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DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL

DAYANE EVANGELISTADEFARIASTEIXEIRA - 022.035.821-46


ASSUNTO: ARTS. 01º A 187 DO CPC.
BUSCA REALIZADA EM: 12/12/2022
INFORMATIVOS 2022-2012

2022
1
• O procedimento de dúvida suscitado por registrador imobiliário será julgado pela
Justiça Federal caso envolva bens de autarquia pública federal. Caso concreto: a
Universidade Federal do Ceará (autarquia pública federal) protocolizou no cartório do
Registro de Imóveis pedido de unificação de dois imóveis com abertura de uma matrícula
para o terreno unificado. O Titular do Registro Imobiliário expediu nota devolutiva fazendo
certas exigências. A UFC não concordou e pediu que o Oficial suscitasse dúvida. Essa dúvida
será julgada por um juiz federal. O processamento e julgamento de procedimento
administrativo de dúvida suscitado por oficial de registro imobiliário relativamente a imóveis
de autarquia pública federal compete ao Juízo federal. STJ. 1ª Seção. CC 180351-CE, Rel.
Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 28/09/2022 (Info 751).

• Se, na mesma decisão, é reconhecida a ilegitimidade passiva de autarquia federal e,


em razão disso, é determinada a remessa do processo para a Justiça Estadual, a
competência para a execução dos honorários sucumbenciais nela fixados é da Justiça
Federal. Caso hipotético: a empresa Alfa ajuizou ação de indenização contra as empresas
Beta e Gama e contra a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em litisconsórcio passivo.
Como a CVM é uma autarquia federal, a ação foi ajuizada na Justiça Federal. O Juiz Federal
decidiu que a CVM era parte ilegítima para figurar na demanda e, na mesma decisão que
excluiu a autarquia da lide, declinou da competência para uma das varas cíveis da Justiça
Estadual. Na decisão, o magistrado federal fixou honorários advocatícios sucumbenciais a
serem pagos pela autora Alfa em favor da CVM, no valor de R$ 80 mil. Se esses honorários
não forem pagos, eles deverão ser executados pela CVM na Justiça Federal (e não na Justiça
Estadual). No caso, o Juiz federal reconheceu a ilegitimidade passiva da autarquia federal e
condenou a autora ao pagamento de honorários, determinando a remessa dos autos à
Justiça estadual. Assim, apesar de não ser possível que se dê nos próprios autos, a execução
da verba honorária requerida pela entidade federal deve ser processada perante o Juízo
federal que constituiu o título executivo. STJ. 2ª Seção. CC 175883-PR, Rel. Min. Marco

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Aurélio Bellizze, julgado em 24/08/2022 (Info 747).

• Compete às Turmas que compõem a Segunda Seção do STJ apreciar mandado de


segurança em que se questiona a compatibilidade de atos praticados por Junta
Comercial em face de normas de Direito Societário. Caso concreto: a controvérsia, em
primeira instância, iniciou-se com mandado de segurança no qual a empresa postulava pela
concessão da ordem para que a Junta Comercial fosse compelida a registrar as suas Atas
de Aprovação de Contas, sem que fosse necessária a comprovação da publicação das
demonstrações financeiras. Segundo alegou a impetrante, a Lei nº 11.638/2007 não prevê a
obrigação de publicar as demonstrações financeiras de sociedades empresariais de grande
2
porte no Diário Oficial do Estado ou em jornal de grande circulação, sendo absolutamente
ilegal que uma norma de hierarquia inferior inove e crie obrigação sobre a qual a Lei de
regência sequer versou. O exame da suposta ilegalidade das normas infralegais ou mesmo
o abuso do direito de normatizar envolve controvérsia diretamente relacionada com direito
societário. O que se discute é a adequação dos referidos atos normativos à Lei nº
11.638/2007, que alterou e revogou dispositivos da Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades
Anônimas) e à Lei nº 6.385/76, estendendo às sociedades de grande porte disposições
relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Desse modo, conclui-se
que, no caso, embora se invoque suposta ilegalidade de atos praticados por Junta Comercial,
a controvérsia, em verdade, diz respeito à compatibilidade da atividade da autarquia estadual
em face de normas de Direito Societário, o que, em última razão, estão umbilicalmente
associadas ao Direito Privado, atraindo a competência das Turmas que compõem a Segunda
Seção desta Corte Superior. STJ. Corte Especial. CC 179662-DF, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, julgado em 17/08/2022 (Info 745).

• Competência interna do STJ para julgar ACP proposta por órgão de defesa do
consumidor contra TV por assinatura, em razão de a requerida não estar cumprindo o
Decreto federal e a Portaria que regulamentaram o serviço de SAC. Compete às Turmas
de Direito Público do STJ o julgamento de ação civil pública ajuizada por Órgão estadual que
fiscaliza a implementação e a manutenção adequada do serviço gratuito SAC, por telefone,
"lei do call center", e o prestador de serviço regulado pelo Poder Público federal - serviço de
televisão por assinatura. Em observância à causa de pedir e aos pedidos contidos na petição
inicial da ação civil pública, conclui-se que a relação jurídica controvertida possui contornos
eminentemente públicos, quer sob a perspectiva do cumprimento de normas regulamentares,
quer sob a ótica da regulação do direito ao serviço de telecomunicação (Lei nº 9.472/97).
STJ. Corte Especial. CC 179846-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 03/08/2022
(Info 743).

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• A empresa N, que venceu licitação para construção de usina hidrelétrica, contratou a
empresa C para auxiliar no cumprimento de uma medida de compensação ambiental;
o recurso envolvendo o litígio entre essas duas empresas deve ser dirimido pelas
Turmas de Direito Privado do STJ. A competência para julgamento de controvérsia que diz
respeito a pretensão de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, que
não ostenta índole administrativa, e reconvenção relacionado a devolução de adiantamentos
realizados nesse mesmo acordo, entre empresas privadas, é das Turmas de Direito Privado.
STJ. Corte Especial. CC 182897-DF, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em
01/08/2022 (Info 743).
3
• Compete ao STJ julgar conflito de competência estabelecido entre Tribunais Arbitrais
vinculados à mesma Câmara de Arbitragem, quando a solução para o impasse criado
não é objeto de disciplina no regulamento desta. Compete ao Superior Tribunal de
Justiça, em atenção à função constitucional que lhe é atribuída no art. 105, I, “d”, da Carta
Magna, conhecer e julgar o conflito de competência estabelecido entre Tribunais Arbitrais,
que ostentam natureza jurisdicional, ainda que vinculados à mesma Câmara de Arbitragem,
sobretudo se a solução interna para o impasse criado não é objeto de disciplina regulamentar.
STJ. 2ª Seção. CC 185702/DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 22/06/2022 (Info
749).

• A parte interpôs recurso especial contra acórdão do TJ; no STJ, a União pede e é
admitida como assistente simples da recorrente; o STJ determina o retorno dos autos
ao Tribunal de origem para novo julgamento; o processo deverá ser remetido para o
TRF (e não para o TJ). Existindo interesse jurídico da União no feito, na condição de
assistente simples, a competência afigura-se da Justiça Federal, conforme prevê o art. 109,
I, da Constituição da República, motivo pelo qual compete ao Tribunal Regional Federal o
julgamento de embargos de declaração opostos contra acórdão proferido pela Justiça
Estadual. STJ. Corte Especial. EREsp 1265625-SP, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em
30/03/2022 (Info 731).
• A competência para julgar mandado de segurança contra ato do ato do Controlador-
Geral do Distrito Federal é do juízo de 1ª instância (Vara da Fazenda Pública). O Tribunal
de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios não tem competência para processar e julgar
mandado de segurança impetrado contra ato do Controlador-Geral do Distrito Federal.
Compete ao TJDFT julgar mandado de segurança contra atos dos Secretários de Governo
do Distrito Federal e dos Territórios. Ocorre que o Controlador-Geral do Distrito Federal não

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é considerado Secretário de Governo, para fins de competência do TJDFT.
STJ. 2ª Turma. RMS 57943-DF, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 08/03/2022 (Info
728).

2021

• Compete à Primeira Seção do STJ julgar recurso envolvendo ação regressiva proposta
pela seguradora contra a concessionária por danos causados no veículo segurado.
Compete à Primeira Seção do STJ o julgamento de ação regressiva por sub-rogação da 4
seguradora nos direitos do segurado movida por aquela contra concessionária de rodovia
estadual, em razão de acidente de trânsito. Caso concreto: Sul América Seguros ajuizou
ação contra a concessionária de rodovias pedindo o ressarcimento do valor por ela
despendido no conserto do veículo segurado, em razão de acidente ocorrido por suposta
falha na prestação de serviço da ré. O recurso interposto no STJ envolvendo esse processo
deverá ser julgado por uma das Turmas que compõe a 1ª Seção e que tratam sobre direito
público. STJ. Corte Especial. CC 181628-DF, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 11/11/2021
(Info 718).

• É ilegal e inaplicável Resolução do Tribunal de Justiça que atribui competência


exclusiva para as ações propostas contra a Fazenda Pública em desconformidade com
as regras processuais previstas na legislação federal. Tese A) Prevalecem sobre
quaisquer outras normas locais, primárias ou secundárias, legislativas ou administrativas, as
seguintes competências de foro: i) em regra, do local do dano, para ação civil pública (art. 2º
da Lei nº 7.347/85); ii) ressalvada a competência da Justiça Federal, em ações coletivas, do
local onde ocorreu ou deva ocorrer o dano de impacto restrito, ou da capital do estado, se os
danos forem regionais ou nacionais, submetendo-se ainda os casos à regra geral do CPC,
em havendo competência concorrente (art. 93, I e II, do CDC). Tese B) São absolutas as
competências: i) da Vara da Infância e da Juventude do local onde ocorreu ou deva ocorrer
a ação ou a omissão, para as causas individuais ou coletivas arroladas no ECA, inclusive
sobre educação e saúde, ressalvadas a competência da Justiça Federal e a competência
originária dos tribunais superiores (arts. 148, IV, e 209 da Lei nº 8.069/90 e Tese nº
1.058/STJ); ii) do local de domicílio do idoso nas causas individuais ou coletivas versando
sobre serviços de saúde, assistência social ou atendimento especializado ao idoso portador
de deficiência, limitação incapacitante ou doença infectocontagiosa, ressalvadas a
competência da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais superiores (arts. 79
e 80 da Lei nº 10.741/2003 e 53, III, e, do CPC/2015); iii) do Juizado Especial da Fazenda

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Pública, nos foros em que tenha sido instalado, para as causas da sua alçada e matéria (art.
2º, § 4º, da Lei nº 12.153/2009); iv) nas hipóteses do item (iii), faculta-se ao autor optar
livremente pelo manejo de seu pleito contra o estado no foro de seu domicílio, no do fato ou
ato ensejador da demanda, no de situação da coisa litigiosa ou, ainda, na capital do estado,
observada a competência absoluta do Juizado, se existente no local de opção (art. 52,
parágrafo único, do CPC/2015, c/c o art. 2º, § 4º, da Lei nº 12.153/2009). Tese C) A instalação
de vara especializada não altera a competência prevista em lei ou na Constituição Federal,
nos termos da Súmula n. 206/STJ (“A existência de vara privativa, instituída por lei estadual,
não altera a competência territorial resultante das leis de processo.”). A previsão se estende
às competências definidas no presente IAC n. 10/STJ. Tese D) A Resolução n. 9/2019/TJMT 5
é ilegal e inaplicável quanto à criação de competência exclusiva em comarca eleita em
desconformidade com as regras processuais, especificamente quando determina a
redistribuição desses feitos, se ajuizados em comarcas diversas da 1ª Vara Especializada da
Fazenda Pública da Comarca de Várzea Grande/MT. Em consequência:
i) fica vedada a redistribuição à 1ª Vara Especializada da Fazenda Pública da Comarca de
Várzea Grande/MT dos feitos propostos ou em tramitação em comarcas diversas ou em
juizados especiais da referida comarca ou de outra comarca, cujo fundamento, expresso ou
implícito, seja a Resolução n. 9/2019/TJMT ou normativo similar;
ii) os feitos já redistribuídos à 1ª Vara Especializada de Várzea Grande/MT com fundamento
nessa norma deverão ser devolvidos aos juízos de origem, salvo se as partes, previamente
intimadas, concordarem expressamente em manter o processamento do feito no referido
foro; iii) no que tange aos processos já ajuizados - ou que venham a ser ajuizados - pelas
partes originariamente na 1ª Vara Especializada da Fazenda Pública da Comarca de Várzea
Grande/MT, poderão prosseguir normalmente no referido juízo;
iv) não se aplicam as previsões dos itens (ii) e (iii) aos feitos de competência absoluta, ou
seja: de competência dos Juizados Especiais da Fazenda, das Varas da Infância e da
Juventude ou do domicílio do idoso, nos termos da Tese B deste IAC n. 10/STJ.
STJ. 1ª Seção. REsp 1896379-MT, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 21/10/2021 (Tema
IAC 10) (Info 718).
• Se uma ação contra o INSS estava tramitando na justiça estadual por força da
competência federal delegada (art. 109, § 3º, da CF) as alterações promovidas pela Lei
13.876/2019 não irão influenciar neste processo. Os efeitos da Lei nº 13.876/2019 na
modificação de competência para o processamento e julgamento dos processos que
tramitam na Justiça Estadual no exercício da competência federal delegada insculpido no art.
109, § 3º, da Constituição Federal, após as alterações promovidas pela Emenda

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Constitucional nº 103/2019, aplicar-se-ão aos feitos ajuizados após 1º de janeiro de 2020.
As ações, em fase de conhecimento ou de execução, ajuizadas antes de 01/01/2020,
continuarão a ser processadas e julgadas no juízo estadual, nos termos em que previsto pelo
§ 3º do art. 109 da Constituição Federal, pelo inciso III do art. 15 da Lei nº 5.010/65, em sua
redação original. STJ. 1ª Seção. CC 170051-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado
em 21/10/2021 (IAC 6) (Info 716).

• Compete à Justiça Federal processar e julgar ações rescisórias movidas por ente
federal contra acórdão ou sentença da Justiça estadual. Compete ao Tribunal Regional
Federal processar ação rescisória proposta pela União com o objetivo de desconstituir 6
sentença transitada em julgado proferida por juiz estadual, quando afeta interesses de órgão
federal. STF. Plenário. RE 598650/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 8/10/2021 (Repercussão Geral – Tema 775) (Info 1033).

• As varas especializadas em matéria agrária previstas no art. 126 da CF/88 podem julgar
outras matérias correlacionadas (exs: ambientais e minerárias), além de processos
criminais que tenham motivação agrária, não podendo, contudo, julgar matérias
federais. As varas especializadas em matéria agrária (art. 126 da CF/88) não possuem,
necessariamente, competência restrita apenas à matéria de sua especialização.
Não ofende a CF a legislação estadual que atribui competência aos juízes agrários,
ambientais e minerários para a apreciação de causas penais, cujos delitos tenham sido
cometidos em razão de motivação predominantemente agrária, minerária, fundiária e
ambiental. É inconstitucional dispositivo de lei estadual que atribui competência a juízes
estaduais para julgar matérias de competência da justiça federal.
STF. Plenário. ADI 3433/PA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 1/10/2021 (Info 1032).

• Compete à Justiça Federal julgar ação que tem como objetivo a obtenção de oxigênio
destinado às unidades de saúde estaduais do Amazonas para o tratamento da Covid-
19. Em janeiro de 2021, durante a “segunda onda” da Covid-19, milhares de pessoas foram
internadas nas unidades hospitalares do Estado do Amazonas.
Houve um aumento tão grande do consumo de oxigênio que a empresa que o fornece no
Estado (White Martins) não mais conseguiu atender toda a demanda. Em resumo, faltou
oxigênio para as pessoas internadas. Diante disso, começaram a ser propostas várias ações
judiciais contra a White Martins exigindo que ela fornecesse oxigênio para os hospitais
públicos e privados. Essas ações foram propostas em diversos juízos diferentes, com
algumas determinações conflitantes. Havia decisões diferentes dos seguintes juízos: 1ª Vara
Federal da Seção Judiciária do Amazonas, 1ª Vara de Iranduba (AM), 5ª, 6ª, 11ª e 15ª Varas
Cíveis de Manaus (AM), 3ª Vara da Fazenda Pública de Manaus (AM).

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Um dos processos envolvidos é uma ação civil pública proposta pelo MPF e DPU contra a
União justamente para obrigar o ente federal a garantir o fornecimento de oxigênio.
O STJ, ao resolver conflito positivo de competência, declarou o juízo da 1ª Vara Federal de
Manaus como sendo o competente para reunir e julgar todas as ações envolvendo o tema.
STJ. 1ª Seção. CC 177113-AM, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 25/08/2021 (Info 706).

• Compete à Primeira Seção do STJ julgar ACP que discute a validade de cláusula de
exclusividade existente no contrato firmado entre os médicos e a operadora de plano
de saúde, sob o argumento de que configuraria conduta anticoncorrencial. Compete à
Primeira Seção do STJ julgar Ação Civil Pública ajuizada pelo MPF, em face da UNIMED, a
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fim de anular cláusula indutora de exclusividade de prestação de serviços médicos, constante
do Estatuto Social da Cooperativa Médica operadora de Plano de Saúde, segundo a qual
podem ser penalizados ou premiados os médicos cooperados que adiram, ou não, à referida
cláusula. STJ. Corte Especial. CC 180127-DF, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 18/08/2021
(Info 706).

• A Justiça Federal é competente para processar e julgar ação sobre a expedição de


diploma de conclusão de curso superior, ainda que se limite ao pagamento de
indenização. Compete à Justiça Federal processar e julgar feitos em que se discuta
controvérsia relativa à expedição de diploma de conclusão de curso superior realizado em
instituição privada de ensino que integre o Sistema Federal de Ensino, mesmo que a
pretensão se limite ao pagamento de indenização. STF. Plenário. RE 1304964/SP, Rel. Min.
Presidente Luiz Fux, julgado em 25/06/2021 (Repercussão Geral – Tema 1154).

• Compete à Justiça estadual julgar insolvência civil mesmo que envolva a participação
da União, de entidade autárquica ou empresa pública federal. A insolvência civil está
entre as exceções da parte final do artigo 109, I, da Constituição da República, para fins de
definição da competência da Justiça Federal. STF. Plenário. RE 678162/AL, Rel. Min. Marco
Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 26/3/2021 (Repercussão Geral –
Tema 859) (Info 1011).
• A competência prevista no § 3º do art. 109 da Constituição Federal, da Justiça comum,
pressupõe inexistência de Vara Federal na Comarca do domicílio do segurado. O § 3º
do art. 109 da CF/88 afirma que, se não existir vara federal na comarca do domicílio do
segurado, a lei poderá autorizar que esse segurado ajuíze a ação contra o INSS na justiça
estadual: Art. 109. (...) § 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça
Federal em que forem parte instituição de previdência social e segurado possam ser

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processadas e julgadas na justiça estadual quando a comarca do domicílio do segurado não
for sede de vara federal. A delegação de competência de que trata esse dispositivo
constitucional foi feita pelo art. 15, III, da Lei nº 5.010/66, com redação dada pela Lei nº
13.876/2019. Vale ressaltar que o que importa é que não exista vara federal na comarca.
Algumas vezes uma mesma comarca abrange mais de um Município. Se no Município não
existir vara federal, mas houver na Comarca, então, neste caso, o segurado terá que se
deslocar até lá para ajuizar a ação. Ex.: em Itatinga (SP) não existe vara federal; no entanto,
Itatinga faz parte da comarca de Botucatu. Em Botucatu existe vara federal. Logo, o segurado
terá que se deslocar até lá para ajuizar a ação contra o INSS.
STF. Plenário. RE 860508/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/3/2021 (Repercussão 8
Geral – Tema 820) (Info 1008).

• Compete às Turmas da 2ª Seção (especializada em direito privado) julgar REsp


interposto contra concessionária de telefonia com o objetivo de afastar a cobrança de
multa em caso de resolução do contrato por roubo ou furto do aparelho celular. Caso
concreto: o MP/RJ ajuizou ACP contra concessionárias do serviço de telefonia pedindo que
essas empresas se abstenham de cobrar multa rescisória da fidelização nas hipóteses em
que o contrato é cancelado em decorrência de furto ou roubo do aparelho de celular. Assim,
se o consumidor comprou o celular com desconto, mas ele foi furtado ou roubado, o cliente
teria que ser dispensado de pagar a multa rescisória pela quebra da fidelidade. O juiz e o
Tribunal de Justiça julgaram o pedido do Ministério Público procedente e as empresas de
telefonia interpuseram recurso especial. A competência para julgar esse recurso é da 3ª ou
da 4ª Turma (que examinam matérias de direito privado). Isso porque não se está discutindo
o serviço público de telefonia, mas sim a validade de uma cláusula presente em um contrato
de consumo. STJ. Corte Especial. CC 165221/DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques,
julgado em 03/03/2021 (Info 687).

2020
• A competência para julgar ações contra CNJ e CNMP. O STF conferia interpretação
restritiva ao art. 102, I, “r”, da CF/88 e afirmava que ele (STF) somente seria competente para
julgar as ações em que o próprio CNJ ou CNMP figurassem no polo passivo. Seria o caso de
mandados de segurança, habeas corpus e habeas data contra os Conselhos.
No caso de serem propostas ações ordinárias para impugnar atos do CNJ e CNMP, a
competência seria da Justiça Federal de 1ª instância, com base no art. 109, I, da CF/88.

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Houve, no entanto, mudança de entendimento. O que prevalece agora é o seguinte: Nos
termos do art. 102, I, “r”, da Constituição Federal, é competência exclusiva do STF processar
e julgar, originariamente, todas as ações ajuizadas contra decisões do Conselho CNJ e do
CNMP proferidas no exercício de suas competências constitucionais, respectivamente,
previstas nos arts. 103-B, § 4º, e 130-A, § 2º, da CF/88. STF. Plenário. ADI 4412/DF, Rel.
Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).

• Pessoa residente no Brasil foi ameaçada por e-mail enviado de conta hospedada no
exterior; Justiça brasileira é competente para determinar que a empresa responsável
pela conta identifique o titular do e-mail. Caso concreto: Luís recebeu ameaças por 9
mensagens eletrônicas enviadas por meio da conta de e-mail xxxxx@outlook.com. Diante
disso, Luís ajuizou ação contra a Microsoft (proprietária do outlook) pedindo que ela fosse
condenada a fornecer as informações necessárias (IP, data e horário de acesso) para a
identificação do usuário da conta responsável pelas ameaças. A Microsoft alegou que a
Justiça Brasileira não teria competência para apreciar a causa e para determinar o
fornecimento dos dados. Isso porque o provedor de conexão se encontra localizado fora do
Brasil, o endereço eletrônico foi acessado no exterior e as ameaças foram escritas em inglês.
O STJ não concordou com a alegação de incompetência. Em caso de ofensa ao direito
brasileiro em aplicação hospedada no estrangeiro (ex.: uma ofensa veiculada contra
residente no Brasil feita no Facebook por um estrangeira), é possível sim a determinação
judicial, por autoridade brasileira, de que tal conteúdo seja retirado da internet e que os dados
do autor da ofensa sejam apresentados à vítima. Não fosse assim, bastaria a qualquer
pessoa armazenar informações lesivas em países longínquos para não responder por seus
atos danosos. Com base no art. 11 do Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014), tem-se a
aplicação da lei brasileira sempre que qualquer operação de coleta, armazenamento, guarda
e tratamento de registros, de dados pessoais ou de comunicações por provedores de
conexão e de aplicações de internet ocorra em território nacional, mesmo que apenas um
dos dispositivos da comunicação esteja no Brasil e mesmo que as atividades sejam feitas
por empresa com sede no estrangeiro. STJ. 3ª Turma. REsp 1745657-SP, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 03/11/2020 (Info 683).
• Compete às Turmas que compõem a Segunda Seção do STJ (especializada em direito
privado) apreciar recurso em que se discute ressarcimento pelo desconto de
mensalidades de plano de saúde cobradas em fatura de energia elétrica. Caso concreto:
análise do recurso especial relacionado com ação de indenização ajuizada contra a
concessionária de energia elétrica pelo fato de ela ter inserido irregularmente, na conta de
energia elétrica do autor, um desconto relacionado com mensalidade de plano de saúde.

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Essa discussão versa claramente sobre direito obrigacional privado, sobre responsabilização
de empresa privada e de concessionária de serviço público pela cobrança indevida de
prestações alusivas a plano de saúde. Não se trata de discussão que envolva matéria afeta
ao regime jurídico-administrativo. Logo, a competência é das Turmas da 2ª Seção
(especializada em direito privado) e não das Turmas da 1ª Seção (que aprecia matérias de
direito público). STJ. Corte Especial. CC 171348-DF, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em
02/09/2020 (Info 679).

• Justiça comum deve julgar ação de servidor contratado depois da CF/88, sem
concurso público, contra Município, no qual ele cobra verbas trabalhistas decorrentes 10
desta contratação. Compete à Justiça comum julgar conflitos entre Município e servidor
contratado depois da CF/88, ainda que sem concurso público, pois, uma vez vigente regime
jurídico-administrativo, este disciplinará a absorção de pessoal pelo poder público.
Logo, eventual nulidade do vínculo e as consequências daí oriundas devem ser apreciadas
pela Justiça comum, e não pela Justiça do Trabalho. STF. Plenário. ARE 1179455 AgR/PI,
rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 5/5/2020 (Info 976).

• Cabe à Justiça Comum (estadual ou federal) julgar ações contra concurso público
realizado por órgãos e entidades da Administração Pública para contratação de
empregados celetistas. Compete à Justiça comum processar e julgar controvérsias
relacionadas à fase pré-contratual de seleção e de admissão de pessoal e eventual nulidade
do certame em face da Administração Pública, direta e indireta, nas hipóteses em que
adotado o regime celetista de contratação de pessoal.
STF. Plenário. RE 960429/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4 e 5/3/2020
(repercussão geral – Tema 992) (Info 968). Modulação dos efeitos
Em 15/02/2020, o STF decidiu modular os efeitos da decisão acima e estabeleceu um marco
temporal para a competência da Justiça Comum (federal ou estadual) para processar e julgar
ações ajuizadas por candidatos e empregados públicos na fase pré-contratual. De acordo
com a modulação, os processos que tiveram decisão de mérito (sentença) até 6/6/2018, data
em que foi determinada a suspensão geral dos casos com o mesmo tema, permanecem na
competência da Justiça do Trabalho até o trânsito em julgado e a sua execução.
Foi fixada, portanto, uma nova tese: Compete à Justiça Comum processar e julgar
controvérsias relacionadas à fase pré-contratual de seleção e de admissão de pessoal e
eventual nulidade do certame em face da Administração Pública, direta e indireta, nas
hipóteses em que adotado o regime celetista de contratação de pessoas, salvo quando a
sentença de mérito tiver sido proferida antes de 6 de junho de 2018, situação em que, até o
trânsito em julgado e a sua execução, a competência continuará a ser da Justiça do Trabalho.

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STF. Plenário. RE 960429 ED-segundos, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2020
(Repercussão Geral – Tema 992).

2019

• Se a justiça reconhecer que o vínculo é estatutário, a competência para julgar a causa


será da Justiça comum, mesmo que o autor esteja requerendo verbas trabalhistas
supostamente devidas. Compete à Justiça comum processar e julgar causa de servidor
público municipal mesmo que o autor alegue que foi admitido pelo regime celetista e mesmo 11
que ele cobre verbas trabalhistas, se o órgão julgador considerar que o regime é estatutário.
Caso concreto: servidor alega que ingressou no serviço público do Município em 1997 no
cargo de auxiliar de serviços gerais sob o regime celetista e que, em julho de 2010, passou
a ser regido pelo regime estatutário. Em 2013, ele ajuizou ação na Justiça do Trabalho
pleiteando o recolhimento de parcelas do FGTS. O STF entendeu que o vínculo do servidor
com a administração pública é estatutário, razão pela qual a competência para julgar a causa
é da Justiça comum. STF. Plenário. CC 8018/PI, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac.
Min. Alexandre de Moraes, julgado em 19/12/2019 (Info 964). Vale relembrar o seguinte
entendimento do STF: Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações relativas às
verbas trabalhistas referentes ao período em que o servidor mantinha vínculo celetista com
a Administração, antes da transposição para o regime estatutário.
STF. Plenário. ARE 1001075 RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 08/12/2016
(Repercussão Geral - Tema 928).

• O autor pode optar pelo ajuizamento da ação contra a União na capital do Estado-
membro, mesmo que exista Vara Federal instalada no município do interior em que ele
for domiciliado. O art. 109, § 2º, da Constituição Federal encerra a possibilidade de a ação
contra a União ser proposta no domicílio do autor, no lugar em que ocorrido o ato ou fato ou
em que situada a coisa, na capital do estado-membro, ou ainda no Distrito Federal.
Desse modo, o autor, se quiser ajuizar demanda contra a União, terá cinco opções, podendo
propor a ação: a) no foro do domicílio do autor; b) no lugar em que ocorreu o ato ou fato que
deu origem à demanda; c) no lugar em que estiver situada a coisa; d) na capital do Estado-
membro; ou e) no Distrito Federal. STF. 1ª Turma. RE 463101 AgR-AgR, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 27/10/2015. STF. 2ª Turma.ARE 1151612 AgR/SP, Rel. Min. Cármen
Lúcia, julgado em 19/11/2019 (Info 960).

• Não compete ao STF julgar ação proposta pelo Estado-membro contra a União e a
instituição financeira cobrando repasse dos depósitos judiciais que estão no banco.

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Não compete ao STF julgar ação proposta contra a União e o Banco do Brasil para obrigar
que a instituição financeira cumpra lei estadual que determina o repasse de parte dos valores
dos depósitos judiciais para o caixa único do Estado. Trata-se de controvérsia meramente
patrimonial, não justificando sequer a presença da União no polo passivo.
STF. Plenário. ACO 989/BA, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/9/2019 (Info 951).

• Compete à justiça comum estadual julgar ação de obrigação de fazer cumulada com
reparação de danos materiais e morais ajuizada por motorista de aplicativo
pretendendo a reativação de sua conta Uber para que possa voltar a usar o aplicativo
e realizar seus serviços. Compete à justiça comum estadual julgar ação de obrigação de 12
fazer cumulada com reparação de danos materiais e morais ajuizada por motorista de
aplicativo pretendendo a reativação de sua conta Uber para que possa voltar a usar o
aplicativo e realizar seus serviços. As ferramentas tecnológicas disponíveis atualmente
permitiram criar uma nova modalidade de interação econômica, fazendo surgir a economia
compartilhada (sharing economy), em que a prestação de serviços por detentores de veículos
particulares é intermediada por aplicativos geridos por empresas de tecnologia. Nesse
processo, os motoristas, executores da atividade, atuam como empreendedores individuais,
sem vínculo de emprego com a empresa proprietária da plataforma. STJ. 2ª Seção. CC
164544-MG, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 28/08/2019 (Info 655).

• Compete à 1ª Seção do STJ (que aprecia matérias de direito público) julgar recurso no
qual se discute a contratação ou não de aprovado em processo seletivo realizado por
entidade do Sistema S (no caso, o SEBRAE). Compete à Primeira Seção do Superior
Tribunal de Justiça processar e julgar feitos relativos à contratação de candidatos inscritos
em processo seletivo público para preenchimento de cargos em entidades do Sistema S.
O dirigente de entidade do Sistema S, como o Sebrae, ao praticar atos em certame público
para ingresso de empregados, está a desempenhar ato típico de direito público, vinculando-
se ao regime jurídico administrativo. STJ. Corte Especial.CC 157870-DF, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 21/08/2019 (Info 656).
• Para saber se há conexão entre duas medidas cautelares preparatórias propostas pelo
mesmo contribuinte, deve-se analisar o pedido ou a causa de pedir das ações
principais. O vínculo de conexão a justificar a reunião de medidas cautelares preparatórias
está vinculado com a identidade de objeto e/ou de causa de pedir existente entre as ações
principais a serem propostas e não do processo cautelar em si. STJ. 1ª Turma. AREsp
832354-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 21/02/2019 (Info 644).

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2018

• Ação de empresas de telefonia contra a Anatel tratando sobre o valor de uso de rede
móvel, sendo que uma das litigantes se encontra em recuperação judicial: Justiça
Federal. Compete à Justiça Federal processar e julgar ação que envolva concessionárias do
serviço de telefonia e a Anatel a respeito da precificação do VU-M (Valor de Uso de Rede
Móvel) ainda que um dos litigantes se encontre em recuperação judicial.
É competência da Justiça Federal analisar as questões relativas aos contratos de 13
interconexão e ao valor da interconexão propriamente dita (VU-M).
Reserva-se ao Juízo Estadual da Falência apenas aquilo que é relacionado com a
recuperação judicial (habilitação de crédito, classificação de credores, aprovação de plano).
Não se pode, contudo, admitir que o Juízo da Falência decida sobre questões que são de
competência da esfera federal. Assim, a fixação do VU-M é de competência da Justiça
Federal. STJ. 1ª Seção. CC 156.064-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. Acd.
Min. Herman Benjamin, julgado em 14/11/2018 (Info 649).

• Competência da Justiça comum para julgar incidência de contribuição previdenciária


relacionada com complementação de proventos. Compete à justiça comum (e não à
Justiça do Trabalho) o julgamento de conflito de interesses a envolver a incidência de
contribuição previdenciária, considerada a complementação de proventos. Caso concreto:
Estado-membro editou lei instituindo contribuição previdenciária de 11% sobre o valor da
complementação da aposentadoria dos ex-empregados de uma sociedade de economia
mista. Os ex-empregados prejudicados ingressaram com ações questionando essa
cobrança. O STF afirmou que a discussão em tela tem natureza tributária, o que atrai a
competência da Justiça comum, uma vez que no caso não se discutem verbas de natureza
trabalhista, mas a incidência de contribuição social (espécie de tributo). STF. Plenário. RE
594435/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 24/5/2018 (Info 903).

• Demanda contra as operadoras de plano de saúde de autogestão: Justiça comum.


Compete à Justiça Comum Estadual o julgamento de demanda com natureza
predominantemente civil entre ex-empregado aposentado ou demitido sem justa causa e
operadoras de plano de saúde na modalidade autogestão vinculadas ao empregador.
STJ. 2ª Seção. CC 157664-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/05/2018 (Info 627).
Compete à Justiça Comum Estadual o exame e o julgamento de feito que discute direitos de
ex-empregado aposentado ou demitido sem justa causa de permanecer em plano de saúde
coletivo oferecido pela própria empresa empregadora aos trabalhadores ativos, na

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modalidade de autogestão. STJ. 3ª Turma. REsp 1695986-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, julgado em 27/02/2018 (Info 620). Existe alguma exceção? Existe alguma hipótese
na qual a ação proposta pelo usuário contra o plano de saúde de autogestão será de
competência da Justiça do Trabalho? SIM. A demanda será de competência da Justiça do
Trabalho se o plano de saúde é operado pela própria empresa que contratou o trabalhador.
Nessa modalidade de organização da assistência à saúde, a figura do empregador (ou do
contratante da mão de obra) se confunde com a do operador do plano de saúde, de modo
que, sob a ótica do trabalhador, ou de seus dependentes, o plano de saúde é oriundo da
relação de trabalho, atraindo, portanto, a competência da Justiça do Trabalho, nos termos do
art. 114, I, da CF/88. STJ. 2ª Seção. CC 165.863-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, 14
julgado em 11/03/2020 (Tema IAC 5 – Info 667).

• Complementação de pensão proposta por pensionista das antigas ferrovias do Estado


de São Paulo. Compete à Justiça Comum (e não à Justiça do Trabalho) julgar as ações
propostas por ferroviários pensionistas e aposentados das antigas ferrovias do Estado de
São Paulo, que foram absorvidas pela Ferrovia Paulista S/A, sucedida pela extinta Rede
Ferroviária Federal, com vistas à complementação de suas pensões e aposentadorias em
face da União. O STF entendeu que esta é uma causa oriunda de uma relação estatutária.
Assim, não há relação de trabalho que justifique a competência da Justiça laboral.
STF. 1ª Turma.Rcl 24990 AgR/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min.
Roberto Barroso, julgado em 20/3/2018 (Info 895).

• Compete à Justiça Estadual julgar ação proposta por ex-empregado para continuar no
plano de saúde de autogestão que era oferecido pela empresa. Compete à Justiça
Comum Estadual o exame e o julgamento de feito que discute direitos de ex-empregado
aposentado ou demitido sem justa causa de permanecer em plano de saúde coletivo
oferecido pela própria empresa empregadora aos trabalhadores ativos, na modalidade de
autogestão. STJ. 3ª Turma. REsp 1695986-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado
em 27/02/2018 (Info 620). Existe alguma exceção? Existe alguma hipótese na qual a ação
proposta pelo usuário contra o plano de saúde de autogestão será de competência da Justiça
do Trabalho? SIM. A demanda será de competência da Justiça do Trabalho se o plano de
saúde é operado pela própria empresa que contratou o trabalhador. Nessa modalidade de
organização da assistência à saúde, a figura do empregador (ou do contratante da mão de
obra) se confunde com a do operador do plano de saúde, de modo que, sob a ótica do
trabalhador, ou de seus dependentes, o plano de saúde é oriundo da relação de trabalho,
atraindo, portanto, a competência da Justiça do Trabalho, nos termos do art. 114, I, da CF/88.
STJ. 2ª Seção. CC 165.863-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em

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11/03/2020 (Tema IAC 5 – Info 667).

2017

• Não se aplica a regra do art. 53, V, do CPC para a ação de indenização proposta pela
locadora em caso de acidente de veículo envolvendo o locatário. A competência para
julgar ação de reparação de dano sofrido em razão de acidente de veículos é do foro do
domicílio do autor ou do local do fato (art. 53, V, do CPC/2015).
Contudo, essa prerrogativa de escolha do foro não beneficia a pessoa jurídica locadora de 15
frota de veículos, em ação de reparação dos danos advindos de acidente de trânsito com o
envolvimento do locatário. STJ. 4ª Turma. EDcl no AgRg no Ag 1366967-MG, Rel. Min. Marco
Buzzi, Rel. para acórdão Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 27/4/2017 (Info 604).

• Não compete ao STF julgar execução individual de sentença coletiva mesmo que tenha
julgado a lide que originou o cumprimento de sentença. Não compete originariamente ao
STF processar e julgar execução individual de sentenças genéricas de perfil coletivo,
inclusive aquelas proferidas em sede mandamental. Tal atribuição cabe aos órgãos
judiciários competentes de primeira instância. STF. 2ª Turma. PET 6076 QO /DF, rel. Min.
Dias Toffoli, julgado em 25/4/2017 (Info 862).

• É de competência do domicílio do réu a ação pretendendo declarar a violação de direito


autoral e cobrar indenização decorrente deste fato. O pedido cumulado de indenização,
quando mediato e dependente do reconhecimento do pedido antecedente de declaração da
autoria da obra, não afasta a regra geral de competência do foro do domicílio do réu.
Ex.: João lançou um livro. Pedro, alegando que o conteúdo da obra é uma cópia de um livro
escrito por ele anos atrás, ajuíza ação de indenização contra João. A competência, neste
caso, será do domicílio do réu, nos termos do art. 46 do CPC.
A análise do pedido de reparação de danos pressupõe o anterior acolhimento do pedido
declaratório de reconhecimento de autoria da obra. Este é o objeto principal da lide. Em
outras palavras, não se pode condenar o réu a indenizar o autor por violação a direito autoral
se, antes, não for demonstrado que o requerente é o verdadeiro autor da obra. Nesse
contexto, a competência deve ser definida levando-se em conta o pedido principal, de índole
declaratória, de modo que deve incidir a regra geral do art. 46 do CPC.
STJ. 2ª Seção. REsp 1138522-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 8/2/2017 (Info
599).

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2016

• Causas que podem produzir reflexos no processo eleitoral são de competência da


Justiça Eleitoral. Em regra, as ações tratando sobre divergências internas ocorridas no
âmbito do partido político são julgadas pela Justiça Estadual. Exceção: se a questão interna
corporis do partido político puder gerar reflexos diretos no processo eleitoral, então, neste
caso a competência será da Justiça Eleitoral. Assim, compete à Justiça Eleitoral processar e
julgar as causas em que a análise da controvérsia é capaz de produzir reflexos diretos no
processo eleitoral. STJ. 2ª Seção. CC 148693-BA, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 16
julgado em 14/12/2016 (Info 596).

• É de competência da Justiça Estadual a ação de restituição de indébito proposta pelo


usuário contra a concessionária de energia elétrica. Não há, em regra, interesse jurídico
da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica – para figurar como ré ou assistente
simples de ação de repetição de indébito relativa a valores cobrados por força de contrato de
fornecimento de energia elétrica celebrado entre usuário do serviço e concessionária do
serviço público. Em razão disso, essa ação é de competência da Justiça Estadual.
STJ. 1ª Seção. REsp 1389750-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 14/12/2016
(recurso repetitivo) (Info 601).

• Mandado de segurança contra decisões negativas do CNJ. Não cabe mandado de


segurança contra ato de deliberação negativa do Conselho Nacional de Justiça, por não se
tratar de ato que importe a substituição ou a revisão do ato praticado por outro órgão do
Judiciário. Assim, o STF não tem competência para processar e julgar ações decorrentes de
decisões negativas do CNMP e do CNJ. Como o conteúdo da decisão do CNJ/CNMP foi
“negativo”, o Conselho não decidiu nada. Se não decidiu nada, não praticou nenhum ato. Se
não praticou nenhum ato, não existe ato do CNJ/CNMP a ser atacado no STF.
Em razão do exposto, não compete ao STF julgar MS impetrado contra decisão do CNJ que
julgou improcedente pedido de cassação de um ato normativo editado por vara judicial.
STF. 2ª Turma. MS 33085/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 20/09/2016 (Info 840).
• Competência para julgar causas envolvendo a OAB. Compete à justiça federal processar
e julgar ações em que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), quer mediante o conselho
federal, quer seccional, figure na relação processual. STF. Plenário. RE 595332/PR, Rel. Min.
Marco Aurélio, julgado em 31/8/2016 (repercussão geral) (Info 837).

• Competência para julgar demanda indenizatória por uso de imagem de jogador de


futebol. É da Justiça do Trabalho (e não da Justiça Comum) a competência para processar

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e julgar a ação de indenização movida por atleta de futebol em face de editora pelo suposto
uso indevido de imagem em álbum de figurinhas quando, após denunciação da lide ao clube
de futebol (ex-empregador), este alegar que recebeu autorização expressa do jogador para
ceder o direito de uso de sua imagem no período de vigência do contrato de trabalho. Na
ementa oficial do julgado, restou assim consignado: Compete à Justiça do Trabalho
processar e julgar ação indenizatória movida contra editora, por suposto uso indevido de
imagem de atleta de futebol, caracterizado por publicação, sem autorização, do autor de sua
fotografia em álbum de figurinhas, na hipótese de denunciação da lide pela ré ao clube
empregador. STJ. 2ª Turma. CC 128610-RS, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 22/6/2016 17
(Info 587).

• Dever de remessa dos autos ao juízo competente mesmo em caso de processo


eletrônico. Se o juízo reconhece a sua incompetência absoluta para conhecer da causa, ele
deverá determinar a remessa dos autos ao juízo competente e não extinguir o processo sem
exame do mérito. O argumento de impossibilidade técnica do Poder Judiciário em remeter
os autos para o juízo competente, ante as dificuldades inerentes ao processamento
eletrônico, não pode ser utilizado para prejudicar o jurisdicionado, sob pena de configurar-se
indevido obstáculo ao acesso à tutela jurisdicional. Assim, implica indevido obstáculo ao
acesso à tutela jurisdicional a decisão que, após o reconhecimento da incompetência
absoluta do juízo, em vez de determinar a remessa dos autos ao juízo competente, extingue
o feito sem exame do mérito, sob o argumento de impossibilidade técnica do Judiciário em
remeter os autos para o órgão julgador competente, ante as dificuldades inerentes ao
processamento eletrônico. STJ. 2ª Turma. REsp 1526914-PE, Rel. Min. Diva Malerbi
(Desembargadora convocada do TRF da 3ª Região), julgado em 21/6/2016 (Info 586).

• Competência para julgar MS contra ato do chefe do MPDFT no exercício de atividade


submetida à jurisdição administrativa federal. É do TRF da 1º Região (e não do TJDFT)
a competência para processar e julgar mandado de segurança impetrado contra ato do
Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal que determinou a retenção de Imposto de
Renda (IR) e de contribuição ao Plano de Seguridade Social (PSS) sobre valores decorrentes
da conversão em pecúnia de licenças-prêmio. O Procurador-Geral de Justiça do Distrito
Federal, ao determinar a retenção de tributos federais por ocasião do pagamento de parcelas
remuneratórias (conversão de licenças-prêmio em pecúnia), está no exercício de função
administrativa federal, razão pela qual não se pode reconhecer a competência do Tribunal
de Justiça do Distrito Federal para o julgamento de mandado de segurança impetrado contra
tal ato. Obs.: quando o MS é impetrado contra atos praticados pelo PGJ-DF sob jurisdição
administrativa local, a competência será do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

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STJ. 1ª Turma. REsp 1303154-DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 16/6/2016 (Info
587).

• Competência internacional e relação de consumo. A Justiça brasileira é absolutamente


incompetente para processar e julgar demanda indenizatória fundada em serviço fornecido
de forma viciada por sociedade empresária estrangeira a brasileiro que possuía domicílio no
mesmo Estado estrangeiro em que situada a fornecedora, quando o contrato de consumo
houver sido celebrado e executado nesse local, ainda que o conhecimento do vício ocorra
após o retorno do consumidor ao território nacional. A vulnerabilidade do consumidor, ainda
que amplamente reconhecida em foro internacional, não é suficiente, por si só, para alargar
18
a competência concorrente da justiça nacional prevista no art. 88 do CPC/1973.
Nas hipóteses em que a relação jurídica é firmada nos estritos limites territoriais nacionais,
ou seja, sem intuito de extrapolação territorial, o foro competente, aferido a partir das regras
processuais vigentes no momento da propositura da demanda, não sofre influências em
razão da nacionalidade ou do domicílio dos contratantes, ainda que se trate de relação de
consumo. Obs.: vale ressaltar que o caso ocorreu e foi analisado sob a égide do CPC/1973.
Não se sabe como seria a decisão do STJ se a situação tivesse se dado na vigência do
CPC/2015 diante da redação do art. 22, II, do novo Código.
STJ. 3ª Turma. REsp 1571616-MT, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 5/4/2016
(Info 580).

2015

• STF não possui competência originária para julgar ação popular. Determinado cidadão
propôs “ação popular” contra a Presidente da República pedindo que ela fosse condenada à
perda da função pública e à privação dos direitos políticos. A competência para julgar essa
ação é do STF? NÃO. Em regra, o STF não possui competência originária para processar e
julgar ação popular, ainda que ajuizada contra atos e/ou omissões do Presidente da
República. A competência para julgar ação popular contra ato de qualquer autoridade, até
mesmo do Presidente da República, é, via de regra, do juízo de 1º grau.
STF. Plenário. Pet 5856 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 25/11/2015 (Info 811). No
mesmo sentido: A jurisprudência é firme no sentido de que o STF não possui competência
para julgar ação popular contra ato de qualquer autoridade.
STF. Plenário. AO 2489 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/06/2020. Não é da
competência originária do STF conhecer de ações populares, ainda que o réu seja autoridade
que tenha na Corte o seu foro por prerrogativa de função para os processos previstos na

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Constituição. STF. Plenário. Pet 8504 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 19/12/2019.
EXCEÇÕES: É possível apontar quatro exceções a essa regra.
Assim, compete ao STF julgar: 1) ação popular que envolva conflito federativo entre a União
e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas
entidades da administração indireta (art. 102, I, “f”, da CF/88);
2) ação popular em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente
interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam
impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados (art. 102, I, “n”, da CF/88);
3) ação popular proposta contra o Conselho Nacional de Justiça ou contra o Conselho
Nacional do Ministério Público (art. 102, I, “r”, da CF/88). 19
4) ação popular cujo pedido seja próprio de mandado de segurança coletivo contra ato de
Presidente da República, por força do art. 102, I, “d”, da CF/88 (STF. Plenário. Pet 8104 AgR,
Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 06/12/2019).

• Litígios envolvendo servidores temporários e administração pública. A justiça comum é


competente para processar e julgar causas em que se discuta a validade de vínculo jurídico-
administrativo entre o poder público e servidores temporários.
Dito de outra forma: a Justiça competente para julgar litígios envolvendo servidores
temporários (art. 37, IX, da CF/88) e a Administração Pública é a JUSTIÇA COMUM (estadual
ou federal). A competência NÃO é da Justiça do Trabalho, ainda que o autor da ação alegue
que houve desvirtuamento do vínculo e mesmo que ele formule os seus pedidos baseados
na CLT ou na lei do FGTS. STF. Plenário. Rcl 4351 MC-AgR/PE, rel. orig. Min. Marco Aurélio,
red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 11/11/2015 (Info 807).

• Foro para o ajuizamento de ação em face de entidade fechada de previdência


complementar. É possível ao participante ou assistido de plano de benefícios patrocinado
ajuizar ação em face da respectiva entidade fechada de previdência privada nos seguintes
lugares: • no foro do domicílio da ré; • no eventual foro de eleição do contrato; ou • no foro
onde labora ou laborou para a patrocinadora do plano. STJ. 2ª Seção. REsp 1536786-MG,
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 26/8/2015 (Info 571).
• Litígios envolvendo servidores temporários e administração pública: não é Justiça do
Trabalho. A Justiça competente para julgar litígios envolvendo servidores temporários (art.
37, IX, da CF/88) e a Administração Pública é a JUSTIÇA COMUM (estadual ou federal). A
competência NÃO é da Justiça do Trabalho. STF. 1ª Turma. Rcl 6527 AgR/SP, Rel. Min. Luiz
Fux, julgado em 25/8/2015 (Info 796).

• Inaplicabilidade da cláusula de eleição de foro prevista em contrato sem assinatura

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das partes. Nos casos em que a parte questiona a própria validade do contrato, ela não
precisará respeitar o foro de eleição referente a esse ajuste. Ex.: duas empresas fizeram um
contrato e elegeram como foro de eleição a comarca de Florianópolis; ocorre que o contrato,
apesar de aprovado, não chegou a ser assinado. Uma das empresas ajuizou ação
questionando a validade desse ajuste pelo fato de ele não ter sido assinado. Neste caso, em
que a própria validade do contrato está sendo objeto de apreciação judicial pelo fato de que
não houve instrumento de formalização assinado pelas partes, a cláusula de eleição de foro
não deve prevalecer, ainda que ela já tenha sido prevista em contratos semelhantes
anteriormente celebrados entre as mesmas partes. STJ. 3ª Turma. REsp 1491040-RJ, Rel. 20
Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 3/3/2015 (Info 557).

• Conexão por prejudicialidade. A conexão entre duas causas ocorre quando elas, apesar
de não serem idênticas, possuem um vínculo de identidade entre si quanto a algum dos seus
elementos caracterizadores. São duas (ou mais) ações diferentes, mas que mantêm um
vínculo entre si. Segundo o texto do CPC 1973, existe conexão quando duas ou mais ações
tiverem o mesmo pedido (objeto) ou causa de pedir. Quando o juiz verificar que há conexão
entre duas causas, ele poderá ordenar, de ofício ou a requerimento, a reunião delas para
julgamento em conjunto. Essa é a regra geral, não sendo aplicável, contudo, quando a
reunião implicar em modificação da competência absoluta. O conceito de conexão previsto
na lei é conhecido como concepção tradicional (teoria tradicional) da conexão. Existem
autores, contudo, que defendem que é possível que exista conexão entre duas ou mais ações
mesmo que o pedido e a causa de pedir sejam diferentes. Em outras palavras, pode haver
conexão em situações que não se encaixem perfeitamente no conceito legal de conexão.
Tais autores defendem a chamada teoria materialista da conexão, que sustenta que, em
determinadas situações, é possível identificar a conexão entre duas ações não com base no
pedido ou na causa de pedir, mas sim em outros fatos que liguem uma demanda à outra.
Eles sustentam, portanto, que a definição tradicional de conexão é insuficiente. Essa teoria
é chamada de materialista porque defende que, para se verificar se há ou não conexão, o
ideal não é analisar apenas o objeto e a causa de pedir, mas sim a relação jurídica de direito
material que é discutida em cada ação. Existirá conexão se a relação jurídica veiculada nas
ações for a mesma ou se, mesmo não sendo idêntica, existir entre elas uma vinculação.
Essa concepção materialista é que fundamenta a chamada “conexão por prejudicialidade”.
Podemos resumi-la em uma frase: quando a decisão de uma causa interferir na solução da
outra, há conexão. No caso concreto, havia duas ações: em uma delas o autor (empresa 1)
executava uma dívida da devedora (empresa 2). A executada, por sua vez, ajuizou ação
declaratória de inexistência da relação afirmando que nada deve para a empresa 1. Nesta

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situação, o STJ reconheceu que havia conexão por prejudicialidade e decidiu o seguinte:
“pode ser reconhecida a conexão e determinada a reunião para julgamento conjunto de um
processo executivo com um processo de conhecimento no qual se pretenda a declaração da
inexistência da relação jurídica que fundamenta a execução, desde que não implique
modificação de competência absoluta.” STJ. 4ª Turma. REsp 1221941-RJ, Rel. Min. Luis
Felipe Salomão, julgado em 24/2/2015 (Info 559).

2014
21
• Ação de divórcio quando o marido for incapaz. Compete ao foro do domicílio do
representante do marido interditado por deficiência mental — e não ao foro da residência de
sua esposa capaz e produtiva — processar e julgar ação de divórcio direto litigioso,
independentemente da posição que o incapaz ocupe na relação processual (autor ou réu).
No confronto entre o art. 100, I, do CPC 1973 (que prevê o foro do domicílio da mulher) e o
art. 98 do CPC 1973 (que preconiza o foro do domicílio do representante do incapaz), deverá
prevalecer este último em virtude de o incapaz apresentar maior fragilidade, necessitando,
portanto, de uma maior proteção. STJ. 4ª Turma. REsp 875612-MG, Rel. Min. Raul Araújo,
julgado em 4/9/2014 (Info 552).

• Demanda em que se pede a obtenção de diploma de curso de ensino à distância


negado por problemas de credenciamento da instituição de ensino superior junto ao
MEC. A Justiça Federal tem competência para o julgamento de demanda em que se discuta
a existência de obstáculo à obtenção de diploma após conclusão de curso de ensino à
distância em razão de problema no credenciamento da instituição de ensino superior pelo
Ministério da Educação. Vale ressaltar que, neste caso, a demanda foi proposta contra a
instituição e a União. STF. 2ª Turma. ARE 754174 AgR/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado
em 2/9/2014 (Info 757).

• Aplicação do § 2º do art. 109 da CF/88 também às autarquias federais. Segundo o § 2º


do art. 109 da CF/88, as causas propostas contra a União poderão ser ajuizadas na seção
(ou subseção) judiciária: • em que for domiciliado o autor; • onde houver ocorrido o ato ou
fato que deu origem à demanda; • onde estiver situada a coisa; • na capital do Estado-
membro; ou • no Distrito Federal. Apesar de o dispositivo somente falar em “União”, o STF
entende que a regra de competência prevista no § 2º do art. 109 da CF/88 também se aplica
às ações propostas contra autarquias federais. Isso porque o objetivo do legislador
constituinte foi o de facilitar o acesso à justiça.

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STF. Plenário. RE 627709/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/8/2014 (Info
755).

• Análise do caso “rebaixamento da Portuguesa”. O Juízo do local em que está situada a


sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é o competente para processar e julgar
todas e quaisquer ações cujas controvérsias se refiram apenas à validade e à execução de
decisões da Justiça Desportiva acerca de campeonato de futebol de caráter nacional, de cuja
organização a CBF participe, independentemente de as ações serem ajuizadas em vários
Juízos ou Juizados Especiais (situados em diversos lugares do país) por clubes, entidades,
instituições, torcedores ou, até mesmo, pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública.
22
STJ. 2ª Seção. CC 133244-RJ, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 11/6/2014 (Info 549).

• Ação anulatória de escritura pública de cessão e transferência de direitos


possessórios. O foro do domicílio do réu é competente para processar e julgar ação
declaratória de nulidade, por razões formais, de escritura pública de cessão e transferência
de direitos possessórios de imóvel, ainda que esse seja diferente do da situação do imóvel.
STJ. 2ª Seção. CC 111572-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 9/4/2014 (Info 543).

• Demanda proposta por consumidor por equiparação. O indivíduo considerado


consumidor por equiparação poderá propor a ação de indenização contra o fornecedor de
serviços no foro de seu domicílio (foro do domicílio do autor), nos termos do art. 101, I, do
CDC. Em outras palavras, o consumidor por equiparação também tem direito à regra especial
de competência do art. 101, I, do CDC. STJ. 2ª Seção. CC 128079-MT, Rel. Min. Raul Araújo,
julgado em 12/3/2014 (Info 542).

• Danos causados a estagiário durante estágio obrigatório curricular. Compete à


JUSTIÇA COMUM ESTADUAL (e não à Justiça do Trabalho) julgar ação de reparação de
danos materiais e morais promovida por aluno universitário contra estabelecimento de ensino
superior em virtude de danos ocorridos durante o estágio obrigatório curricular.
STJ. 2ª Seção. CC 131195-MG, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 26/2/2014 (Info 543).
2013

• Réu que não concorda com processo distribuído por prevenção: exceção de
incompetência. A exceção de incompetência é meio adequado para que a parte ré impugne
distribuição por prevenção requerida pela parte autora com base na existência de conexão.

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STJ. 4ª Turma. REsp 1156306-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 20/8/2013 (Info
529). Obs.: de acordo com o CPC 2015, a incompetência, tanto absoluta como relativa,
deverá ser alegada como questão preliminar de contestação (art. 64).

• Reconhecimento de união estável homoafetiva. A competência para processar e julgar


ação destinada ao reconhecimento de união estável homoafetiva é da vara de família.
Assim, se houver vara privativa para julgamento de processos de família, essa será
competente para processar e julgar pedido de reconhecimento e dissolução de união estável
homoafetiva, independentemente de eventuais limitações existentes na lei de organização
judiciária local. STJ. 3ª Turma. REsp 1291924-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23
28/5/2013 (Info 524).

• Conflito de competência entre juízo estatal e câmara arbitral. É possível a existência de


conflito de competência entre juízo estatal e câmara arbitral. Isso porque a atividade
desenvolvida no âmbito da arbitragem tem natureza jurisdicional.
STJ. 2ª Seção. CC 111230-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 8/5/2013 (Info 522).
STJ. 1ª Seção. AgInt no CC 156.133-BA, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 22/08/2018.

• Reconhecimento de incompetência absoluta e prolação de decisão acautelatória. Ainda


que proferida por juízo absolutamente incompetente, é válida a decisão que, em ação civil
pública proposta para a apuração de ato de improbidade administrativa, tenha determinado
— até que haja pronunciamento do juízo competente — a indisponibilidade dos bens do réu
a fim de assegurar o ressarcimento de suposto dano ao patrimônio público.
STJ. 2ª Turma. REsp 1038199-ES, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 7/5/2013 (Info 524).

• Cobrança de verbas por profissional liberal. Se o autor ajuíza ação contra empresa
alegando que era colaborador autônomo, como profissional liberal, e pede condenação da ré
ao pagamento de indenização por danos morais e materiais, tal demanda é de competência
da Justiça Comum Estadual. Aplica-se, no caso, o mesmo raciocínio presente na Súmula
363 do STJ: Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por
profissional liberal contra cliente. STJ. 2ª Seção. CC 118649-SP, Rel. Min. Raul Araújo,
julgado em 24/4/2013 (Info 521).
• Ação proposta por pastor contra igreja em que se discute relação religiosa e civil.
Determinado pastor ajuizou ação de indenização por danos morais e materiais contra a igreja
a que pertencia, alegando que foi desligado sem um justo motivo e em desacordo com as
regras da igreja. Na petição inicial afirma expressamente que não era empregado da igreja.
Quem irá julgar esta demanda é a Justiça comum estadual, considerando que a controvérsia
proposta na demanda deriva de relação jurídica de cunho eminentemente religioso e civil.

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A causa de pedir e o pedido deduzidos na exordial não se referem à existência de relação de
trabalho entre as partes. Logo, é incompetente a Justiça do Trabalho.
Obs.: veja que se trata de situação bem específica, considerando que a regra é que a
competência seja da Justiça do Trabalho. STJ. 2ª Seção. CC 125472-BA, Rel. Min. Raul
Araújo, julgado em 10/4/2013 (Info 520).

• Ação de pensão por morte na qual haverá reconhecimento de união estável. Compete
à JUSTIÇA FEDERAL processar e julgar demanda proposta em face do INSS com o objetivo
de ver reconhecido exclusivamente o direito da autora de receber pensão decorrente da
morte do alegado companheiro, ainda que seja necessário enfrentar questão prejudicial 24
referente à existência, ou não, da união estável. STJ. 1ª Seção. CC 126489-RN, Rel. Min.
Humberto Martins, julgado em 10/4/2013 (Info 517).

• Ação monitória proposta contra estado-membro. Segundo a jurisprudência do STJ, o


Estado-membro não tem prerrogativa de foro. Logo, poderá ser demandado em outra
comarca que não a de sua capital. Poderá ser até mesmo demandado em outro Estado-
membro da Federação. No caso de ação monitória proposta contra o Estado-membro, a
competência para julgar a causa é do local onde a obrigação deveria ser satisfeita e onde
deveria ter ocorrido o pagamento da contraprestação, conforme prevê o art. 100, IV, “d”, do
CPC 1973 (art. 53, III, "d", do CPC 2015). STJ. 2ª Turma. REsp 1316020-DF, Rel. Min.
Herman Benjamin, julgado em 7/2/2013 (Info 517).

2012

• Restituição de indébito relacionada com tarifa de energia elétrica: É de competência da


JUSTIÇA ESTADUAL a ação de restituição de indébito proposta contra a concessionária de
energia elétrica por causa de um aumento ilegal da tarifa de energia. Isso porque, a princípio,
não há nenhum interesse da União ou da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) que
justifique que elas figurem no polo passivo desta demanda. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp
1307041-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 18/12/2012 (Info 516).
• Competência no caso de mandados de segurança contra presidente da OAB. O STJ
entende que a OAB não é uma autarquia. A Ordem é um serviço público independente,
categoria única no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. No
entanto, apesar disso, as funções atribuídas à OAB possuem natureza federal. Portanto, o
Presidente da seccional da OAB exerce função delegada federal, motivo pelo qual a
competência para o julgamento do mandado de segurança contra ele impetrado é da Justiça

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Federal. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1255052-AP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado
em 6/11/2012 (Info 508).

• Competência e discussão sobre área remanescente das comunidades dos quilombos.


A União deverá figurar como litisconsorte necessária em ação na qual se discute com
particulares se determinada área é remanescente das comunidades dos quilombos (art. 68
do ADCT), mesmo que na ação já exista a presença da Fundação Cultural Palmares
(fundação federal). STJ. 3ª Turma. REsp 1116553-MT, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em
17/5/2012 (Info 497).

• Conflito de competência. O art. 115 do CPC 1973 (art. 66 do CPC 2015) precisa ser 25
interpretado extensivamente, de modo que, para que haja conflito de competência, basta a
mera potencialidade ou risco de que sejam proferidas decisões conflitantes.
É possível que se reconheça a conexão, mas sem que haja a reunião de processos. Isso
ocorre, por exemplo, quando a reunião implicaria em modificação da competência absoluta.
O efeito principal da conexão é a reunião. Se não for possível, poderá ser determinada
suspensão de um dos processos para evitar o desperdício da atividade jurisdicional e a
prolação de decisões contraditórias. STJ. 2ª Seção. AgRg no CC 112956-MS, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 25/4/2012 (Info 496).

• Arguição de incompetência absoluta. A arguição de incompetência absoluta não suspende


o curso do processo, ainda que tenha sido formulada por meio de exceção. Obs.: de acordo
com o CPC 2015, a incompetência, tanto absoluta como relativa, deverá ser alegada como
questão preliminar de contestação (art. 64). Desse modo, não existe mais exceção de
incompetência e a alegação de incompetência não mais suspende o curso do processo,
como ocorria no CPC 1973. STJ. 3ª Turma. REsp 1162469-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, DJ 12/4/2012 (Info 495).

SÚMULAS
• Súmula 15-STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar os litígios decorrentes de
acidente do trabalho. Válida, mas apenas nos casos de ação proposta contra o INSS
pleiteando benefício decorrente de acidente de trabalho. Segundo a jurisprudência do STF e
STJ, causas decorrentes de acidente do trabalho não são apenas aquelas em que figuram
como partes o empregado acidentado e o órgão da Previdência Social, mas também as que
são promovidas pelo cônjuge, ou por herdeiros ou dependentes do acidentado, para haver

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indenização por dano moral (da competência da Justiça do Trabalho — CF, art. 114, VI), ou
para haver benefício previdenciário, pensão por morte, ou sua revisão (da competência da
Justiça Estadual) (CC 121.352/SP, j. em 11/04/2012).

• Súmula vinculante 27-STF: Compete à Justiça Estadual julgar causas entre consumidor e
concessionária de serviço público de telefonia, quando a Anatel não seja litisconsorte passiva
necessária, assistente nem opoente. Importante.

• Súmula 34-STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar causa relativa a mensalidade
escolar, cobrada por estabelecimento particular de ensino. Importante.
26
• Súmula 42-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis
em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.
Válida. Vide Súmulas 508, 517 e 556 do STF.

• Súmula 55-STJ: Tribunal Regional Federal não é competente para julgar recurso de decisão
proferida por juiz estadual não investido de jurisdição federal. Válida.

• Súmula 137-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar ação de servidor
público municipal, pleiteando direitos relativos ao vínculo estatutário.
Válida.

• Súmula 150-STJ: Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico
que justifique a presença, no processo, da união, suas autarquias ou empresas públicas.
Importante. Vide Súmulas 224 e 254 do STJ.

• Súmula 161-STJ: É da competência da Justiça Estadual autorizar o levantamento dos


valores relativos ao PIS / PASEP e FGTS, em decorrência do falecimento do titular da conta.
Aprovada em 12/06/1996, DJ 19/06/1996. Válida.

• Súmula 224-STJ: Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a
declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar conflito.
Importante. Isso está agora expresso no § 3º do art. 45 do CPC 2015: "§ 3º O juízo federal
restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja presença
ensejou a remessa for excluído do processo." Vide Súmulas 150 e 254 do STJ.

• Súmula 218-STJ: Compete à Justiça dos Estados processar e julgar ação de servidor esta-
dual decorrente de direitos e vantagens estatutárias no exercício de cargo em comissão.
Válida.

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Súmula 254-STJ: A decisão do Juízo Federal que exclui da relação processual ente federal
não pode ser reexaminada no Juízo Estadual. Importante. Vide Súmulas 150 e 224 do STJ.

• Súmula 270-STJ: O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em
execução que tramita na Justiça Estadual, não desloca a competência para a Justiça Federal.
Válida.

• Súmula 363-STJ: Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança


ajuizada por profissional liberal contra cliente. Válida.

• Súmula 505-STJ: A competência para processar e julgar as demandas que têm por objeto
27
obrigações decorrentes dos contratos de planos de previdência privada firmados com a
Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social – REFER é da Justiça estadual. Válida.

• Súmula 506-STJ: A Anatel não é parte legítima nas demandas entre a concessionária e o
usuário de telefonia decorrentes de relação contratual. Importante.

• Súmula 516-STF: O Serviço Social da Indústria (SESI) está sujeito a jurisdição da justiça
estadual. Válida.

• Súmula 553-STJ: Nos casos de empréstimo compulsório sobre o consumo de energia


elétrica, é competente a Justiça estadual para o julgamento de demanda proposta
exclusivamente contra a Eletrobrás. Requerida a intervenção da União no feito após a
prolação de sentença pelo juízo estadual, os autos devem ser remetidos ao Tribunal Regional
Federal competente para o julgamento da apelação se deferida a intervenção. Importante.

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