adjudicação, devendo, neste caso, constar de
requerimento autónomo, deduzido nos termos dos artigos 293.º a 295.º e autuado
por apenso.
2 — No caso previsto no número anterior, é o cônjuge do executado citado para,
no prazo de 20 dias, declarar se aceita a comunicabilidade da dívida, baseada no
fundamento alegado, com a cominação de que, se nada disser, a dívida é
considerada comum, sem prejuízo da oposição
que contra ela deduza.

RPinto 99
3 — O cônjuge não executado pode impugnar a comunicabilidade da dívida:
a) Se a alegação prevista no n.º 1 tiver sido incluída no requerimento executivo, em oposição à
execução, quando a pretenda deduzir, ou em articulado próprio, quando não pretenda opor -se
à execução; no primeiro caso, se o recebimento da oposição não suspender a execução, apenas
podem ser penhorados bens comuns do casal, mas a sua venda aguarda a decisão a proferir
sobre a questão da comunicabilidade;
b) Se a alegação prevista no n.º 1 tiver sido deduzida em requerimento autónomo, na respetiva
oposição.
4 — A dedução do incidente previsto na segunda parte do n.º 1 determina a suspensão da
venda, quer dos bens próprios do cônjuge executado que já se mostrem penhorados, quer dos
bens comuns do casal, a qual aguarda a decisão a proferir, mantendo -se entretanto a penhora
já realizada.
5 — Se a dívida for considerada comum, a execução prossegue também contra o cônjuge não
executado, cujos bens próprios podem ser nela subsidiariamente penhorados; se, antes da
penhora dos bens comuns, tiverem sido penhorados bens próprios do executado inicial, pode
este requerer a respetiva substituição.
6 — Se a dívida não for considerada comum e tiverem sido penhorados bens comuns do casal,
o cônjuge do executado deve, no prazo de 20 dias após o trânsito em julgado da decisão,
requerer a separação de bens ou juntar certidão comprovativa da pendência da ação em que a
separação já sobre os bens comuns, aplicando -se, com as necessárias adaptações, o disposto
no n.º 2 do artigo anterior.

RPinto 100
Artigo 742.º
Incidente de comunicabilidade suscitado pelo executado
1 — Movida execução apenas contra um dos cônjuges e penhorados bens próprios do
executado, pode este, na oposição à penhora, alegar fundamentadamente que a dívida,
constante de título diverso de sentença, é comum, especificando logo quais os bens comuns
que podem ser penhorados, caso em que o cônjuge não executado é citado nos termos e para
os efeitos do n.º 2 do artigo anterior.
2 — Opondo-se o exequente ou sendo impugnada pelo cônjuge a comunicabilidade da
dívida, a questão é resolvida pelo juiz no âmbito do incidente de oposição à penhora,
suspendendo -se a venda dos bens próprios do executado e aplicando -se ainda o disposto
nos n.os 5 e 6 do artigo anterior, com as necessárias adaptações.

RPinto 101
ESQUEMA EXPLICATIVO
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
COMUNICAÇÃO DA DÍVIDA

PARA QUE SERVE?


Havendo título executivo contra um dos cônjuges, mas a dívida seja COMUNICÁVEL,

serve para a obtenção de título contra ambos (cf. artigo 34º nº 3 segunda parte)

COMO SE FAZ?
Na ação declarativa: o credor demanda ambos os cônjuges ou o réu mandar chamar o

seu cônjuge (art. 316º nº 2)

Na ação executiva desde que o título executivo não seja sentença: incidente de
comunicabilidade da dívida (arts. 741º + 742º; cf. art. 786º nº 5), promovido pelo exequente
ou pelo executado
INCIDENTE DE COMUNICAÇÃO NA AÇÃO EXECUTIVA
PRESSUPOSTOS E PROCEDIMENTO

- SANEAMENTO
- AUDIÊNCIA FINAL
-SENTENÇA DE - SENTENÇA
COMUNICAÇÃO DA
DÍVIDA

. OUTRA
COMUNICAÇÃO
DA DÍVIDA

.
PRESSUPOSTOS E PROCEDIMENTO

- SANEAMENTO
- AUDICÊNCIA FINAL
-SENTENÇA DE - SENTENÇA
COMUNICAÇÃO DA
DÍVIDA

. OUTRA
COMUNICAÇÃO
DA DÍVIDA

.
PRESSUPOSTOS E PROCEDIMENTO

- SANEAMENTO
- AUDICÊNCIA FINAL
-SENTENÇA DE - SENTENÇA
COMUNICAÇÃO DA
DÍVIDA

. OUTRA
COMUNICAÇÃO
DA DÍVIDA

.
FORMAÇÃO DO TÍTULO EXECUTIVO (cf. art. 703º / 1 – d) CPC)

Se a dívida for considerada comum, a execução prossegue também contra o


cônjuge não executado, cujos bens próprios podem ser nela subsidiariamente
penhorados; se, antes da penhora dos bens comuns, tiverem sido penhorados bens
próprios do executado inicial, pode este requerer a respetiva substituição.

Se a dívida não for considerada comum e tiverem sido penhorados bens


comuns do casal, o cônjuge do executado deve, no prazo de 20 dias após o trânsito em
julgado da decisão, requerer a separação de bens ou juntar certidão comprovativa da
pendência da ação em que a separação já sobre os bens comuns, aplicando -se, com as
necessárias adaptações, o disposto no n.º 2 do artigo 740º

RPinto 110
CASOS PRÁTICOS
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
10ª QUESTÃO
Como se pode o executado se defender da
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
execução?
ESQUEMA EXPLICATIVO (Ana Leal) +
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
JURISPRUDÊNCIA
RPinto 114
RPinto 115
QUADRO GERAL DOS MEIOS DE DEFESA DOS ATOS
PROCESSUAIS DA AÇÃO EXECUTIVA
OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO POR EMBARGOS (arts. 728º ss. CPC)
OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO POR SIMPLES REQUERIMENTO (art. 723º nº 1 al. d) CPC)

OPOSIÇÃO À PENHORA (arts. 784º e 785º CPC)


OPOSIÇÃO À PENHORA POR SIMPLES REQUERIMENTO (art. 744º nº 2 e 764º nº 3

CPC)

ANULAÇÃO DA VENDA OU ARGUIÇÃO DA SUA INEFICÁCIA (arts. 838º e 839º CPC)

ARGUIÇÃO DE NULIDADES
Nulidades típicas (arts. 186 ss. CPC)

Nulidades atípicas de qualquer ato processual (art. 195º CPC)

RECURSODAS DECISÕES DO TRIBUNAL (arts. 852º a 854º CPC)


RECLAMAÇÃO DOS ATOS E DECISÕES DO AG. EXEC (art. 723º nº 1 al. c) CPC)
OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO
TRAMITAÇÃO E EFEITOS

FORMA ORDINÁRIA
Artigo 728.º
Oposição mediante embargos

1 — O executado pode opor -se à execução por embargos no prazo de 20 dias a contar da
citação.

FORMA SUMÁRIA
Artigo 856.º
Oposição à execução e à penhora

1 — Feita a penhora, é o executado citado para a execução e, em simultâneo, notificado do ato


de penhora, podendo deduzir, no prazo de 20 dias, embargos de executado e oposição à
penhora
FORMA ORDINÁRIA / FORMA SUMÁRIA

Artigo 732.º
Termos da oposição à execução

1 — Os embargos, que devem ser autuados por apenso, são liminarmente indeferidos quando:
a) Tiverem sido deduzidos fora do prazo;
b) O fundamento não se ajustar ao disposto nos artigos 729.º a 731.º;
c) Forem manifestamente improcedentes.
2 — Se forem recebidos os embargos, o exequente é notificado para contestar, dentro do prazo
de 20 dias, seguindo -se, sem mais articulados, os termos do processo comum declarativo.
3 — À falta de contestação é aplicável o disposto no n.º 1 do artigo 567.º e no artigo 568.º, não
se considerando, porém, confessados os factos que estiverem em oposição com os
expressamente alegados pelo exequente no requerimento executivo.
[…]
Artigo 732.º
Termos da oposição à execução

[…]
4 — A procedência dos embargos extingue a execução, no todo ou em parte.
5 — Para além dos efeitos sobre a instância executiva, a decisão de mérito proferida
nos embargos à execução constitui, nos termos gerais, caso julgado quanto à
existência, validade e exigibilidade da obrigação exequenda.
FUNDAMENTOS
Artigo 729.º
Fundamentos de oposição à execução baseada em sentença

Fundando -se a execução em sentença, a oposição só pode ter algum dos fundamentos seguintes:
a) Inexistência ou inexequibilidade do título;
b) Falsidade do processo ou do traslado ou infidelidade deste, quando uma ou outra influa nos termos
da execução;
c) Falta de qualquer pressuposto processual de que dependa a regularidade da instância executiva,
sem prejuízo do seu suprimento;
d) Falta ou nulidade da citação para a ação declarativa quando o réu não tenha intervindo no
processo;
e) Incerteza, inexigibilidade ou iliquidez da obrigação exequenda, não supridas na fase introdutória
da execução;
f) Caso julgado anterior à sentença que se executa;
g) Qualquer facto extintivo ou modificativo da obrigação, desde que seja posterior ao encerramento
da discussão no processo de declaração e se prove por documento; a
prescrição do direito ou da obrigação pode ser provada por qualquer meio;
h) Contracrédito sobre o exequente, com vista a obter a compensação de créditos;
i) Tratando -se de sentença homologatória de confissão ou transação, qualquer causa de nulidade ou
anulabilidade desses atos.
PROBLEMA: como deduzir compensação na oposição à execução?

A compensação consta das als. g) (compensação extrajudicial) (e h) (compensação judicial) do


art. 729º e do art. 731º

A extinção da dívida tem valor de caso julgado material (art. 732º nº 5)

Não há condenação do exequente

Em suma: não há reconvenção na oposição à execução (RL 10-5-2018/Proc. 20814/11.5YYLSB-


A.L1-2 (PEDRO MARTINS)
Artigo 731.º
Fundamentos de oposição à execução baseada noutro título

Não se baseando a execução em sentença ou em requerimento de injunção ao qual


tenha sido aposta fórmula executória, além dos fundamentos de oposição
especificados no artigo 729.º, na parte em que sejam aplicáveis, podem ser alegados
quaisquer outros que possam ser invocados como defesa no processo de declaração.
Artigo 857.º
Fundamentos de oposição à execução baseada
em requerimento de injunção

1 — Se a execução se fundar em requerimento de injunção ao qual tenha sido aposta


fórmula executória, apenas podem ser alegados os fundamentos de embargos previstos
no artigo 729.º, com as devidas adaptações, sem prejuízo do disposto nos números
seguintes.
2 — Verificando -se justo impedimento à dedução de oposição ao requerimento de
injunção, tempestivamente declarado perante a secretaria de injunção, nos termos
previstos no artigo 140.º, podem ainda ser alegados os fundamentos previstos no artigo
731.º; nesse caso, o juiz receberá os embargos, se julgar verificado o impedimento e
tempestiva a sua declaração.
3 — Independentemente de justo impedimento, o executado é ainda admitido a deduzir
oposição à execução com fundamento:
a) Em questão de conhecimento oficioso que determine a improcedência, total ou parcial,
do requerimento de injunção;
b) Na ocorrência, de forma evidente, no procedimento de injunção de exceções dilatórias
de conhecimento oficioso.
ATENÇÃO

ACÓRDÃO DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL 264/2015, DE 12 DE MAIO

“declarar a inconstitucionalidade, com força obrigatória geral, da norma constante do artigo


857.º, n.º 1, do Código de Processo Civil, aprovado pela Lei n.º 41/2013, de 26 de junho, quando
interpretada “no sentido de limitar os fundamentos de oposição à execução instaurada com base
em requerimentos de injunção ao qual foi aposta a fórmula executória”, por violação do princípio
da proibição da indefesa, consagrado no artigo 20.º, n.º 1, da Constituição da República
Portuguesa
ANULAÇÃO DA VENDA OU SUA INEFICÁCIA

ANULAÇÃO DA VENDA (ART. 838º CPC)

1 — Se, depois da venda, se reconhecer a existência de algum ónus ou limitação que não fosse
tomado em consideração e que exceda os limites normais inerentes aos direitos da mesma
categoria, ou de erro sobre a coisa transmitida, por falta de conformidade com o que foi
anunciado, o comprador pode pedir, na execução, a anulação da venda e a indemnização a que
tenha direito, sem prejuízo do disposto no artigo 906.º do Código Civil.
2 — A questão prevista no número anterior é decidida pelo juiz, depois de ouvidos o exequente,
o executado e os credores interessados e de examinadas as provas que
se produzirem.
3 — Feito o pedido de anulação do negócio e de indemnização do comprador antes de ser
levantado o produto da venda, este não é entregue sem a prestação de caução; sendo o
comprador remetido para a ação competente, a caução é levantada, se a ação não for proposta
dentro de 30 dias ou estiver parada, por negligência do autor, durante
três meses.
ANULAÇÃO DA VENDA OU DA SUA INEFICÁCIA
ARGUIÇÃO DE NULIDADES

NULIDADES TÍPICAS (ARTS. 186 ss. CPC)


Ineptidão do requerimento executivo (arts. 186º e 187º CPC)

Falta ou nulidade da citação (arts. 188º a 192º CPC)  art. 839º nº 1 al. b) CPC

Erro na forma de processo (art. 193º CPC)

NULIDADES ATÍPICAS (ART. 195º CPC)


“a prática de um ato que a lei não admita, bem como a omissão de um ato ou de uma
formalidade que a lei prescreva, só produzem nulidade quando a lei o declare ou quando a
irregularidade cometida possa influir no exame ou na decisão da causa”
Por ex: preterições de formalidades essenciais na citação, na penhora ou na venda
RECURSO DAS DECISÕES DO TRIBUNAL
Artigo 852.º
Disposições reguladoras dos recursos
Aos recursos de apelação e de revista de decisões proferidas no processo executivo são aplicáveis as disposições reguladoras do processo de
declaração e o disposto nos artigos seguintes.
Artigo 853.º
Apelação
1 — É aplicável o regime estabelecido para os recursos no processo de declaração aos recursos de apelação
interpostos de decisões proferidas em procedimentos ou incidentes de natureza declaratória, inseridos na tramitação da ação executiva.
2 — Cabe ainda recurso de apelação, nos termos gerais:
a) Das decisões previstas no n.º 2 do artigo 644.º, quando aplicável à ação executiva;
b) Da decisão que determine a suspensão, a extinção ou a anulação da execução;
c) Da decisão que se pronuncie sobre a anulação da venda;
d) Da decisão que se pronuncie sobre o exercício do direito de preferência ou de remição.
3 — Cabe sempre recurso do despacho de indeferimento liminar, ainda que parcial, do requerimento executivo, bem como do despacho de
rejeição do requerimento executivo preferido ao abrigo do disposto do artigo 734.º.
4 — Sobem imediatamente, em separado e com efeito meramente devolutivo, os recursos interpostos nos termos dos n.os 2 e 3 de decisões
que não ponham termo à execução nem suspendam a instância.
Artigo 854.º
Revista
Sem prejuízo dos casos em que é sempre admissível recurso para o Supremo Tribunal de Justiça, apenas cabe revista, nos termos gerais, dos
acórdãos da Relação proferidos em recurso nos procedimentos de liquidação não dependente de simples cálculo aritmético, de verificação e
graduação de créditos e de oposição deduzida contra a execução.
RECLAMAÇÃO DOS ATOS DO AGENTE E EXECUÇÃO

ATOSEXECTIVOS E DESPACHOS DO AGENTE DE EXECUÇÃO


ÂMBITO RESIDUAL: i.e., sempre que a lei não preveja um meio próprio:

Quando a lei expressamente preveja a reclamação


cf. arts. 721º nº 4, 725º nº 2, 855º nº 2 al. a), 817º nº 2)

Quando sejam violadas normas do estatuto do agente de execução (Lei nº 154/2015, de 14

de setembro)
Quando ocorra legalidade do despacho do agente de execução por

violação de lei substantiva ou processual (que não configure nulidade processual geral ou

nulidade geral do artigo 615º)


erro de julgamento de facto

NÃO TEM EFEITO SUSPENSIVO, sem prejuízo do poder geral do juiz do art. 272º nº 1

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