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A TRANSAÇÃO JUDICIAL NOS

JUIZADOS ESPECIAIS
FEDERAIS E OS PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS E
ADMINISTRATIVOS

LEANDRO MACÊDO
AUTORIZAÇÃO LEGAL DE TRANSAÇÃO
PELA FAZENDA PÚBLICA

 Os representantes judiciais da
União, autarquias, fundações e
empresas públicas federais (...)
ficam autorizados a conciliar,
transigir ou desistir, nos processos
da competência dos Juizados
Especiais Federais.
PROBLEMATIZANDO: DILEMAS
DO ADVOGADO PÚBLICO
 Como equacionar a possibilidade de
transação (reconhecimento parcial
do pedido) pela fazenda pública
com o princípio da indisponibilidade
do interesse público e da
legalidade?
 Se a Administração errou, não seria
o caso de reconhecer o pedido?
ORGANIZAÇÃO DA
APRESENTAÇÃO
 Visão geral dos juizados especiais
federais
 Análise de casos concretos de ações
previdenciárias
 A transação pela fazenda pública e
os princípios constitucionais e
administrativos
REALIDADE ANTERIOR À
INSTITUIÇÃO DOS JEF’S

 Prazo em quádruplo para


contestar
 Prazo em dobro para recorrer

 Reexame necessário

 Obrigação do Advogado
Público sempre contestar e
recorrer
REALIDADE ANTERIOR À
INSTITUIÇÃO DOS JEF’S

 As ações previdenciárias
duravam em média seis anos
 Os processos previdenciários
transformavam-se em
questões sucessórias
JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS:
PREVISÃO NORMATIVA

 LEI FEDERAL DISPORÁ SOBRE A


CRIAÇÃO DE JUIZADOS ESPECIAIS
NO ÂMBITO DA JUSTIÇA FEDERAL
(ART. 98, §1º, DA CF)
 LEI 10.259/2001:DISPÕE SOBRE A
INSTITUIÇÃO DOS JUIZADOS
ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS NO
ÂMBITO DA JUSTIÇA FEDERAL
JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS:
APLICAÇÃO CONJUNTA DA LEI 9.099/95

 Art. 1o São instituídos os Juizados


Especiais Cíveis e Criminais da
Justiça Federal, aos quais se aplica,
no que não conflitar com esta
Lei, o disposto na Lei nº 9.099, de
26 de setembro de 1995
 OPÇÃO DO LEGISLADOR: NÃO REPETIR
DISPOSITIVOS DA LEI 9.099/95
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AOS
JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

 O processo orientar-se-á pelos


critérios da oralidade,
simplicidade, informalidade,
economia processual e
celeridade, buscando,
sempre que possível, a
conciliação ou a transação
(art. 2º da Lei 9.099/95)
USO DA EQUIDADE NOS JUIZADOS
ESPECIAIS FEDERAIS

 O Juiz adotará em cada caso a


decisão que reputar mais justa e
equânime, atendendo aos fins
sociais da lei e às exigências do
bem comum (art. 6º da Lei
9.090/95)
JUIZADOS ESPECIAIS
FEDERAIS: COMPETÊNCIA
 Compete ao Juizado Especial
Federal Cível processar, conciliar e
julgar causas de competência da
Justiça Federal até o valor de
sessenta salários mínimos,
bem como executar as suas
sentenças.
 No foro onde estiver instalada Vara do
Juizado Especial, a sua competência é
absoluta.
JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS:
COMPETÊNCIA

COMUM: VALOR DA CAUSA


SUPERIOR A 60 SM

JUSTIÇA
FEDERAL
JEF: VALOR DA CAUSA ATÉ 60
SM OU SUPERIOR A 60 SM COM
RENÚNCIA EXPRESSA
JUIZADOS ESPECIAIS
FEDERAIS: COMPETÊNCIA
VALOR DA CAUSA
ATÉ 60
SALÁRIOS
MÍNIMOS

JEF
VALOR DA CAUSA
SUPERIOR A 60
SALÁRIOS MÍNIMOS
COM RENÚNCIA
EXPRESSA
REPRESENTAÇÃO POR
ADVOGADO: NECESSIDADE?
 As partes poderão designar, por escrito,
representantes para a causa, advogado ou não
(art. 10 da Lei 10.259/2001)
 É constitucional o art. 10 da Lei 10.259/2001, que
faculta às partes a designação de representantes
para a causa, advogados ou não, no âmbito dos
juizados especiais federais (STF – ADIN n. 3168/DF)
 No recurso, as partes serão obrigatoriamente
representadas por advogado (art. 41, §2º, da Lei
9.099/95)
JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS:
INEXISTÊNCIA DE PRAZO
DIFERENCIADO

 Não haverá prazo diferenciado para


a prática de qualquer ato processual
pelas pessoas jurídicas de direito
público, inclusive a interposição de
recursos, devendo a citação para
audiência de conciliação ser
efetuada com antecedência mínima
de trinta dias (art. 9º)
JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS:
AUSÊNCIA DE REEXAME NECESSÁRIO

 Nas causas de que trata esta Lei,


não haverá reexame necessário
(art. 13)
JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS: PODER
DE TRANSIGIR DOS REPRESENTANTES
LEGAIS

 Os representantes judiciais da
União, autarquias, fundações e
empresas públicas federais (...)
ficam autorizados a conciliar,
transigir ou desistir, nos processos
da competência dos Juizados
Especiais Federais (art. 10,
parágrafo único)
 Poder de transigir independentemente
de prévia autorização
MEDIDAS CAUTELARES
 Art. 4o O Juiz poderá, de ofício ou a
requerimento das partes, deferir
medidas cautelares no curso do
processo, para evitar dano de difícil
reparação.
RECURSOS DAS DECISÕES DE
PRIMEIRO GRAU
 Art. 5o Exceto nos casos do art. 4o,
somente será admitido recurso de
sentença definitiva.
RECURSOS DAS DECISÕES DE
PRIMEIRO GRAU
 Em princípio, somente cabe recurso
em primeiro grau:
 Das decisões sobre medidas cautelares
 Das sentenças definitivas
 O recurso será julgado por turma
recursal composto de três juízes de
primeiro grau
 Restrição de recursos
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO
 Caberá pedido de uniformização de
interpretação de lei federal quando
houver divergência entre decisões
sobre questões de direito material
proferidas por Turmas Recursais na
interpretação da lei (art. 14, caput)
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO
REGIONAL
 O pedido fundado em divergência
entre Turmas da mesma Região
será julgado em reunião conjunta
das Turmas em conflito, sob a
presidência do Juiz Coordenador.
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO
REGIONAL

TRU

DECISÕES
DIVERGENTES

TURMA TURMA
RECURSAL – RECURSAL –
REGIÃO X REGIÃO X
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO
NACIONAL
 O pedido fundado em divergência
entre decisões de turmas de
diferentes regiões ou da proferida
em contrariedade a súmula ou
jurisprudência dominante do STJ
será julgado por Turma de
Uniformização, integrada por juízes
de Turmas Recursais, sob a
presidência do Coordenador da
Justiça Federal.
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO
NACIONAL

TNU

DECISÕES
DIVERGENTES

TURMA TURMA
RECURSAL – RECURSAL –
REGIÃO X REGIÃO Y
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO
NACIONAL

TNU

DECISÃO DA TURMA
RECURSALPROFERIDA EM
CONTRARIEDADE A SÚMULA OU
JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE DO
STJ
RECURSO PARA O STJ
 Quando a orientação acolhida pela
Turma de Uniformização, em
questões de direito material,
contrariar súmula ou jurisprudência
dominante no Superior Tribunal de
Justiça -STJ, a parte interessada
poderá provocar a manifestação
deste, que dirimirá a divergência.
RECURSO PARA O STJ

STJ

RECLAMAÇÃO?

DECISÃO DA TNU, EM QUESTÕES DE


DIREITO MATERIAL, QUE
CONTRARIAR SÚMULA OU
JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE NO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA -
STJ
OBRIGAÇÃO DE PAGAR:
PAGAMENTO MEDIANTE RPV
 Para os efeitos do § 3o do art. 100
da Constituição Federal, as
obrigações ali definidas como de
pequeno valor, a serem pagas
independentemente de precatório,
terão como limite o mesmo valor
estabelecido nesta Lei para a
competência do Juizado Especial
Federal Cível (art. 3o, caput).
OBRIGAÇÃO DE PAGAR:
PAGAMENTO POR PRECATÓRIO
 Se o valor da execução ultrapassar o
estabelecido no § 1o, o pagamento far-se-
á, sempre, por meio do precatório, sendo
facultado à parte exeqüente a renúncia ao
crédito do valor excedente, para que
possa optar pelo pagamento do saldo sem
o precatório, da forma lá prevista.
 É possível o pagamento por precatório nos
JEF’S: Sim, na hipótese de condenação nas
prestações vencidas até 60 salários mínimos
na data do ajuizamento acrescidas das
prestações que se venceram durante a
tramitação do processo
OBRIGAÇÃO DE PAGAR: RPV E
PRECATÓRIO

ATÉ 60 SALÁRIOS RPV


MÍNIMOS

ACIMA DE 60
PRECATÓRIO
SALÁRIOS MÍNIMOS
INAPLICABILIDADE DO RITO DO
JEF NA JUSTIÇA ESTADUAL
 Onde não houver Vara Federal, a
causa poderá ser proposta no
Juizado Especial Federal mais
próximo do foro definido no art. 4o
da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995
, vedada
a aplicação desta Lei no juízo
estadual (ART. 20)
JUIZADOS ESPECIAIS
FEDERAIS: RESUMO
 Igualdade de prazos para a prática dos atos processuais,
entre particular e o ente público demandado;
 A abolição do reexame necessário e do revisor
 A redução dos recursos
 O pagamento imediato das condenações de até 60 salários
mínimos (sem precatórios);
 A desnecessidade de que as partes estejam representadas
por advogado no 1o. Grau de jurisdição;
 A autorização legal aos representantes judiciais dos entes
públicos para conciliar, transigir ou desistir
AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS: OBJETO

PRESTAÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
-BENEFICIÁRIOS DO
RGPS: SEGURADOS
INSS E DEPENDENTES
-ASSISTIDOS
AMPARO SOCIAL
IDOSOS E COM
AO IDOSO E À DEFICIÊNCIA
PESSOA COM
DEFICIÊNCIA
AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS:
COMPETÊNCIA JURISDICIONAL
COMUM: VALOR DA
CAUSA SUPERIOR A 60
SM
FEDERAL:
JEF: VALOR DA CAUSA
ATÉ 60 SM
BENEFICIÁRIO
JUSTIÇA ESTADUAL DOMICILIADO EM
LOCALIDADE QUE NÃO SEJA
SEDE DE JUSTIÇA FEDERAL

BENEFÍCIOS
ESTADUAL
DECORRENTES DE
ACIDENTE DO TRABALHO
NATUREZA JURÍDICA DA
TRANSAÇÃO
 É lícito aos interessados
prevenirem ou terminarem o
litígio mediante concessões mútuas
(art. 840 do Código Civil)
SITUAÇÕES CONCRETAS
 BENEFÍCIOS DEVIDOS AOS
TRABALHADORES RURAIS
 COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL
MEDIANTE RAZOÁVEL INÍCIO DE
PROVA MATERIAL
SITUAÇÕES CONCRETAS
 BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE
 INCAPACIDADE POSTERIOR À DATA DE
ENTRADA DO REQUERIMENTO
 INCAPACIDADE TEMPORÁRIA –
CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA NO
LUGAR DA APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ
 CONCESSÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO NO LUGAR DO
BENEFÍCIO ASSISTENCIAL
SITUAÇÕES CONCRETAS
 DIREITO A REVISÕES
RECONHECIDO PELAS INSTÂNCIAS
SUPERIORES;
 IRSM
 ART. 29, II
 READEQUAÇÃO AO TETO
EXPERIÊNCIAS EXTRAJUDICIAIS DE
PREVENÇÃO DE CONFLITOS

 PROGRAMA DE REDUÇÃO DE
DEMANDAS – PRD
 CÂMARA DE CONCILIAÇÃO COM A
DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROGRAMA DE REDUÇÃO DE
DEMANDAS - PRD
 Portaria Interministerial AGU/MPS 08/2008:
 "Art. 1º Instituir o Programa de Redução de Demandas Judiciais do
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, com o objetivo de reduzir a
quantidade de ações ajuizadas contra o INSS.
 Parágrafo único. O Programa de que trata o caput deste artigo
consistirá na identificação de conflitos jurídicos em matéria
previdenciária, havidos em sede administrativa ou judicial, os quais
serão previamente resolvidos pelo Ministério da Previdência Social,
assessorado por sua Consultoria Jurídica, ou pela Advocacia-Geral da
União, por meio da fixação da interpretação da legislação
previdenciária a ser uniformemente seguida pelas Agências da
Previdência Social e pelos Procuradores Federais que representam o
INSS em juízo ou que prestam consultoria e assessoramento jurídicos
à Autarquia e suas autoridades."
COMO VIABILIZAR O PROGRAMA
DE REDUÇÃO DE DEMANDAS?
 Identificação de conflitos administrativos e
judiciais.

 Análise das questões através do MPS, que será


assessorado por sua Consultoria Jurídica e pela
AGU.

 Uniformização da interpretação da legislação


previdenciária.

 Vinculação da interpretação (Agência e


Procuradoria).
CÂMARA DE CONCILIAÇÃO COM A
DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO

 EXPERIÊNCIA REALIZADA ENTRE A


PFE/INSS/FORTALEZA E A
DPU/CEARÁ COM A INTENÇÃO DE
PREVENIR LITÍGIOS
PORTARIA AGU 109/2007
 Orienta a atuação dos órgãos da
Advocacia-Geral da União e dos
órgãos jurídicos a ela vinculados,
nas causas de competência dos
juizados especiais federais, de que
trata a lei n° 10.259, de 12 de julho
de 2001
PORTARIA AGU 109/2007
 Art. 3° A transação ou a não
interposição ou desistência de recurso
poderá ocorrer quando:
 I - houver erro administrativo reconhecido
pela autoridade competente ou, quando
verificável pela simples análise das provas
e dos documentos que instruem a ação,
pelo advogado ou procurador que atua no
feito, mediante motivação adequada; e
 II - inexistir controvérsia quanto ao fato e
ao direito aplicado.
PORTARIA AGU 109/2007
 A inexistência de controvérsia quanto
ao fato deve ser verificável pelo
advogado ou procurador que atua no
feito pela simples análise das provas e
dos documentos que instruem a ação,
e a inexistência de controvérsia quanto
ao direito aplicado deve ser
reconhecida pelo órgão consultivo
competente, mediante motivação
adequada em qualquer das situações
(art. 3º, § 1°)
PORTARIA AGU 109/2007
 Os valores envolvidos nas
conciliações e transações não
poderão exceder ao teto previsto no
art. 3°, § 2º, da Lei n° 10.259, de
12 de julho de 2001, observado o
disposto no art. 260 do Código de
Processo Civil (art. 3º, §2º)
PORTARIA AGU 109/2007
 Não serão objeto de acordo:
 I - as hipóteses em que se discute penalidade
aplicada a servidor;
 II - os casos de dano moral, salvo se o agente
causador do dano for entidade credenciada,
contratada ou delegada de órgão de Administração
Pública Federal e assuma, em juízo, a
responsabilidade pelo pagamento acordado; e
 III - o litígio que estiver fundado exclusivamente
em matéria de direito e houver a respeito enunciado
da Súmula da AGU, parecer aprovado na forma do
art. 40 da Lei Complementar 73, de 1993 ou
orientação interna adotada pelo Advogado-Geral da
União contrários à pretensão ((art. 3º, §3º)
PORTARIA AGU 109/2007
 Os acordos conterão
obrigatoriamente cláusula de
renúncia a eventuais direitos
decorrentes do mesmo fato ou
fundamento jurídico que deu origem
à ação judicial (art. 3º, §4º)
PORTARIA AGU 109/2007
 Na ausência de prévio requerimento
administrativo objetivando a
concessão de benefícios
previdenciários ou outros direitos, o
advogado ou procurador poderá
solicitar ao juízo a suspensão da ação
pelo prazo necessário para a
administração analisar o pedido, o
qual, se deferido, deve ser comunicado
ao Poder Judiciário (art. 3º, §5º)
A TRANSAÇÃO E O PRINCÍPIO DA
INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE
PÚBLICO
 A indisponibilidade dos interesses públicos
significa que, sendo interesses qualificados
como próprios da coletividade – internos ao
setor público –, não se encontram à livre
disposição de quem quer que seja, por
inapropriáveis. O próprio órgão administrativo
que os representa não tem disponibilidade
sobre eles, no sentido de que lhe incumbe
apenas curá-los – o que também é um dever –
na estrita conformidade do que predispuser a
intentio legis (Celso Antônio Bandeira de Mello)
A TRANSAÇÃO E O PRINCÍPIO
DA MORALIDADE
 Em sua atuação, a administração
pública sempre atuará conforme
padrões éticos de probidade, decoro
e boa-fé. Qualquer conduta ou ato
imoral, aético, é passível de
invalidação
A TRANSAÇÃO E O PRINCÍPIO
DA LEGALIDADE
 Se ao particular é permitido fazer
tudo aquilo que não é proibido pela
lei, a Administração Pública só é
autorizada a fazer aquilo o que a lei
prescreve
A TRANSAÇÃO E O PRINCÍPIO
DA IMPESSOALIDADE
 Obriga a administração a tratar o
público sem distinções, nem para o
bem, nem para o mal. Trata-se,
pois, do princípio da igualdade
(isonomia) no direito
administrativo.
A TRANSAÇÃO E O PRINCÍPIO
DA PUBLICIDADE
 Para que os cidadãos possam
fiscalizar e avaliar a Administração
Pública, todos os seus atos devem
ser publicados (ou, pelo menos,
devem estar disponíveis ao
público).
A TRANSAÇÃO E O PRINCÍPIO
DA EFICIÊNCIA
 O exercício da atividade
administrativa deve atender a
requisitos de presteza,
adequabilidade, perfeição técnica,
produtividade e qualidade.
NOTÍCIA DA AGU – 01/09/2011
 AGU faz mais de 18 mil acordos em três meses e garante R$ 50,8 milhões
de economia aos cofres públicos
 Em três meses - maio, junho e julho - a Advocacia-Geral da União (AGU), por
meio de 95 unidades da Procuradoria-Geral Federal (PGF) em todo país,
realizou mais de 18 mil acordos, que geraram economia de aproximadamente
R$ 50,8 milhões aos cofres públicos.
 O objetivo foi desafogar o Judiciário, reduzir o número de ações acompanhadas
pelos advogados públicos e agilizar a resolução dos casos. Com isso, ganha o
Estado e a outra parte do processo também, que tem seu problema solucionado
sem esperar anos na Justiça pelo desfecho.
 A atuação foi das Procuradorias Regionais Federais nas cinco regiões da
Justiça e das procuradorias federais e seccionais, que defendem as autarquias
e fundações públicas. A maioria das ações era da área previdenciária, mas
também foram fechadas conciliações envolvendo servidores públicos e direito
agrário
FORMAÇÃO DO ADVOGADO
PÚBLICO
 Qualificação técnica
 Visão gerencial (oportunidade e
conveniência)
 Comprometimento ético
 Encarar o seu mister na perspectiva
de exercício da cidadania
A TRANSAÇÃO PELA FAZENDA PÚBLICA
E A VISÃO CONTEMPORÂNEA DO
PROCESSO

 “(...) na perspectiva do formalismo


valorativo, o processo civil deixa de
ser tão-somente um instrumento
para a realização do direito material
e passa a ser encarado como um
expediente técnico-valorativo que
visa a realizar o direito no caso
concreto, que visa a pacificar com
justiça.” (Daniel Francisco Mitidiero)
RETORNADO AO PROBLEMA DOS
DILEMAS DO ADVOGADO PÚBLICO

 Como equacionar a possibilidade de


transação (reconhecimento parcial
do pedido) pela fazenda pública
com o princípio da indisponibilidade
do interesse público e da
legalidade?
 Se a Administração errou, não seria
o caso de reconhecer o pedido?
É POSSÍVEL A TRANSAÇÃO SOMENTE
NOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS?

 É possível a transação, pelos


menos, até o valor de sessenta
salários mínimos
FINALIDADE DA PREVIDÊNCIA SOCIAL: VETOR
INTERPRETATIVO DO DIREITO
PREVIDENCIÁRIO

 A Previdência Social, mediante


contribuição, tem por fim assegurar
aos seus beneficiários meios
indispensáveis de manutenção, por
motivo de incapacidade,
desemprego involuntário, idade
avançada, tempo de serviço,
encargos familiares e prisão ou
morte daqueles de quem
dependiam economicamente
PRINCÍPIO DA EFETIVIDADE DA
PROTEÇÃO SOCIAL
 A Previdência Social deve conceder
o melhor benefício a que o segurado
fizer jus, cabendo ao servidor
orientá-lo nesse sentido (Enunciado
nº 5 do CRPS)
CONCLUSÃO
 A transação pela Fazenda Pública,
na verdade, prestigia sobremaneira
os princípios da legalidade,
moralidade, eficiência e
economicidade
MENSAGEM FINAL
 “O processo civil contemporâneo é
uma empresa a destrinchar: é o por
vir. Obra de pessoas, que deve servir
às pessoas. É trabalho conjugado do
tempo e do esforço. Cumpre a todos
construí-lo cotidianamente.” (Daniel
Francisco Mitidiero)

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