Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A regra do art. 43 do CPC pode ser superada, sempre em caráter excepcional, quando se constatar que o
juízo perante o qual tramita a ação não é adequado ou conveniente para processá-la e julgá-la
Contemporaneamente, tem-se estudado com afinco institutos e instrumentos que impõem uma releitura do
princípio constitucional do juiz natural, com destaque especial para o princípio da competência adequada, do
qual deriva a ideia de existir, ainda que excepcionalmente, um forum non conveniens.
Essa ideia se funda no fato de que, não basta que o órgão judicial seja previamente constituído e individualizado
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 1/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
como aquele objetiva e abstratamente competente para a causa. Deve ser, também, concretamente competente,
ou seja, o mais conveniente e apropriado para assegurar a boa realização e administração da justiça.
Assim, quando se afirma que a competência pode ser definida especificamente para um juízo concretamente
competente em razão da adequação deste para processar e julgar a causa em relação aos demais juízos
também abstratamente competentes, afirma-se, consequentemente, que há um outro juízo que, conquanto
competente, é inadequado ou inconveniente (fórum non conveniens).
No caso concreto, o STJ considerou necessário afastar a regra do art. 43 do CPC em razão de circunstâncias
excepcionais que foram narradas no voto:
i) haveria indícios significativos de que o genitor estaria exercendo influências indevidas perante o juízo em que
distribuída a primeira ação de guarda, em prejuízo da mãe e da própria criança;
ii) há, contra o genitor, denúncia oferecida e recebida pela prática do crime de estupro de vulnerável contra o
filho, sem que isso tivesse exercido a necessária influência nas decisões relacionadas à guarda ou ao regime de
visitação da criança proferidas pelo juízo de Fortaleza/CE;
iii) a criança tem sido submetida, em razão de frequentes decisões judiciais do juízo de Fortaleza/CE, a
sucessivas modificações de guarda e de residência, inclusive por terceiros estranhos à família e alijando-se a
mãe do exercício da guarda, o que tem lhe causado imensurável prejuízo; e
iv) nenhuma das decisões judiciais proferidas pelo Poder Judiciário do Ceará, no âmbito cível, considerou a
possibilidade de afastar o convívio entre o genitor e o filho diante dos seríssimos fatos que se encontram sob
apuração perante o juízo criminal nos últimos 27 meses.
STJ. 2ª Seção. CC 199.079/RN, Rel. Min. Moura Ribeiro, Rel. para acórdão Min. Nancy Andrighi, julgado em
13/12/2023 (Info 15 – Edição Extraordinária).
Compete às turmas que compõem a Primeira Seção do STJ o julgamento de questões que envolvam os
contratos de mútuo habitacional que impliquem comprometimento do Fundo de Compensação das Variações
Salariais - FCVS
As demandas que envolvem discussão acerca dos contratos de seguro habitacional adjetos aos contratos de
mútuo com recursos oriundos do SFH, celebrados mediante apólice pública, de responsabilidade do FCVS
(Ramo 66), nos quais a Caixa Econômica Federal apresente interesse jurídico, devem ser processadas e
julgadas, no âmbito do STJ, pelas Turmas de Direito Público.
STJ. Corte Especial. CC 148.188-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 4/10/2023 (Info 790).
Compete à Justiça Federal julgar a causa, estabelecida entre particulares, que tem por objeto reintegração de
posse de imóvel que faz parte de comunidade quilombola
Caso adaptado: Regina ajuizou ação de reintegração de posse de um imóvel localizado em uma comunidade
quilombola. A ação foi proposta contra João, sendo ajuizada inicialmente na Justiça Estadual. O Juízo de Direito
declinou sua competência, argumentando que se tratava de uma área integrante de comunidade quilombola e
que o INCRA havia emitido uma licença de ocupação para um indivíduo particular. O Juízo Federal devolveu o
processo ao Juízo estadual, alegando que a disputa ocorria entre particulares e não envolvia discussão sobre o
domínio do imóvel. No entanto, a controvérsia se destaca por envolver uma licença de ocupação do INCRA,
reconhecendo a posse de João.
O STJ decidiu que a competência é da Justiça Federal porque há interesse da União. A Instrução Normativa nº
49 do INCRA estabelece que cabe a esta autarquia a gestão de questões relacionadas às terras ocupadas por
comunidades quilombolas. Identificado o interesse jurídico da União, devido à atuação do INCRA em matéria
fundiária envolvendo área quilombola, a competência para julgar o caso recai sobre a Justiça Federal, conforme
estabelecido pelo art. 109, I, da CF/88. Assim, levando em conta as importantes implicações das ações
possessórias e a existência de uma disputa sobre um imóvel demarcado e atribuído à comunidade quilombola,
cabe exclusivamente ao Juízo federal resolver a questão.
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 2/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
STJ. 1ª Seção. CC 190.297-AP, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 27/9/2023 (Info 14 – Edição
Extraordinária).
Compete à Justiça Comum o julgamento de ação na qual servidor celetista demanda parcela de natureza
administrativa contra o Poder Público
A Justiça Comum é competente para julgar ação ajuizada por servidor celetista contra o Poder Público, em que
se pleiteia parcela de natureza administrativa, modulando-se os efeitos da decisão para manter na Justiça do
Trabalho, até o trânsito em julgado e correspondente execução, os processos em que houver sido proferida
sentença de mérito até a data de publicação da presente ata de julgamento.
STF. Plenário. RE 1.288.440/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 01/7/2023 (Repercussão Geral – Tema
1143) (Info 1102).
A competência para julgamento de ação de indenização por danos morais, decorrente de ofensas proferidas
em rede social, é do foro do domicílio da vítima, em razão da ampla divulgação do ato ilícito
Caso adaptado: João, morador de Artur Nogueira (SP), gravou e divulgou, no WhatsApp, um vídeo contendo
xingamentos e ameaças contra um determinado político.
O político ofendido ingressou com ação de indenização por danos morais contra João.A ação foi proposta na
vara cível da comarca de São Bernardo do Campo (SP), domicílio do autor.
O requerido apresentou contestação suscitando a incompetência e afirmando que a ação deveria ser julgada no
foro do Município onde o vídeo foi produzido e divulgado, ou seja, em Artur Nogueira (SP), que também é o foro
do domicílio do réu. Logo, seja com base no art. 46 do CPC, seja com fundamento no art. 53, IV, “a”, também do
CPC, a competência para julgar o caso seria da comarca de Artur Nogueira (SP).
O STJ não concordou com os argumentos do réu e confirmou a competência do juízo de São Bernardo do
Campo (SP).
A competência para julgamento de ação de indenização por danos morais, decorrente de ofensas proferidas em
rede social, é do foro do domicílio da vítima, em razão da ampla divulgação do ato ilícito.
STJ. 4ª Turma. REsp 2.032.427-SP, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 27/4/2023 (Info 774).
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 3/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
Cabe à Justiça brasileira julgar ação de rescisão em que os autores pactuaram contrato de adesão de
prestação de serviços hoteleiros - sendo os aderentes consumidores finais - com empresa domiciliada no
exterior e os autores domiciliados no Brasil
Caso adaptado: João e Regina, residentes em Bauru (SP), estavam passando férias nas dependências de um
hotel em Cancun, no México.O casal foi abordado por um representante de vendas, que ofereceu a eles uma
proposta de afiliação ao CLUB MELIÁ, que funcionava da seguinte forma: a adesão se daria pelo pagamento do
valor aproximado de 3 mil dólares e o saldo restante, de aproximadamente 15 mil dólares, seria financiado em
60 parcelas mensais, no valor de 320 dólares, com taxa de juros anuais de 14% debitados no cartão de
crédito.Em contrapartida, os aderentes teriam direito, por 25 anos, a usufruir de uma semana por ano no hotel,
mediante pagamento de uma taxa de manutenção periódica, direito esse que poderia ser revendido ou cedido
para terceiros.
João e Regina, diante da pressão exercida pelo representante, resolveram aderir ao plano. Fizeram o depósito
inicial e passaram a pagar as parcelas mensais.
Algum tempo depois, o casal enfrentou dificuldades financeiras e, por essa razão, resolveu cancelar o plano,
mesmo porque, até então, já tinham pagado uma boa parte do valor sem que os serviços contratados tivessem
sido utilizados.
O casal formalizou o pedido de cancelamento por e-mail, tendo sido informados que que não seria possível
cancelar a avença, tendo em vista que tal pretensão seria possível somente nos cinco dias após a assinatura.
Irresignados com essa postura da empresa, João e Regina ingressaram com ação de rescisão contratual
cumulada com devolução de valores perante a 3ª Vara Cível da Comarca de Bauru (SP).A ação foi movida em
face da empresa Meliá Brasil Administração Hoteleira e Comercial Ltda, com sede em São Paulo (SP).
Citada, a ré, entre outros argumentos, suscitou a incompetência absoluta da justiça brasileira. Alegou que o
pacto foi assinado em outro país e o contrato possui cláusula de eleição de foro no México (país onde o serviço
deveria ser prestado). Desse modo, a tutela a ser prestada na justiça brasileira não poderá produzir efeitos fora
da jurisdição brasileira e, portanto, há impedimento de se discutir a validade, limites e condições contratuais que
são vigentes naquele país, sob pena de nulidade da decisão judicial.
A Justiça brasileira é competente para julgar essa demanda.
Cabe à autoridade judiciária brasileira processar e julgar a ação de rescisão contratual em que os autores
pactuaram contrato de adesão de prestação de serviços hoteleiros - sendo os aderentes consumidores finais -
com sociedade empresária domiciliada em território estrangeiro e os autores domiciliados no Brasil.
STJ. 3ª Turma. REsp 1797109-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/3/2023 (Info 769).
Compete à 1ª ou a 2ª Turma do STJ julgar recurso especial discutindo a indenização do art. 59, I, da Lei
8.630/93 (atualmente revogada)
Compete às Turmas integrantes da Primeira Seção do STJ julgar recursos que tenham por objeto a indenização
do art. 59, I, da Lei nº 8.630/93, decorrente do cancelamento da inscrição profissional dos trabalhadores
portuários avulsos, desvinculados do sistema pela Lei de Modernização dos Portos.
STJ. Corte Especial. CC 179.005-DF, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 15/2/2023 (Info 12 – Edição
Extraordinária).
O procedimento de dúvida suscitado por registrador imobiliário será julgado pela Justiça Federal caso
envolva bens de autarquia pública federal
Caso concreto: a Universidade Federal do Ceará (autarquia pública federal) protocolizou no cartório do Registro
de Imóveis pedido de unificação de dois imóveis com abertura de uma matrícula para o terreno unificado. O
Titular do Registro Imobiliário expediu nota devolutiva fazendo certas exigências. A UFC não concordou e pediu
que o Oficial suscitasse dúvida. Essa dúvida será julgada por um juiz federal.
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 4/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
Servidor celetista admitido antes da CF/88, sem concurso público, pede verbas trabalhistas e a nulidade de
contrato temporária: a competência é da Justiça do Trabalho
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar reclamação trabalhista ajuizada por servidor admitido sem
concurso público e sob o regime celetista antes da CF/88, mesmo que haja cumulação de pedidos referente ao
período trabalhado sob o regime de contratação temporária.
STJ. 1ª Seção. CC 188950-TO, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 14/09/2022 (Info 749).
Se, na mesma decisão, é reconhecida a ilegitimidade passiva de autarquia federal e, em razão disso, é
determinada a remessa do processo para a Justiça Estadual, a competência para a execução dos honorários
sucumbenciais nela fixados é da Justiça Federal
Caso hipotético: a empresa Alfa ajuizou ação de indenização contra as empresas Beta e Gama e contra a
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em litisconsórcio passivo.Como a CVM é uma autarquia federal, a ação
foi ajuizada na Justiça Federal.O Juiz Federal decidiu que a CVM era parte ilegítima para figurar na demanda e,
na mesma decisão que excluiu a autarquia da lide, declinou da competência para uma das varas cíveis da
Justiça Estadual.Na decisão, o magistrado federal fixou honorários advocatícios sucumbenciais a serem pagos
pela autora Alfa em favor da CVM, no valor de R$ 80 mil. Se esses honorários não forem pagos, eles deverão ser
executados pela CVM na Justiça Federal (e não na Justiça Estadual).
No caso, o Juiz federal reconheceu a ilegitimidade passiva da autarquia federal e condenou a autora ao
pagamento de honorários, determinando a remessa dos autos à Justiça estadual. Assim, apesar de não ser
possível que se dê nos próprios autos, a execução da verba honorária requerida pela entidade federal deve ser
processada perante o Juízo federal que constituiu o título executivo.
STJ. 2ª Seção. CC 175883-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 24/08/2022 (Info 747).
Compete às Turmas que compõem a Segunda Seção do STJ apreciar mandado de segurança em que se
questiona a compatibilidade de atos praticados por Junta Comercial em face de normas de Direito Societário
Caso concreto: a controvérsia, em primeira instância, iniciou-se com mandado de segurança no qual a empresa
postulava pela concessão da ordem para que a Junta Comercial fosse compelida a registrar as suas Atas de
Aprovação de Contas, sem que fosse necessária a comprovação da publicação das demonstrações financeiras.
Segundo alegou a impetrante, a Lei nº 11.638/2007 não prevê a obrigação de publicar as demonstrações
financeiras de sociedades empresariais de grande porte no Diário Oficial do Estado ou em jornal de grande
circulação, sendo absolutamente ilegal que uma norma de hierarquia inferior inove e crie obrigação sobre a qual
a Lei de regência sequer versou.
O exame da suposta ilegalidade das normas infralegais ou mesmo o abuso do direito de normatizar envolve
controvérsia diretamente relacionada com direito societário. O que se discute é a adequação dos referidos atos
normativos à Lei nº 11.638/2007, que alterou e revogou dispositivos da Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades
Anônimas) e à Lei nº 6.385/76, estendendo às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e
divulgação de demonstrações financeiras.
Desse modo, conclui-se que, no caso, embora se invoque suposta ilegalidade de atos praticados por Junta
Comercial, a controvérsia, em verdade, diz respeito à compatibilidade da atividade da autarquia estadual em face
de normas de Direito Societário, o que, em última razão, estão umbilicalmente associadas ao Direito Privado,
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 5/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
atraindo a competência das Turmas que compõem a Segunda Seção desta Corte Superior.
STJ. Corte Especial. CC 179662-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 17/08/2022 (Info 745).
Competência interna do STJ para julgar ACP proposta por órgão de defesa do consumidor contra TV por
assinatura, em razão de a requerida não estar cumprindo o Decreto federal e a Portaria que regulamentaram
o serviço de SAC
Compete às Turmas de Direito Público do STJ o julgamento de ação civil pública ajuizada por Órgão estadual
que fiscaliza a implementação e a manutenção adequada do serviço gratuito SAC, por telefone, "lei do call
center", e o prestador de serviço regulado pelo Poder Público federal - serviço de televisão por assinatura.
Em observância à causa de pedir e aos pedidos contidos na petição inicial da ação civil pública, conclui-se que a
relação jurídica controvertida possui contornos eminentemente públicos, quer sob a perspectiva do
cumprimento de normas regulamentares, quer sob a ótica da regulação do direito ao serviço de
telecomunicação (Lei nº 9.472/97).
STJ. Corte Especial. CC 179846-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 03/08/2022 (Info 743).
A empresa N, que venceu licitação para construção de usina hidrelétrica, contratou a empresa C para auxiliar
no cumprimento de uma medida de compensação ambiental; o recurso envolvendo o litígio entre essas duas
empresas deve ser dirimido pelas Turmas de Direito Privado do STJ
A competência para julgamento de controvérsia que diz respeito a pretensão de recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro do contrato, que não ostenta índole administrativa, e reconvenção relacionado a
devolução de adiantamentos realizados nesse mesmo acordo, entre empresas privadas, é das Turmas de Direito
Privado.
STJ. Corte Especial. CC 182897-DF, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 01/08/2022 (Info 743).
Compete ao STJ julgar conflito de competência estabelecido entre Tribunais Arbitrais vinculados à mesma
Câmara de Arbitragem, quando a solução para o impasse criado não é objeto de disciplina no regulamento
desta
Compete ao Superior Tribunal de Justiça, em atenção à função constitucional que lhe é atribuída no art. 105, I,
“d”, da Carta Magna, conhecer e julgar o conflito de competência estabelecido entre Tribunais Arbitrais, que
ostentam natureza jurisdicional, ainda que vinculados à mesma Câmara de Arbitragem, sobretudo se a solução
interna para o impasse criado não é objeto de disciplina regulamentar.
STJ. 2ª Seção. CC 185702/DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 22/06/2022 (Info 749).
A parte interpôs recurso especial contra acórdão do TJ; no STJ, a União pede e é admitida como assistente
simples da recorrente; o STJ determina o retorno dos autos ao Tribunal de origem para novo julgamento; o
processo deverá ser remetido para o TRF (e não para o TJ)
Existindo interesse jurídico da União no feito, na condição de assistente simples, a competência afigura-se da
Justiça Federal, conforme prevê o art. 109, I, da Constituição da República, motivo pelo qual compete ao Tribunal
Regional Federal o julgamento de embargos de declaração opostos contra acórdão proferido pela Justiça
Estadual.
STJ. Corte Especial. EREsp 1265625-SP, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 30/03/2022 (Info 731).
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 6/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
A competência para julgar mandado de segurança contra ato do ato do Controlador-Geral do Distrito Federal
é do juízo de 1ª instância (Vara da Fazenda Pública)
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios não tem competência para processar e julgar mandado
de segurança impetrado contra ato do Controlador-Geral do Distrito Federal.
Compete ao TJDFT julgar mandado de segurança contra atos dos Secretários de Governo do Distrito Federal e
dos Territórios. Ocorre que o Controlador-Geral do Distrito Federal não é considerado Secretário de Governo, para
fins de competência do TJDFT.
STJ. 2ª Turma. RMS 57943-DF, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 08/03/2022 (Info 728).
Compete à Primeira Seção do STJ julgar recurso envolvendo ação regressiva proposta pela seguradora
contra a concessionária por danos causados no veículo segurado
Compete à Primeira Seção do STJ o julgamento de ação regressiva por sub-rogação da seguradora nos direitos
do segurado movida por aquela contra concessionária de rodovia estadual, em razão de acidente de trânsito.
Caso concreto: Sul América Seguros ajuizou ação contra a concessionária de rodovias pedindo o ressarcimento
do valor por ela despendido no conserto do veículo segurado, em razão de acidente ocorrido por suposta falha
na prestação de serviço da ré. O recurso interposto no STJ envolvendo esse processo deverá ser julgado por
uma das Turmas que compõe a 1ª Seção e que tratam sobre direito público.
STJ. Corte Especial. CC 181628-DF, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 11/11/2021 (Info 718).
É ilegal e inaplicável Resolução do Tribunal de Justiça que atribui competência exclusiva para as ações
propostas contra a Fazenda Pública em desconformidade com as regras processuais previstas na legislação
federal
Tese A) Prevalecem sobre quaisquer outras normas locais, primárias ou secundárias, legislativas ou
administrativas, as seguintes competências de foro:
i) em regra, do local do dano, para ação civil pública (art. 2º da Lei nº 7.347/85);
ii) ressalvada a competência da Justiça Federal, em ações coletivas, do local onde ocorreu ou deva ocorrer o
dano de impacto restrito, ou da capital do estado, se os danos forem regionais ou nacionais, submetendo-se
ainda os casos à regra geral do CPC, em havendo competência concorrente (art. 93, I e II, do CDC).
Tese C) A instalação de vara especializada não altera a competência prevista em lei ou na Constituição Federal,
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 7/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
nos termos da Súmula n. 206/STJ (“A existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera a
competência territorial resultante das leis de processo.”). A previsão se estende às competências definidas no
presente IAC n. 10/STJ.
Se uma ação contra o INSS estava tramitando na justiça estadual por força da competência federal delegada
(art. 109, § 3º, da CF) as alterações promovidas pela Lei 13.876/2019 não irão influenciar neste processo
Os efeitos da Lei nº 13.876/2019 na modificação de competência para o processamento e julgamento dos
processos que tramitam na Justiça Estadual no exercício da competência federal delegada insculpido no art.
109, § 3º, da Constituição Federal, após as alterações promovidas pela Emenda Constitucional nº 103/2019,
aplicar-se-ão aos feitos ajuizados após 1º de janeiro de 2020.
As ações, em fase de conhecimento ou de execução, ajuizadas antes de 01/01/2020, continuarão a ser
processadas e julgadas no juízo estadual, nos termos em que previsto pelo § 3º do art. 109 da Constituição
Federal, pelo inciso III do art. 15 da Lei nº 5.010/65, em sua redação original.
STJ. 1ª Seção. CC 170051-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 21/10/2021 (IAC 6) (Info 716).
Compete à Justiça Federal processar e julgar ações rescisórias movidas por ente federal contra acórdão ou
sentença da Justiça estadual
Compete ao Tribunal Regional Federal processar ação rescisória proposta pela União com o objetivo de
desconstituir sentença transitada em julgado proferida por juiz estadual, quando afeta interesses de órgão
federal.
STF. Plenário. RE 598650/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em
8/10/2021 (Repercussão Geral – Tema 775) (Info 1033).
As varas especializadas em matéria agrária previstas no art. 126 da CF/88 podem julgar outras matérias
correlacionadas (exs: ambientais e minerárias), além de processos criminais que tenham motivação agrária,
não podendo, contudo, julgar matérias federais
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 8/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
As varas especializadas em matéria agrária (art. 126 da CF/88) não possuem, necessariamente, competência
restrita apenas à matéria de sua especialização.
Não ofende a CF a legislação estadual que atribui competência aos juízes agrários, ambientais e minerários para
a apreciação de causas penais, cujos delitos tenham sido cometidos em razão de motivação
predominantemente agrária, minerária, fundiária e ambiental.
É inconstitucional dispositivo de lei estadual que atribui competência a juízes estaduais para julgar matérias de
competência da justiça federal.
STF. Plenário. ADI 3433/PA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 1/10/2021 (Info 1032).
Compete à Justiça Federal julgar ação que tem como objetivo a obtenção de oxigênio destinado às unidades
de saúde estaduais do Amazonas para o tratamento da Covid-19
Em janeiro de 2021, durante a “segunda onda” da Covid-19, milhares de pessoas foram internadas nas unidades
hospitalares do Estado do Amazonas.
Houve um aumento tão grande do consumo de oxigênio que a empresa que o fornece no Estado (White Martins)
não mais conseguiu atender toda a demanda. Em resumo, faltou oxigênio para as pessoas internadas.
Diante disso, começaram a ser propostas várias ações judiciais contra a White Martins exigindo que ela
fornecesse oxigênio para os hospitais públicos e privados.
Essas ações foram propostas em diversos juízos diferentes, com algumas determinações conflitantes.
Havia decisões diferentes dos seguintes juízos: 1ª Vara Federal da Seção Judiciária do Amazonas, 1ª Vara de
Iranduba (AM), 5ª, 6ª, 11ª e 15ª Varas Cíveis de Manaus (AM), 3ª Vara da Fazenda Pública de Manaus (AM).
Um dos processos envolvidos é uma ação civil pública proposta pelo MPF e DPU contra a União justamente para
obrigar o ente federal a garantir o fornecimento de oxigênio.
O STJ, ao resolver conflito positivo de competência, declarou o juízo da 1ª Vara Federal de Manaus como sendo
o competente para reunir e julgar todas as ações envolvendo o tema.
STJ. 1ª Seção. CC 177113-AM, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 25/08/2021 (Info 706).
Compete à Primeira Seção do STJ julgar ACP que discute a validade de cláusula de exclusividade existente
no contrato firmado entre os médicos e a operadora de plano de saúde, sob o argumento de que configuraria
conduta anticoncorrencial
Compete à Primeira Seção do STJ julgar Ação Civil Pública ajuizada pelo MPF, em face da UNIMED, a fim de
anular cláusula indutora de exclusividade de prestação de serviços médicos, constante do Estatuto Social da
Cooperativa Médica operadora de Plano de Saúde, segundo a qual podem ser penalizados ou premiados os
médicos cooperados que adiram, ou não, à referida cláusula.
STJ. Corte Especial. CC 180127-DF, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 18/08/2021 (Info 706).
A Justiça Federal é competente para processar e julgar ação sobre a expedição de diploma de conclusão de
curso superior, ainda que se limite ao pagamento de indenização
Compete à Justiça Federal processar e julgar feitos em que se discuta controvérsia relativa à expedição de
diploma de conclusão de curso superior realizado em instituição privada de ensino que integre o Sistema
Federal de Ensino, mesmo que a pretensão se limite ao pagamento de indenização.
STF. Plenário. RE 1304964/SP, Rel. Min. Presidente Luiz Fux, julgado em 25/06/2021 (Repercussão Geral – Tema
1154).
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 9/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
Compete à Justiça do Trabalho julgar ACP que pede a cassação de Selo de Responsabilidade Social
concedida a empresa em razão de descumprimento das normas trabalhistas
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar a ação civil pública fundamentada na não concessão pela
União de Selo de Responsabilidade Social a empresa pela falta de verificação adequada do cumprimento de
normas que regem as condições de trabalho.
STJ. 1ª Seção. AgInt no CC 155994/SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 12/05/2021 (Info 696).
Compete à Justiça estadual julgar insolvência civil mesmo que envolva a participação da União, de entidade
autárquica ou empresa pública federal
A insolvência civil está entre as exceções da parte final do artigo 109, I, da Constituição da República, para fins
de definição da competência da Justiça Federal.
STF. Plenário. RE 678162/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin, julgado em
26/3/2021 (Repercussão Geral – Tema 859) (Info 1011).
A Súmula 222 do STJ abarca apenas situações em que a contribuição sindical diz respeito a servidores
estatutários, mantendo-se a competência da Justiça do Trabalho para julgar as ações relativas à contribuição
sindical referentes a celetistas (servidores públicos ou não)
A Súmula 222 do STJ prevê o seguinte: Compete à Justiça Comum processar e julgar as ações relativas à
contribuição sindical prevista no art. 578 da CLT.
O STJ, depois do que o STF decidiu no RE 1089282/AM (Tema 994), teve que conferir nova interpretação a esse
enunciado. O que prevalece atualmente é o seguinte:
a) Compete à Justiça Comum julgar as ações em que se discute a contribuição sindical de servidor público
estatutário.
b) Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações em que se discute a contribuição sindical de empregado
celetista (seja ele servidor público ou trabalhador da iniciativa privada).
STJ. 1ª Seção. CC 147784/PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 24/03/2021 (Info 690).
A delegação de competência de que trata esse dispositivo constitucional foi feita pelo art. 15, III, da Lei nº
5.010/66, com redação dada pela Lei nº 13.876/2019.
Vale ressaltar que o que importa é que não exista vara federal na comarca.
Algumas vezes uma mesma comarca abrange mais de um Município. Se no Município não existir vara federal,
mas houver na Comarca, então, neste caso, o segurado terá que se deslocar até lá para ajuizar a ação.
Ex: em Itatinga (SP) não existe vara federal; no entanto, Itatinga faz parte da comarca de Botucatu. Em Botucatu
existe vara federal. Logo, o segurado terá que se deslocar até lá para ajuizar a ação contra o INSS.
STF. Plenário. RE 860508/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/3/2021 (Repercussão Geral – Tema 820)
(Info 1008).
Compete às Turmas da 2ª Seção (especializada em direito privado) julgar REsp interposto contra
concessionária de telefonia com o objetivo de afastar a cobrança de multa em caso de resolução do contrato
por roubo ou furto do aparelho celular
Caso concreto: o MP/RJ ajuizou ACP contra concessionárias do serviço de telefonia pedindo que essas
empresas se abstenham de cobrar multa rescisória da fidelização nas hipóteses em que o contrato é cancelado
em decorrência de furto ou roubo do aparelho de celular. Assim, se o consumidor comprou o celular com
desconto, mas ele foi furtado ou roubado, o cliente teria que ser dispensado de pagar a multa rescisória pela
quebra da fidelidade. O juiz e o Tribunal de Justiça julgaram o pedido do Ministério Público procedente e as
empresas de telefonia interpuseram recurso especial.
A competência para julgar esse recurso é da 3ª ou da 4ª Turma (que examinam matérias de direito privado). Isso
porque não se está discutindo o serviço público de telefonia, mas sim a validade de uma cláusula presente em
um contrato de consumo.
STJ. Corte Especial. CC 165221/DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 03/03/2021 (Info 687).
Nos termos do art. 102, I, “r”, da Constituição Federal, é competência exclusiva do STF processar e julgar,
originariamente, todas as ações ajuizadas contra decisões do Conselho CNJ e do CNMP proferidas no exercício
de suas competências constitucionais, respectivamente, previstas nos arts. 103-B, § 4º, e 130-A, § 2º, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 4412/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).
Compete ao STF processar e julgar originariamente ações propostas contra o CNJ e contra o CNMP no
exercício de suas atividades-fim
Compete ao STF processar e julgar originariamente ações propostas contra o CNJ e contra o CNMP no exercício
de suas atividades-fim
Nos termos do art. 102, I, “r”, da Constituição Federal, é competência exclusiva do STF processar e julgar,
originariamente, todas as ações ajuizadas contra decisões do Conselho CNJ e do CNMP proferidas no exercício
de suas competências constitucionais, respectivamente, previstas nos arts. 103-B, § 4º, e 130-A, § 2º, da CF/88.
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 11/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
STF. Plenário. Pet 4770 AgR/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).
STF. Plenário. Rcl 33459 AgR/PE, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).
Decisões administrativas do CNJ devem ser cumpridas mesmo que exista decisão judicial em sentido contrário
proferida por outro órgão judiciário que não seja o STF
O art. 106 do Regimento Interno do CNJ prevê o seguinte:
Art. 106. O CNJ determinará à autoridade recalcitrante, sob as cominações do disposto no artigo anterior, o
imediato cumprimento de decisão ou ato seu, quando impugnado perante outro juízo que não o Supremo
Tribunal Federal.
O STF afirmou que essa previsão é constitucional e decorre do exercício legítimo de poder normativo atribuído
constitucionalmente ao CNJ, que é o órgão formulador da política judiciária nacional.
Assim, o CNJ pode determinar à autoridade recalcitrante o cumprimento imediato de suas decisões, ainda que
impugnadas perante a Justiça Federal de primeira instância, quando se tratar de hipótese de competência
originária do STF.
STF. Plenário. ADI 4412/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).
Pessoa residente no Brasil foi ameaçada por e-mail enviado de conta hospedada no exterior; Justiça
brasileira é competente para determinar que a empresa responsável pela conta identifique o titular do e-mail
Caso concreto: Luís recebeu ameaças por mensagens eletrônicas enviadas por meio da conta de e-mail
xxxxx@outlook.com. Diante disso, Luís ajuizou ação contra a Microsoft (proprietária do outlook) pedindo que ela
fosse condenada a fornecer as informações necessárias (IP, data e horário de acesso) para a identificação do
usuário da conta responsável pelas ameaças.
A Microsoft alegou que a Justiça Brasileira não teria competência para apreciar a causa e para determinar o
fornecimento dos dados. Isso porque o provedor de conexão se encontra localizado fora do Brasil, o endereço
eletrônico foi acessado no exterior e as ameaças foram escritas em inglês.
O STJ não concordou com a alegação de incompetência.
Em caso de ofensa ao direito brasileiro em aplicação hospedada no estrangeiro (ex: uma ofensa veiculada
contra residente no Brasil feita no Facebook por um estrangeira), é possível sim a determinação judicial, por
autoridade brasileira, de que tal conteúdo seja retirado da internet e que os dados do autor da ofensa sejam
apresentados à vítima. Não fosse assim, bastaria a qualquer pessoa armazenar informações lesivas em países
longínquos para não responder por seus atos danosos.
Com base no art. 11 do Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014), tem-se a aplicação da lei brasileira sempre
que qualquer operação de coleta, armazenamento, guarda e tratamento de registros, de dados pessoais ou de
comunicações por provedores de conexão e de aplicações de internet ocorra em território nacional, mesmo que
apenas um dos dispositivos da comunicação esteja no Brasil e mesmo que as atividades sejam feitas por
empresa com sede no estrangeiro.
STJ. 3ª Turma. REsp 1745657-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 03/11/2020 (Info 683).
Compete às Turmas que compõem a Segunda Seção do STJ (especializada em direito privado) apreciar
recurso em que se discute ressarcimento pelo desconto de mensalidades de plano de saúde cobradas em
fatura de energia elétrica
Caso concreto: análise do recurso especial relacionado com ação de indenização ajuizada contra a
concessionária de energia elétrica pelo fato de ela ter inserido irregularmente, na conta de energia elétrica do
autor, um desconto relacionado com mensalidade de plano de saúde.
Essa discussão versa claramente sobre direito obrigacional privado, sobre responsabilização de empresa
privada e de concessionária de serviço público pela cobrança indevida de prestações alusivas a plano de saúde.
Não se trata de discussão que envolva matéria afeta ao regime jurídico-administrativo. Logo, a competência é
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 12/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
das Turmas da 2ª Seção (especializada em direito privado) e não das Turmas da 1ª Seção (que aprecia matérias
de direito público).
STJ. Corte Especial. CC 171348-DF, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 02/09/2020 (Info 679).
Compete ao STF julgar ação proposta por Estado contra União versando sobre imunidade tributária recíproca
Compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer e julgar originariamente causas que envolvam a interpretação
de normas relativas à imunidade tributária recíproca, em razão do potencial abalo ao pacto federativo.
STF. Plenário. ACO 1098, Rel. Roberto Barroso, julgado em 11/05/2020 (Info 980 – clipping).
Justiça comum deve julgar ação de servidor contratado depois da CF/88, sem concurso público, contra
Município, no qual ele cobra verbas trabalhistas decorrentes desta contratação
Compete à Justiça comum julgar conflitos entre Município e servidor contratado depois da CF/88, ainda que
sem concurso público, pois, uma vez vigente regime jurídico-administrativo, este disciplinará a absorção de
pessoal pelo poder público.
Logo, eventual nulidade do vínculo e as consequências daí oriundas devem ser apreciadas pela Justiça comum,
e não pela Justiça do Trabalho.
STF. Plenário. ARE 1179455 AgR/PI, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
5/5/2020 (Info 976).
Cabe à Justiça Comum (estadual ou federal) julgar ações contra concurso público realizado por órgãos e
entidades da Administração Pública para contratação de empregados celetistas
Compete à Justiça comum processar e julgar controvérsias relacionadas à fase pré-contratual de seleção e de
admissão de pessoal e eventual nulidade do certame em face da Administração Pública, direta e indireta, nas
hipóteses em que adotado o regime celetista de contratação de pessoal.
STF. Plenário. RE 960429/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4 e 5/3/2020 (repercussão geral – Tema 992)
(Info 968).
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 13/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
Se a justiça reconhecer que o vínculo é estatutário, a competência para julgar a causa será da Justiça
comum, mesmo que o autor esteja requerendo verbas trabalhistas supostamente devidas
Compete à Justiça comum processar e julgar causa de servidor público municipal mesmo que o autor alegue
que foi admitido pelo regime celetista e mesmo que ele cobre verbas trabalhistas, se o órgão julgador considerar
que o regime é estatutário.
Caso concreto: servidor alega qu ingressou no serviço público do Município em 1997 no cargo de auxiliar de
serviços gerais sob o regime celetista e que, em julho de 2010, passou a ser regido pelo regime estatutário. Em
2013, ele ajuizou ação na Justiça do Trabalho pleiteando o recolhimento de parcelas do FGTS.
O STF entendeu que o vínculo do servidor com a administração pública é estatutário, razão pela qual a
competência para julgar a causa é da Justiça comum.
STF. Plenário. CC 8018/PI, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
19/12/2019 (Info 964).
O autor pode optar pelo ajuizamento da ação contra a União na capital do Estado-membro, mesmo que exista
Vara Federal instalada no município do interior em que ele for domiciliado
O art. 109, § 2º, da Constituição Federal encerra a possibilidade de a ação contra a União ser proposta no
domicílio do autor, no lugar em que ocorrido o ato ou fato ou em que situada a coisa, na capital do estado-
membro, ou ainda no Distrito Federal.
Desse modo, o autor, se quiser ajuizar demanda contra a União, terá cinco opções, podendo propor a ação:
a) no foro do domicílio do autor;
b) no lugar em que ocorreu o ato ou fato que deu origem à demanda;
c) no lugar em que estiver situada a coisa;
d) na capital do Estado-membro; ou
e) no Distrito Federal.
STF. 1ª Turma. RE 463101 AgR-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 27/10/2015.
STF. 2ª Turma.ARE 1151612 AgR/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/11/2019 (Info 960).
Não compete ao STF julgar ação proposta pelo Estado-membro contra a União e a instituição financeira
cobrando repasse dos depósitos judiciais que estão no banco
Não compete ao STF julgar ação proposta contra a União e o Banco do Brasil para obrigar que a instituição
financeira cumpra lei estadual que determina o repasse de parte dos valores dos depósitos judiciais para o caixa
único do Estado.
Trata-se de controvérsia meramente patrimonial, não justificando sequer a presença da União no polo passivo.
STF. Plenário. ACO 989/BA, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/9/2019 (Info 951).
Compete à justiça comum estadual julgar ação de obrigação de fazer cumulada com reparação de danos
materiais e morais ajuizada por motorista de aplicativo pretendendo a reativação de sua conta Uber para que
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 14/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
possa voltar a usar o aplicativo e realizar seus serviços
Compete à justiça comum estadual julgar ação de obrigação de fazer cumulada com reparação de danos
materiais e morais ajuizada por motorista de aplicativo pretendendo a reativação de sua conta Uber para que
possa voltar a usar o aplicativo e realizar seus serviços.
As ferramentas tecnológicas disponíveis atualmente permitiram criar uma nova modalidade de interação
econômica, fazendo surgir a economia compartilhada (sharing economy), em que a prestação de serviços por
detentores de veículos particulares é intermediada por aplicativos geridos por empresas de tecnologia. Nesse
processo, os motoristas, executores da atividade, atuam como empreendedores individuais, sem vínculo de
emprego com a empresa proprietária da plataforma.
STJ. 2ª Seção. CC 164544-MG, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 28/08/2019 (Info 655).
Compete à 1ª Seção do STJ (que aprecia matérias de direito público) julgar recurso no qual se discute a
contratação ou não de aprovado em processo seletivo realizado por entidade do Sistema S (no caso, o
SEBRAE)
Compete à Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça processar e julgar feitos relativos à contratação de
candidatos inscritos em processo seletivo público para preenchimento de cargos em entidades do Sistema S.
O dirigente de entidade do Sistema S, como o Sebrae, ao praticar atos em certame público para ingresso de
empregados, está a desempenhar ato típico de direito público, vinculando-se ao regime jurídico administrativo.
STJ. Corte Especial.CC 157870-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 21/08/2019 (Info 656).
Configura conflito federativo a ação na qual a União e o Estado-membro, em polos antagônicos, discutem os
limites das competências previstas no art. 177, IV e no art. 25, § 2º da CF/88
Compete ao STF processar e julgar “as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito
Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta” (art. 102, I, “f”, da
CF/88).
O STF confere interpretação restritiva a esse dispositivo e entende que, para se caracterizar a hipótese do art.
102, I, “f”, da CF/88 é indispensável que, além de haver uma causa envolvendo União e Estado, essa demanda
tenha densidade suficiente para abalar o pacto federativo. Em outras palavras, não é qualquer causa envolvendo
União contra Estado que irá ser julgada pelo STF, mas somente quando essa disputa puder resultar em ofensa
às regras do sistema federativo.
Configura conflito federativo a ação na qual a União e o Estado-membro, em polos antagônicos, discutem se
determinado projeto se enquadra como atividade de transporte de gás canalizado (art. 177, IV, da CF/88) ou
fornecimento de gás canalizado (art. 25, § 2º).
STF. 2ª Turma. Rcl 4210/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 26/3/2019 (Info 935).
Para saber se há conexão entre duas medidas cautelares preparatórias propostas pelo mesmo contribuinte,
deve-se analisar o pedido ou a causa de pedir das ações principais
O vínculo de conexão a justificar a reunião de medidas cautelares preparatórias está vinculado com a identidade
de objeto e/ou de causa de pedir existente entre as ações principais a serem propostas e não do processo
cautelar em si.
STJ. 1ª Turma. AREsp 832354-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 21/02/2019 (Info 644).
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 15/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
Compete à 1ª Seção do STJ (e não à 3ª Seção) julgar MS impetrado contra Portaria do Ministro da Justiça
que regulamenta o direito dos presos à visita íntima nas penitenciárias federais
Compete à Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça o processamento e o julgamento de Mandado de
Segurança impetrado contra ato do Ministro de Estado da Justiça e Segurança com o objetivo de anular a
Portaria nº 718/2017.
STJ. Corte Especial. CC 154670-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 19/12/2018 (Info 643).
Ação de empresas de telefonia contra a Anatel tratando sobre o valor de uso de rede móvel, sendo que uma
das litigantes se encontra em recuperação judicial: Justiça Federal
Compete à Justiça Federal processar e julgar ação que envolva concessionárias do serviço de telefonia e a
Anatel a respeito da precificação do VU-M (Valor de Uso de Rede Móvel) ainda que um dos litigantes se encontre
em recuperação judicial.
É competência da Justiça Federal analisar as questões relativas aos contratos de interconexão e ao valor da
interconexão propriamente dita (VU-M).
Reserva-se ao Juízo Estadual da Falência apenas aquilo que é relacionado com a recuperação judicial
(habilitação de crédito, classificação de credores, aprovação de plano). Não se pode, contudo, admitir que o
Juízo da Falência decida sobre questões que são de competência da esfera federal. Assim, a fixação do VU-M é
de competência da Justiça Federal.
STJ. 1ª Seção. CC 156.064-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. Acd. Min. Herman Benjamin, julgado
em 14/11/2018 (Info 649).
Competência da Justiça comum para julgar incidência de contribuição previdenciária relacionada com
complementação de proventos
Compete à justiça comum (e não à Justiça do Trabalho) o julgamento de conflito de interesses a envolver a
incidência de contribuição previdenciária, considerada a complementação de proventos.
Caso concreto: Estado-membro editou lei instituindo contribuição previdenciária de 11% sobre o valor da
complementação da aposentadoria dos ex-empregados de uma sociedade de economia mista. Os ex-
empregados prejudicados ingressaram com ações questionando essa cobrança. O STF afirmou que a discussão
em tela tem natureza tributária, o que atrai a competência da Justiça comum, uma vez que no caso não se
discutem verbas de natureza trabalhista, mas a incidência de contribuição social (espécie de tributo).
STF. Plenário. RE 594435/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 24/5/2018 (Info 903).
Compete à Justiça Comum Estadual o julgamento de demanda com natureza predominantemente civil entre ex-
empregado aposentado ou demitido sem justa causa e operadoras de plano de saúde na modalidade
autogestão vinculadas ao empregador.
STJ. 2ª Seção. CC 157664-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/05/2018 (Info 627).
Compete à Justiça Comum Estadual o exame e o julgamento de feito que discute direitos de ex-empregado
aposentado ou demitido sem justa causa de permanecer em plano de saúde coletivo oferecido pela própria
empresa empregadora aos trabalhadores ativos, na modalidade de autogestão.
STJ. 3ª Turma. REsp 1695986-SP, Rel. Min. Ricardo Villas BôasCueva, julgado em 27/02/2018 (Info 620).
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 16/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
Existe alguma exceção? Existe alguma hipótese na qual a ação proposta pelo usuário contra o plano de saúde
de autogestão será de competência da Justiça do Trabalho?
SIM. A demanda será de competência da Justiça do Trabalho se o plano de saúde é operado pela própria
empresa que contratou o trabalhador. Nessa modalidade de organização da assistência à saúde, a figura do
empregador (ou do contratante da mão de obra) se confunde com a do operador do plano de saúde, de modo
que, sob a ótica do trabalhador, ou de seus dependentes, o plano de saúde é oriundo da relação de trabalho,
atraindo, portanto, a competência da Justiça do Trabalho, nos termos do art. 114, I, da CF/88.
STJ. 2ª Seção. CC 165.863-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 11/03/2020 (Tema IAC 5 – Info
667).
Complementação de pensão proposta por pensionista das antigas ferrovias do Estado de São Paulo
Compete à Justiça Comum (e não à Justiça do Trabalho) julgar as ações propostas por ferroviários pensionistas
e aposentados das antigas ferrovias do Estado de São Paulo, que foram absorvidas pela Ferrovia Paulista S/A,
sucedida pela extinta Rede Ferroviária Federal, com vistas à complementação de suas pensões e
aposentadorias em face da União.
O STF entendeu que esta é uma causa oriunda de uma relação estatutária. Assim, não há relação de trabalho
que justifique a competência da Justiça laboral.
STF. 1ª Turma.Rcl 24990 AgR/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado
em 20/3/2018 (Info 895).
Compete à Justiça Estadual julgar ação proposta por ex-empregado para continuar no plano de saúde de
autogestão que era oferecido pela empresa
Compete à Justiça Comum Estadual o exame e o julgamento de feito que discute direitos de ex-empregado
aposentado ou demitido sem justa causa de permanecer em plano de saúde coletivo oferecido pela própria
empresa empregadora aos trabalhadores ativos, na modalidade de autogestão.
STJ. 3ª Turma. REsp 1695986-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 27/02/2018 (Info 620).
Existe alguma exceção? Existe alguma hipótese na qual a ação proposta pelo usuário contra o plano de saúde
de autogestão será de competência da Justiça do Trabalho?
SIM. A demanda será de competência da Justiça do Trabalho se o plano de saúde é operado pela própria
empresa que contratou o trabalhador. Nessa modalidade de organização da assistência à saúde, a figura do
empregador (ou do contratante da mão de obra) se confunde com a do operador do plano de saúde, de modo
que, sob a ótica do trabalhador, ou de seus dependentes, o plano de saúde é oriundo da relação de trabalho,
atraindo, portanto, a competência da Justiça do Trabalho, nos termos do art. 114, I, da CF/88.
STJ. 2ª Seção. CC 165.863-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 11/03/2020 (Tema IAC 5 – Info
667).
Ação proposta contra a Administração Pública por servidor que ingressou como celetista antes da CF/88 e
cuja lei posteriormente transformou o vínculo em estatutário
Compete à Justiça do Trabalho julgar causa relacionada com depósito do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS) de servidor que ingressou no serviço público antes da Constituição de 1988 sem prestar
concurso.
STF. Plenário.CC 7950/RN, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/09/2016 (Info 839).
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 17/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar demandas propostas contra órgãos da Administração Pública,
por servidores que ingressaram em seus quadros, sem concurso público, antes da CF/88, sob regime da CLT,
com o objetivo de obter prestações de natureza trabalhista.
STF. Plenário. ARE 906491 RG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 01/10/2015 (repercussão geral).
Não compete à Justiça do Trabalho julgar controvérsia referente aos reflexos de vantagem remuneratória, que
teve origem em período celetista anterior ao advento do regime jurídico único.
Reconhecido que o vínculo atual entre o servidor e a Administração Pública é estatutário, compete à Justiça
comum processar e julgar a causa.
É a natureza jurídica do vínculo existente entre o trabalhador e o Poder Público, vigente ao tempo da propositura
da ação, que define a competência jurisdicional para a solução da controvérsia, independentemente de o direito
pleiteado ter se originado no período celetista.
STF. Plenário. Rcl 8909 AgR/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julgado em
22/09/2016 (Info 840).
STF. 2ª Turma. Rcl 26064 AgR/RS, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em
21/11/2017 (Info 885).
Não se aplica a regra do art. 53, V, do CPC para a ação de indenização proposta pela locadora em caso de
acidente de veículo envolvendo o locatário
A competência para julgar ação de reparação de dano sofrido em razão de acidente de veículos é do foro do
domicílio do autor ou do local do fato (art. 53, V, do CPC/2015).
Contudo, essa prerrogativa de escolha do foro não beneficia a pessoa jurídica locadora de frota de veículos, em
ação de reparação dos danos advindos de acidente de trânsito com o envolvimento do locatário.
STJ. 4ª Turma. EDcl no AgRg no Ag 1366967-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. para acórdão Min. Maria Isabel
Gallotti, julgado em 27/4/2017 (Info 604).
Não compete ao STF julgar execução individual de sentença coletiva mesmo que tenha julgado a lide que
originou o cumprimento de sentença
Não compete originariamente ao STF processar e julgar execução individual de sentenças genéricas de perfil
coletivo, inclusive aquelas proferidas em sede mandamental. Tal atribuição cabe aos órgãos judiciários
competentes de primeira instância.
STF. 2ª Turma. PET 6076 QO /DF, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 25/4/2017 (Info 862).
STF não é competente para julgar ação proposta por juiz federal pleiteando licença-prêmio
O art. 102, I, ‘n’, da CF/88 determina que a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou
indiretamente interessados é de competência originária do STF.
Vale ressaltar, no entanto, que a causa não será da competência originária do STF se a matéria discutida, além
de ser do interesse de todos os membros da magistratura, for também do interesse de outras carreiras de
servidores públicos.
Além disso, para incidir o dispositivo, o texto constitucional preconiza que a matéria discutida deverá interessar a
todos os membros da magistratura e não apenas a parte dela.
Com base nesses argumentos, o STF decidiu que não é competente para julgar originariamente ação intentada
por juiz federal postulando a percepção de licença-prêmio com fundamento na simetria existente entre a
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 18/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
É de competência do domicílio do réu a ação pretendendo declarar a violação de direito autoral e cobrar
indenização decorrente deste fato
O pedido cumulado de indenização, quando mediato e dependente do reconhecimento do pedido antecedente
de declaração da autoria da obra, não afasta a regra geral de competência do foro do domicílio do réu.
Ex: João lançou um livro. Pedro, alegando que o conteúdo da obra é uma cópia de um livro escrito por ele anos
atrás, ajuíza ação de indenização contra João. A competência, neste caso, será do domicílio do réu, nos termos
do art. 46 do CPC.
A análise do pedido de reparação de danos pressupõe o anterior acolhimento do pedido declaratório de
reconhecimento de autoria da obra. Este é o objeto principal da lide. Em outras palavras, não se pode condenar o
réu a indenizar o autor por violação a direito autoral se, antes, não for demonstrado que o requerente é o
verdadeiro autor da obra. Nesse contexto, a competência deve ser definida levando-se em conta o pedido
principal, de índole declaratória, de modo que deve incidir a regra geral do art. 46 do CPC.
STJ. 2ª Seção. REsp 1138522-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 8/2/2017 (Info 599).
Causas que podem produzir reflexos no processo eleitoral são de competência da Justiça Eleitoral
Em regra, as ações tratando sobre divergências internas ocorridas no âmbito do partido político são julgadas
pela Justiça Estadual.
Exceção: se a questão interna corporis do partido político puder gerar reflexos diretos no processo eleitoral,
então, neste caso a competência será da Justiça Eleitoral.
Assim, compete à Justiça Eleitoral processar e julgar as causas em que a análise da controvérsia é capaz de
produzir reflexos diretos no processo eleitoral.
STJ. 2ª Seção. CC 148693-BA, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 14/12/2016 (Info 596).
É de competência da Justiça Estadual a ação de restituição de indébito proposta pelo usuário contra a
concessionária de energia elétrica
Não há, em regra, interesse jurídico da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica – para figurar como ré ou
assistente simples de ação de repetição de indébito relativa a valores cobrados por força de contrato de
fornecimento de energia elétrica celebrado entre usuário do serviço e concessionária do serviço público.
Em razão disso, essa ação é de competência da Justiça Estadual.
STJ. 1ª Seção.REsp 1389750-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 14/12/2016 (recurso repetitivo) (Info
601).
Compete ao STF julgar MS proposto pelo TJ contra o Governador pedindo o repasse do duodécimo do
Judiciário
Compete ao STF julgar mandado de segurança impetrado pelo Tribunal de Justiça contra ato do Governador do
Estado que atrasa o repasse do duodécimo devido ao Poder Judiciário.
Nesta hipótese, todos os magistrados do TJ possuem interesse econômico no julgamento do feito, uma vez que
o pagamento dos subsídios está condicionado ao cumprimento do dever constitucional de repasse das
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 19/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
dotações consignadas ao Poder Judiciário estadual pelo chefe do Poder Executivo respectivo. Logo, a situação
em tela se amolda ao art. 102, I, "n", da CF/88.
STF. 1ª Turma. MS 34483-MC/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/11/2016 (Info 848).
Não cabe mandado de segurança contra ato de deliberação negativa do Conselho Nacional de Justiça, por não
se tratar de ato que importe a substituição ou a revisão do ato praticado por outro órgão do Judiciário.
Assim, o STF não tem competência para processar e julgar ações decorrentes de decisões negativas do CNMP e
do CNJ. Como o conteúdo da decisão do CNJ/CNMP foi “negativo”, o Conselho não decidiu nada. Se não decidiu
nada, não praticou nenhum ato. Se não praticou nenhum ato, não existe ato do CNJ/CNMP a ser atacado no
STF.
Em razão do exposto, não compete ao STF julgar MS impetrado contra decisão do CNJ que julgou improcedente
pedido de cassação de um ato normativo editado por vara judicial.
STF. 2ª Turma. MS 33085/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 20/09/2016 (Info 840).
Compete à justiça federal processar e julgar ações em que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), quer
mediante o conselho federal, quer seccional, figure na relação processual.
STF. Plenário. RE 595332/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 31/8/2016 (repercussão geral) (Info 837).
Competência para julgar demanda indenizatória por uso de imagem de jogador de futebol
É da Justiça do Trabalho (e não da Justiça Comum) a competência para processar e julgar a ação de
indenização movida por atleta de futebol em face de editora pelo suposto uso indevido de imagem em álbum de
figurinhas quando, após denunciação da lide ao clube de futebol (ex-empregador), este alegar que recebeu
autorização expressa do jogador para ceder o direito de uso de sua imagem no período de vigência do contrato
de trabalho.
Na ementa oficial do julgado, restou assim consignado:
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ação indenizatória movida contra editora, por suposto uso
indevido de imagem de atleta de futebol, caracterizado por publicação, sem autorização, do autor de sua
fotografia em álbum de figurinhas, na hipótese de denunciação da lide pela ré ao clube empregador.
STJ. 2ª Turma. CC 128610-RS, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 22/6/2016 (Info 587).
Dever de remessa dos autos ao juízo competente mesmo em caso de processo eletrônico
Se o juízo reconhece a sua incompetência absoluta para conhecer da causa, ele deverá determinar a remessa
dos autos ao juízo competente e não extinguir o processo sem exame do mérito.
O argumento de impossibilidade técnica do Poder Judiciário em remeter os autos para o juízo competente, ante
as dificuldades inerentes ao processamento eletrônico, não pode ser utilizado para prejudicar o jurisdicionado,
sob pena de configurar-se indevido obstáculo ao acesso à tutela jurisdicional.
Assim, implica indevido obstáculo ao acesso à tutela jurisdicional a decisão que, após o reconhecimento da
incompetência absoluta do juízo, em vez de determinar a remessa dos autos ao juízo competente, extingue o
feito sem exame do mérito, sob o argumento de impossibilidade técnica do Judiciário em remeter os autos para
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 20/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
Competência para julgar MS contra ato do chefe do MPDFT no exercício de atividade submetida à jurisdição
administrativa federal
É do TRF da 1º Região (e não do TJDFT) a competência para processar e julgar mandado de segurança
impetrado contra ato do Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal que determinou a retenção de Imposto
de Renda (IR) e de contribuição ao Plano de Seguridade Social (PSS) sobre valores decorrentes da conversão em
pecúnia de licenças-prêmio.
O Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal, ao determinar a retenção de tributos federais por ocasião do
pagamento de parcelas remuneratórias (conversão de licenças-prêmio em pecúnia), está no exercício de função
administrativa federal, razão pela qual não se pode reconhecer a competência do Tribunal de Justiça do Distrito
Federal para o julgamento de mandado de segurança impetrado contra tal ato.
Obs: quando o MS é impetrado contra atos praticados pelo PGJ-DF sob jurisdição administrativa local, a
competência será do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
STJ. 1ª Turma. REsp 1303154-DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 16/6/2016 (Info 587).
Compete ao STF processar e julgar, originariamente, demanda ajuizada por magistrado estadual a respeito de
pagamento de correção monetária sobre valores correspondentes a abono variável.
O STF entendeu que seria aplicável ao caso o art. 102, I, “n”, da CF/88.
RE 608847 AgR/RJ, rel. orig. Min. Cármen Lúcia, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, julgado em 1º/12/2015
(Info 810).
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 21/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
No mesmo sentido:
A jurisprudência é firme no sentido de que o STF não possui competência para julgar ação popular contra ato de
qualquer autoridade.
STF. Plenário. AO 2489 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/06/2020.
Não é da competência originária do STF conhecer de ações populares, ainda que o réu seja autoridade que
tenha na Corte o seu foro por prerrogativa de função para os processos previstos na Constituição.
STF. Plenário. Pet 8504 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 19/12/2019.
EXCEÇÕES:
É possível apontar quatro exceções a essa regra.
Assim, compete ao STF julgar:
1) ação popular que envolva conflito federativo entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre
uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta (art. 102, I, “f”, da CF/88);
2) ação popular em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e
aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou
indiretamente interessados (art. 102, I, “n”, da CF/88);
3) ação popular proposta contra o Conselho Nacional de Justiça ou contra o Conselho Nacional do Ministério
Público (art. 102, I, “r”, da CF/88).
4) ação popular cujo pedido seja próprio de mandado de segurança coletivo contra ato de Presidente da
República, por força do art. 102, I, “d”, da CF/88 (STF. Plenário. Pet 8104 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
06/12/2019).
A justiça comum é competente para processar e julgar causas em que se discuta a validade de vínculo jurídico-
administrativo entre o poder público e servidores temporários.
Dito de outra forma: a Justiça competente para julgar litígios envolvendo servidores temporários (art. 37, IX, da
CF/88) e a Administração Pública é a JUSTIÇA COMUM (estadual ou federal).
A competência NÃO é da Justiça do Trabalho, ainda que o autor da ação alegue que houve desvirtuamento do
vínculo e mesmo que ele formule os seus pedidos baseados na CLT ou na lei do FGTS.
STF. Plenário. Rcl 4351 MC-AgR/PE, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em
11/11/2015 (Info 807).
Imagine a seguinte situação: a União possui um contrato com a empresa privada "XXX Vigilância Ltda.". Por meio
deste contrato, a empresa, com seus funcionários, obrigou-se a fazer a vigilância armada do prédio onde
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 22/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
funciona um órgão público federal, recebendo, em contraprestação, R$ 200 mil reais mensais. A União,
percebendo que a empresa estava atrasando os salários e com receio de ser condenada por responsabilidade
subsidiária (Súmula 331 do TST), decidiu suspender o pagamento da contraprestação mensal devida e ajuizar
ação de consignação em pagamento a fim de depositar em juízo os R$ 200 mil previstos no contrato. Surgiu, no
entanto, uma dúvida: onde deverá ser proposta essa ação, na Justiça Federal comum ou na Justiça do Trabalho?
Justiça do Trabalho. A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação de consignação em
pagamento movida pela União contra sociedade empresária por ela contratada para a prestação de serviços
terceirizados, caso a demanda tenha sido proposta com o intuito de evitar futura responsabilização trabalhista
subsidiária da Administração nos termos da Súmula 331 do TST.
STJ. 2ª Seção. CC 136739-RS, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 23/9/2015 (Info 571).
A Justiça competente para julgar litígios envolvendo servidores temporários (art. 37, IX, da CF/88) e a
Administração Pública é a JUSTIÇA COMUM (estadual ou federal).
A competência NÃO é da Justiça do Trabalho.
STF. 1ª Turma. Rcl 6527 AgR/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/8/2015 (Info 796).
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 23/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
O STF tem competência para processar e julgar causas em que se discute prerrogativa dos juízes de portar
arma de defesa pessoal, por se tratar de ação em que todos os membros da magistratura são direta ou
indiretamente interessados (art. 102, I, “n”, da CF/88).
STF. Plenário. Rcl 11323 AgR/SP, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, julgado em
22/4/2015 (Info 782).
Inaplicabilidade da cláusula de eleição de foro prevista em contrato sem assinatura das partes
Nos casos em que a parte questiona a própria validade do contrato, ela não precisará respeitar o foro de eleição
referente a esse ajuste.
Ex: duas empresas fizeram um contrato e elegeram como foro de eleição a comarca de Florianópolis; ocorre que
o contrato, apesar de aprovado, não chegou a ser assinado. Uma das empresas ajuizou ação questionando a
validade desse ajuste pelo fato de ele não ter sido assinado. Neste caso, em que a própria validade do contrato
está sendo objeto de apreciação judicial pelo fato de que não houve instrumento de formalização assinado pelas
partes, a cláusula de eleição de foro não deve prevalecer, ainda que ela já tenha sido prevista em contratos
semelhantes anteriormente celebrados entre as mesmas partes.
STJ. 3ª Turma. REsp 1491040-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 3/3/2015 (Info 557).
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 24/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
Demanda em que se pede a obtenção de diploma de curso de ensino à distância negado por problemas de
credenciamento da instituição de ensino superior junto ao MEC
A Justiça Federal tem competência para o julgamento de demanda em que se discuta a existência de obstáculo
à obtenção de diploma após conclusão de curso de ensino à distância em razão de problema no
credenciamento da instituição de ensino superior pelo Ministério da Educação.
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 25/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
Vale ressaltar que, neste caso, a demanda foi proposta contra a instituição e a União.
STF. 2ª Turma. ARE 754174 AgR/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 2/9/2014 (Info 757).
Segundo o art. 102, I, “f”, da CF/88, compete ao STF processar e julgar “as causas e os conflitos entre a União e
os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da
administração indireta”.
O STF confere interpretação restritiva a esse dispositivo e entende que, para se caracterizar a hipótese do art.
102, I, “f”, da CF/88, é indispensável que, além de haver uma causa envolvendo União e Estado, essa demanda
tenha densidade suficiente para abalar o pacto federativo. Em outras palavras, não é qualquer causa envolvendo
União contra Estado que irá ser julgada pelo STF, mas somente quando essa disputa puder resultar em ofensa
às regras do sistema federativo.
STF. 1ª Turma. Rcl 12957/AM, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 26/8/2014 (Info 756).
Segundo o § 2º do art. 109 da CF/88, as causas propostas contra a União poderão ser ajuizadas na seção (ou
subseção) judiciária:
• em que for domiciliado o autor;
• onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda;
• onde estiver situada a coisa;
• na capital do Estado-membro; ou
• no Distrito Federal.
Apesar de o dispositivo somente falar em “União”, o STF entende que a regra de competência prevista no § 2º do
art. 109 da CF/88 também se aplica às ações propostas contra autarquias federais. Isso porque o objetivo do
legislador constituinte foi o de facilitar o acesso à justiça.
STF. Plenário. RE 627709/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/8/2014 (Info 755).
Competência para julgar MS contra ato de Presidente de TJ que cumpre resolução do CNJ
Compete ao STF julgar mandado de segurança contra ato do Presidente de Tribunal de Justiça que, na condição
de mero executor, apenas dá cumprimento à resolução do CNJ. Isso porque a competência para julgar MS
contra atos do CNJ é do STF.
STF. 2ª Turma. Rcl 4731/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/8/2014 (Info 753).
No mesmo sentido:
O Tribunal de Justiça não pode ser considerado autoridade coatora quando mero executor de decisão do
Conselho Nacional de Justiça.
STJ. 2ª Turma. AgInt no RMS 64.215-MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 17/4/2023 (Info 775).
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 26/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
O Juízo do local em que está situada a sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é o competente para
processar e julgar todas e quaisquer ações cujas controvérsias se refiram apenas à validade e à execução de
decisões da Justiça Desportiva acerca de campeonato de futebol de caráter nacional, de cuja organização a CBF
participe, independentemente de as ações serem ajuizadas em vários Juízos ou Juizados Especiais (situados
em diversos lugares do país) por clubes, entidades, instituições, torcedores ou, até mesmo, pelo Ministério
Público ou pela Defensoria Pública.
STJ. 2ª Seção. CC 133244-RJ, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 11/6/2014 (Info 549).
O foro do domicílio do réu é competente para processar e julgar ação declaratória de nulidade, por razões
formais, de escritura pública de cessão e transferência de direitos possessórios de imóvel, ainda que esse seja
diferente do da situação do imóvel.
STJ. 2ª Seção. CC 111572-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 9/4/2014 (Info 543).
Réu que não concorda com processo distribuído por prevenção: exceção de incompetência
A exceção de incompetência é meio adequado para que a parte ré impugne distribuição por prevenção requerida
pela parte autora com base na existência de conexão.
STJ. 4ª Turma. REsp 1156306-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 20/8/2013 (Info 529).
Obs: de acordo com o CPC 2015, a incompetência, tanto absoluta como relativa, deverá ser alegada como
questão preliminar de contestação (art. 64).
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 27/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
estatutárias.
STJ. 1ª Seção. CC 124534-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 26/6/2013 (Info 524).
A competência para processar e julgar ação destinada ao reconhecimento de união estável homoafetiva é da
vara de família.
Assim, se houver vara privativa para julgamento de processos de família, essa será competente para processar e
julgar pedido de reconhecimento e dissolução de união estável homoafetiva, independentemente de eventuais
limitações existentes na lei de organização judiciária local.
STJ. 3ª Turma. REsp 1291924-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/5/2013 (Info 524).
É possível a existência de conflito de competência entre juízo estatal e câmara arbitral. Isso porque a atividade
desenvolvida no âmbito da arbitragem tem natureza jurisdicional.
STJ. 2ª Seção. CC 111230-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 8/5/2013 (Info 522).
STJ. 1ª Seção. AgInt no CC 156.133-BA, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 22/08/2018.
Ação proposta por pastor contra igreja em que se discute relação religiosa e civil
Determinado pastor ajuizou ação de indenização por danos morais e materiais contra a igreja a que pertencia,
alegando que foi desligado sem um justo motivo e em desacordo com as regras da igreja.
Na petição inicial afirma expressamente que não era empregado da igreja.
Quem irá julgar esta demanda é a Justiça comum estadual, considerando que a controvérsia proposta na
demanda deriva de relação jurídica de cunho eminentemente religioso e civil.
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 28/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
A causa de pedir e o pedido deduzidos na exordial não se referem à existência de relação de trabalho entre as
partes. Logo, é incompetente a Justiça do Trabalho.
Obs: veja que se trata de situação bem específica, considerando que a regra é que a competência seja da Justiça
do Trabalho.
STJ. 2ª Seção. CC 125472-BA, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 10/4/2013 (Info 520).
Compete à JUSTIÇA FEDERAL processar e julgar demanda proposta em face do INSS com o objetivo de ver
reconhecido exclusivamente o direito da autora de receber pensão decorrente da morte do alegado
companheiro, ainda que seja necessário enfrentar questão prejudicial referente à existência, ou não, da união
estável.
STJ. 1ª Seção. CC 126489-RN, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 10/4/2013 (Info 517).
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ação de execução por quantia certa, proposta por empregador
em face de seu ex-empregado, na qual sejam cobrados valores relativos a contrato de mútuo celebrado entre as
partes para o então trabalhador adquirir veículo automotor particular destinado ao exercício das atividades
laborais.
STJ. 2ª Seção. CC 124894-SP, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 10/4/2013 (Info 420).
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 29/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
A ação por meio da qual o ex-empregador objetiva o ressarcimento de valores dos quais o ex-empregado teria
se apropriado indevidamente durante o contrato de trabalho é da competência da Justiça do Trabalho (art. 114, I
e VI, da CF/88).
STJ. 2ª Seção. CC 122556-AM, Rel. Maria Min. Isabel Gallotti, julgado em 24/10/2012 (Info 510).
Conflito de competência
O art. 115 do CPC 1973 (art. 66 do CPC 2015) precisa ser interpretado extensivamente, de modo que, para que
haja conflito de competência, basta a mera potencialidade ou risco de que sejam proferidas decisões
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 30/31
27/03/2024, 13:31 Caderno - Processo civil - competência - Buscador Dizer o Direito
conflitantes.
É possível que se reconheça a conexão, mas sem que haja a reunião de processos. Isso ocorre, por exemplo,
quando a reunião implicaria em modificação da competência absoluta.
O efeito principal da conexão é a reunião. Se não for possível, poderá ser determinada suspensão de um dos
processos para evitar o desperdício da atividade jurisdicional e a prolação de decisões contraditórias.
STJ. 2ª Seção. AgRg no CC 112956-MS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 25/4/2012 (Info 496).
A arguição de incompetência absoluta não suspende o curso do processo, ainda que tenha sido formulada por
meio de exceção.
Obs: de acordo com o CPC 2015, a incompetência, tanto absoluta como relativa, deverá ser alegada como
questão preliminar de contestação (art. 64). Desse modo, não existe mais exceção de incompetência e a
alegação de incompetência não mais suspende o curso do processo, como ocorria no CPC 1973.
STJ. 3ª Turma. REsp 1162469-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, DJ 12/4/2012 (Info 495).
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/6709f19b0cddb8847d2d6ffe04719c2b 31/31