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RASCUNHO DE AULA PARA OS ALUNOS DA EMERJ

Bom dia, senhores. Segue um rascunho dos temas que abordaremos na aula.

Mando em Word, sem maiores formalidades, para que vocês possam copiar e
colar, no material de vocês, os artigos e julgados pertinentes.

Abraços.

Guilherme Andrade.

JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA (Lei 12.153/2009)

 SISTEMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Art. 1º Os Juizados Especiais da Fazenda Pública, órgãos da justiça comum e


integrantes do Sistema dos Juizados Especiais, serão criados pela União, no Distrito
Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e
execução, nas causas de sua competência.
Parágrafo único. O sistema dos Juizados Especiais dos Estados e do Distrito Federal é
formado pelos Juizados Especiais Cíveis, Juizados Especiais Criminais e Juizados
Especiais da Fazenda Pública.

Art. 27. Aplica-se subsidiariamente o disposto nas Leis nos 5.869, de 11 de janeiro de
1973 – Código de Processo Civil, 9.099, de 26 de setembro de 1995, e 10.259, de 12 de
julho de 2001.

 VALOR DA CAUSA

Art. 2º É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar


e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e
dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

Enunciado 02 do FONAJEFP – É cabível, nos Juizados Especiais da Fazenda Pública, o


litisconsórcio ativo, ficando definido, para fins de fixação da competência, o valor
individualmente considerado de até 60 salários mínimos.

Superior Tribunal de Justiça - "Consoante a jurisprudência desta Corte, em se tratando


de litisconsórcio ativo facultativo, a fixação da competência dos Juizados Especiais leva
em consideração o valor da causa de cada autor, de forma individual, não importando
se a soma ultrapassa o limite dos 60 (sessenta) salários mínimos. [...] De igual modo,
como cediço, a competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública decorre do
valor arbitrado à causa e não do valor do cumprimento de sentença. Além disso, esta
Corte é firme na compreensão de que a mera necessidade de a parte ter que efetuar
cálculos próprios acerca de parcelas vincendas não implica a existência de demanda
ilíquida. [...] (AgInt no AREsp n. 1.754.975/SP, relatora Ministra Assusete Magalhães,
Segunda Turma, DJe de 30/3/2022.)

 Fracionamento de Ações:

Enunciado 21, Aviso 15/2017, COJES - É devida indenização por férias ou licenças não
gozadas apenas aos servidores inativos, VEDADO O FRACIONAMENTO DE AÇÕES e
salvo se já tiverem sido consideradas em dobro para efeito de aposentadoria, com
base no Princípio que Veda o Enriquecimento sem Causa da Administração, impondo
se observar a decisão proferida pelo SF em regime de repercussão geral nos autos do
Recurso Extraordinário n. 721.001/RJ.”

Enunciado 20 do FONAJEF - “Não se admite, para firmar competência dos juizados


especiais federais, o fracionamento de parcelas vencidas, ou de vencidas e vincendas,
decorrentes da mesma relação jurídica material.”

Pedido Líquido:

Enunciado 13 do Aviso 15/2017, COJES - “O pedido deve ser líquido, sob pena de
indeferimento da inicial, na forma do artigo 14 da Lei n. 9099/95, incidente nos
Juizados Fazendários por força do artigo 27 da Lei n. 12.153/09”.

 CAPACIDADE POSTULATÓRIA

“[...] O Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADI 3.168, da relatoria do Ministro


Joaquim Barbosa, assentou entendimento de que a presença de advogado em
primeira instância nos Juizados Especiais Federais em área cível é dispensável. (AI
851178 AgR, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 22/09/2015,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-202 DIVULG 07-10-2015 PUBLIC 08-10-2015)”.

 QUEM PODE SER PARTE

 Como autores:

Art. 5º Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:


I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno
porte, assim definidas na Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;
 CONDOMÍNIO:

 Juizados Especiais Cíveis:

Enunciado 9 do FONAJE – O condomínio residencial poderá propor ação no Juizado


Especial, nas hipóteses do art. 275, inciso II, item b, do Código de Processo Civil.

Enunciado 4.3 do Aviso 23 do TJRJ - O condomínio não pode demandar no Juizado


Especial a cobrança de cotas condominiais.

 Juizado Especial da Fazenda Pública:

Enunciado 128 do FONAJEF - O condomínio edilício, por interpretação extensiva do


art. 6º, I, da lei 10.259/01, pode ser autor no JEF.

“0045578-22.2016.8.19.0001 - Recurso Inominado


[...] Conforme se verifica, o artigo 5º, I, da Lei nº 12.153/09 indica que somente
pessoas físicas ou jurídicas (microempresas e empresas de pequeno porte) poderão ser
partes nos Juizados Fazendários. O condomínio, no caso, como sabido, tem natureza
de pessoa formal, de modo que lhe falta capacidade para ser parte neste processo.
[...]”

 ESPÓLIO

Enunciado 148 do FONAJE – Inexistindo interesse de incapazes, o Espólio pode ser


parte nos Juizados Especiais Cíveis.

Enunciado 82 do FONAJEF - O espólio pode ser parte autora nos juizados especiais
cíveis federais.

Superior Tribunal de Justiça – “[...] Em que pese ao fato de o espólio não figurar na
lista prevista pelo art. 6º, inciso I, da Lei nº 10.259/2001, tal rol não é exaustivo,
devendo a competência dos Juizados Especiais Federais basear-se na expressão
econômica do feito, a teor do art. 3º, caput, da citada norma. Como a lide não se
enquadra em quaisquer das exceções previstas no § 1º art. 3º da referida lei, não há de
se falar em óbice ao seu julgamento no Juizado Especial Federal [...] (CC n. 97.522/SP,
relator Ministro Francisco Falcão, Primeira Seção, DJe de 25/5/2009.)”.

Turma Recursal do Estado do Rio de Janeiro:


0028970-38.2019.8.19.0002 - RECURSO INOMINADO
Juiz(a) CARLA FARIA BOUZO - Julgamento: 17/07/2020 - Segunda Turma Recursal
Fazendária
[...] No que se referea legitimidade ativa nas ações do Juizado Fazendário, a lei
12.153/09 não excluiu, expressamente, o espólio. Por outro lado, a legislação
estabelece a aplicação subsidiária da Lei 9.099, o que leva à interpretação de que não
há vedação legal à legitimidade do Espólio para demandar nos Juizados Especiais
Fazendários.

 INCAPAZ

Enunciado 10 do FONAJEF - O incapaz pode ser parte autora nos Juizados Especiais
Federais, dando-se-lhe curador especial, se ele não tiver representante constituído.

 ASSOCIAÇÃO:

“0130747-35.2020.8.19.0001 - RECURSO INOMINADO


Juiz(a) MIRELA ERBISTI - Julgamento: 08/04/2021 - CAPITAL 1 TURMA RECURSAL
DOS JUI ESP FAZENDA PUB.
[...] No caso dos autos, a ASSOCIAÇÃO DOS TAXISTAS DO BAIRRO JARDIM SULACAP,
associação privada, não se enquadra no rol taxativo do inciso I do artigo 5º e do
artigo 2º da Lei nº 12.153/09. Desta forma, reconheço, na forma do art. 64, §1º do
CPC, a incompetência absoluta do Juizado Especial da Fazenda Pública para processar e
julgar o feito. À conta de tais fundamentos, VOTO em conhecer do recurso e dar-lhe
provimento para JULGAR EXTINTO O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NA
FORMA DO ART. 485 VI, do CPC. [...]

 Como réus:

Art. 5º Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:


II – como réus, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como
autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas.

 Pessoa Física e Jurídica:

Enunciado 21 do FONAJEF – As pessoas físicas, jurídicas, de direito privado ou de


direito público estadual ou municipal podem figurar no pólo passivo, no caso de
litisconsórcio necessário.

TJ-RJ - Incidente de Assunção de Competência 0053667–03.2017.8.19.0000 – “É


admissível a formação de litisconsórcio passivo, necessário ou facultativo, entre ente
público e particular, seja este pessoa natural ou jurídica, nos processos de
competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública.”

 INSS:

“Tema Repetitivo Tema 1053 - “Os Juizados Especiais da Fazenda Pública não têm
competência para o julgamento de ações decorrentes de acidente de trabalho em que
o Instituto Nacional do Seguro Social figure como parte (REsp 1859931/MT, Rel.
Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/03/2021, DJe
01/07/2021)”.

 TIPOS DE DEMANDAS:

 Exibição de documento:

Enunciado 9 do FONAJEF Além das exceções constantes do § 1º do artigo 3º da Lei n.


10.259, não se incluem na competência dos Juizados Especiais Federais, os
procedimentos especiais previstos no Código de Processo Civil, salvo quando possível a
adequação ao rito da Lei nº 10.259/2001”.

 Execução Individual de Sentença Coletiva:

“Tema Repetitivo 1.029/STJ: "Não é possível propor nos Juizados Especiais da Fazenda
Pública a execução de título executivo formado em Ação Coletiva que tramitou sob o
rito ordinário, assim como impor o rito sumaríssimo da Lei 12.153/2009 ao juízo
comum da execução." (REsp 1804186/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 12/08/2020, DJe 11/09/2020)”.

 Alvará Judicial?

 Internação Compulsória:

“071099-93.2021.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO


Des(a). ELTON MARTINEZ CARVALHO LEME - Julgamento: 08/02/2022 -
DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INTERDIÇÃO E INTERNAÇÃO
COMPULSÓRIA. CUMULAÇÃO DE PEDIDOS. POSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA
DE VEDAÇÃO LEGAL. COMPETÊNCIA DO JUÍZO DE FAMÍLIA. TUTELA
PROVISÓRIA. AVALIAÇÃO PSIQUIÁTRICA. INDEFERIMENTO. MEDIDA
URGENTE E NECESSÁRIA PARA AVALIAÇÃO DO ESTADO PSIQUIÁTRICO DA
RECORRIDA. PROVIMENTO DO RECURSO. 1. Trata-se de recurso contra
decisão que indeferiu o pedido de avaliação psiquiátrica da recorrida, por
entender que o pedido de internação compulsória não seria da competência
do juízo de família. 2. Sendo o pedido de internação compulsória cumulado
com o pedido de interdição, em razão deste último, a competência é da
Vara de Família, por força do disposto no art. 43, I 'c', da Lei n.º
6.956/2015. 3. Não há no ordenamento jurídico qualquer proibição de
cumulação de ambos pedidos. 4. A avaliação psiquiátrica da recorrida é
medida necessária e urgente, a fim de que seja verificada a necessidade de
sua internação, possibilitando o início de seu tratamento, evitando o
agravamento de seu estado de saúde. 5. A avaliação psiquiátrica constante
dos autos principais constatou que a recorrida foi atendida em unidade de
internação psiquiátrica, não deu continuidade ao tratamento, não tem
condições de tomar decisões e apresenta grave comprometimento das
funções mentais, sugerindo, ao final, a sua internação. 6. Presença dos
requisitos previstos no art. 300 do CPC e no art. 6º da Lei n.º 11.804/2008. 7.
Recurso provido.”

Enunciado 19 do Aviso Conjunto TJ/COJES nº 15/ 2017 - Não cabe pedido


de internação compulsória em sede de Juizados da Fazenda Pública diante
da necessidade de realização de perícia médica e psicológica, situação que
se contrapõe aos princípios da simplicidade, celeridade e à regra do
parágrafo único, do artigo 38, da Lei 9.099/95, incidente nos Juizados
Fazendários por força do artigo 27 da Lei n. 12.153/09

 COMPETÊNCIA TERRITORIAL

 Autor domiciliado na Região x Município de Região distinta :

Enunciado 30, Aviso 15/2017, COJES – “Os Juizados Especiais da Fazenda Pública não
têm competência para as demandas propostas em face de Município cuja Comarca
não integre a Região Administrativa correspondente, ainda que em litisconsórcio com
o Estado".

 Autor de outro domicílio x Estado:

Enunciado 29, Aviso 15/2017, COJES - Os Juizados Especiais da Fazenda Pública da


Capital têm competência para as demandas propostas em face do Estado em razão da
opção do autor na escolha do foro, nos termos do artigo 52, parágrafo único, do CPC.
Instalados os Juizados Especiais da Fazenda Pública nas respectivas Regiões
Administrativas (artigos 19 da Lei Estadual nº 5.781/2010), estes possuem
competência exclusiva para processar, conciliar, julgar e executar as demandas
propostas por autores domiciliados nas comarcas integrantes.”

 PRAZOS
Art. 7º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas
pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a
citação para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30
(trinta) dias.

 Prazo em Dobro Defensoria:

Enunciado 53 do FONAJEF - Não há prazo em dobro para a Defensoria Pública no


âmbito dos Juizados Especiais Federais.

Enunciado 03 do FONAJEFP – Não há prazo diferenciado para a Defensoria Pública no


âmbito dos Juizados Especiais da Fazenda Pública.

0002637-21.2019.8.19.9000 - Mandado de Segurança – CPC


Juiz(a) SIMONE LOPES DA COSTA - Julgamento: 09/12/2020 - CAPITAL 1 TURMA
RECURSAL DOS JUI ESP FAZENDA PUB.
[...] Em que pese a decisão de fls. e a matéria ter se mostrado controvertida, a verdade
é que se aplica ao caso vertente a prerrogativa do prazo em dobro prevista no art. 5º
parágrafo 5 da lei federal 1060/50, recepcionada pelo artigo 128,I da LC 80/94 a
Defensoria Pública, com o seguinte teor: "Art. 128. São prerrogativas dos membros da
Defensoria Pública do Estado, dentre outras que a lei local estabelecer: I - receber,
inclusive quando necessário, mediante entrega dos autos com vista, intimação pessoal
em qualquer processo e grau de jurisdição ou instância administrativa, contando-se-
lhes em dobro todos os prazos;" Destaco que a Secretaria das Turmas Recursais, desde
a criação dos Juizados Especiais Fazendários Estaduais, aplica o prazo em dobro a
Defensoria Pública, não podendo ser admitida a exceção apenas nestes autos. E é
desta forma para viabilizar a ampla defesa e acesso ao Poder Judiciário dos
hipossuficientes nos termos do artigo 5, XXXV da Constituição da República Federativa
do Brasil. [...]

 CITAÇÃO PARA CONCILIAÇÃO / CONTESTAÇÃO

Art. 8o Os representantes judiciais dos réus presentes à audiência poderão conciliar,


transigir ou desistir nos processos da competência dos Juizados Especiais, nos termos e
nas hipóteses previstas na lei do respectivo ente da Federação.

Art.27 da Lei Estadual 5781/2010. Recebida a petição inicial,


será expedido mandado de citação, na forma do art.7º da Lei
Federal nº 12.153, de 22 de dezembro de 2009, consignando as
seguintes informações:
I – fixação de prazo mínimo de 10 (dez) dias para que o Réu
informe se há possibilidade de conciliação ou necessidade de
produção de prova oral, de modo a confirmar-se a necessidade
de realização de audiência;
II – a data de realização da audiência de conciliação, observado
o inciso anterior;
III – advertência de que, no caso de manifestação de
desinteresse na realização de conciliação ou produção de prova
oral, o termo final do prazo de apresentação de resposta
do Réu será a data designada na forma do inciso II deste artigo;
IV – requisição de documentos que o Juízo considerar
necessários ao deslinde da controvérsia, que deverão ser
apresentados pelo Réu até a data da audiência de conciliação
ou juntamente com a sua resposta.

 PROVA TESTEMUNHAL

Art.29 da Lei Estadual 5781/2010. A audiência de instrução e julgamento só será


realizada quando houver necessidade de prova oral.
Parágrafo único. A fim de atender o disposto neste artigo, o autor, sob pena de
preclusão, informará na petição inicial a eventual necessidade de realização de prova
oral, arrolando as testemunhas cuja oitiva é pretendida.

 PROVA DOCUMENTAL

Art. 9º A entidade ré deverá fornecer ao Juizado a documentação de que disponha


para o esclarecimento da causa, apresentando-a até a instalação da audiência de
conciliação.

 PROVA PERICIAL

Art. 10. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da


causa, o juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até 5 (cinco) dias
antes da audiência.

Superior Tribunal de Justiça – “A jurisprudência desta Corte entende que a


competência dos Juizados Especiais deve ser fixada segundo o valor da causa, que não
pode ultrapassar 60 salários mínimos, sendo irrelevante a necessidade de produção
de prova pericial, ou seja, a complexidade da matéria (AgInt no AREsp n. 572.051/RS,
relator Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe de 26/3/2019.)”.

 SENTENÇA

Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo
dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.
Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda
que genérico o pedido.

0032692-12.2021.8.19.0002 - RECURSO INOMINADO


Juiz(a) MIRELA ERBISTI - Julgamento: 01/06/2022 - CAPITAL 1 TURMA RECURSAL
DOS JUI ESP FAZENDA PUB.
[...] Caracterizada está a iliquidez da sentença. Considerando a não admissão de
sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido conforme
parágrafo único do artigo 38 da Lei 9099/95, a anulação da sentença é medida que se
impõe. Por conta de tais fundamentos, VOTO pelo CONHECIMENTO e PROVIMENTO do
recurso para ANULAR a sentença na forma do art. 485, IV do CPC para que outra seja
proferida liquidando a condenação. [...].

0283268-62.2020.8.19.0001 - RECURSO INOMINADO


Juiz(a) RICARDO COIMBRA DA SILVA STARLING BARCELLOS - Julgamento: 11/05/2022
- Segunda Turma Recursal Fazendária
[...] Caracterizada está a iliquidez da sentença. Considerando a não admissão de
sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido conforme
parágrafo único do artigo 38 da Lei 9099/95, a anulação da sentença é medida que se
impõe. Por conta de tais fundamentos, VOTO pelo CONHECIMENTO e PROVIMENTO do
recurso para ANULAR a sentença na forma do art. 485, IV do CPC para que outra seja
proferida liquidando a condenação. [...]

 RECURSOS:

 Agravo de Instrumento:

Art. 3º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir quaisquer


providências cautelares e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de
difícil ou de incerta reparação.

Art. 4º Exceto nos casos do art. 3º, somente será admitido recurso contra a sentença.

 Pedido de Uniformização de Jurisprudência

 Pedido de Uniformização dirigido à Turma de Uniformização do próprio


Estado:

Art. 18. Caberá pedido de uniformização de interpretação de


lei quando houver divergência entre decisões proferidas por
Turmas Recursais sobre questões de direito material.
§ 1o O pedido fundado em divergência entre Turmas do
mesmo Estado será julgado em reunião conjunta das Turmas
em conflito, sob a presidência de desembargador indicado pelo
Tribunal de Justiça.

 Pedido de Uniformização dirigido ao STJ:

 Divergência interestadual a respeito de interpretação de Lei Federal:

Art. 18. § 3º Quando as Turmas de diferentes Estados derem a


lei federal interpretações divergentes, ou quando a decisão
proferida estiver em contrariedade com súmula do Superior
Tribunal de Justiça, o pedido será por este julgado.

 Decisão da Turma Recursal Estadual contrária à Súmula do STJ:

Art. 18. § 3º Quando as Turmas de diferentes Estados derem a


lei federal interpretações divergentes, ou quando a decisão
proferida estiver em contrariedade com súmula do Superior
Tribunal de Justiça, o pedido será por este julgado.

 Decisão da Turma da Turma de Uniformização estadual contrária à Súmula do


STJ:

Art. 19. Quando a orientação acolhida pelas Turmas de


Uniformização de que trata o § 1º do art. 18 contrariar súmula
do Superior Tribunal de Justiça, a parte interessada poderá
provocar a manifestação deste, que dirimirá a divergência.

 Decisão contrária à precedente? Reclamação?

“Não é cabível reclamação, tampouco pedido de uniformização de jurisprudência, ao


STJ contra acórdão de Turma Recursal do Juizado Especial da Fazenda Pública sob a
alegação de que a decisão impugnada diverge de orientação fixada em precedentes
do STJ (Rcl n. 22.033/SC, relator Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção,
julgado em 8/4/2015, DJe de 16/4/2015. Informativo 559)”:

Informativo nº 559
6 a 16 de abril de 2015.
PRIMEIRA SEÇÃO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA E
REQUISITOS PARA ADMISSIBILIDADE DE RECLAMAÇÃO E DE PEDIDO DE
UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA.
Não é cabível reclamação, tampouco pedido de uniformização de
jurisprudência, ao STJ contra acórdão de Turma Recursal do Juizado Especial
da Fazenda Pública sob a alegação de que a decisão impugnada diverge de
orientação fixada em precedentes do STJ. O sistema para o processamento e
julgamento de causas em juizados especiais é composto por três
microssistemas . Cada um deles é submetido a regras específicas de
procedimento, inclusive com relação ao mecanismo de uniformização de
jurisprudência e de submissão das decisões das Turmas Recursais ao crivo
do STJ. No âmbito do microssistema dos Juizados Especiais Estaduais
Comuns, instituídos pela Lei 9.099/1995, o mecanismo é a reclamação, nas
hipóteses do art. 1º da Resolução 12/2009 do STJ, ou seja, quando decisão
de Turma Recursal contrariar: a) jurisprudência do STJ; b) súmula do STJ; ou
c) orientações decorrentes do julgamento de recursos especiais processados
na forma do art. 543-C. Já no que se refere aos Juizados Especiais Federais
instituídos pela Lei 10.259/2001, é o pedido de uniformização de
jurisprudência que é cabível quando a orientação da Turma Nacional de
Uniformização contrariar (art. 14, § 4º): a) jurisprudência dominante do STJ;
ou b) súmula do STJ. Finalmente, quanto ao mais recente microssistema,
instituído pela Lei 12.153/2009 (Juizados Especiais da Fazenda Pública), é
cabível o pedido de uniformização de jurisprudência quando (arts. 18 e 19):
a) as Turmas de diferentes Estados derem a lei federal interpretações
divergentes; ou b) a decisão proferida estiver em contrariedade com súmula
do STJ. Percebe-se, portanto, que foi opção expressa do legislador restringir
apenas às duas hipóteses acima o cabimento do pedido de uniformização de
jurisprudência nos Juizados Especiais da Fazenda Pública, havendo silêncio
eloquente quanto a todas as demais hipóteses. Desse modo, o caso em que
a parte alega que o acórdão da Turma Recursal no subsistema do Juizado
Especial da Fazenda Pública viola precedentes do STJ não se amolda às
hipóteses de cabimento de pedido de uniformização de jurisprudência.
Quanto à utilização da reclamação, observa-se que, nos termos do art. 105,
I, "f", da CF, c/c o art. 187 do RISTJ, seu cabimento é previsto para: a) a
usurpação de competência do STJ; ou b) a necessidade de garantir a
autoridade das decisões do STJ. Além dessas hipóteses constitucionais,
conforme visto acima, cabe reclamação para a adequação do entendimento
adotado em acórdãos de Turmas Recursais no subsistema dos Juizados
Especiais Comuns Estaduais à jurisprudência, súmula ou orientação adotada
na sistemática dos recursos repetitivos do STJ (em razão do decidido pelo
STF nos EDcl no RE 571.572-BA, Tribunal Pleno, DJe 27/11/2009 e das regras
contidas na Resolução 12/2009 do STJ). De acordo com a larga
jurisprudência do STF, seguida pelo STJ, a reclamação não pode - e não deve
- ser considerada sucedâneo recursal, ou seja, é cabível tão-só nas hipóteses
em que adequadamente atende aos requisitos de admissibilidade (Rcl 5684
AgR, Tribunal Pleno, DJe 15/8/2008; e Rcl 5465 ED, Tribunal Pleno, DJe
15/8/2008). Cumpre esclarecer que não é possível a aplicação do princípio
da fungibilidade, quando a reclamação fundar-se em suposta divergência
entre a decisão recorrida e arestos paradigmas do STJ, sendo que essa
hipótese não é abrangida no pedido de uniformização previsto no art. 18, §
3º, da Lei 12.153/2009. Assim, não se amolda ao caso nem o pedido de
uniformização de jurisprudência nem a reclamação, por não incidirem em
nenhuma das hipóteses de cabimento. Rcl 22.033-SC, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, julgado em 8/4/2015, DJe 16/4/2015.

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