Você está na página 1de 11

COMPETÊNCIA – ARTIGOS 86 A 124, CPC.

--- CONCEITO:
FIXAÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS JURISDICIONAIS, OU
SEJA, A DEMARCAÇÃO DOS LIMITES DENTRO DOS QUAIS ELES
EXERCERÃO SUAS ATRIBUIÇÕES JURISDICIONAIS // É A
MEDIDA DA JURISDIÇÃO.
ART. 86 – JUIZ COMPETENTE – É AQUELE QUE TEM O PODER –
FIXADO PELA LEI – PARA JULGAR O CASO.
- COMP. INTERNACIONAL – ART. 88 A 90 --- A JURISDIÇÃO É FRUTO DA
SOBERANIA DO ESTADO E É EXERCIDA DENTRO DE SEUS TERRITÓRIOS.
MAS HÁ CASOS – DECORRENTES DA NECESSIDADE DE CONVIVÊNCIA –
EM QUE SENTENÇAS ESTRANGEIRAS TÊM VALIDADE EM NOSSO
TERRITÓRIO, APÓS SEREM HOMOLOGADOAS PELO STJ.
OU SEJA, HÁ A COMP. EXCLUSIVA – DO PODER JUD. BRASILEIRO –
ART. 89. – SÓ PODEM SER JULGADAS POR JUIZES E/OU TRIBUNAIS
PÁTRIOS: A. AÇÕES RELATIVAS A IMÓVEIS SIT. NO BRASIL // B.
INVENTÁRIO E PARTILHA DE BENS SIT. NO BRASIL.
E HÁ A COMP. CONCORRENTE – ONDE UMA DECISÃO
ESTRANGEIRA PODE SURTIR EFEITOS NO BRASIL, APÓS SER
HOMOLOGADA PELO STJ – ART. 105, l, i, CF/88.

OBS: PRECLUSÃO: É a perda do direito ou faculdade de


PRATICAR O ATO PROCESSUAL.
TIPOS:
1. TEMPORAL - Art. 183 do CPC. Ocorre quando a perda da
faculdade de praticar ato processual se dá em virtude de haver
decorrido o prazo, sem que a parte tivesse praticado o ato, ou o
tenha praticado a destempo ou de forma incompleta ou
irregular.
2. LÓGICA - É a que extingue a possibilidade de praticar-se ato
processual, pela prática de outro ato com ele incompatível.
3. Consumativa: diz-se consumativa a preclusão, quando a perda
da faculdade de praticar o ato processual decorre do fato de já
haver ocorrido a oportunidade para tanto.
4. Pro judicato: revela-se pela regra contida no art. 473 do CPC e
836 da CLT, segundo a qual, o juiz não pode decidir de novo
questões já decididas no processo, a cujo respeito se operou a
preclusão.

--- COMPETÊNCIA INTERNA:


. CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO – TERRITÓRIO E VALOR DA
CAUSA – SÃO
RELATIVOS //FUNCIONAL/HIERARQUIA E MATÉRIA–
ABSOLUTOS.
- CRITÉRIOS OBJETIVOS – TERRITÓRIO E VALOR DA CAUSA:
. MATÉRIA – (RATIONE MATERIAE) – CONSIDERA-SE, NA
FIXAÇÃO DA MATÉRIA, A NATUREZA DA RELAÇÃO JURÍDICA
MATERIAL A SER DECIDIDA. EX: AÇÃO DE SEPARAÇÃO – VARA
DE FAMÍLIA E SUCESSÕES.
. VALOR DA CAUSA – (ART. 91 CPC) – SERVE PARA LIMITAR A
COMPETÊNCIA DE VARAS DISTRITAIS E TRIB. DE ALÇADA,
QUANDO HOUVER.
. TERRITORIAL – OS ÓRGÃOS JURISDICIONAIS DEVEM
EXERCER A JURISDIÇÃO DENTRO DOS LIMITES TERRITORIAIS
QUE LHES SÃO CONFERIDOS PELA CF, CE OU LEIS ESTADUAIS.
JUIZES ESTADUAIS – DIZEM O DIREITO NAS COMARCAS //
JUIZES FEDERAIS – NOS LIMITES DE SUA SEÇÃO JUDICIÁRIA //
TRIB. ESTADUAIS – EXERCEM A JURISD. DENTRO DOS
ESTADOS // TRIB. FEDERAIS – NOS LIMITES DA REGIÃO // STF E
STJ – JURISDIÇÃO EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL.
- FOROS COMPETENTES, SOB O ÂNGULO DA PARTE: OU SEJA, O LOCAL
ONDE DEVE SER AJUIZADA A AÇÃO.
. REGRA GERAL – DOMILÍCIO DO RÉU.
. REGRAS ESPECÍFICAS:
. AÇÃO FUNDADA EM DIREITO PESSOAL E A DE DIREITO REAL SOBRE
BENS MÓVEIS – FORO DE DOM. DO RÉU.
OBS: DOM. DESCONHECIDO OU QDO O RÉU RESIDIR NO EXTERIOR – FORO DO
AUTOR.
. HAVENDO 2 OU MAIS RÉUS – QQ UM DELES.
. RÉU INCAPAZ – FORO DO DOM. DO REPRESENTANTE.
. AÇÕES FUNDADAS EM DIR. REAL SOBRE IMÓVEIS – FORO DA SIT. DA
COISA.
. AÇÃO DE INVENTÁRIO – FORO DO ULTIMO DOM. DO AUTOR DA
HERANÇA.
. AÇÃO DECLARAT. DE AUSÊNCIA – FORO DO ULTIM DOM. DO
AUSENTE.
. SEPRAÇÃO, DIVÓRCIO, CONVERSÃO DE SEPARAÇÃO EM DIVÓRCIO,
ANULAÇÃO ETC. – FORO DO DOM. DA MULHER.
. AÇÃO DE ALIMENTOS – FORO DO ALIMENTANDO.
. AÇÃO DE COBRANÇA – FORO DO LUGAR ONDE A OBRIGAÇÃO DEVIA
SER CUMPRIDA.
. AÇÃO DE DESPEJO – FORO DA SIT. DO IMÓVEL.
. AÇÃO SOBRE RESPONS. DO FORNECEDOR – FORO DO AUTOR.
. AÇÃO DE ADOÇÃO – FORO DO DOM. DOS PAIS OU RESPONSÁVEIS.
. AÇÃO MOVIDA NO JUIZADO ESPECIAL – DOM. DO AUTOR.

- FUNCIONAL – SE PROCURA FIXAR REGRAS PARA SITUAÇÕES EM QUE


MAIS DE UM ORGÃO DEVA OU POSSA ATUAR EM UM MESMO PROCESSO.
2 PLANOS:
.. HORIZONTAL – É COMPETENTE PARA JULGAR O JUIZ QUE HOUVER
CONCLUÍDO A INSTRUÇÃO NO PROCESSO EM AUDIÊNCIA.
.. VERTICAL – REGRAS PARA O CONECIMENTO DE RECURSOS EM
INST. SUPERIORES.
. JUIZ DE 1° GRAU – RECURSO – TJ.
. JUIZES FEDERAIS – RECURSO – TRF DA RESPECTIVA REGIÃO //
SALVO ART. 105, II, C CF - as causas em que forem partes Estado estrangeiro
ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa
residente ou domiciliada no País – COMP. DO STJ.

--- COMPETÊNCIAS ABSOLUTA E RELATIVA: ART. 111 CPC.


. RELATIVA – TERRITÓRIO E VALOR DA CAUSA // PODE SER
MODIFICADA PELA VONTADE DAS PARTES // NO MOMENTO DO
AJUIZAMENTO DA AÇÃO, PODEM OPTAR POR FORO DIFERENTE DO
LEGAL // NÃO PODE SER DECLARADA DE OFÍCIO PELO JUIZ – SUM. 33
STJ, SALVO NULIDADE DE CLÁUSULA DE FORO DE ELEIÇÃO EM
CONTRATO DE ADESÃO // É DERROGÁVEL PELAS PARTES // O
RECURSO É A EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA.
. ABSOLUTA – MATÉRIA E HIERARQUIA // NÃO PODE SER
MODIFICADA PELA VONTADE DAS PARTES // O JUIZ DEVE
RECONHECER SUA INCOMPETENÊNCIA DE OFÍCIO E DETERMINARÁ
A REMESSA DOS AUTOS P JUIZO COMPETENTE, SE O JUIZ NÃO
RECONHECER, O RÉU DEVE RECORRER EM PRELIMINAR DE
CONTESTAÇÃO NA PRIMEIRA OPORTUNIDADE // É INDERROGÁVEL.

INCOMP. RELATIVA - RECURSO QUE O RÉU TEM PARA


DISCORDAR DO FORO UTILIZADO PELO AUTOR – AÇÃO DE
INCOMPETENCIA DE FORO OU EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA.//
NÃO OPONDO EXCEÇÃO NO PRAZO: PRORROGA-SE E FIXA-SE A
COMPETÊNCIA.
INCOMP. ABSOLUTA – O PRÓPRIO JUÍZO RECONHECERÁ A
INCOMPETÊNCIA. SE NÃO O FIZER, O RÉU PODE FAZER A QQ
TEMPO NO PROCESSO E GRAU DE JURISDIÇÃO, PORÉM
RESPONDERÁ POR CUSTAR QUANDO NÃO FIZER NO PRIMEIRO
MOMENTO DE FALAR NOS AUTOS.

Competências ABSOLUTA E RELATIVA – DIFERENÇAS.


- Absoluta -não Preclui// matéria de ordem pública// deve ser conhecida
de oficio// inderrogável// deve ser arguida pelo Réu em preliminar DA
CONTESTAÇÃO// GERA NULIDADE DOS ATOS DECISÓRIOS.
- Relativa – preclui// matéria de ordem privada// não é conhecida de
ofício, Salvo nulidade da cláusula de ELEIÇÃO EM CONTRATO DE
ADESÃO// derrogável// deve ser argüida por exceção de
incompetência// O QUE FOI PRATICADO É VÁLIDO.
OBS. PRELIMINARES: DEFESAS PROCESSUAIS NO
DECORRER DO PROCESSO.
- MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA: É EXCEÇÃO À
REGRA GERAL DO ARTIGO 87 DO CPC – 2 CASOS:
CONEXÃO E CONTINENCIA // SÓ OCORREM NOS
CASOS DE COMP. RELATIVA.
. CONEXÃO – ART. 103 CPC – OCORRE QUANDO LHES FOREM
COMUNS OOBJETO (PEDIDO) OU A CAUSA DE PEDIR (FATO
JURÍDICO Q DÁ ARRIMO AO PEDIDO).
. CONTINÊNCIA – ART. 104 CPC – OCORRE QUANDO HÁ
MESMAS PARTES E CAUSA DE PEDIR, MAS O OBJETO DE
UMA, POR SER MAIS AMPLO, ABRANGE O DAS OUTRAS.

ART. 105 CPC - Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a


requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião de
ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas
simultaneamente // OBJETIVO – EVITAR DECISÕES CONFLITANTES.

OBS: SUM. 235 STJ – SE UM DOS PROCESSOS HOUVER SIDO JULGADO, NÃO HÁ QUE
SE FALAR EM CONEXAO OU CONTINÊNCIA.

- JUÍZ PREVENTO PARA JULGAR AS AÇÕES – REGRAS:


. MESMA COMARCA – O QUE PRIMEIRO DESPACHOU – ART. 106 CPC.
. COMARCAS DISTINTAS – ONDE PRIMEIRO DEU-SE A CITAÇÃO VÁLIDA
– ART. 219 CPC.

.................................

OUTRO RESUMO - REDE LFG:

5) COMPETÊNCIA

5.1) CONCEITO - É uma atribuição conferida pela lei conferida a um


determinado órgão ou a um grupo de órgãos estatais, para o exercício da jurisdição
em concreto. A lei atribui competência segundo critérios determinativos. // “A
JURISIDIÇÃO É A PIZZA. A COMPETÊNCIA, A FATIA DESTA”.

5.2) CRITÉRIOS DETERMINATIVOS DE COMPETÊNCIA - Critérios


determinativos para fixação da competência. São 5 ao todo:

5.2.1) Critério material - A competência é fixada em razão da natureza da


causa (da matéria). Ex.: competência da vara cível, competência da Justiça do
Trabalho, competência da vara de família e sucessões etc.

5.2.2) Critério pessoal - A competência é fixada em razão da condição ou da


qualidade das pessoas do processo (das pessoas que atuam no processo), ex.:
competência da vara da Fazenda Pública; competência da Justiça Federal definida no
art. 109, I da CF.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:


I - as causas em que a União, entidade autárquica (inclui também a fundação pública
federal) ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés,
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à
Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; - Sociedade de economia mista não entra – é na
justiça comum estadual.

OBS: Súmulas 517, 556 do STF e súmula 42 do STJ:

SÚMULA Nº 517 - AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA SÓ TÊM FORO NA


JUSTIÇA FEDERAL,
QUANDO A UNIÃO INTERVÉM COMO ASSISTENTE OU OPOENTE.

SÚMULA Nº 556 - É COMPETENTE A JUSTIÇA COMUM PARA JULGAR AS CAUSAS


EM
QUE É PARTE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA.

Súmula: 42 - COMPETE A JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR AS


CAUSAS CIVEIS EM QUE E PARTE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA E OS CRIMES
PRATICADOS EM SEU DETRIMENTO.

OBS: Compete à Justiça Federal apreciar se há interesse do ente federal no


processo – súmulas 150, 254 e 224, todas do STJ.

Súmula: 150 - Compete à justiça federal decidir sobre a existência de interesse jurídico
que justifique a presença, no processo, da união, suas autarquias ou empresas publicas.

Súmula 254 - A decisão do Juízo Federal que exclui da relação processual ente federal não
pode ser reexaminada no Juízo Estadual.

Súmula: 224 - Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a
declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos (AO JUIZ DE DIREITO) e
não suscitar conflito.

OBS: Há um caso em que o TRF julga o recurso contra juiz de direito: nos
casos de jurisdição federal delegada – ocorre quando não há Justiça Federal
naquela localidade; assim o juiz de direito exercerá tal função – súmula 55 do
STJ:

Súmula 55 Tribunal regional federal não é competente para julgar recurso de decisão
proferida
por juiz estadual não investido de jurisdição federal.
5.2.3) Critério funcional - A competência é fixada em razão da atividade ou da
função exercida pelo órgão julgador. Ex.: competência do tribunal para julgar
recurso; // É também um critério residual – se não for nenhum outro, aplica-se o
critério funcional, sendo critério de conveniência da justiça. // Ex.: competência da
Justiça Federal para execução de sentença estrangeira homologada pelo STJ.

5.2.4) Critério territorial - A competência é fixada em razão da circunscrição


territorial (do território). // Ex.: competência da comarca de São Luis do Maranhão;
competência da comarca de Natal.

OBS: Existem regras especiais para definir a competência territorial – art. 95


a 100 do CPC e em leis especiais. Existe, todavia, uma regra geral, prevista no art.
94 do CPC – foro do domicílio do réu. // Primeiro, verificar-se-á se para aquela
hipótese há uma regra especial; não havendo, o foro será o do domicílio do réu. //
Ex.: ação de usucapião de um bem imóvel – foro da situação do imóvel (regra especial
– art. 95 do CPC); foro para reparação de acidente de veículo (foro do domicílio do
autor ou local do fato – art. 100 do CPC). // Ex. Ação para anulação de contrato ---
regra geral do art. 94 do CPC --- Foro do dom. do réu.

5.2.5) Critério econômico - A competência é fixada em razão do valor da


causa. Ex.: competência do JEC (Estadual – Até 40 salários mínimos (até 20 salário
mínimos pode litigar sem advogado); Federal – até 60 salários mínimos).

5.3) CLASSIFICAÇÕES DA COMPETÊNCIA

5.3.1) Competência originária e derivada - Originária é aquela para


conhecer da causa em 1º grau. Normalmente, ela pertence aos juízes de 1° grau, mas
os Tribunais também possuem tal competência. // OBS: Súmula 376 STJ: Compete à
turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra ato de juizado
especial. // Derivada é aquela para conhecer da causa em grau de recurso.
Normalmente é de competência dos tribunais, mas os juízes também podem tê-la. Ex.:
embargos de declaração – juiz de 1ª instância que julgará, referente a decisões por ele
prolatada.

5.3.2) Competência exclusiva e concorrente - Exclusiva é aquela atribuída a


apenas um órgão jurisdicional. Ex.: art. 95 do CPC – ações reais imobiliárias – foro da
situação da coisa (único lugar). //Concorrente é aquela estabelecida para mais de um
órgão jurisdicional. Ex.: reparação de danos decorrentes de acidente de veículos –
Domicílio do autor ou local do fato.

5.3.3) Competência absoluta e relativa:

Absoluta Relativa
Prevalece o interesse público; Prevalece o interesse particular;
Dar-se-á quando o critério Dar-se-á quando o critério
formaterial, pessoal ou funcional; forterritorial ou econômico;
Não pode ser modificada pela Pode ser modificada pela vontade
vontade das partes; das partes, ex.: foro de eleição;
A incompetência absoluta pode ser A incompetência relativa não pode
declarada de ofício ou alegada em qualquer ser declarada de ofício, devendo ser
tempo e grau de jurisdição (anula os atos alegada pelo réu no prazo da sua resposta,
decisórios). Se a incompetência absoluta não sob a forma de exceção de
for alegada na primeira oportunidade, o réu incompetência. Se a exceção não for
responderá pelas custas de retardamento; apresentada, prorroga-se a competência (o
Havendo trânsito em julgado em foro que era incompetente se torna
ação, mas viciada por incompetência competente). // Súmula 33 do STJ - A
absoluta, cabe ação rescisória. incompetência relativanão pode ser
declarada de ofício.
Não cabe rescisória por
incompetência relativa.

OBS 1: art. 95 do CPC – ações reais imobiliárias são propostas no foro da situação
do imóvel. // Neste caso, na prática, Tal competência é absoluta.

Art. 95. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro da
situação da coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio ou de eleição, não
recaindo o litígio sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e
demarcação de terras e nunciação de obra nova (se a causa não dispor sobre qualquer dessas
matérias, poderá o autor optar pelo foro de domicílio ou de eleição - é de pouca incidência,
quase inexistente).
Súmula: 11 do STJ - A presença da União ou de qualquer de seus entes, na ação de
usucapião especial, não afasta a competência do foro da situação do imóvel.

OBS 2: art. 112, parágrafo único, e art. 114 do CPC – Nulidade de foro de eleição
em contrato de adesão. Em contrato de adesão pode ter foro de eleição. Mas se esta
cláusula dificultar o acesso á justiça de quem está aderindo, será ela nula.

Art. 112, parágrafo único. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de


adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo
de domicílio do réu.
Art. 114. Prorrogar-se-á a competência se dela o juiz não declinar na forma do parágrafo
único do art. 112 desta Lei ou o réu não opuser exceção declinatória nos casos e prazos
legais.

Quando tal dificuldade existir, o juiz, de ofício, poderá declarar a nulidade da


cláusula e remeter os autos ao foro competente. Caso o juiz não declare de ofício a
incompetência, ordenando a citação, caberá ao réu apresentar exceção de
incompetência, sob pena da mesma ser prorrogada –preclusão pro judicato.

5.4) MODIFICAÇÕES DA COMPETÊNCIA - Aplicam-se à competência


relativa. As principais formas são:
 o foro de eleição;
 a conexão ou continência.

5.4.1) Foro de eleição - É uma cláusula contratual acessória pela qual os


contratantes elegem um determinado foro para o exercício de quaisquer ações sobre
direitos ou obrigações oriundos do contrato.

5.4.2) Conexão e continência:


A) Conexão - Dar-se-á entre causas quando estas apresentam a mesma
causa de pedir ou omesmo pedido. A identidade pode ser parcial. // Ex. Ação de
consignação de pagamento do locatário em face do locador e ação de despejo do
locador em face do locatário --- as ações têm identidades de causas de pedir. // Ex.
Mulher promove ação de separação em face do marido (traição) e o marido promove
ação de separação em face da mulher (abandono do lar) --- identidade de pedidos.

B) Continência - Dar-se-á entre causas quando elas apresentam as mesmas


partes, as mesmas causas de pedir e quando o pedido de uma for mais
abrangente que o pedido da outra. A doutrina majoritária diz que a continência é
uma espécie de conexão. // Ex. A promove ação em face de B para anular a cláusula
3° de um contrato. Mas B promove ação em face de A para a anulação do contrato ---
Há mesmas partes e causa de pedir, mas o pedido de B é mais abrangente que o de
A.

C) Conseqüências da conexão (que se aplica também à continência):

1. distribuição por dependência – art. 253 do CPC.

Art. 253. Distribuir-se-ão por dependência (ou seja, se uma ação já foi proposta, a outra será
distribuída para a mesma vara) as causas de qualquer natureza:
I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada; – não há
obrigatoriedade dessa distribuição.
II - quando, tendo sido extinto o processo, sem julgamento de mérito, for reiterado o
pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados
os réus da demanda; – se ocorrer qualquer situação do art. 267 do CPC e a parte quiser
repropor a ação, deverá fazer isso na mesma vara.
III - quando houver ajuizamento de ações idênticas, ao juízo prevento. – fala
emlitispendência – identidade de partes, de causas de pedir e de pedido. Esta regra não é
voltada para a parte; ela é voltada ao Judiciário (detectando a litispendência, deverá remeter
ao juízo prevento). Há a obrigatoriedade da distribuição por dependência.
Parágrafo único. Havendo reconvenção ou intervenção de terceiro, o juiz, de ofício,
mandará proceder à respectiva anotação pelo distribuidor.
*Ação acessória:
Art. 108. A ação acessória será proposta perante o juiz competente para a ação principal.
Art. 109. O juiz da causa principal é também competente para a reconvenção, a ação
declaratória incidente, as ações de garantia e outras que respeitam ao terceiro interveniente.

2. Reunião de processos – reunião num juízo só, que ficará com todas as causas
conexas. É o chamado juízo prevento.

OBS: Se as causas estiverem no mesmo foro, o juízo prevento será o do primeiro


despacho da petição inicial (art. 106).
Art. 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma
competência territorial,considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar.
OBS: Se as causas estiverem em foros diferentes, o juízo prevento será o da primeira
citação válida (art. 219).
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa;
e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a
prescrição. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)
OBS: Prevalece o entendimento de que a reunião entre os processos não é
obrigatória. Vale dizer, não haverá nulidade da sentença se os processos não forem
reunidos. Os critérios utilizados serão: a) a intensidade da conexão e b) a utilidade da
reunião.

Súmula 235 do STJ A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi
julgado. – Logo, se não forem reunidos os processos, não haverá nulidade. Se já houve
sentença, não haverá reunião de processos por conexão ou continência.

Súmula 383 STJ A competência para processar e julgar as ações conexas de interesse de
menor é, em princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda.

OBS.: A conexão pode ser alegada pela parte ou pelo o MP e pode ser declarada de
ofício pelo o juiz – ou seja, conexão é matéria de ordem pública (até a sentença).

5.5) CONFLITOS DE COMPETÊNCIA - Existem, basicamente, dois conflitos


de competência: onegativo e o positivo.

5.5.1) Conflito negativo de competência - Dar-se-á quando dois ou mais


juízes se julgam incompetentes para a mesma causa. É O TIPO MAIS COMUM. //
Ex. Proposta uma ação na Justiça Estadual, o juiz entende ser de competência da
Justiça do Trabalho; lá chegando o processo, o juiz trabalhista entende ser de
competência cível – está instaurado o conflito negativo (há um processo só). Pode
também acontecer quando, por ex, o juiz da 1ª vara está com o processo A; o juiz da
2ª vara está com o processo B. O da 1ª vara entende que haja uma conexão entre as
causas A e B e o juízo prevento seria o da 2ª vara. Este, por sua vez, não entende
existir conexão.

5.5.2) Conflito positivo de competência - Quando dois ou mais juízes se


julgam competentes par uma mesma causa. Normalmente ocorre com 2 ou mais
processos.

Art. 115. Há conflito de competência:


I - quando dois ou mais juízes se declaram competentes; POSITIVO.
II - quando dois ou mais juízes se consideram incompetentes; NEGATIVO.
III - quando entre dois ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação
de processos. POSITIVO OU NEGATIVO, A DEPENDER DO CASO.

OBS: Súmula: 59 do STJ: NÃO HA CONFLITO DE COMPETENCIA SE JA EXISTE


SENTENÇA COM TRANSITO EM JULGADO, PROFERIDA POR UM DOS JUÍZOS
CONFLITANTES.

A) A quem compete julgar o conflito de competência?

Tal solução está na própria CF:


 STF – art. 102, I, “o” - os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça
e quaisquer Tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro
Tribunal;
 STJ – art. 105, I, “d” - os conflitos de competência entre quaisquer tribunais,
ressalvado o disposto no artigo 102, I, o, bem como entre Tribunal e juízes a ele não
vinculados e entre juízes vinculados a Tribunais diversos;
 TRF – art. 108, I, “e” - os conflitos de competência entre juízes federais vinculados
ao Tribunal (DA MESMA REGIÃO).

B) Súmulas sobre o assunto:

Súmula 3 do STJ: COMPETE AO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DIRIMIR


CONFLITO DE COMPETENCIA VERIFICADO, NA RESPECTIVA REGIÃO, ENTRE
JUIZ FEDERAL E JUIZ ESTADUAL INVESTIDO DE JURISDIÇÃO FEDERAL.

Súmula 180 do STJ: NA LIDE TRABALHISTA, COMPETE AO TRIBUNAL


REGIONAL DO TRABALHO DIRIMIR CONFLITO DE COMPETENCIA VERIFICADO,
NA RESPECTIVA REGIÃO, ENTRE JUIZ ESTADUAL E JUNTA DE CONCILIAÇÃO E
JULGAMENTO. – casos em que na localidade não há justiça do Trabalho e o juiz de
direito que julga a causa.

Súmula 236 do STJ: Não compete ao Superior Tribunal de Justiça dirimir conflitos de
competência entre juízes trabalhistas vinculados a Tribunais Regionais do Trabalho
diversos. // COMPETÊNCIA É DO TST.

Súmula 348 do STJ: Compete ao Superior Tribunal de Justiça decidir os conflitos de


competência entre juizado especial federal e juízo federal, ainda que da mesma seção
judiciária. CANCELADA!!! SEGUNDO O STF, A COMPETÊNCIA É DO TRF DA
RESPECTIVA REGIÃO.

Súmula 376 do STJ: Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de


segurança contra ato de juizado especial (dando um status de tribunal á turma
recursal).

OBS.: O conflito de competência será suscitado pelo presidente do Tribunal,


pela parte,
pelo o MP e pelo juiz.

5.6) PERPETUATIO JURISDICTIONIS (OU ESTABILIZAÇÃO DA


COMPETÊNCIA) - Está no art. 87 do CPC --- A competência será fixada
(estabilizada) no momento da propositura da ação, com o despacho da
inicial (VARA ÚNICA) ou com a distribuição (onde houver mais de uma
vara). Se modificarem as circunstâncias de fato ou de direito que determinaram
a competência (por ex.: mudança do domicílio do réu), esta não será alterada,
POIS SERÃO IRRELEVANTES QUAISQUER ALTERAÇÕES NAS
CIRCUNSTÂNCIAS DE FATO OU DE DIREITO QUE DETERMINARAM A
COMPETÊNCIA.// O PROCESSO (A COMPETÊNCIA), POR EXEMPLO, NÃO
SEGUE PARA O DOMICÍLIO DO RÉU (CIRCUNSTÂNCIA DE FATO) OU POR
CAUSA DA MUDANÇA DE LEI (MUDANÇA DE DIREITO).
Art. 87 do CPC. Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta.
São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas
posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a
competência em razão da matéria ou da hierarquia.

OBS: 2 EXCEÇÕES: Ela não se dará em 2 casos: a) quando houver


supressão de órgão jurisdicional – extinção de uma comarca, por ex.; b) se
a competência for absoluta (MATÉRIA E HIERARQUIA).

OBS: Súmula 10 do STJ: INSTALADA A JUNTA DE CONCILIAÇÃO E JULGAMENTO


VARA DO TRABALHO, CESSA A COMPETÊNCIA DO JUIZ DE DIREITO EM MATÉRIA
TRABALHISTA, INCLUSIVE PARA A EXECUÇÃO DAS SENTENÇAS POR ELE
PROFERIDAS.
// PORQUE A COMPETÊNCIA É ABSOLUTA - MATÉRIA!!!

OBS: STJ – se já sentenciou, permanece onde está! – Súmula 367 do STJ: A


competência estabelecida pela EC n. 45/2004 não alcança os processos já
sentenciados.

Você também pode gostar