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APOSTILA RESUMO

TEORIA GERAL DO PROCESSO


PROF. BRUNO TABOSA

JURISDIÇÃO
1. NOÇÕES GERAIS E CONCEITO
O termo “jurisdição” vem das expressões “juris dictio”, ou seja, “dizer o
direito”, função hoje pertencente ao estado, o qual é representando pelo
poder judiciário. O artigo 16 do CPC aponta que “a jurisdição será exerci-da
pelos juízes e tribunais em todo o território nacional, conforme as
disposições deste Código”.
Definimos a jurisdição como sendo a parcela de poder estatal que tem a
função de aplicar a lei, com vis-tas a solucionar as lides que lhe são
submetidas.
2. CARACTERÍSTICAS
Pode-se afirmar que a função jurisdicional não se confunde com as demais
funções exercidas pelo estado (legislativa e administrativa), sendo marcada
pelos seguintes caracteres:
a) Substitutividade: a jurisdição substitui a atividade das partes em conflito,
pondo a sua vontade acima das mesmas. Se Maria tem um débito para com
João, por exemplo, não pode este, por força própria, ir até o patrimônio de
Maria e retirar bens para quitar o débito, sob pena de incidir em crime contra
a administração da justiça (artigo 345, CP). É necessário que ele proponha
demanda contra a devedora para que o judiciário, uma vez reconhecido o
direito, possa praticar atos de expropriação dos bens de Maria (veja que o
judiciário “substitui” a atividade de João), com o objetivo de saldar a dívida.
O artigo 16 do CPC aponta que “A jurisdição civil é exercida pelos juízes e
pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste
Código.”
.
b) Inércia: o Estado não prestará a atividade jurisdicional sem a prévia
provocação. O artigo 2º, CPC, aponta que “o juiz não prestará a tutela
jurisdicional senão quando provocado, salvo as exceções legais”. Se fosse
permitido ao magistrado iniciar um processo judicial, certamente que o
mesmo não julgaria com base nas provas constantes dos autos, mas, sim, de
acordo com o sentimento que lhe motivou a abrir a relação processual,
comprometendo, por consequência a sua imparcialidade.
c) Imparcialidade: significa que o órgão julgador é o sujeito desinteressado
da relação. O juiz é considerado como o sujeito imparcial da relação
processual. É justamente por isso que o legislador disciplinou situações as
quais seria impossível ou mesmo desaconselhável a participação do
magistrado em certos processos: são os casos de impedimentos e suspeição,
disciplinados, respectivamente, nos artigos 144 e 145, CPC.
Perceba, também, que o artigo 139, I, CPC determina, como primeiro dever
do magistrado, “assegurar às partes igualdade de tratamento”.
d) Definitividade: a atividade jurisdicional é marcada pela indiscutibilidade.
Após esgotados os atos procedimentais e ocorrente o fenômeno da coisa
julgada, não há que se falar em nova discussão daquilo que fora objeto da
decisão emitida, salvo exceções legalmente previstas, tal como ocorre com a
ação rescisória, capitulada nos artigos 966 e seguintes do CPC.
É por isso que, não obstante determinada relação jurídica tenha sido decidida
no âmbito administrativo (ex: discussão quanto à existência de débito
tributário), fato é que a decisão em questão não impossibilita o su-posto
lesado a socorrer-se da via jurisdicional para sanar a lesão em questão.
A característica em questão está, inclusive, relacionada ao princípio da
inafastabilidade do controle jurisdicional da lesão ou ameaça direito (artigo
5º, XXXV, CF).
Vale ressaltar que a Lei nº 9.307/96 (lei de arbitragem) relativizou esta
máxima ao criar a arbitragem como instrumento alternativo de solução de
conflitos (diz-se “alternativo”, haja vista o seu uso facultativo - artigo 42,
CPC). A arbitragem é desenvolvida mediante atividade particular,
equiparando a autoridade de sua decisão àquela emitida no seio judicial, visto
que a sentença arbitral é considerada título executivo judicial por expressa
disposição do artigo 31 da lei em referência.
3. COMPETÊNCIA
Preliminarmente, cabe ressaltar que, embora o processamento e julgamento
das causas cíveis, perante o poder judiciário, constituam a regra, o legislador
facultou às partes instituírem juízo arbitral para dirimir as con-trovérsias
oriundas dos negócios jurídicos celebrados entre pessoas capazes, nos termos
da lei de arbitragem (Lei nº 9.307/96).
3.1. DEFINIÇÃO
A jurisdição é a parcela de poder atribuída ao estado para dizer o direito. Dito
poder é exercido sobre os jurisdicionados de todo o território nacional, por
diversos órgãos do judiciário, motivo pelo qual se faz mister repartir as
tarefas, mediante alguns critérios.
Assim, a competência é definida como o instituto que visa definir o âmbito
de atuação, mediante critérios específicos, dos órgãos encarregados da
prestação jurisdicional.
3.2. CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DE COMPETÊNCIA: MATERIAL,
FUNCIONAL, EM RAZÃO DO VALOR E TERRITORIAL
Dentre os critérios utilizados pelo nosso sistema jurídico, é preciso destacar:
a) Material: a competência é fixada em razão da natureza da lide posta em
juízo. O CPC estabelece que a competência material será regida mediante
normas de organização judiciária. Assim, é possível que uma lei estadual crie
varas especializadas (vara de família, vara de sucessões, órfãos e interditos,
infância e juventude, etc.) para o julgamento de matérias específicas.
b) Funcional: diz respeito à função exercida pelo órgão jurisdicional no
processo. O critério atenta tanto para a função dos tribunais quanto para a
função dos juízos de primeiro grau.
Quanto aos tribunais, terão eles competência para funcionar originariamente
(ex: processamento, pelo STF, de mandado de segurança contra ato de
Presidente da República; Processamento, pelo TRF, de mandado de
segurança contra ato de juiz federal; Mandado de segurança impetrado junto
ao TJ contra ato de Governador de Estado, etc.) ou a nível recursal- também
conhecida como “competência hierárquica” - (ex: processamento e
julgamento de recurso de apelação pelo TJ ou TRF; processamento e
julgamento de Recurso Especial pelo STJ, etc.). Os tribunais também terão
competência funcional para processar as execuções das causas de sua
competência originária (artigo 516, I, CPC).
Quanto ao juízo de primeiro grau, este terá competência para funcionar
originariamente (a maior parte das ações é de competência originária do juízo
de 1º grau!), e nas execuções das causas de sua competência pois, ainda que a
causa vá parar nas instâncias superiores, uma vez esgotados os meios
recursais, os autos retornarão ao juízo de origem para o cumprimento de
sentença, a teor do preceituado no artigo 516, II, CPC. Terá, também,
competência para funcionar nas ações que guardam relação com causas
anteriormente ajuizadas (ex: competência do juízo da ação principal para
conhecer de ação cautelar; competência do juízo que determinou a apreensão
do bem para conhecer da ação de embargos de terceiro; competência do juízo
da ação principal para conhecer da reconvenção, etc.).
c) Em razão do valor da causa: o valor da causa pode constituir fator
determinante para a fixação de competência. Assim como é possível que
norma de organização judiciária local crie varas especializadas para o
conhecimento e julgamento de causas com matérias específicas
(competência material), é, também, possível a criação de varas com
competência para processar e julgar ações de até certo montante (30, 40, 50
salários, etc.). Tal critério, conforme afirmado, é disciplinado por normas de
organização judiciária.
Cabe, ainda, ressaltar que a Lei federal nº 9.099/95 impôs a criação dos
chamados “juizados especiais cíveis”, cuja competência leva em
consideração, dentre outros critérios, o valor da causa, o qual não pode
ultrapassar o patamar de 40 (quarenta) salários mínimos.
d) Territorial: este critério leva em consideração o exercício da função
jurisdicional segundo a limitação geográfica. Assim, o Supremo Tribunal
Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) possuem competên-cia
para processar demandas oriundas de todas as partes do país; o Tribunal
Regional Federal (TRF) possui jurisdição sobre alguns estados; o Tribunal
de Justiça, por sua vez, possui jurisdição no respectivo estado.
Mas o que importa são as regras relativas à competência territorial dos juízes
de primeira instância, as quais foram fixadas pelo Código de Processo Civil,
em seus artigos 46 e seguintes. É importante atentarmos para as seguintes
regras:
sobre
bens móveis: serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu (art. 46,
CPC). Considerando que, até que seja provado em contrário, ninguém pode
ser considerado culpado, o legislador quis dar a “comodidade” ao réu de
responder a demanda em seu domicílio.
Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer
deles. Havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão
demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor.
E se o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil? neste caso,
excepcionalmente, a ação será proposta no foro do domicílio do autor.
situação da coisa (art. 47, CPC). Pode o autor, entretanto, optar pelo foro de
domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito
de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de
nunciação de obra nova.
A ação possessória imobiliária também será proposta no foro de situação da
coisa, cujo juízo tem competência absoluta (art. 47, § 2o, CPC).
ATENÇÃO!
Urge ressaltar que a presença da União ou de qualquer dos seus entes, na
ação de usucapião, não afasta a competência do foro da situação do imóvel
(Súmula 11, STJ). Neste caso, a demanda será processada perante o juízo
federal da respectiva circunscrição territorial ou, inexistindo juízo federal na
localidade, pelo juízo estadual investido na função federal.

disposições de última vontade, impugnação ou anulação de partilha


extrajudicial e todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito
tenha ocorrido no estrangeiro: serão propostas no foro do domicílio do autor
da herança, no Brasil; se o autor da herança não possuía domicílio certo é
competente o foro da situação dos bens; havendo bens imóveis em foros
diferentes, a demanda poderá ser proposta em qualquer destes. Não havendo
bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.

domicílio de seu representante ou assistente (art. 50, CPC).


Aqui o enunciado é bem fácil de ser entendido: a regra geral é a de que a
ação deve ser proposta no foro do domicílio do réu. Pois bem, como o artigo
76, parágrafo único, do CC preceitua que o domicílio necessário do incapaz
é o do seu representante legal, logo, a ação deve ser proposta no foro do
domicílio do representante (que acaba sendo, em último caso, o foro do
domicílio do réu ou incapaz).

qualidade de autora, serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio


o réu; estando na qualidade de ré, poderão ser aforadas na seção judiciária
em que for domiciliado o autor, naquela em que tiver ocorrido o ato ou fato
que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou ainda, no
distrito federal.
o ou
da residência do alimentando (art. 53, II, CPC).
Esta regra foi criada tendo em vista a necessidade do alimentando, o qual
teria dificuldades em propor demanda em domicílio distinto do seu.
ATENÇÃO!
Em se tratando de ação de investigação de paternidade cumulada com
alimentos, a competência será da regra especial, ou seja, foro do domicílio
do alimentando (Súmula 1, STJ).
brigação: proposta no lugar onde
a obrigação deva ser satisfeita;

nte de
veículos, inclusive aeronaves: será competente o foro do domicílio do autor
ou do local do fato (art. 53, V, CPC).
mento
ou dissolução de união estável: serão propostas no foro de domicílio do
guardião de filho incapaz. Não havendo filho incapaz, a demanda será
proposta perante o foro do último domicílio do casal. Se nenhuma das partes
residir no antigo domicílio do casal, será proposta no foro do domicílio do
réu (art. 53, I, alíneas “a”, “b” e “c”, CPC).
3.3. REGIME JURÍDICO: COMPETÊNCIA ABSOLUTA E
RELATIVA
Cabe ressaltar, primeiramente, que os critérios de fixação de competência,
tratados no item anterior, foram criados com um dos seguintes objetivos: 1)
proteção do interesse público, no sentido de proporcionar uma melhor
organização e divisão de tarefas entre os diversos órgãos do judiciário; 2)
proteção do interesse privado da parte, no sentido de dar comodidade àquele
que necessite, quando tiver de propor/responder a uma demanda.
No primeiro caso, o legislador utilizou os critérios material e funcional para
o atendimento do interesse público; no segundo, valeu-se dos critérios em
razão do valor e território para a consecução do interesse particular.
Os critérios eleitos para o atendimento do interesse público (material e
funcional) são absolutos, no sentido de serem atendidos, queiram ou não as
partes, sob pena de nulidade processual. Outrossim, os critérios eleitos para
o atendimento do interesse privado das partes (valor da causa e território)
são relativos, no sentido de que, se não forem atendidos de imediato, poderão
ser “relevados” ou deixados “de lado”.
Feitas estas considerações preliminares, notamos que o regime jurídico
acerca da competência irá variar conforme a sua natureza.
Sendo relativa, a infração da regra de competência deve ser alegada pela
parte, sob pena de preclusão e consequente prorrogação de competência,
tornando-se competente o juízo que, até então, não o era (Súmula 33, STJ).
O réu arguirá o vício na própria contestação, através de preliminar (arts. 64
e 337, II, CPC), e não mais através de exceção, como se dava sob a égide do
CPC de 1973.
Questão interessante é a que diz respeito à cláusula de eleição de foro. Nos
contratos de adesão, há a possibilidade de que o magistrado, embora de
natureza relativa, declare a sua incompetência quando se deparar com
cláusula de eleição de foro fixada em contrato de adesão, a qual prejudique
em demasia uma das partes (art. 63, § 3o do CPC). Neste caso, o juiz
declinará de sua competência, remetendo os autos para o juízo de domicílio
do réu.
A infração à regra de competência de natureza absoluta (em razão da matéria
ou hierarquia), por estar apoiada em regras de ordem pública, acaba por gerar
vício insanável, o qual poderá ser arguido em qualquer momento e grau de
jurisdição (ex oficio ou mediante preliminar de contestação). É mister
salientar, inclusive, que, não sendo o vício declarado pelo juiz ou mediante
iniciativa das partes, a coisa julgada não terá o condão de es-tabilizar-se. É
que o artigo 966, II, CPC autoriza a instauração de rescisória na hipótese de
incompetência absoluta.
3.4. MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA: CONEXÃO E
CONTINÊNCIA
Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da
petição inicial. Isto quer dizer que, uma vez proposta a demanda a um
determinado juízo, passará o mesmo a ter competência para conduzir o
processo até o final.
O legislador estabeleceu a regra de que são irrelevantes “...as modificações
do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente” (art. 43, CPC). É o
que se denomina de perpetuatio jurisdictionis. Assim, por exemplo, sendo o
réu demandado no foro do seu domicílio e, fixada a competência de um juízo
“x”, a alteração de domicílio (modificação de fato) não acarretará a
modificação da competência.
A regra da perpetuatio jurisdictionis sofre algumas exceções, senão vejamos:

jurisdicional (extinção de uma vara cível, por exemplo), o processo será


remetido ao juízo que o sucedeu em competência.
quando houver alteração da competência absoluta (em razão da matéria
ou hierarquia): se a alteração ocorrida no curso do processo acarretar a
modificação de competência absoluta, aí não haverá outra alternativa senão
enviar os autos ao juízo que passou a ser competente para conhecer da lide.
Temos como exemplo, no primeiro caso (alteração de competência em razão
da matéria), a modificação de competência trazida pela emenda
Constitucional 45. Imagine que uma causa que versa sobre representação
sindical entre sindicatos vinha tramitando perante a justiça comum. Com a
EC-45, o artigo 114 da Constituição passou a dispor que a justiça do trabalho
seria competente para processar e julgar lides de representação sindical
“entre sindicatos”. Logo, os feitos tiveram de ser remetidos à justiça laboral.
Já no segundo caso (alteração de competência funcional), temos como
exemplo a modificação trazida por intermédio da Lei nº 11.232/05, a qual
possibilitou que a execução pudesse ser processada perante o atual domicílio
do executado ou perante o local onde se encontram os bens passíveis de
penhora (regra acrescida ao CPC de 1973 através do artigo 475-P, § único e
que fora reproduzida pelo art. 516, § único do CPC/2015). Perceba que,
embora fosse a execução processada perante o juízo onde a causa tramitou
em primeiro grau de jurisdição (pois, após o trânsito em julgado, os autos
“baixam” à vara de origem), dita competência passou a poder ser deslocada
para um dos juízos mencionados (do atual domicílio do executado ou do
local em que se encontram os bens passíveis de penhora), com o intuito de
“acelerar” a execução, o que nos mostra mais um caso de alteração de
competência.
Finalmente, poderá, ainda, haver alteração de competência relativa (veja que,
até o momento, vínhamos falando em alteração de competência do juízo
apenas quando houvesse uma alteração de competência absoluta!), em
virtude da ocorrência dos fenômenos da conexão ou continência.
Haverá a conexão entre duas ou mais ações ajuizadas quando elas tiverem o
mesmo pedido (ex: ações movidas, por diversos sócios, com o objetivo de
anular deliberação tomada por diretoria da sociedade) ou a mes-
ma causa de pedir (ex: vários moradores, em demandas distintas, acionam a
construtora em virtude do desabamento de edifício).
A continência se dará quando, entre duas ou mais ações houver as mesmas
partes e causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o
da outra (ex: Maria promove ação de investigação de paternidade em face de
João; em outra demanda, Maria pede, além da declaração de paternidade, a
condenação do suposto pai ao pagamento de pensão alimentícia).
ATENÇÃO!
Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta
anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença
sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente
reunidas. É o que dispõe o artigo 57, CPC.
Havendo conexão ou continência, as ações deverão ser reunidas, para serem
decididas conjuntamente, sob pena gerar um risco de decisões contraditórias.
A competência para o julgamento de causas conexas ou continentes será do
juízo prevento, ou seja, aquele que primeiro conheceu da ação. Mas, qual o
parâmetro utilizado para saber qual fora o juízo que primeiro conheceu da
demanda? O CPC nos responde, em seu artigo 59: “O registro ou a
distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.”
ATENÇÃO!
A conexão não determina a reunião de processos, se um deles já foi julgado
(art. 55, § 1o, CPC e Súmula 235, STJ). Ora, embora possa existir conexão
entre uma ação que esteja em curso e outra que esteja finda (ação de revisão
de cláusula contratual/ ação de busca e apreensão de veículo, por exemplo),
não há interesse na reunião de ambas, visto que o instituto da conexão visa o
julgamento “conjunto” das ações a fim de evitar decisões conflitantes, o que,
in casu, inocorreria, pois uma delas já teria sido julgada.
PROCESSO: PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
O processo pode ser definido como o instrumento utilizado pela jurisdição
para a resolução dos conflitos de interesses que lhes são levados à apreciação.
Pois bem, a validade do processo está condicionada a premissas concretas,
denominadas de “pressupostos processuais”.
Pressupostos processuais são “supostos prévios”, “condições prévias”, a
serem observadas, sob pena de comprometer a existência e validade do
processo.
Assim, por exemplo, seria inadmissível a instauração da relação processual
sem a peça responsável pelo seu desencadeamento (petição inicial); ou o
desenvolvimento do processo sem o ato de convite ao réu para que se defenda
(citação); também não poderíamos imaginar um processo válido sem que
houvesse um juízo competente, a presença de advogado, etc.
Em todos os exemplos acima, verifica-se que a constituição e
desenvolvimento da relação processual estão condicionados à existência de
formalidades (pressupostos processuais), as quais possibilitarão, ao final do
processo, um verdadeiro revestimento de imutabilidade à questão trazida à
apreciação do judiciário.
Aqui vamos nos ater aos pressupostos subjetivos, que são formalidades
traçadas pelo sistema jurídico, relativamente aos protagonistas da relação
processual: juiz e partes. Assim:
a) quanto ao juiz: este deverá estar dotado de jurisdição, competência e
imparcialidade.
por um juiz. Perceba que, de
acordo com o artigo 16, CPC, “A jurisdição civil é exercida pelos juízes e
pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste
Código.”. Assim, não podemos imaginar um processo sendo conduzido por
quem não seja juiz ou por quem, embora fosse, já estivesse aposentado. Mas,
há exceção? Existe a possibilidade de um conflito ser resolvido por quem
não seja juiz? Existe sim. O legislador, por intermédio da Lei nº 9.307/96 e
do artigo 42, CPC, facultou às partes, maiores e capazes, a instituição da
arbitragem para a resolução de conflitos oriundos de um negócio jurídico que
celebrarem. Mas, ressalte-se: a jurisdição é regra, da qual a arbitragem é a
exceção!
ém, que o mesmo seja
competente para conduzir e julgar o processo. Não pode, por exemplo, um
juiz da vara cível julgar demanda de competência da trabalhista; ou um juiz
de primeiro grau julgar uma ação civil de competência originária de tribunal.
A respeito da competência, vide considerações feitas na Parte I, item 5, deste
livro.

sentido de não estar pré-disposto ou pré-intencionado na condução do feito.


Ele deve tratar as partes com igualdade. O tratamento igualitário, inclusive,
é o primeiro dever do juiz, elencado no artigo 139, I, CPC.
Perceba (e aí vai uma “dica”!) que os três pressupostos processuais que
dizem respeito ao juiz (jurisdição, competência e imparcialidade),
correspondem, respectivamente, aos três princípios da jurisdição
(investidura, improrrogabilidade e juiz natural), visto que o juiz é a própria
“encarnação” da jurisdição.
b) quanto às partes: estas deverão ter capacidade de ser parte, capacidade
para estar em juízo e capacidade postulatória.

um dos polos da relação processual. Em termos simples: quem pode ser autor
ou réu em um processo? Terão a capacidade de ser parte:
1) pessoas naturais ou físicas: todo o ser humano pode ser autor ou réu de
um processo, bastando o nascimento com vida. Esta capacidade se confunde
com a personalidade, estudada no direito civil, como aptidão genérica de ser
sujeito de direitos e obrigações. O raciocínio aqui é simples: nascendo, o ser
humano adquire a personalidade (passa a ser sujeito de direitos e obrigações);
logo, poderá ser autor de ação para receber o que lhe seja de direito e poderá
ser réu para cumprir com as obrigações que a lei lhe confere.
2) pessoas jurídicas: como sujeitos de direitos e obrigações, também poderão
ser autores ou réus em processo judicial. As pessoas jurídicas são de direito
público (União, estados, Distrito federal, territórios, municí-pios, autarquias
e fundações públicas) ou de direito privado (associações, sociedades,
fundações privadas, organizações religiosas e partidos políticos).
As pessoas jurídicas não podem ser confundidas com os órgãos que a
integram. Por exemplo, se um cidadão deseja ingressar com ação de
indenização em virtude dos danos materiais causados por uma bala “perdi-
da”, disparada pelo revólver de policial militar de Pernambuco, não poderá
o mesmo propor a demanda em face da polícia militar (que é mero órgão,
sem personalidade jurídica), mas, sim, contra a pessoa jurídica a qual ela
integra, a saber, Estado de Pernambuco.
ATENÇÃO!
A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a
irregularidade de sua constituição quando demandada. (art. 75, § 2o , CPC)
3) alguns entes despersonalizados: em regra, ente despersonalizado não pode
ser parte, conforme afirmado no item anterior, haja vista que, não possuindo
personalidade, não constitui-se em sujeito de direitos e obri-gações. Ocorre
que o legislador resolveu conferir capacidade de ser parte a certos entes,
justamente como forma de protegê-los, pois, do contrário, não existiria outra
forma de defender seus interesses senão estando na quali-dade de parte. É o
que ocorre, por exemplo, com a massa falida, espólio e condomínio. Neste
caso diz-se que os mesmos, apesar de não possuírem “personalidade
jurídica”, possuem “personalidade judiciária”.
O fenômeno em questão (personalidade judiciária) será aplicado, também, a
alguns órgãos públicos (Ministério Público, Câmara de vereadores ou
Assembleia Legislativa, por exemplo), apenas quando da defesa de suas
prerrogativas institucionais. Por exemplo, pode o ministério público, para a
defesa do interesse público (uma de suas prerrogativas), ser autor de uma
ação civil pública contra uma fábrica que polui o meio ambiente; Pode
também, uma assembleia legislativa manejar um mandado de segurança
contra ato de governador que violou competência daquela casa. Nestes casos
eles estarão defendendo as suas prerrogativas institucionais.
Não estando, entretanto, o conflito de interesses ligado àquelas prerrogativas,
a capacidade de ser parte será da pessoa jurídica de direito público a qual o
órgão integra, e não do mencionado órgão (MP ou Assembleia Legislativa).
Imagine, por exemplo, um atropelamento envolvendo um veículo oficial do
ministério público do estado de Pernambuco. Neste caso, a ação não terá
como parte o Ministério público (que é mero órgão, sem personalidade
jurídica), mas, sim, a pessoa jurídica a qual ele integra (estado de
Pernambuco).
ATENÇÃO!
Não confunda capacidade de ser parte com legitimidade ad causam. A
capacidade de ser parte é vista diretamente, com objetividade (quem pode e
quem não pode ser parte num processo!) ao passo que a legitimidade ad
causam (uma das condições da ação) se refere à titularidade (legitimidade)
do direito lesado: tem legitimidade ativa quem teve o direito violado e tem
legitimidade passiva quem violou o direito.
Então, exemplificando, Maria pode ter a capacidade de ser parte (pois é
pessoa natural), mas não ter legitimidade para propor uma dada ação, pois
não fora ela quem teve o direito violado.
-se à possibilidade de praticar os atos
jurídicos processuais (atos jurídicos dentro do processo). Terá a capacidade
de estar em juízo toda pessoa que se ache no exercício dos seus direitos
(artigo 70 do CPC). Perceba, por exemplo, que uma criança de 5 (cinco) anos
de idade terá a capacidade de ser parte (pois tem personalidade), mas NÃO
terá a capacidade de estar em juízo, pois não pode, por si só, praticar os atos
da vida civil.
Ressalte-se que as pessoas casadas também têm capacidade plena para estar
em juízo, de modo que um cônjuge não necessita da companhia do outro,
seja para figurar como autor, seja para colocar-se na qualidade de réu. A
regra, no entanto, encontra exceções:
Para propor demandas, um cônjuge somente necessitará do consentimento
do outro quanto às ações que versem sobre direitos reais imobiliários. Isto
quer dizer que a ação deverá ser intentada por ambos os cônjuges (ambos
serão autores), sob pena de ser decretada a ausência da capacidade
processual, com a consequente extinção do processo sem resolução de
mérito. O motivo é simples: tudo que é adquirido após a constância do
matrimônio passa a pertencer a ambos. Assim, qualquer ação que verse sobre
direitos reais imobiliários poderá afetar a esfera de direitos do outro cônjuge
sobre o bem disputado, motivo pelo qual haverá a necessidade de sua
participação. Esta regra processual só não será aplicada se o regime do
casamento for o da separação de bens (art. 73, CPC). O consentimento pode
ser suprido judicialmente quando for negado por um dos cônjuges sem justo
motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo.
Por outro lado, ambos os cônjuges deverão ser citados (figurarão como réus)
nas ações que versem sobre direito reais imobiliários ou nos casos de
composse ou de atos por ambos praticados.
Preocupado com a defesa do interesse dos incapazes, o legislador criou o
instituto da representação, que nada mais é do que a defesa em juízo, em
nome alheio, de interesse alheio.
Assim, os incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, tutores
ou curadores (artigo 71, CPC). Numa ação de alimentos proposta contra o
pai, por exemplo, o incapaz será o autor (pois o direito é seu!), mas, como
não poderá estar em juízo, deverá ser representado por sua genitora. Perceba
que a mãe estará na qualidade de representante, pois estará em nome alheio
(pois a criança é quem figurará como autora da ação!), defendendo interesse
alheio (interesse da criança).
É preciso ficar atento à figura do curador especial (art. 72, CPC).
A lei menciona que o juiz dará curador especial: a) ao incapaz, se não tiver
representante legal, ou se os seus interesses colidirem com os daquele; b) ao
réu preso; c) ao revel citado por edital ou com hora certa, en-quanto não for
constituído advogado.
Esta função é exercida pelo defensoria pública (art. 72, § único, CPC).
Ao curador especial incumbe a função basicamente defensiva (ou seja,
defender alguém que está numa situação de desvantagem no processo-
incapaz, réu preso e revel citado por edital ou hora certa). Assim, não pode
o curador valer-se de instrumentos de “ataque” (reconvenção, ação
declaratória incidental, etc), mas, tão somente de defesa.
Ressalte-se que a sua atuação limita-se ao âmbito processual em virtude de
fato autorizador, não se confundindo, portanto, com o curador comum, o qual
representa os incapazes para os atos da vida civil em geral.
ATENÇÃO!
Duas nuances precisam ser ressaltadas:
A primeira, no sentido de que a nomeação de curador especial é aplicada,
também, nas execuções em que o executado, citado fictamente, seja revel
(Súmula 196, STJ).
A segunda é que o curador especial, ao apresentar a contestação, NÃO se
submete ao ônus da impugnação específica (regra segundo a qual o réu deve
se manifestar sobre todos os pontos narrados na petição inicial, sob pena de
presumir-se como verdadeiro o ponto que não fora impugnado). Aqui o
motivo é simples: como o curador especial cai de “paraquedas” no processo,
não tem o ele conhecimento “a fundo” dos fatos, podendo, portanto,
apresentar contestação por “negativa geral”.
Ainda dentro da temática da representação, é necessário ficar atento à
representação do artigo 75 do CPC. É que, nele, o legislador listou uma série
de entes com os seus respectivos representantes judiciais, ativos ou passivos.
Isto quer dizer que todas as pessoas e entes que estão listados no mencionado
artigo terão a capacidade de ser parte (pois poderão ser autores ou réus), mas
para terem a capacidade de estar em juízo necessitarão estar representados
pelos sujeitos que lá figuram, senão vejamos: a) a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Territórios, pela Advocacia-Geral da União,
diretamente ao mediante órgão vinculado; b) o Município, por seu Prefeito
ou Procurador; c) a massa falida, pelo administrador judicial; d) a herança
jacente ou vacante, por seu curador; e) o espólio, pelo inventariante; f) as
pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutos designarem, ou, não os
designando, por seus diretores; g) IX - a sociedade e a associação irregulares
e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem
couber a administração de seus bens; h) a pessoa jurídica estrangeira, pelo
gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal
aberta ou instalada no Brasil (o gerente da filial ou agência presume-se
autorizado, pela pessoa jurídica estrangeira, a receber citação inicial para
qualquer processo); i) o condomínio, pelo administrador ou pelo síndico.
técnica em
juízo. Em nosso ordenamento jurídico ela é exercida pelos advogados,
profissionais regularmente inscritos perante os quadros da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB). Vale salientar que, nos juizados especiais
cíveis, a presença do advogado é facultativa nas causas que não ultrapassem
20 salários mínimos (artigo 9º da Lei nº 9.099/95).
ATENÇÃO!
Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da
parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja
sanado o vício.
Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:
I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor; II - o réu será
considerado revel, se a providência lhe couber; III - o terceiro será
considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se
encontre.
Por outro lado, descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal
de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator:
I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente;
II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência
couber ao recorrido
PROCESSO: SUJEITOS DO PROCESSO
Três são os sujeitos que participam diretamente do processo: autor, réu e juiz.
Os dois primeiros são definidos como “partes” ou “sujeitos parciais”, os
quais são diretamente interessados na demanda. O juiz, entretanto, é o sujeito
desinteressado da relação, estando acima e equidistante das partes.
É possível, também, que um terceiro venha “migrar” para a relação
processual no curso da demanda. É o que se denomina de “intervenção de
terceiros”.
O representante do Ministério Público também é um sujeito que comumente
participa da relação processual, seja na qualidade de parte ou de na qualidade
de fiscal da lei.
Por fim, a “máquina” jurisdicional necessita de profissionais colaboradores,
denominados de auxiliares da justiça.
Analisemos alguns destes protagonistas.
1. DAS PARTES E DOS PROCURADORES
Considerando que já foram analisados os pressupostos processuais referentes
às partes (capacidade de ser parte e de estar em juízo), faremos
considerações, agora, aos deveres das partes, seja na perspectiva da atuação
direta, ou sob o prisma das despesas. Veremos, também, a temática que se
refere à substituição das partes no processo.
A) Deveres na atuação processual
O CPC/2015, em seu artigo, especifica um rol de deveres das partes e de
todos aqueles que, de qualquer forma, participam do processo, a saber:
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade: certamente que é natural que
a parte enfatize os fatos que lhe são favoráveis e despreze aqueles que lhes
são prejudiciais. O que o legislador proibiu, entretanto, foi a utilização de
artifícios que venham a “manchar” com a verdade. É o exemplo da parte que
induz testemunha a mentir em juízo ou nega a assinatura em um dado
documento, do qual sabe de antemão ser sua.
II - não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são
destituídas de fundamento: aqui é necessário que, aquele que formulou a
pretensão, esteja ciente de que a mesma carece de fundamento, sendo
necessário o magistrado apreciar, em cada caso, a existências ou não de erro
grosseiro. É o caso do autor que move ação rescisória para impugnar decisão,
com o objetivo de reapreciação dos fatos da causa.
III - não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à
declaração ou defesa do direito: a função da produção probatória é
demonstrar como os fatos ocorreram, sendo certo que será relevante a
produzir aquilo que tenha relação direta com o objeto da lide. Assim, é
vedado às partes discutir, na relação processual, fatos irrelevantes, que em
nada contribuirá à resolução da lide. Imagine, por exemplo, que o réu, em
seu depoimento pessoal, confessasse sua culpa num acidente de trânsito na
medida em que, ao efetuar a manobra, não ligou o sinal indicador do veículo
(seta). Se, após a confissão, o autor insistisse na oitiva de uma testemunha
para provar que o réu “não ligou o sinal indicador”, estaria ele produzindo
prova desnecessária à declaração do direito.
IV - cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar
embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória
ou final: o dispositivo em questão tem um duplo comando: a)
que a parte cumpra com as ordens judiciais (“mandamentais” vem de
“mandamento”, “ordem”, que deve ser cumprida pela parte, como, por
exemplo, inclusão de candidato nas demais etapas de um concurso, entrega
de medicamentos a paciente que deles necessite, etc.); b) que não crie
embaraços à realização das ordens judiciais (por exemplo, pai que oculta
criança, dificultando atividade de oficial de justiça no cumprimento de
mandado de busca e apreensão).
Ressalvados os advogados públicos ou particulares, membros do Ministério
Público e da Defensoria Pública, os quais se sujeitam exclusivamente aos
órgãos de classe ou corregedoria, a violação a deste mandamento constitui
ato atentatório ao exercício da jurisdição, podendo o juiz, sem prejuízo das
sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa
em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e não
superior a vinte por cento do valor da causa; não sendo paga no prazo
estabelecido, contado do trânsito em julgado da decisão final da causa, a
multa será inscrita sempre como dívida ativa da União ou do Estado. Perceba
que a multa em questão será revertida para o Estado ou União, a depender de
tramitar o processo perante a justiça estadual ou federal, pelo motivo de que
o fato gerador da mesma consiste no descumprimento de ordem judicial.
Finalmente, como último dever expresso que é imposto pelo CPC, está a
proibição às partes e seus advogados de empregarem expressões injuriosas
nos escritos apresentados no processo, cabendo ao juiz, de ofício ou a
requerimento do ofendido, mandar riscá-las. Quando as expressões
injuriosas forem proferidas em defesa oral, o juiz advertirá o advogado que
não as use, sob pena de lhe ser cassada a palavra.
Embora não tenha sido expressamente referido no rol do artigo 77 pelo CPC
de 2015, outro dever da parte e de todos aqueles que participam da relação
processual é proceder com lealdade e boa-fé. Tal dever acaba por abranger
todas as outras espécies de obrigações. Agir com lealdade é agir com
probidade, ser honesto no transcorrer da relação processual.
Velando pela leal atuação na relação processual, o CPC disciplina a
existência do instituto da litigância de má-fé, apontando que responderá por
perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu ou inter-
veniente.
Segundo o legislador, reputa-se litigante de má-fé aquele que: I- deduzir
pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; II -
alterar a verdade dos fatos; III - usar do processo para conseguir objetivo
ilegal; IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; V -
proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; Vl -
provocar incidentes manifestamente infundados; VII - interpuser recurso
com intuito manifestamente protelatório.
De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar
multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do
valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que
esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas
que efetuou.
Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada
um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente
aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
Sendo o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada
em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível
mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos
próprios autos.
Cabe ressaltar, por oportuno, que as regras que tratam da litigância de má-fé
(de natureza geral) não terão aplicação cumulativa com multas específicas,
criadas por disposições próprias, sob pena de incidirmos num bis in idem. É
o que ocorreria, por exemplo, com a aplicação cumulativa do artigo 80, VII,
CPC (interposição de recurso meramente protelatório) com o artigo 1.026, §
2o, CPC (embargos de declaração protelatórios).
B) Dos deveres quanto às despesas e às multas

gratuita (pois aí não haverá necessidade de pagamento dos gastos), cabe às


partes prover as despesas dos atos que realizam ou requerem no processo,
antecipando-lhes o pagamento desde o início até sentença final; e bem ainda,
na execução, até a plena satisfação do direito previsto no título (artigo 82,
CPC).
As despesas abrangem não só as custas dos atos do processo, como também
a indenização de viagem, diária de testemunha e remuneração do assistente
técnico.
cada ato processual, pela parte que realizar o ato. No entanto, compete ao
autor adiantar as despesas relativas a atos, cuja realização for determinada
de oficio pelo juiz ou quando for requerida pelo Ministério público quando
atuar como fiscal lei. Mas, atenção!: Em relação à perícia, ainda quando esta
for determinada de oficio, os honorários periciais serão rateados por ambas
as partes.
A Fazenda Pública (REPRESENTAÇÃO DO PODER EXECUTIVO) ,
inclusive, quando parte no processo, ficará sujeita à exigência do depósito
prévio dos honorários do perito (Súmula 232, STJ).
Ressalte-se que, ao final, a sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor
as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. A verba honorária
será devida, também, nos casos em que o advogado funcionar em causa
própria.

honorários ao advogado do vencedor. São devidos honorários advocatícios


na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na
execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.
Eles serão fixados entre o mínimo de 10% (dez por cento) e o máximo de
20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação, atendidos: a) o grau de
zelo do profissional; b) o lugar de prestação do serviço; c) a natureza e
importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido
para o seu serviço.
Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e
proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários e as
despesas. É o que chamamos de “sucumbência recíproca”. Ressalte-se que,
nas ações de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior
ao postulado na inicial não implica sucumbência recíproca (Súmula 327,
STJ).
Se um litigante decair de parte mínima do pedido, o outro responderá, por
inteiro, pelas despesas e honorários.
Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou,
ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos
honorários por apreciação equitativa.

dos honorários, que serão fixados após a devida liquidação do julgado,


observará os seguintes percentuais:
I - mínimo de 10% e máximo de 20% sobre o valor da condenação ou do
proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos;
II - mínimo de 8% e máximo de 10% sobre o valor da condenação ou do
proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até
2.000 (dois mil) salários-mínimos;
III - mínimo de 5% e máximo de 8% sobre o valor da condenação ou do
proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até
20.000 (vinte mil) salários-mínimos;
IV - mínimo de 3% e máximo de 5% sobre o valor da condenação ou do
proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até
100.000 (cem mil) salários-mínimos;
V - mínimo de 1% e máximo de 3% sobre o valor da condenação ou do
proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos.
É bom ressaltar que será considerado o salário-mínimo vigente quando
prolatada sentença líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de
liquidação.
Mas, como calcular tais valores? O cálculo será simples: a fixação do
percentual de honorários deve ob-servar a faixa inicial e, naquilo que a
exceder, a faixa subsequente, e assim sucessivamente.
Por fim, aponte-se que serão devidos honorários no cumprimento de sentença
contra a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não
tenha sido impugnada.

requerente, mas rateadas entre os interessados. Nas ações de alienação


judicial de coisa comum, por exemplo, geralmente o requerente adianta o
pagamento das custas, as quais serão partilhadas entre os interessados, na
proporção de seus quinhões.

os honorários serão pagos pela parte que desistiu, renunciou ou reconheceu


a procedência do pedido. Se o réu reconhecer a procedência do pedido e,
simultaneamente, cumprir integralmente a prestação reconhecida, os
honorários serão reduzidos pela metade.
E
DESISTENCIA – DA AÇÃO PELO AUTOR
R
RENÚNCIA – DE DIREITOS PELO AUTOR
R
RECONHECIMENTO – DE DIREITOS PELO RÉU
Transação (ACORDO): havendo transação e nada tendo as partes disposto
quanto às despesas, estas serão divididas igualmente.
declarar extinto o processo sem julgar o mérito (ART. 337 DO CPC), o autor
não poderá intentar de novo a ação, sem pagar ou depositar em cartório as
despesas e os honorários, em que foi condenado (ART. 485 DO CPC).

custas em proporção à atividade que houver exercido no processo.


Perícia: cada parte pagará a remuneração do assistente técnico que houver
indicado; a do perito será paga pela parte que houver requerido o exame, ou
rateadas pelas partes, quando ambas tiverem requerido ou a mesma for
determinada de ofício pelo juiz (valendo salientar que, ao final, a parte será
reembolsada das despesas que antecipou!).
Quando o pagamento da perícia for de responsabilidade de beneficiário de
gratuidade da justiça, ela poderá ser: I - custeada com recursos alocados no
orçamento do ente público e realizada por servidor do Poder Judiciário ou
por órgão público conveniado; II - paga com recursos alocados no orçamento
da União, do Estado ou do Distrito Federal, no caso de ser realizada por
particular, hipótese em que o valor será fixado conforme tabela do tribunal
respectivo ou, em caso de sua omissão, do Conselho Nacional de Justiça.
Após o trânsito em julgado da decisão final, o juiz oficiará a Fazenda Pública
para que promova, contra quem tiver sido condenado ao pagamento das
despesas processuais, a execução dos valores gastos com a perícia particular
ou com a utilização de servidor público ou da estrutura de órgão público.
Caso o responsável pelo pagamento das despesas seja beneficiário de
gratuidade da justiça, a obrigação decorrente de sua sucumbência ficará sob
condição suspensiva de exigibilidade e somente poderá ser executada se, nos
5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que a
certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de
insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade,
extinguindo-se, passado esse prazo, a obrigação do beneficiário.
C) Sucessão de Partes
De logo, urge ressaltar que a sucessão de partes (alteração de um dos sujeitos
do processo) não se confunde com a substituição de partes (quando alguém
postula, em nome próprio, direito alheio). É por isso que o CPC/2015 (arts.
108 e seguintes) utilizou-se da expressão “sucessão de partes” ao invés de
“substituição de partes”, que até então era utilizada pelo CPC de 1973.
Realizada a citação, ocorre a estabilização dos elementos da ação (partes,
causa de pedir e pedido). Após este momento, a alteração do pedido ou causa
de pedir só ocorrerá mediante consentimento do réu, devendo, no entanto,
manter-se as mesmas partes.
Excepcionalmente, o CPC contempla duas hipóteses de sucessão.
A primeira, prevista no artigo 109, se refere à hipótese em que o bem litigioso
é alienado por ato inter vivos, caso em que é possível a SUCESSÃO do
alienante pelo adquirente, desde que haja consentimento da outra parte.
Ressalte-se que, não havendo consentimento da outra parte, o adquirente
poderá adentrar na lide na qualidade de assistente litisconsorcial do alienante
ou cedente, tendo em vista que a possibilidade de ter sua esfera jurídica
afetada pelos efeitos da sentença.
A segunda constitui modalidade obrigatória. Ocorre quando há a morte de
qualquer das partes, caso em que se dará a substituição pelo espólio
(ACERVO PATRIMONIAL DEIXADO PELO FALECIDO
REPRENTADO PROCESSUALMENTE PELO INVENTARIANTE ) ou
seus sucessores, mediante suspensão do feito. O feito somente será extinto
(sem resolução de mérito) se a ação for considerada intransmissível.
2. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
As partes são os sujeitos que primitivamente se assentaram num dos polos
da relação jurídica. Após este momento, o ingresso póstumo de qualquer
sujeito lhe dará a condição de terceiro.
Em regra, aqueles que se assentaram primitivamente permanecerão na
qualidade de parte até o final. Entretanto, algumas relações jurídicas se
estabelecem como que “em teias” ou “cadeias”, a ponto da relação pro-
cessual poder surtir efeitos sobre a esfera jurídica de quem, a princípio, nada
tinha a ver com a relação. É exatamente nestes casos que a ordem jurídica
autorizou o ingresso de sujeitos, os quais ostentam a condição de “terceiros”.
Destarte, terceiro pode ser definido, por exclusão, como aquele que, não
revestindo a qualidade de parte, ingressa no feito em virtude de vínculo
jurídico estreito que mantém com a relação processual deduzida em juízo.
Aludida intervenção poderá se operar de forma voluntária (assistência e
amicus curiae) ou provocada (chamamento ao processo, denunciação da lide,
e desconsideração da personalidade jurídica).
Urge ressaltar, ainda, que, com exceção da desconsideração da personalidade
jurídica, a intervenção de terceiros não é admitida nos juizados especiais
cíveis (artigo 10 da Lei nº 9.099/95), haja vista a necessidade de celeridade.
Passemos a analisar cada uma das modalidades de intervenção.
A) Assistência
interesse jurídico de que a sentença seja favorável a uma das partes. Nela, o
ingresso do terceiro objetiva a vitória de uma das partes, haja vista que o
resultado do julgamento poderá afetar a sua esfera jurídica (e não meramente
econômica!). Imagine, por exemplo, que “A” (LOCADOR)ingresse com
ação em face de “B” (LOCATÁRIO) para reaver um imóvel que fora dado
em locação. Ocorre que “B” já havia sublocado (EXCEÇÃO APLICÁVEL
AOS CONTRATOS DE LOCAÇÃO COMERCIAL) esse imóvel para “C”.
Perceba que, sendo o pedido julgado procedente, “C” terá sua esfera jurídica
afetada, na medida em que verá extinta a relação jurídica (contrato de
sublocação) que mantém com “B”. Por isso, estará o mesmo autorizado a
ingressar no feito, na qualidade de assistente, para “torcer”
(COLABORADOR NA PRODUÇÃO DE PROVAS PARA AJUDAR B)
pela vitória de “B”.
nça
puder afetar a relação jurídica entre assistente e assistido, conforme fora vista
no exemplo acima. (1ª SUBCLASSIFICAÇÃO)
Outrossim, será litisconsorcial quando o julgamento puder afetar a relação
jurídica entre o assistente e o adversário do assistido. Na verdade, o assistente
poderia ter, primitivamente, sido parte na relação processual
(“litisconsórcio” vem de “consórcio” ou “agrupamento” de litigantes), não o
sendo por circunstância meramente eventual. (2ª SUBCLASSIFICAÇÃO)
Pense, como exemplo, a ação reivindicatória movida por apenas um dos
condôminos e o ingresso posterior de outro condômino; Outro exemplo seria
a ação proposta por um dos sócios visando anular deliberação adotada pela
sociedade, ingressando, posteriormente, sócio que não figurava como parte.
Observe que, em todos esses exemplos, o assistente possui pretensão a ser
defendida em juízo (por isso, poderia ter sido parte desde o início, só não o
sendo, pelo fato de ter ingressado no processo posteriormente),
diferentemente da modalidade simples, a qual, apesar do mesmo poder ser
prejudicado pelo resultado da decisão, o seu direito não está “em jogo”.
-se às
declarações do assistido. É que, apesar de figurar na demanda, o interesse
controvertido é do assistido. Assim, poderá o assistido reconhecer a
procedência do pedido, desistir da ação, efetuar transação, etc. Fato é que a
atuação é de mero auxiliar ou coadjuvante da parte principal.
Vale ressaltar que o assistente não poderá, em outro processo, questionar a
justiça da decisão (art. 123, CPC). O termo “justiça da decisão” se refere aos
fundamentos da decisão e não ao dispositivo (até mesmo porque, não sendo
parte, não poderia ser o mesmo atingido pela coisa julgada). Gonçalves
(2011:213) esclarece bem a situação, ao trazer exemplo ilustrativo do qual
ora nos valemos. Imagine que, num acidente automobilístico, o sujeito é
demandado e, como não houve denunciação da lide, o seguro decide entrar
na lide para auxiliar a parte, visto que poderá sofrer os efeitos da sentença.
Pois bem, encerrada a demanda, não poderá o seguro questionar em outra
ação a justiça da decisão (existência de acidente, autoria do réu, culpa da
vítima, etc.), podendo, tão somente, questionar outros fatos que não serviram
de base ao decisório primitivo (ausência de vínculo contratual, pois o
segurado teria deixado de pagar o seguro, ou que o contrato não contemplaria
aquela espécie de sinistro, etc.).
Por outro lado, na modalidade litisconsorcial, ambos (assistente e assistido)
têm direito a defender em juízo, motivo pelo qual o assistente não se vincula
às declarações emitidas pelo assistido, de modo que se forma um verdadeiro
litisconsórcio. Lembre-se: Os litisconsortes serão considerados, em suas
relações com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no
litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não
prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar (art. 117, CPC).
quinze)
dias, o pedido do assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição
liminar. Se, no entanto, qualquer parte alegar que falta ao requerente
interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do
processo.
B) Denunciação da lide
evista nos artigos 125
a 129 do CPC, mediante a qual se pretende exercer o direito de regresso, seja
em virtude de evicção (ex: ação judicial em que se objetiva coisa
anteriormente adquirida a terceiro) ou seja em razão de vínculo contratual ou
legal de responsabilidade (ex: empregador que é demandado pelos prejuízos
causados por seu obreiro - artigo 932, CC; ou ação movida contra condutor
de veículo, quando o mesmo denuncia à lide o seguro). EXEMPLO: MARIA
COMPRA UMA CASA A JOSÉ. JOSÉ NÃO É O DONO VERDADEIRO.
ELE APRESENTA UMA FALSA ESCRITURA. O VERDADEIRO DONO
É PEDRO. QUANDO PEDRO DESCOBRE O FATO AJUIZA UMA
AÇÃO PARA REAVER O IMÓVEL QUE SE ENCONTRA COM MARIA.
QUEM CAUSOU O DANO MORAL À MARIA? MARIA PODE
PROMOVER A DENUNCIAÇÃO DA LIDE EM RELAÇÃO A JOSÉ.

ATENÇÃO!
O objetivo do instituto em tela é facilitar o exercício do direito de regresso,
nada impedindo que este seja exercido, também, mediante ação autônoma.
Tanto o é, que o CPC/2015 aponta que o direito regressivo será exercido por
ação autônoma quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser
promovida ou não for permitida (art.125, § 1o).
denunciação poderá ser efetuada tanto pelo autor da ação originária (na
própria inicial, efetuando-se a citação do denunciado juntamente com a do
réu) quanto pelo réu (no prazo para contestar); A segunda é que, se o
denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da
denunciação da lide. Em terceiro lugar, se o denunciante for vencedor, a ação
de denunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da
condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em
favor do denunciado
C) Chamamento ao processo
o ao
processo ocasiona o alargamento processual, na medida em que se inclui na
demanda sujeito que partilha responsabilidades com o réu da demanda
originária.
O CPC contempla o chamamento do afiançado pelo fiador; dos demais
fiadores pelo fiador demandado; ou, finalmente, dos demais devedores
solidários quando demandado apenas um ou alguns deles (art. 130, CPC).
Das hipóteses de cabimento acima listadas, colhe-se um aspecto interessante:
perceba que se pode chamar ao processo sujeitos que sejam “tão responsáveis
quanto” ou “mais responsáveis do que” aquele que efetua o chamamento.
Assim, é possível que o fiador chame ao processo o devedor principal, mas
o inverso não é admissível.
Observe que, enquanto na denunciação da lide o cumprimento da obrigação
é de responsabilidade do denunciante da demanda originária (o qual
denuncia com o escopo de valer-se do direito regressivo), no chamamento ao
processo a obrigação seria tanto do réu primitivo quando do terceiro, o qual
não fora demandado, por isso que chamado posteriormente.
que devam figurar em litisconsórcio
passivo será requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo
de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento. Se o chamado
residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou em lugar incerto,
o prazo será de 2 (dois) meses.
Ingressando o terceiro e havendo o alargamento da relação processual, a
sentença que julgar procedente o pedido servirá de título executivo em favor
do que satisfizer a dívida para que execute o coobrigado nos autos do mesmo
processo.
D) Incidente de desconsideração da personalidade jurídica
ação
de entidades abstratas, denominadas de “pessoas jurídicas”. Elas são
constituídas com vistas a fomentar diversas atividades de interesse social e,
como forma de gerar vínculos próprios, adota-se o princípio da autonomia
patrimonial, de modo que a sua personalidade não se confunde com a
personalidade das pessoas naturais que as integram.
Noutros termos, como tais atividades guardam em si riscos inerentes, foi
necessário que o legislador criasse um “manto”, um “véu” protetivo, apto a
separar o patrimônio da pessoa jurídica do patrimônio das pessoas naturais
que a constituem.
Ocorre que, muitas vezes, dita proteção acaba por servir de “escudo” para a
o desvio de finalidade entre outras práticas escusas.
Neste diapasão, foi necessário criar um instrumento efetivo para combate a
estes abusos, de modo que o mesmo servisse para atingir os bens de seus
sócios integrantes: é a desconsideração da personalidade jurídica, já prevista
no artigo 50 do CC e, agora, disciplinada pelo CPC/2015.

pressupostos previstos em lei, será cabível em todas as fases do processo de


conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título
executivo extrajudicial.

será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe


couber intervir no processo.

imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas.


Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da
personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será
citado o sócio ou a pessoa jurídica.
O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais
específicos para desconsideração da personalidade jurídica. VERIFICAR O
ART. 50 DO CC!!!
Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para
manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão
interlocutória. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.
Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens,
havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.
SIBANJUD
E) Amicus Curiae

da corte” consiste em pessoa, entidade ou órgão que intervém na causa


porque possui interesse na questão jurídica que está sendo deduzida em juízo.
A sua atuação se dará exatamente pelo fato de que aquilo que será decidido
no caso concreto poderá surtir efeitos sob algum seguimento da sociedade.
que
o juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do
tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por
decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem
pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural
ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade
adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.

a intervenção, definir os poderes do amicus curiae. O CPC/2015, no entanto,


já antecipa que o amicus curiae não está autorizado a interpor recursos,
ressalvadas a oposição de embargos de declaração ou interposição de recurso
contra decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas
SE TEM AMICUS CURIAE TEM INTERESSE COLETIVO DE DIREITO
MATERIAL EX. RELAÇÕES DE CONSUMO E PROTEÇÃO DE
CONSUMIDORES.
3. DO JUIZ
O juiz é o sujeito imparcial, desinteressado da relação processual, que está
acima das partes e equidistante das mesmas. Quatro aspectos, pertinentes ao
juiz, merecem tratamento especial nesta obra: seus deveres gerais,
responsabilidades, atuação e os casos em que está proibida a sua participação
no processo em virtude dos fenômenos de impedimento ou suspeição.
A) deveres
O juiz dirigirá o processo, competindo-lhe os seguintes deveres:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento: é o que se chama de
“isonomia”. Como condutor do processo o juiz não pode dar tratamento
diferenciado às partes, a não ser quando a lei previamente estabeleça. É o
caso, por exemplo, da concessão de prazos diferenciados (artigos 180, 183 e
186, CPC). OUTRO EXEMPLO – INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
PARA OS CASOS TRABALHISTAS E DE CONSUMO.
TRABALHADOR E CONSUMIDOR SÃO, EM REGRA,
HIPOSSUFICIENTES.
II - velar pela duração razoável do processo: o juiz deve resolver a lide no
lapso temporal mais breve possível, fazendo com que a prestação
jurisdicional seja eficaz. Esse é o motivo pelo qual poderá estar autorizado a
indeferir diligências ou provas inúteis.
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça:
considerando que é o juiz quem preside o feito, deverá o mesmo cuidar para
que haja o zelo e respeito para com a justiça. Assim, deve o juiz punir os atos
que vão de encontro à dignidade da justiça, como, por exemplo, o ato que de
embaraço à ordem judicial, punido com multa. Outro exemplo é visto no
artigo 360, CPC. Aqui o legislador apontou que o juiz exerce o poder de
polícia nas audiências, competindo-lhe manter a ordem e o decoro, podendo
ordenar que se retirem da sala os que se comportarem inconvenientemente e
até mesmo requisitar, quando necessário, a força policial.
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou
sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial,
inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária: aqui o novo
CPC procurou legitimar o uso, pelo magistrado, de todas as medidas
necessárias à efetivação da ordem judicial. Assim, poderá o magistrado
valer-se, por exemplo, de multa diária, remoção de pessoas ou coisas,
impedimento de atividade nociva, etc.
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com
auxílio de conciliadores e mediadores judiciais: é o que se chama de “dever
de composição”. Por mais que o juiz tenha a função de resolver lides, é
indicado que o mesmo tente sempre, primeiramente, uma solução por meio
da atividade das próprias partes. Com o novo CPC, estará o mesmo auxiliado
por conciliadores e mediadores judiciais.
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios
de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior
efetividade à tutela do direito: ressalte-se que, aqui, o magistrado poderá
prorrogar os chamados “prazos dilatórios” e não os peremptórios, os quais
são improrrogáveis, como regra.
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força
policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais;
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes,
para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena
de confesso;
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de
outros vícios processuais;
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar
o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros
legitimados a que se referem as leis 7.347/85 e 8.078/90, para, se for o caso,
promover a propositura da ação coletiva respectiva.
B) responsabilidades
O artigo 143 do CPC estipula que o magistrado responderá por perdas e
danos nas seguintes hipóteses:
I – quando, no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude:
perceba que não existe, em nosso ordenamento jurídico, a possibilidade de
responsabilização pessoal do juiz por ato culposo, mas tão somente doloso
ou fraudulento. Isto quer dizer que, se o jurisdicionado tiver prejuízo em
virtude de atividade jurisdicional culposa, poderá apenas voltar-se com ação
de indenização contra o Estado (se a justiça for estadual) ou contra a União
(sendo a justiça federal) e não contra o juiz.
II – quando recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que
deva ordenar de ofício, ou a requerimento da parte: reputar-se-ão verificadas
essas hipóteses somente depois que a parte, por intermédio do escrivão,
requerer ao juiz que determine a providência e este não lhe atender ao pedido
dentro de 10 (dez) dias.
C) atuação processual
O CPC procurou estabelecer diretrizes para a regular atuação do juiz no curso
da relação processual. Eis as regras:
I- indeclinabilidade: o juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando
lacuna ou obscuridade no ordenamento jurídico. No julgamento da lide
caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia,
aos costumes e aos princípios gerais de direito (art. 140, CPC).
RECORRERÁ À TEORIA DO DIÁLOGO DAS FONTES!!!!
II- equidade: é o senso de justiça do juiz. Julgar por equidade seria adotar a
solução que ele - o juiz - acredite ser mais justa. O julgamento por equidade,
em regra, não é admitido em nosso ordenamento pátrio (pois a regra é a de
que o juiz julgue com base no que diz a lei). Excepcionalmente, o juiz
decidirá por equidade, desde que a lei lhe permita. É o que ocorre, por
exemplo, com a fixação de honorários advocatícios nas causas de valor
inestimável ou irrisório (artigo 85, par. 8º, CPC).
III- inércia: o juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe
defeso (PROIBIDO) conhecer de questões (PEDIDOS DAS PARTES – OS
PEDIDOS DAS PARTES NASCEM A PARTIR DE CONTROVERSIAS
ENTRE ELAS) , não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da
parte (art. 141, CPC).
IV- simulação: convencendo-se, pelas circunstâncias da causa, de que autor
e réu se serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim
proibido por lei, o juiz proferirá sentença que obste aos objetivos das partes
e ainda poderá aplicar, de ofício, as penalidades por litigância de má-fé. É o
que determina o artigo 142, CPC. Imagine, por exemplo, que marido e
mulher utilizaram do processo para simular uma separação com partilha de
bens, com o intuito de fraudar credores. Percebendo a simulação, deverá o
juiz extinguir o feito sem resolução de mérito.
V- impulso oficial: caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte,
determinar as provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as
diligências inúteis (DILIGÊNCIAS PARA PRODUÇÃO PROBATÓRIA)
ou meramente protelatórias (PRINCIPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO
MOTIVADO). A jurisdição necessita de provocação da parte apenas para
instaurar e não para resolver a relação processual. Isto quer dizer que, uma
vez provocado, o juiz passará a atuar por impulso oficial, ou seja, “por dever
do cargo”.
VI- princípio da livre convicção (OU LIVRE CONVECIMENTO)
motivada (MOTIVADO) (persuasão racional): o juiz apreciará livremente a
prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que
não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que
lhe formaram o convencimento. Em outros termos, significa dizer que o juiz
é “livre” para formar o seu convencimento com base no meio de prova que
desejar (testemunhal, pericial, documental, etc.), mas, na sentença, ele
deverá informar quais foram essas razões, ou seja, deverá dar publicidade ao
raciocínio que utilizou para chegar àquela conclusão. Essa “publicidade”
serve para que a parte inconformada

VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes,


para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena
de confesso;
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de
outros vícios processuais (FASE DE SANEAMENTO PROCESSUAL);
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar
o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros
legitimados a que se referem as leis 7.347/85 e 8.078/90, para, se for o caso,
promover a propositura da ação coletiva respectiva.
B) responsabilidades
O artigo 143 do CPC estipula que o magistrado responderá por perdas e
danos nas seguintes hipóteses:
I – quando, no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude:
perceba que não existe, em nosso ordenamento jurídico, a possibilidade de
responsabilização pessoal do juiz por ato culposo, mas tão somente do-loso
ou fraudulento. Isto quer dizer que, se o jurisdicionado tiver prejuízo em
virtude de atividade jurisdicional cul-posa, poderá apenas voltar-se com ação
de indenização contra o Estado (se a justiça for estadual) ou contra a União
(sendo a justiça federal) e não contra o juiz.
II – quando recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que
deva ordenar de ofício, ou a requerimento da parte: reputar-se-ão verificadas
essas hipóteses somente depois que a parte, por intermédio do escrivão,
requerer ao juiz que determine a providência e este não lhe atender ao pedido
dentro de 10 (dez) dias.
C) atuação processual
O CPC procurou estabelecer diretrizes para a regular atuação do juiz no curso
da relação processual. Eis as regras:
I- indeclinabilidade: o juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando
lacuna ou obscuridade no ordenamento jurídico. No julgamento da lide
caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia,
aos costumes e aos princípios gerais de direito (art. 140, CPC).
II- equidade: é o senso de justiça do juiz. Julgar por equidade seria adotar a
solução que ele - o juiz - acredite ser mais justa. O julgamento por equidade,
em regra, não é admitido em nosso ordenamento pátrio (pois a regra é a de
que o juiz julgue com base no que diz a lei). Excepcionalmente, o juiz
decidirá por equidade, desde que a lei lhe permita. É o que ocorre, por
exemplo, com a fixação de honorários advocatícios nas causas de valor
inestimável ou irrisório (artigo 85, par. 8º, CPC).
III- inércia: o juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe
defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a
iniciativa da parte (art. 141, CPC).
IV- simulação: convencendo-se, pelas circunstâncias da causa, de que autor
e réu se serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim
proibido por lei, o juiz proferirá sentença que obste aos objetivos das partes
e ainda poderá aplicar, de ofício, as penalidades por litigância de má-fé. É o
que determina o artigo 142, CPC. Imagine, por exemplo, que marido e
mulher utilizaram do processo para simular uma separação com partilha de
bens, com o intuito de fraudar credores. Percebendo a simulação, deverá o
juiz extinguir o feito sem resolução de mérito.
V- impulso oficial: caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte,
determinar as provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as
diligências inúteis ou meramente protelatórias. A jurisdição necessita de
provocação da parte apenas para instaurar e não para resolver a relação
processual. Isto quer dizer que, uma vez provocado, o juiz passará a atuar
por impulso oficial, ou seja, “por dever do cargo”.
VI- princípio da livre convicção motivada (persuasão racional): o juiz
apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes
dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na
sentença, os motivos que lhe formaram o convencimento. Em outros termos,
significa dizer que o juiz é “livre” para formar o seu convencimento com
base no meio de prova que desejar (testemunhal, pericial, documental, etc.),
mas, na sentença, ele deverá informar quais foram essas razões, ou seja,
deverá dar publicidade ao raciocínio que utilizou para chegar àquela
conclusão. Essa “publicidade” serve para que a parte inconformada possa
conhecer do raciocínio empregado pelo juiz na decisão e, por consequência,
possa “combatê-la” por meio do recurso cabível.
D) Dos impedimentos e da suspeição
Preocupado em manter a imparcialidade do julgador, o legislador
estabeleceu hipóteses em que estaria vedada a sua atuação. Umas mais
graves (impedimento), outras menos graves (suspeição), mas que, ainda
assim, comprometeria a sua isenção.
As hipóteses de impedimento estão listadas no artigo 144, CPC. Nele, o
legislador estabelece que é defeso ao juiz exercer as suas funções no processo
contencioso ou voluntário: I - em que interveio como mandatário da parte,
oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou
prestou depoimento como testemunha; II - de que conheceu em outro grau
de jurisdição, tendo proferido decisão; III - quando nele estiver postulando,
como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu
cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em
linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; IV - quando for parte no
processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo
ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; V - quando
for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte
no processo; VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador
de qualquer das partes; VII - em que figure como parte instituição de ensino
com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação
de serviços; VIII - em que figure como
parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; IX -
quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
Como forma de assimilar as hipóteses acima, basta lembrar que elas se
resumem a três situações: a) quando o juiz atua no processo (como parte; ou
como sócio ou membro de direção de pessoa jurídica que figure como parte
no processo) ou já atuou no processo (como juiz, mandatário, perito, órgão
do MP ou testemunha); ou b) quando seu cônjuge, companheiro ou um
parente seu, na linha reta ou colateral até o terceiro grau, estiver atuando no
processo (na condição de parte, advogado, defensor ou membro do
Ministério Público). c) quando o juiz ou seu cônjuge, companheiro ou
parente possuir relação jurídica com uma das partes (juiz for empregador ou
mantiver relação com instituição de ensino; a parte é cliente de escritório de
advocacia do cônjuge, companheiro ou parente do juiz).
Fora as hipóteses acima, todas as outras que comprometerem a
imparcialidade do juiz configurarão hipóteses de suspeição. Como não foi
possível ao legislador listar todas elas, preferiu mencionar apenas algumas e,
ao final, deixar em aberto, por meio das frases “interessado no julgamento da
causa em favor de uma das partes” e “poderá, ainda, o juiz declarar-se
suspeito por motivo íntimo”, o que nos leva a contemplar um rol meramente
exemplificativo. Vejamos as hipóteses listadas: I - amigo íntimo ou inimigo
de qualquer das partes ou de seus advogados; II - que receber presentes de
pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o
processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que
subministrar meios para atender às despesas do litígio; III - quando qualquer
das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou
de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; IV -
interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
Outra forma para conseguir diferenciar as hipóteses de impedimento e
suspeição é verificando que as primeiras são de fácil constatação (é fácil
provar que o juiz é parte no processo ou que mantém parentesco com alguma
das partes, por exemplo!), ao passo que as hipóteses de suspeição são mais
difíceis de serem provas (é difícil, por exemplo, provar que o juiz é amigo
íntimo ou inimigo de uma das partes).
No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte
alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz
do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la
com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas.
Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz
ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso
contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15
(quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de
rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal.
Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que,
se o incidente for recebido: a) sem efeito suspensivo, o processo voltará a
correr; b) com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o
julgamento do incidente.
Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente,
o tribunal deverá rejeitá-la. Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento
ou de manifesta suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá
os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão.
Ressalte-se, por fim, que, reconhecido o impedimento ou a suspeição, o
tribunal fixará o momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado.
4. DO MINISTÉRIO PÚBLICO
O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função
jurisdicional do Estado, prevista na Carta Maior de 1988 (artigos 127 ao 130-
A) com a tripla função de defender: 1) a ordem jurídica; 2) o regime
democrático; 3) os interesses sociais e individuais indisponíveis.
A constituição federal trata desta instituição de forma ampla, consagrando
regras acerca de suas funções, princípios informadores, composição, etc.
Considerando, no entanto, o objetivo desta singela obra, é necessário que
abordemos apenas os aspectos relativos à atuação do ministério público no
processo civil, cuja disciplina vem encartada nos artigos 176 a 181 do CPC.
Pela leitura dos referidos artigos, perceberemos que o Ministério Público
poderá atuar na qualidade de parte ou de fiscal da ordem jurídica.
A) O Ministério Público na qualidade de “parte”
Em primeiro lugar, o legislador estabeleceu que o Ministério Público
exercerá o direito de ação nos casos previstos em lei.
Apesar de não ser “pessoa” (mas, sim, “órgão”, sem personalidade jurídica,
portanto), o Ministério público é dotado de “personalidade judiciária” para
figurar como parte na defesa de suas prerrogativas institucionais, previstas
em lei. Assim, o Ministério Público está autorizado a atuar como parte nas
ações de investigação de paternidade (Lei nº 8.560/92), anulação de
casamento (artigo 1.549, CC), ação civil pública (Lei nº 7.347/85), ação civil
de improbidade administrativa (Lei nº 8.429/92), etc.
Atuando na qualidade de parte, cabe-lhe, no processo, os mesmos poderes e
ônus que às partes. Isto quer dizer que, além de gozar dos mesmos favores
processuais (poder de recorrer, participar de audiência, juntar rol de tes-
temunhas, impugnar documentos, etc.), o órgão ministerial também se
sujeitará aos mesmos encargos.
Mas não podemos equiparar totalmente o tratamento do representante do
ministério público àquele dado aos particulares. É que, em virtude dos
interesses relevantes que defende, o ministério público deve gozar de certas
prerrogativas, não concedidas aos litigantes particulares. É o que ocorre, por
exemplo, com o prazo dobrado para se manifestar-se nos autos (artigo 180,
CPC), isenção no pagamento das custas do recurso (artigo 1.007, parágrafo
1º, CPC) e a intimação pessoal, com vista dos autos (artigo 180, CPC).
B) O Ministério Público na qualidade de “Fiscal da ordem jurídica”
O ministério público ainda pode intervir na qualidade de fiscal da ordem
jurídica. Neste caso ele será um “zelador” ou “cuidador” do interesse que
justificou a sua intervenção.
Quando a lei considerar obrigatória a intervenção do Ministério Público, a
parte promover-lhe-á a intimação sob pena de nulidade do processo. O
legislador levou tão a sério esse comando, que estipulou como hipótese
ensejadora de ação rescisória a não participação do representante do
Ministério público nos casos em que a lei exija (artigo 967, III, “a”, CPC).
Compete ao Ministério Público intervir:
ausas em que há interesses de incapazes: vale ressaltar que deverá o
Ministério público estar presente no feito, independentemente de estar o
incapaz representado ou assistido pelo respectivo representante legal. Ora,
não podemos confundir capacidade de estar em juízo (realização de atos,
pelo representante, em nome do representado, já que este, por si só, não pode
praticar atos) com a intervenção ministerial (fiscalização da pre-servação do
interesse do incapaz).
pela posse da terra rural e nas
demais causas em que há inte-resse público ou social: o objetivo foi proteger
o interesse público, o qual não se confunde com o mero interesse patrimonial
da fazenda pública. O simples fato de uma pessoa jurídica de direito público
figurar como parte numa demanda não significa que haja interesse público
que justifique a intervenção ministerial (artigo 178, parágrafo único, CPC).
É por isso que, em certas ações, o representante do MP se manifesta no
sentido de dizer que não há relevante razão que justifique a sua participação
no feito.
Atuando como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público terá vista dos
autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo. Poderá,
também, juntar documentos e certidões, produzir prova em audiência e
requerer medidas ou diligências necessárias ao descobrimento da verdade.
C) Responsabilidade
O órgão do Ministério Público será civilmente responsável quando, no
exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude (artigo 181, CPC).
Perceba que, assim como ocorre com o juiz, não existe, em nosso
ordenamento jurídico, a possibilidade de responsabilização pessoal do
representante do Ministério Público por ato culposo, mas tão somente doloso
ou fraudulento. Isto quer dizer que, se o jurisdicionado tiver prejuízo em
virtude de ato culposo do representante do Ministério Público, poderá apenas
voltar-se com ação de indenização contra o Estado (em se tratando do MP
estado) ou contra a União (acaso se trate de MP federal) e não contra o
representante do Ministério Público.
ATOS PROCESSUAIS
Assim como ocorre com os atos jurídicos em geral, os atos processuais são
ações voltadas à produção de feitos jurídicos. Aqui, todavia, o objetivo é
produzi-los no âmbito da relação jurídica processual (endoprocessual).
A) Forma
Os atos processuais não dependem de forma, a não ser quando a lei
expressamente estabelecer. Mas, ainda que estabeleça forma, o ato será
realizado se, realizado de outra maneira, atinja a sua finalidade. É o que
chamamos de “princípio da instrumentalidade das formas”, expresso no
artigo 188, CPC.
Em todos os atos do processo é obrigatório o uso da língua portuguesa.
Ressalte-se que o emprego de certas expressões estrangeiras (mutatis
mutandis, data vênia, verbi gratia, etc.) já faz parte do cotidiano forense, não
sendo proibida a sua utilização.
O documento redigido em língua estrangeira só poderá ser juntado aos autos
quando devidamente traduzido, na língua nacional, por tradutor
juramentado.
B) Publicidade
Os atos processuais são públicos. Esta publicidade tem um duplo significado:
publicidade das audiências e publicidade quanto à consulta dos autos.
As audiências são públicas, sendo, a princípio, proibidos os julgamentos
secretos. O objetivo é evitar o arbítrio por parte dos julgadores. Assim,
qualquer pessoa poderá adentrar e sair das salas de audiências.
Por outro lado, a consulta dos autos também é pública. Isto significa que
qualquer pessoa poderá se dirigir até um cartório judiciário e manusear os
fólios de um processo (a retirada, no entanto, é facultada apenas às partes).
A regra da publicidade dos autos sofre exceção: é o que chamamos de
“segredo de justiça”. O legislador determinou o processamento de certos
feitos em segredo de justiça preocupado em preservar o interesse público ou
a intimidade das partes (que versem sobre casamento, separação de corpos,
divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e
adolescentes; em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à
intimidade).
Nestes casos, o direito de consultar os autos e de pedir certidões será restrito
às partes e aos seus advogados. O terceiro, que demonstrar interesse jurídico,
pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como do
inventário e partilha.
C) Classificação dos atos processuais
A depender do protagonista que realiza o ato, podem eles ser classificados
da seguinte forma:

partes, as quais são os sujeitos diretamente interessados no feito. Os seus atos


podem ser chamados de “atos de obtenção” ou de “atos de dispo-sição”. Os
atos de obtenção são aqueles que visam a aquisição de vantagem processual
(ex: petição inicial, defesa, depoimento pessoal, etc.); por sua vez, os atos de
disposição, que são aqueles pelos quais as partes visam dispor de um direito
que possuem (ex: desistência da ação, reconhecimento da procedência do
pedido, transação, etc.).
ATENÇÃO!
Os atos processuais realizados pelas partes produzem efeitos de imediato,
independentemente de homologação judicial. Significa dizer que se, por
exemplo, o recorrente renuncia expressamente ao direito de recorrer (ato de
disposição), não pode ele, posteriormente, “voltar atrás” e querer interpor o
recurso, pois o ato processual de renúncia produziu instantaneamente os seus
efeitos.
Mas, atenção! A regra cima possui exceção: ela diz respeito à desistência da
ação (art. 200, parágrafo único, CPC). A desistência da ação somente
produzirá efeitos depois de homologada pelo juiz. Assim, por exemplo, se o
autor apresentar petição na qual desiste da ação, enquanto esta não for
homologada pelo juiz, poderá ele “voltar atrás” e dar seguimento ao feito.
três são os pronunciamentos do juiz: sentença, decisão
interlocutória e despacho. A sentença é o ato do juiz que põe fim ao
procedimento de conhecimento em primeiro grau, resolvendo ou não o
mérito; a decisão interlocutória é o ato que resolve uma questão incidente
sem, no entanto, pôr fim ao processo (ex: decisão que concede ou nega uma
tutela antecipada; decisão que resolve incidente de contradita de testemunha,
acolhendo ou rejeitando a oitiva da mesma, etc.); o despacho, por sua vez, é
o ato do juiz que visa dar mero seguimento ao feito, sem nada decidir (ex:
despacho de citação do réu; despacho para intimar as partes da designação
de audiência, etc.); o acórdão é a decisão proferida pelos tribunais (chama-
se “acórdão” pelo fato de ser tomada por mais de um juiz que “entram em
É importante identificar qual a espécie de ato do juiz, na medida em que a
espécie recursal (apelação, agravo, etc.) cabível dependerá da natureza do
ato. Ressalte-se que, dos despachos, não caberá recurso haja vista que o
mesmo não possui carga decisória e, por isso, não poderá prejudicar a parte.

com o devido auxílio de outros serventuários (técnicos judiciários, analistas


judiciários ou escreventes), chamados de “auxiliares da escrivaninha”.
D) Comunicação dos atos
Para que o procedimento se desenvolva e o processo consiga alcançar o seu
objetivo, é necessário que se estabeleça uma comunicação entre o juízo e os
demais sujeitos processuais (comunicação interna) ou entre o juízo que
conduz o feito e outro juízo colaborador (comunicação externa). No primeiro
caso a comunicação é feita por meio da citação e intimação; no segundo caso,
a comunicação é feita por meio das cartas.PRECATÓRIA, ROGATÓRIA,
CARTA DE ORDEM E CARTA ARBITRAL.
citação: Citação é o ato pelo qual são convocados o réu PROCESSO DE
CONHECIMENTO, o executado É O DEVEDOR NO PROCESSO DE
EXECUÇÃO EMBASADO NUM TÍTULO EXECUTIVO
EXTRAJUDICIAL – EXEMPLO: CHEQUE, NOTA PROMISSÓRIA,
CONTRATO, DENTRE OUTROS. ou o interessado para integrar a
relação processual (art. 238, CPC) FASE DE CONHECIMENTO,
PROCESSO DE CONHECIMENTO AQUI O INTERESSADO
PODERÁ DEIXAR DE SER TERCEIRO PARA SER PARTE E,
ASSIM, DEVERÁ SER CITADO PARA COMPOR A RELAÇÃO
PROCESSUAL TENDO O SEU ESPAÇO PARA DEFESA
É nulo o processo em que não tenha havido a citação, ressalvadas as
hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do
pedido (art. 239, CPC). É possível até que o réu não compareça, mas o que
não se admite é que o mesmo não tenha sido citado. PRINCIPIO DA
INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS OU FUNGIBILIDADE DAS
FORMAS.
O comparecimento espontâneo do réu supre, entretanto, a ausência de
citação. É que, neste caso, apesar de não ter sido regularmente citado, a
finalidade fora alcançada: a ciência, pelo réu, do ajuizamento da ação. Por
isso, fluirá a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de
embargos à execução.
A citação pode ser real ou ficta.
Será real quando houver a certeza de que dela o destinatário tomou
conhecimento. É o caso da citação pelo correio e por intermédio de oficial
de justiça (art. 246, I E II, CPC). Nestas situações, como há a necessidade de
que o réu ponha sua assinatura no aviso de recebimento (se feita pelo correio)
ou cópia do mandado (se feita por oficial de justiça), haverá uma certeza de
que o mesmo tomou conhecimento.
A citação ficta, por sua vez, é aquela em que há uma mera presunção ou
ficção de que o destinatário tomou conhecimento. Aqui se incluem as
citações por hora certa (feita quando há suspeita de ocultação do réu que fora
procurado por duas vezes) e por edital (réu incerto ou que reside em local
incerto ou não sabido). Nestas situações, não se tem a certeza de que o réu
tomou conhecimento (pois inexiste qualquer elemento “real” que afirme sua
ciência), mas há tão somente uma presunção criada pela lei.
Visto ser um ato jurídico, a citação é capaz de produzir efeitos. Assim, a
citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz
litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor.
Ressalte-se que a interrupção da prescrição, operada pelo despacho que
ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à
data de propositura da ação. Assim, não será possível, por consequência,
decretar a prescrição ou decadência pela demora da citação, se esta ocorreu
em virtude de mecanismos inerentes à justiça (Súmula 106, STJ).
ATENÇÃO!
Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do direito: I -
de quem estiver participando de ato de culto religioso; II - de cônjuge, de
companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em
linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos
7 (sete) dias seguintes; III - de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes
ao casamento; IV - de doente, enquanto grave o seu
estado.PRESERVAÇÃO DA DIGINIDADE DA PESSOA HUMANA.

termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa. As


intimações efetuam-se de ofício (NÃO DEPENDE DE
PROVOCAÇÃO), em processos pendentes (SÃO OS PROCESSOS
APENSOS AOS PROCESSOS PRINCIPAIS EX. AÇÃO DE
DIVORCIO C/C ALIMENTO E AÇÃO DE REVISÃO DE
ALIMENTOS ENVOLVENDO AS MESMAS PARTES), salvo
disposição em contrário.
As INTIMAÇÕES serão feitas, preferencialmente, por meio eletrônico
(DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - DIARIO DE JUSTIÇA
ELETRÔNICO). Quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-
se feitas as intimações pela publicação dos atos no órgão oficial.
Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure
apenas o nome da sociedade a que pertençam, desde que devidamente
registrada na Ordem dos Advogados do Brasil (art. 272, § 1o, CPC)
Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os
nomes das partes e de seus advogados, com o respectivo número de
inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, ou, se assim requerido, da
sociedade de advogados IMPORTANTE TAMBÉM MENCIONAR O
NÚMERO DO PROCESSO.
Vale ressaltar que a grafia dos nomes das partes não deve conter
abreviaturas EXCEÇÃO – MENORES EX menor A.B.S.
A retirada dos autos do cartório ou da secretaria em carga pelo
advogado, por pessoa credenciada a pedido do advogado ou da sociedade
de advogados, pela Advocacia Pública, pela Defensoria Pública ou pelo
Ministério Público implicará intimação de qualquer decisão contida no
processo retirado, ainda que pendente de publicação AUTOS FÍSICOS.
Não sendo o caso de intimação eletrônica e na localidade não houver
órgão de publicação oficial, as intimações serão feitas às partes, aos seus
representantes legais e aos advogados pelo correio ou, se presentes em
cartório, diretamente pelo escrivão ou chefe de secretaria.
A intimação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de
suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada
perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação
judicial.
Código de Processo Civil.
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante
órgão vinculado;
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
III - o Município, por seu prefeito ou procurador;
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente
federado designar;
.....................................................................
Far-se-á a intimação por meio de oficial de justiça quando frustrada a
realização pelo correio.
-se-á carta de ordem quando o juiz for subordinado ao
tribunal do qual dela emanar; carta rogatória, quando dirigida à autoridade
judiciária estrangeira; e precatória quando solicitada a juízo de mesma
hierarquia, localizado em diferente comarca.
CLASSIFICAÇÃO:ROGATÓRIA PRECATÓRIA, DE ORDEM E
CARTA ARBITRAL.

CARTA ROGATÓRIA – JUÍZOS DE PAÍSES


DISTINTOS
CARTA PRECATÓRIA – JUÍZOS DO MESMO
PAÍS, MAS DE CIDADES OU ESTADOS DIFERENTES
CARTA DE ORDEM – JUÍZOS
HIERARQUICAMENTE DISTINTOS
CARTA ARBITRAL – COMUNICAÇÃO ENTRE O
JUÍZO ARBITRAL E O JUÍZO ESTATAL

O artigo 260 do CPC aponta os requisitos das cartas de ordem, precatória e


rogatória: I - a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato; II -
o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato
conferido ao advogado; III - a menção do ato processual que lhe constitui o
objeto; IV - o encerramento com a assinatura do juiz.
JUÍZO DEPRECANTE – JUÍZO DE ORIGEM DA CARTA
JUÍZO DEPRECADO – JUÍZO DE DESTINO DA CARTA
A carta tem caráter itinerante, podendo, antes ou depois de lhe ser
ordenado o cumprimento, ser encaminhada a juízo diverso do que dela
consta, a fim de se praticar o ato. O encaminhamento da carta a outro
juízo será imediatamente comunicado ao órgão expedidor, que intimará as
partes.
E) Prazos processuais
Sabe-se que o direito não protege os que dormem. Assim, faz-se mister a
fixação de lapso temporal no qual deva ser o ato processual realizado, tudo
com o fito de evitar com que o processo se eternize.
Prazo processual pode ser definido como o lapso temporal no qual o ato deva
ser praticado. Considerando os dispositivos legais pertinentes à matéria,
podemos expor a seguinte classificação:
is: são aqueles previstos em lei. Em regra, os atos processuais serão
realizados nos prazos previstos em lei (art. 218, CPC). Assim, a resposta do
réu será apresentada em 15 (quinze) dias (art. 335, CPC); o recurso de
apelação será interposto no prazo de 15 (quinze) dias (art. 1.003, § 5o, CPC)
etc.

o juiz o fixará, atentando a complexidade do ato (ex: a lei não menciona qual
o prazo para a entrega do laudo pericial, deixando para que o juiz fixe).
Ressalte-se que, não havendo prazo legal ou judicial, o ato a cargo da parte
deverá ser realizado em 5 (cinco) dias (art. 218 § 3o , CPC).

com os prazos legais, os quais, em regra, não sofrerão dilatação. EQUIVALEM


AOS PRAZOS PRÓPRIOS!!

convenção das partes (desde que feito ao juiz antes do vencimento e se funde
em motivo legítimo) ou decisão judicial. EQUIVALEM AOS PRAZOS
IMPRÓPRIOS
ATENÇÃO!
Nas comarcas de difícil transporte, o juiz poderá prorrogar quaisquer prazos,
mas nunca por mais de dois meses; em caso de calamidade pública, poderá
ser excedido o limite em questão.

ônus, ou seja, ou posição de desvantagem no processo. Se o réu não


contestar dentro do prazo, por exemplo, sofrerá os efeitos da revelia
(presunção de veracidade dos fatos afirmados na petição inicial).
jurisdição
(auxiliares e serventuários). É o que ocorre, por exemplo, com o prazo que
o juiz dispõe para emitir um despacho (cinco dias) ou sentença (trinta
dias), conforme disposto no artigo 226, CPC. O descumprimento de um
prazo impróprio não acarreta uma posição de desvantagem por um
motivo muitos simples: o magistrado e os serventuários não possuem
interesse no feito.
Aspecto interessante, relativamente aos prazos, é o que diz respeito à sua
contagem.
“Início do prazo” não se confunde com “cômputo do prazo”. O “início do
prazo” é marcado por ser o termo inicial DATA DE INICIO DO PRAZO
fixado para a prática do ato (não levado em consideração na contagem), ao
passo que o “cômputo do prazo” é o primeiro dia levado em consideração à
contagem do prazo. Assim entende o legislador quando o mesmo aponta que
“contam-se os prazos excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do
vencimento” (art. 224, CPC). Dessa forma, se Maria, por exemplo, for
intimada de uma decisão numa terça-feira (termo inicial ou início do prazo),
o cômputo somente se dará no primeiro dia útil seguinte (quarta-feira), e
assim, por diante.
Com o CPC/2015, os prazos passam a ser contados em dias úteis, de modo
que não se inclui no cômputo os domingos e feriados (art. 219, CPC).
Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o
primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente
forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver
indisponibilidade da comunicação eletrônica.
ATENÇÃO!
Lembre-se de que certos sujeitos possuem a prerrogativa de prazos mais
“elastecidos”. Assim:
O Ministério Público e as pessoas jurídicas de direito público disporão
de prazo dobrado para manifestação nos autos (arts. 180 e 183, CPC);
Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, de diferentes
escritórios de advocacia, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para
contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos (art. 229,
CPC); a defensoria pública também terá todos os prazos contados em
dobro (art. 186, CPC).
FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO
Antes de proceder a uma abordagem do procedimento (o passo a passo da
relação processual), cabe, no momento, verificar mais uma temática
relevante dentro da teoria geral do processo: os fenômenos jurídicos que
ocasionam a formação, suspensão e extinção da relação processual.
A) Formação
O processo civil começa por iniciativa da parte (ante a inércia da jurisdição),
mas se desenvolve por impulso oficial. Significa dizer que o processo é
formado por iniciativa da parte (com a entrega da petição inicial), mas, uma
vez proposta a ação, a relação processual se desenvolverá automaticamente
pelo juízo (com a citação do réu, intimação do autor para apresentar a réplica,
designação de audiência preliminar, audiência de instrução, etc.).
Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada.
Feita a citação, é defeso (proibido) ao autor modificar o pedido ou a causa
de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes
(estabilização dos elementos da ação), salvo as substituições permitidas por
lei.
A alteração do pedido ou da causa de pedir em nenhuma hipótese será
permitida após o saneamento do processo.
ATENÇÃO!
Podemos estabelecer o seguinte esquema de fixação:
# Antes da citação: é possível ao autor alterar ou aditar o pedido;
# Depois da citação: a alteração ou aditamento dependerá de consentimento
do réu;
# Após o saneamento: em nenhuma hipótese será permitida a alteração ou
aditamento;
Ressalte-se que, em caso de alteração ou aditamento, será assegurado o
contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo
mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar
(art. 329, II, NCPC).
B) Suspensão
Uma vez iniciada a relação processual, esta se desenvolverá até a plena
realização do direito. Ocorre que, no curso processo, podem surgir fatos que
ocasionem a paralisação da marcha, do curso da relação processual.
As hipóteses de suspensão do processo foram listadas, de forma
exemplificativa, no artigo 313, CPC. Diz-se “exemplificativas”, pois existem
outras situações de suspensão previstas ao longo do diploma processual.
O processo será suspenso nos seguintes casos:

seu representante legal ou de seu procurador: no caso de morte ou perda da


capacidade processual de qualquer das partes, proceder-se-á com o pedido
de habilitação, o qual será feito pelo interessado, através do ajuizamento da
ação de habilitação, prevista nos artigos 687 a 692, CPC. Não ajuizada ação
de habilitação, ao tomar conhecimento da morte, o juiz determinará a
suspensão do processo e observará o seguinte: I - falecido o réu, ordenará a
intimação do autor para que promova a citação do respectivo espólio, de
quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, no prazo que designar,
de no mínimo 2 (dois) e no máximo 6 (seis) meses; II - falecido o autor e
sendo transmissível o direito em litígio, determinará a intimação de seu
espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, pelos meios
de divulgação que reputar mais adequados, para que manifestem interesse na
sucessão processual e promovam a respectiva habilitação no prazo
designado, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito.
No caso de morte do procurador (advogado) de qualquer das partes, ainda
que iniciada a audiência de instrução e julgamento, No caso de morte do
procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instru-
ção e julgamento, o juiz determinará que a parte constitua novo mandatário,
no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual extinguirá o processo sem
resolução de mérito, se o autor não nomear novo mandatário, ou ordenará o
prosseguimento do processo à revelia do réu, se falecido o procurador deste.
ção das partes: as partes poderão convencionar a suspensão do
processo, desde que por período que não exceda a 6 (seis) meses, findo o
prazo, o escrivão fará os autos conclusos ao juiz, que ordenará o pros-
seguimento do processo.
ATENÇÃO!
Perceba que a suspensão do processo por convenção das partes é direito
subjetivo concedido pelo legislador às partes, não estando sujeito a
condições.

consiste em um instrumento processual onde a parte se volta contra a pessoa


do juiz, alegando a sua suspeição ou impedimento. (arts. 144 e 145, CPC). A
suspensão, nos casos em tela, ocorre por um motivo lógico: se a parte está se
insurgindo contra quem irá conduzir o processo (juiz), é necessário que o
incidente seja julgado antes de se prosseguir com a relação processual.

conhecido como “IRDR”, aludido incidente foi trazido pelo novo CPC com
o objetivo de promover a celeridade processual e segurança jurídica, na
medida em que possibilita que seja adotada um tese única para uma
multiplicidade de processos que versem sobre uma mesma matéria de direito
no âmbito territorial de dado tribunal. Sobre este incidente teceremos as
devidas considerações no momento oportuno.

possível que o andamento do processo seja paralisado em virtude de


pendência a ser solucionada por outro juízo. É o que se chama de “questão
prejudicial”. O CPC afirma que o processo será suspenso quando a sentença
de mérito: a) depender do julgamento de outra causa, ou da declaração da
existência ou inexistência da relação jurídica, que constitua o objeto principal
de outro processo pendente; b) não puder ser proferida senão depois de
verificado determinado fato, ou de produzida certa prova, requisitada a outro
juízo; c) tiver por pressuposto o julgamento de questão de estado, requerido
como declaração incidente.
Observa-se, portanto, que a suspensão se justifica pelo fato do juízo
necessitar aguardar resolução de questão prévia, a qual influencia no teor da
questão subordinada. É o caso, por exemplo, da suspensão de ação civil de
indenização em virtude de ato ilícito em virtude da pendência de ação penal
cujo objeto é verificar se o houvera ou não o fato ilícito; ou da paralisação
de uma execução de título judicial em virtude da existência de ação rescisória
cujo objeto é justamente rescindir a sentença que serve de base àquela
execução.
Ressalte-se que, em todos os casos, o período de suspensão nunca poderá
exceder 1 (um) ano. Findo este prazo, o juiz mandará prosseguir no processo.
Se o conhecimento do mérito depender de verificação da existência de fato
delituoso, o juiz pode determinar a suspensão do processo até que se
pronuncie a justiça criminal. Se a ação penal não for proposta no prazo de 3
(três) meses, contado da intimação do ato de suspensão, cessará o efeito
desse, incumbindo ao juiz cível examinar incidentemente a questão prévia.
Proposta a ação penal, o processo ficará suspenso pelo prazo máximo de 1
(um) ano, ao final do qual cessará o efeito e o juízo cível decidirá a questão
prejudicial.

calamidade pública (tal como enchentes, deslizamento de barreiras,


terremoto, etc.) ou outro fato relevante (greve, por exemplo).
-se mãe ou o advogado tornar-se pai: a Lei
13.363/16 acrescentou mais uma hipótese de suspensão do processo, a saber,
quando a única advogada da parte tornar-se mãe ou o único advo-gado
tornar-se pai, independente de tratar-se de filiação natural ou por adoção.
Para que haja a suspensão do feito é necessário que seja efetuada a
comprovação da maternidade ou paternidade, mediante certidão de nasci-
mento ou documento similar que comprove a realização do parto, ou o termo
de adoção. O prazo de suspensão processual será de 30 (trinta) dias em se
tratando de maternidade ou de 08 (oito) dias em se tratando de paterni-dade,
contados do parto ou da concessão da adoção.
Vistas as hipóteses de suspensão, é mister ressaltar, que, durante a suspensão,
é defeso praticar qualquer ato processual; poderá o juiz, todavia, determinar
a realização de atos urgentes, a fim de evitar dano irreparável.
C) Extinção
“Extinguir” significa “finalizar” o processo. Até o ano de 2005, o CPC de
1973 utilizava das expressões “extinção do processo sem julgamento do
mérito” (artigo 267) e “extinção do processo com julgamento do mérito”
(artigo 269) para indicar a finalização da relação processual.
É que, após a sentença (ato que punha fim ao processo), a execução seria
instaurada mediante uma nova relação processual, agora denominada de
“processo de execução”, ou seja, tínhamos dois processos: o processo de
conhecimento (que se extinguia com a sentença) e processo de execução.
Ocorre que, com o advento da Lei nº 11.232/05, o legislador dispensou a
instauração de uma nova relação processual executiva quando a sentença não
fosse cumprida, de modo que os atos executivos passaram a ser reali-zados
no bojo do mesmo processo (o processo passou a ser “sincrético”, composto
de fase cognitiva e de fase de cumprimento de sentença).
Perceba, portanto, que, com a nova sistemática, o conceito de sentença
necessitou ser alterado, haja vista que o processo não mais seria “extinto”
com a mesma, prosseguindo-se os atos executivos nos próprios autos em que
a fora proferida a decisão.
É por isso que a expressão “extinção do processo com julgamento do
mérito”, contida no artigo 269 do CPC de 1973, passou a ser substituída pela
expressão “haverá resolução de mérito”. Tal mudança foi reproduzida no
CPC de 2015.
O Código de Processo Civil de 2015, em seu artigo 485, aponta as situações
de extinção do processo sem resolução de mérito:

insanável, outra alternativa não restará ao julgador, a não ser indeferir a


petição inicial. As hipóteses de indeferimento estão listadas no artigo 330 do
NCPC: I - quando for inepta; II - quando a parte for manifestamente
ilegítima; III - quando o autor carecer de interesse processual; IV - quando o
advogado, que não informou o endereço em que receberia intimações, não
cumpriu com a determinação judicial de efetuar a emenda da petição inicial
em 5 (cinco) dias. V- quando o autor não emendar a petição inicial nos casos
legais
ATENÇÃO!
Muitas vezes há dificuldade de identificar quando uma petição inicial é
inepta (inciso I). Petição inepta é o mesmo que “inapta”, “inabilitada”
“defeituosa”, que não pode produzir efeitos.
Uma regrinha bem simples, útil para identificar se uma petição é inepta, é
verificando se o “problema” está relacionado ao pedido (lembre-se de que
são três os elementos da ação: partes, causa de pedir e pedido).
Assim, perceba os casos de inépcia, listados no parágrafo único do artigo 330
do CPC: I – quando lhe faltar pedido (não existe pedido!) ou causa de pedir
(o defeito também estaria no pedido, pois o mesmo estaria sendo formulado
sem uma causa de pedir); II – quando da narração dos fatos não decorrer
logicamente a conclusão (o pedido está sendo formulado sem que a causa
antecedente seja lógica); III - contiver pedidos incompatíveis entre si
(formulação de pedidos que se anulam. É o caso, por exemplo, do autor que
formula dois pedidos em sua ação: o de declaração de nulidade de contrato e
o de cumprimento do mesmo contrato pelo réu); IV - o pedido for
indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido
genérico.
Veja, portanto, que em todos os casos, o “problema” diz respeito ao pedido.
rtes:
o juiz ordenará o arquivamento dos autos, declarando a extinção do processo,
se a parte, intimada pessoalmente, não suprir a falta em 5 (cinco) dias.

abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias: o juiz ordenará o


arquivamento dos autos, declarando a extinção do processo, se a parte,
intimada pessoalmente, não suprir a falta em 5 (cinco) dias. Ressalte-se que,
oferecida a contestação, a extinção dependerá de requerimento a ser efetuado
pelo réu, a teor do Súmula 240, STJ e do artigo. 485, § 6º, CPC

desenvolvimento válido e regular do processo: sendo matéria de ordem


pública, pode a mesma ser, inclusive, declarada de ofício pelo magistrado. A
respeito dos pressupostos processuais, vide parte III, Seção I, item 2, supra.
coisa
julgada (pressupostos processuais negativos): são fatos impeditivos ao
regular desenvolvimento da relação processual. Ocorrerá perempção quando
o autor, por três vezes, der causa à extinção do processo mediante abandono;
a litispendência ocorrerá quando o autor repetir ação que se encontra em
curso; outrossim, haverá coisa julgada quando se repetir ação anteriormente
julgada e da qual não caiba mais recurso.

condições da ação também são matéria de ordem pública e que, se não


estiverem presentes, ocasionam a extinção do processo sem resolução de
mérito. A respeitos das condições da ação, confira as considerações feitas na
parte II, item 4 desta obra.
a extinção processual. Se duas pessoas, ao celebrarem determinado negócio
jurídico, estipularam que um árbitro resolveria eventual conflito, não pode
uma delas, uma vez instalada a controvérsia, dirigir-se ao judiciário em
virtude de fato impeditivo existente (convenção de arbitragem).
o importantes
e precisam ser verificadas:
A primeira, no sentido de que desistência da ação (modalidade de extinção
do processo sem resolução do mérito) não se confunde com renúncia ao
direito em que se funda a ação (modalidade de extinção do processo com
resolução de mérito).
A segunda, é que, apresentada a contestação, o autor não poderá, sem o
consentimento do réu, desistir da ação (art. 485, § 4o, CPC).
A terceira, é que a desistência da ação pode ser apresentada até a sentença
(art. 485, § 5o, CPC).
em caso de morte da parte, quando a ação for considerada intransmissível
por disposição legal: viu-se que, com a morte da parte, ocorrerá a sucessão
da mesma pelos seus herdeiros. Ocorre, entretanto, que existem situações
que o direito contido na ação é considerado intransmissível, por ser ele
personalíssimo. Imagine, por exemplo, uma ação movida por João, servidor
público, em face do estado, com o objetivo de anular ato administrativo
abusivo que ordenou a sua transferência para localidade distante de sua
residência. Se, no curso da demanda, João viesse a falecer, o processo seria
extinto sem resolução de mérito, por ser o direito contido na ação
considerado intransmissível.
As hipóteses de extinção do processo com resolução de mérito estão
previstas no artigo 487 do CPC (quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido
do feito na ação ou reconvenção; quando a parte reconhecer a procedência
do pedido feito na ação ou reconvenção; quando o juiz homologar a
transação; quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição; quando a
parte renunciar ao direito sobre que se funda a ação ou reconvenção).
Aqui vai uma dica bem simples para identificar todas elas: existe sempre um
responsável pela finalização do processo: o juiz, o autor, o réu, as partes ou
o tempo.
Assim, temos: a) quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido feito na ação ou
reconvenção (iniciativa do juiz); b) quando o juiz homologar a renúncia à
pretensão formulada na ação ou reconvenção (iniciativa do autor ou réu); c)
quando o juiz homologar o reconhecimento da procedência do pedido feito
na ação ou reconvenção (iniciativa do autor ou réu); d) quando o juiz
homologar a transação (iniciativa de ambas as partes); quando o juiz
pronunciar a decadência ou a prescrição (iniciativa do tempo).

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