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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA

DEPARTAMENTO DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

LUCAS TIAGO DE ASSIS SANTOS

AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR À AVALIAÇÃO 02

João Pessoa
2023
LUCAS TIAGO DE ASSIS SANTOS

AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR À AVALIAÇÃO 02

Trabalho acadêmico para a aprovação na


disciplina de Direito Processual Civil I no
curso de Direito do Centro Universitário de
João Pessoa.

Docente: Márcio A D Cabral.

João Pessoa
2023
QUESTÃO 1.
Siguismunda, aproveitando as férias em Balneário Camboriú com sua genitora, dona
Habinete, e seu único filho, Genislândio, decide levá-los para conhecer uma famosa praia da
ilha, para tanto, utilizam-se do ônibus da empresa X que faz este percurso. No caminho, o
motorista, ao tentar desviar de um buraco na pista, perde o controle do veículo, capotando
diversas vezes, o que fez com que Siguismunda fosse arremessada para fora, ferindo-se
gravemente e evoluindo a óbito antes mesmo da chegada da ambulância. Seu filho Genislânio
aciona o Judiciário pleiteando indenização por danos morais em decorrência do falecimento
de sua mãe, e dona Habinete, por sua vez, com outra ação indenizatória de dano moral em
razão do falecimento de sua filha, ambos em face da concessionária operadora da linha na
qual aconteceu o acidente.
No caso hipotético, narrado à luz do Código de Processo Civil de 2015, qual seria a
classificação do eventual litisconsórcio quanto à formação e quanto ao conteúdo da decisão.
Fundamente sua resposta no CPC e na jurisprudência dominante.

RESPOSTA: Percebe-se que o litisconsórcio ideal que deverá ser utilizado é o


litisconsórcio facultativo unitário, visto que não há uma obrigatoriedade que Genislânio e
Habinete ingressam como uma ação em conjunto, podendo os dois se juntarem para ajuizar a
ação em conjunto ou não. Por terem o mesmo interesse em comum em pleitear uma ação de
indenização por danos morais devido ao falecimento de Siguismunda, o litisconsio pode ser
classificado como unitário, sendo que a sentença deva ser una, ou seja, a mesma para todos.
O CPC expressamente afirma, no artigo 113, que devido o litisconsórcio poderá ser efetivado
se mais de duas pessoas apresentarem o mesmo interesse e direitos, assim, Genislânio e
Habinete apresentam uma comunhão de direitos ao buscar indenização pela morte de
Siguismunda. Dessa forma, os efeitos jurídicos da decisão (sentença) serão aplicados para
todas as partes. Em relação à decisão, o CPC, no art.116, afirma que, mesmo que a ação seja
ajuizada separadamente, a decisão do juiz deverá ser una para ambos os casos, devido à
característica unitária.

QUESTÃO 2.
Albarino, quando transitava por uma via de bicicleta, restou atingido por uma bola de
futebol oriunda da quadra esportiva “Entorta Tudo” Esportes, pessoa jurídica, empresa de
locação de quadras esportivas, na qual locatários disputavam uma partida. Na ocasião,
identificou-se que um dos integrantes da partida, Waldisney, num instante de raiva, chutou a
bola para cima inadvertidamente, vindo o objeto, assim, a atingir Albarino. Em virtude disso,
Albarino sofreu uma queda, causando danos a sua bicicleta, avaliados em R$ 900,00
(novecentos reais), além de ter sofrido uma fratura no braço esquerdo, despendendo R$
3.000,00 (dois mil reais) em seu tratamento e ficando impossibilitado de disputar a final do
campeonato de pedal que disputaria no dia seguinte ao acidente.
Diante do caso concreto narrado acima, discorra sobre as espécies de litisconsórcio
que poderiam ser formadas com base nas classificações vistas em sala, assim como sobre a
possibilidade de alguma modalidade de intervenção de terceiros no presente feito judicial.
Fundamente sua resposta em dispositivos do CPC e de nossa jurisprudência dominante.

RESPOSTA: No caso concreto, nota-se que se trata do tema de intervenção de


terceiros, de denuncia da lide, na medida que Albarino poderá ajuizar uma ação contra
Waldisney, pedindo uma indenização pela totalidade do dano contraído. Waldisney poderá,
consequentemente, realizar a denúncia da lide contra a empresa “Entorta Tudo” Esportes,
provocando-a a participar do processo, sob o argumento que deveria ter sido de
responsabilidade da empresa fornecer um espaço adequado que impeça que a bola saia da
quadra e atinja terceiros. Dessa forma, a classificação do litisconsórcio apresentado seria o
litisconsórcio ulterior que se formaria após o chamamento ao processo.

QUESTÃO 3.
Os concluintes de um curso de ensino superior enfrentaram dificuldades imprevistas
em relação à contratação com uma empresa de formatura que realizaria suas solenidades
festivas, pois a empresa (Caô recepções) não realizou o evento na data contratada. A má
prestação dos serviços acarretou ajuizamento de ação judicial por vinte dos formandos contra
a empresa. Diante do exposto e considerando a legislação processual civil vigente, assinale a
alternativa correta.
Diante do caso concreto, discorra sobre a possibilidade de quantidade de limitação de
pessoas num único polo por parte do juízo e o faça com base no CPC e em nossa
jurisprudência dominante.

RESPOSTA: A limitação da quantidade de litisconsortes em único pólo em um


litisconsórcio facultativo, não é expressamente prevista no Código de Processo Civil de 2015.
Dessa forma, compete ao juiz desmembrar o processo conforme o seu entendimento que o
desmembramento resultará na celeridade processual e na viabilidade do cumprimento da
sentença. Assim, o CPC, expressamente, afirma, no art. 113, §1º que “O juiz poderá limitar o
litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na
liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio
ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.” Dessa forma, o juiz poderá desmembrar
esse processo contra a empresa “Caô recepções”, caso julgue necessário, ou se for solicitado
por parte do réu, mantendo os futuros processos na mesma vara.

QUESTÃO 4.
Com a finalidade de suprir oferta insuficiente de vagas em creches na Comarca de
João Pessoa-PB, o Ministério Público Estadual ajuizou ação civil pública em face do
Município com o fito de garantir a três crianças carentes menores de 6 anos o atendimento em
creche municipal. Distribuída a uma das Varas de Fazenda Pública Municipal da Capital –
juízo privativo reservado ao ente federativo arrolado no polo passivo –, a demanda se fundou
no alegado direito público subjetivo de crianças menores de 6 anos ao atendimento em creche
e pré-escola, conforme norma constitucional reproduzida no Art. 54, IV, do Estatuto da
Criança e do Adolescente – ECA (Lei n. 8.069/1990).
Diante do caso hipotético assim formulado, à luz da Constituição da República de
1988, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e da Lei de Organização Judiciária do
Estado da Paraíba, a ação tramita do foro e juízo competentes? Fundamente sua resposta com
base na Constituição, CPC, legislação extravagante e na LOJE.

RESPOSTA: Pelas normas constitucionais, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente


(ECA) e pela Lei de Organização Judiciária do Estado da Paraíba, entende-se que a ação
deverá ser tramitará no foro competente ao juízo competente, sendo alocada em uma das vara
de Fazenda Pública Municipal da comarca de João Pessoa. Assim, visto que o ente federativo
estará posicionado no polo passivo da ação e, portanto, sob o critério de competência
territorial a juízo competente será o da capital paraibana.

QUESTÃO 5.
Leia o trecho da música “Rita”, de 2020, apresentada a seguir.
“Sua ausência tá fazendo mais estrago
Que a sua traição (quero ouvir), lê-lê-lê-lê
Minha cama dobrou de tamanho
Sem você no meu colchão
Seu perfume tá impregnado nesse quarto escuro
Que saudade desse cheiro de cigarro e desse álcool puro
Rita, eu desculpo tudo
Ôh, Rita, volta, desgramada
Volta, Rita, que eu perdoo a facada
Ôh, Rita, não me deixa
Volta, Rita, que eu retiro a queixa”.

Com base na melodia acima narrada, assim como na legislação processual vigente,
qual seria o foro competente para uma ação de reparação de danos e de eventual ação de
dissolução de união estável, caso o casal não se reconcilie? Seriam demandas conexas ou
continentes? Fundamente de forma positiva ou negativa também com fulcro nas normas
processuais em vigência e eficácia.

RESPOSTA: Conforme o CPC versa sobre a competência territorial no art. 46 , o foro


comum será, em via de regra, a comarca de domicílio do réu. Dessa forma, por mais que a
música não ofereça todos os dados necessários, se o eu lírico não perdoar Rita (não retirando a
queixa antes da apuração do Ministério Público), a comarca que o processo terá andamento
será o local do último domicílio de Rita, visto que o foro competente será a comarca que o réu
possui domicílio, já que Rita será intimada como membro do polo passivo da ação. Em
relação às demandas do autor de reparação de danos e dissolução da união estável, as
demandas seriam conexas pelas demandas terem aspectos diferentes entre si, e, não, tratar-se
de uma ação mais abrangente que a outra que poderia abarcar a outra ação.

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