(Arts. 46 a 53 do CPC)
1. Considerações iniciais.
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Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na
condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
valor baixo, nos parâmetros da referida lei, pode ajuizar ação em Juizado Especial
competente, que segue um rito diferente das varas, que preza por mais celeridade.
2. A competência territorial.
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A JFPE disponibiliza, em seu sítio eletrônico, o mapa de divisão dos foros competentes para cada
comarca em: http://www.jfpe.jus.br/index.php/institucional/lista.html.
3. As regras de competência territorial do CPC.
3.1. O critério geral: art. 46.
O art. 48 define que o foro competente para ações que versam sobre a
herança – também chamado de foro de sucessão - é o do domicílio do falecido (autor da
herança). O parágrafo único dispõe sobre o foro competente quando o autor não possuía
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O Fisco (sujeito responsável pela verificação do pagamento dos tributos pelo contribuinte) abre um
processo administrativo de cobrança, assegurado o contraditório e a ampla defesa. Ao fim desse processo,
o tributo pode ser pago ou pode ficar provado que a sua cobrança é indevida. Porém, também é possível
que se decida pela legalidade da cobrança, quando o Fisco terá um título chamado Certidão de Dívida
Ativa (CDA), que, caso não seja pago ao final do processo administrativo, será executado judicialmente
através da Ação de Execução Fiscal.
domicílio certo, beneficiando a localidade de seus bens (com preferência aos imóveis
sobre os móveis). Logo, o foro competente será:
O art. 49, que cuida da ação em que o réu for pessoa ausente (como na
ação de declaração de ausência – art. 22 e ss do CC e 744 e ss do CPC), segue a mesma
linha: o foro competente será o do seu último domicílio.
Porém, se o ausente for autor, caso em que será representado por curador
especial nomeado pelo juiz, aplica-se a regra do art. 46 do CPC.
A regra muda, contudo, se esses entes forem réus (parágrafos únicos dos
arts. 51 e 52 do CPC e art. 109, § 1º, CF), quando o autor poderá aciona-los (foros
concorrentes):
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Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
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Além da União Federal, incluem-se as nesta norma as autarquias e fundações públicas a ela vinculadas,
bem como as empresas públicas federais (Art. 109, I, CF).
a) no foro de seu domicílio;
b) no de ocorrência do fato que originou a demanda;
c) no de situação da coisa, ou
d) na capital do ente (se for contra a União, no Distrito Federal).
O inciso III trata do foro competente quando a pessoa jurídica for parte.
Em regra, é a sua sede, local apontado nos atos constitutivos ou estatutos, mas pode
também ser o da agência ou sucursal, caso existam, nas ações que versem sobre
obrigações contraídas pela empresa – letras a) e b). Não possuindo personalidade
jurídica, o foro é onde se exerce as atividades – letra c).
O inciso III, em sua letra d), ainda dispõe sobre o foro competente para
ações que busquem o cumprimento de obrigações não satisfeitas, que deve ser disposto
no contrato. Não se trata de qualquer ação contratual (anulação, rescisão, etc.), mas a de
execução do contrato no lugar previamente firmado.
Ademais, o inciso III trata das ações movidas pelo idoso com base no
Estatuto do Idoso. Na letra e), aponta que o foro competente é o da residência do idoso,
admitindo, semelhantemente ao que ocorre nos casos do alimentando e do filho incapaz,
a hipossuficiência decorrente de menor disponibilidade e mobilidade.
O inciso III, f), e o inciso IV, a), dizem respeito à competência do foro
para a ação de reparação de danos, que é a do local do ato ou fato onde se gerou tal
dano. Pelo inciso IV, b), também é competente o local do ato ou fato quando causado
por administrador ou gestor de negócios alheios.
Por fim, o inciso V traz hipóteses que mudam as regras do inciso IV: a
reparação de danos sofridos em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive
aeronaves (enquadram-se, na regra, veículos de qualquer natureza)8. Nesses casos,
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Vale ressaltar que essa reparação é a de natureza civil. A de natureza penal fica a critério do CPP.
haverá dois foros concorrentes (ou seja, fica a critério do autor escolher qualquer um
deles): o domicílio do autor – que pode ser melhor pela proximidade - ou do local do
fato – que pode ser melhor para a instrução probatória.
4. Referências bibliográficas.
DIDIER JR., Fredie, PEIXOTO, Ravi. Novo código de processo civil: comparativo com
o código de 1973. Salvador: JusPodivm, 2015.