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Característica da jurisdição

Simone Helen Drumond Ischkanian


Gabriel Nascimento de Carvalho

A unidade – a jurisdição não se subdivide. A distribuição da jurisdição em justiça federal, justiça do trabalho,
varas cíveis, por exemplo, seria meramente organizacional.

A existência de lide ou conflito de interesses – a não satisfação de uma pretensão leva o autor a buscar o
Judiciário. Resistida tal pretensão, configura-se a lide posta à apreciação do julgador.

A definitividade – findos os recursos contra uma decisão judicial, ela se torna imutável e insuscetível de ser
rediscutida no processo em que foi proferida ou em qualquer outro.

O caráter substitutivo – por esta característica, o Estado atua em substituição das partes na resolução do
conflito.

Inércia: Nos termos do art. 2º do CPC, a jurisdição só age se provocada pelo interessado por meio do
exercício do direito de ação, salvo exceções previstas em lei.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA JURISDIÇÃO

Princípio da investidura: Por este princípio, a jurisdição deverá ser exercida por magistrado, devidamente
empossado.

Princípio da aderência: Determina que o juiz deve exercer sua jurisdição nos limites territoriais de sua
comarca, se juiz estadual; ou da seção judiciária, no caso de juiz federal, sob pena de incompetência.

Princípio da indelegabilidade: Veda a delegação de atribuições do poder judiciário, ou seja, o julgador não
pode delegar suas funções a outra pessoa ou órgão jurisdicional.

Princípio da inevitabilidade: Refere-se à sujeição das partes aos provimentos jurisdicionais, significando
dizer que a decisão judicial, uma vez transitada em julgado, impõe-se à vontade das partes.

Princípio da inafastabilidade (indeclinabilidade): Pelos termos do art. 5º XXXV da CF, “a lei não excluirá
da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito”. Quer dizer que o juiz não pode se recusar à
apreciação do litígio.

Princípio do Juizo Natural: Este princípio desdobra-se em duas garantias básicas expressas no art. 5º
XXXVII e LIII da CF segundo as quais, respectivamente, “não haverá juízo ou tribunal de exceção” e “ninguém
será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”. Tem por finalidade preservar a
imparcialidade dos julgadores.

Princípio do Acesso à Justiça: A todos é assegurado o acesso ao judiciário para a defesa de seus direitos.
A expressão “acesso a justiça” serve para determinar duas finalidades básicas do sistema jurídico:
a) O sistema deve ser igualmente acessível a todos.
b) Deve ele produzir resultados que sejam individual e socialmente justos.

COMPETÊNCIA – art. 43 do CPC

Trata-se da delimitação da jurisdição, ou seja, o espaço em que cada jurisdição vai ser aplicada. É o
alcance do poder do juiz distribuído por lei.

Exemplo: Um juiz que atua na vara cível possui jurisdição, mas somente para julgar questões cíveis. Não lhe é
permitido julgar homicídios (p. ex.), pois é de competência criminal. (art. 42, CPC).
No momento da distribuição do processo. Será responsável por distribuir a lide para cada órgão responsável
de jurisdição, onde irá tramitar. Em regra, a competência não se modifica.

TRÊS PRINCIPAIS PRINCÍPIOS

Tipicidade: toda competência está tipificada, ou seja, está prescrito em lei quais são suas regras, qual órgão é
competente e qual juiz irá julgar.
Esta regra serve basicamente para evitar o “vai e vem” dos processos por mudanças;

De fato (ex. domicílio) ou;

De direito (lei afirmando que quem rouba camisas azuis deve ser demandado no foro de seu domicílio).

Indisponibilidade: Esta vigora no Processo Penal, a maior parte das causas são ações penais públicas
incondicionadas, não dependem da vontade da parte, se o crime ocorre, é função do Estado iniciar do
processo, não depende da provocação da parte, aqui você não é dono da causa. Nesta toada, ao juiz não lhe
compete modificações nas regras (acionar a jurisdição). Ele sendo o competente para julgar, não pode, por
livre arbítrio, ser dono da causa.

Juiz Natural: é a determinação do juízo competente para a causa, deve ser feita com base em critérios
impessoais, objetivos e pré-estabelecidos.

CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA

Absoluta: quando a competência se determina em vista do interesse público, a lei não admite a sua
modificação, pelo que ela é improrrogável. É o que ocorre nos casos de divisão de competência prevista
na lei

Relativa: quando a competência tem em vista o interesse de uma das partes (autor ou réu), ela pode ser
modificada. É o que ocorre nos casos onde há clausula de foro ou clausula compromissória em
contratos as quais define a competência para o litigio decorrente daquele contrato

Originária: é a competência inicial onde o processo é distribuído. Onde começa o processo é onde se origina,
onde se conhece a demanda primeiramente.

Derivada: é a remessa de um processo para outra competência.

Exemplo: um recurso segue para um Tribunal de instância superior, ou seja, da competência originária (a
primeira instância) seguiu para uma instância superior (competência derivada).

LEMBRETE:
Foro: refere-se ao território, em que comarca certo processo deve ser julgado.
Juízo: refere-se à matéria (família, cível, consumidor, penal etc.).

CRITÉRIOS QUE DETERMINAM A COMPETÊNCIA

Territorial: Também denominada “competência de foro”, corresponde ao local (territorialmente falando) no


qual deve ser proposta a ação.

Função ou Hierarquia: função ocupada pelo sujeito da lide, o qual gera a competência originária, se quem
julgará é o STJ, STF, Tribunal etc.
Valor da causa: estabelece-se em relação ao valor atribuído à causa.

Material: referente ao objeto da lide (família, cível, consumidor etc.)

PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA

Juízo inicialmente incompetente, torna-se competente, seja em virtude de determinação legal, seja por ato de
vontade das partes. Assim, a competência relativa prorroga-se em virtude de:

Lei: quando se trata de conexão ou continência (art. 102 do CPC).

Assim, se duas ações são propostas em unidades territoriais distintas, uma unidade competente para
conhecer de uma ação, e outra unidade competente para conhecer da outra, prorrogar-se-á a competência de
ambas, sendo que será feita a reunião de ambos os processos perante o juízo que primeiro promoveu a
citação do réu (aplica-se o art. 219 do CPC, não o art. 106).

A competência material e em relação à hierarquia são sempre absolutas, que não se modificam.
A competência territorial e em valor da causa são relativas, podem ser modificadas.
Perpetuação da jurisdição ou da competência

Traduz o fenômeno processual pelo qual, firmada a competência de um juízo, perdura até o final da decisão
(sentença) e do seu respectivo cumprimento.

Momento da perpetuação da competência


Não subsiste quando ocorrer quando ocorrer supressão do órgão judiciário, como, por exemplo, na extinção
de comarca, quando todos os processos serão remetidos à nova comarca; da mesma forma quando houver
alteração da competência em razão da matéria ou da hierarquia, que, por ser absoluta, passa à competência
do no novo órgão judiciário.

IDENTIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA

a) Competência de jurisdição: qual a Justiça competente?


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b) Competência originária: dentro da Justiça competente, o conhecimento da causa cabe ao órgão superior
ou ao inferior?
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c) Competência de foro: se a atribuição é do órgão do primeiro grau de jurisdição, qual a comarca ou seção
judiciária competente?
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d) Competência de juízo: se há mais de um órgão de primeiro grau de jurisdição com as mesmas atribuições
jurisdicionais, qual a vara competente?
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e) Competência interna: quando numa mesma Vara ou Tribunal servem vários juízes, qual ou quais deles
serão competentes?
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f) Competência recursal: a competência para conhecer do recurso é do próprio órgão que decidiu
originariamente ou de um superior?
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Qual é a competência da jurisdição? A jurisdição é a competência que o Juiz tem de dizer o Direito, ou seja,
aplicar a lei ao caso concreto. A competência é essa característica conferida ao Juiz pela Lei ou pela Constituição
Federal para tomar conhecimento de alguma questão criminal.

Como saber qual a justiça competente do processo? Determina-se a competência no momento do registro ou da
distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas
posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.

Quem determina a competência jurisdicional? A competência jurisdicional é, na verdade, o limite da jurisdição do


juiz, ou seja, é a limitação do poder do juiz de dizer o direito. A competência do juiz é atribuída pela
Constituição Federal, pelas Leis de Organização Judiciária, e pela legislação correlata (os Códigos de
Processo Penal e Processo Civil).

Quais os tipos de competência jurisdicional? Espécies de competência. A competência é dividida por Neves em
diferentes espécies, as quais o autor arrola como: competência em razão do valor da causa, competência em
razão da matéria, competência em razão da pessoa, competência territorial e competência funcional.

Tem competência originária nos tribunais locais ou superiores? Competência originária é a competência para
conhecer e julgar a causa pela primeira vez, originariamente, aquela que faz o primeiro exame da causa. A
competência originária costuma ser dos juízos de primeiro grau, dos juízos singulares, ou seja, perante o juiz
singular.

O que é uma ação de competência originária? É a ação cível que se inicia nos tribunais, e não nos juízos
monocráticos, como as demais ações cíveis. A competência para processar e julgar a ação cível originária tem
natureza funcional e funda-se na qualidade da parte ou na matéria de litígio.

Qual a diferença entre competência originária e competência derivada? CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA.


Originária: é a competência inicial onde o processo é distribuído. Onde começa o processo é onde se origina,
onde se conhece a demanda primeiramente. Derivada: é a remessa de um processo para outra competência.
Qual a diferença de competência originária e recursal dentro do Poder Judiciário? São competências originárias
aquelas indicadas no art. 105, I, da cb. São recursais aquelas contempladas no art. 105, II e III, da cb, que tratam,
respectivamente, do recurso ordinário e do recurso especial".

O que é a competência de foro? Territorial: Também denominada “competência de foro”, corresponde ao local
(territorialmente falando) no qual deve ser proposta a ação. Em relação à Justiça Estadual, fala-se em comarca;
em relação à Justiça Federal, fala-se em seção e subseção; Art. 46.

Como saber qual o juízo competente? Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição
da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente,
salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.

O que é o foro da comarca? O foro, que também é chamado de tribunal, consiste no local onde são tratados todos os
assuntos relacionados à justiça. Já a comarca consiste na área territorial de atuação onde um juiz irá exercer sua
jurisdição. Saiba também o significado de Foro e Fórum.

Qual a correlação entre jurisdição e competência? Se jurisdição é o poder de dizer a lei, competência é a
delimitação desse poder, que é estabelecida através das normas. Assim, competência é uma permissão legal para
exercer uma fração do poder jurisdicional.

Quais os critérios que regem a competência dos órgãos jurisdicionais? Existem alguns critérios básicos para a
fixação da competência, os principais são: soberania nacional, o da hierarquia e atribuições dos órgãos
jurisdicionais (critério funcional), o da natureza ou valor da causa e o das pessoas envolvidas no litígio (critério
objetivo), e os dos limites territoriais que cada órgão,

O que é a competência de juízo? É o alcance do poder do juiz distribuído por lei. “Se todos os juízes tem
jurisdição, nem todos, porém, se apresentam com competência para conhecer e julgar determinado litígio. Só o Juiz
competente tem legitimidade para fazê-lo.”

O que se entende por competência interna? A competência interna, de uma forma bem resumida, é a competência
que se atribui aos órgãos jurisdicionais brasileiros considerando os limites da jurisdição nacional. Faz-se
necessário o estudo do CPC nos artigos 21 a 25 a respeito desse tópico.

Qual a diferença entre competência relativa e absoluta? A competência é absoluta em razão da matéria e em razão
da hierarquia, esta estabelecida segundo o grau de jurisdição. A relativa é passível de modificação, seja por vontade
das partes, seja por prorrogação, como nos casos de conexão ou continência.

Quando a competência territorial e absoluta? A competência territorial é absoluta quando se tratar de ações
possessórias imobiliárias, que deverão ser propostas no lugar da situação da coisa (art. 47, §2º do CPC).

São critérios de competência interna? A Competência Interna consiste na divisão, apenas didática, do tema
Competência em: Competência em razão do valor e da matéria, Competência Funcional e Competência
Territorial . A Competência em razão do valor e da matéria, na classificação de Chiovenda, é a denominada
competência objetivo,

Quais são os critérios que determinam a competência interna? A competência pode ser fixada pelos seguintes
critérios: a matéria tratada, o valor da causa, o funcional, em razão da pessoa (parte) e o territorial. Cada um
destes critérios passará a ser analisado agora.

Qual a diferença entre a competência originária e recursal? São competências originárias aquelas indicadas no art.
105, I, da cb. São recursais aquelas contempladas no art. 105, II e III, da cb, que tratam, respectivamente, do
recurso ordinário e do recurso especial".

Qual a competência recursal? Competência recursal. A competência recursal do STF diz respeito à sua atuação
enquanto última instância para julgar o processo, por meio de recursos ordinários constitucionais e
extraordinários.
É de competência originária do STJ? Criado pela Constituição Federal de 1988, o Superior Tribunal de Justiça (STJ)
é a corte responsável por uniformizar a interpretação da lei federal em todo o Brasil. É de sua responsabilidade
a solução definitiva dos casos civis e criminais que não envolvam matéria constitucional nem a justiça
especializada.

Qual órgão e recursal? Como órgãos recursais, os Conselhos Estaduais de Trânsito são responsáveis pelo
julgamento, em segunda (e última) instância administrativa, dos recursos interpostos contra as decisões de primeira
instância (JARI), em todas as penalidades aplicadas por órgãos e entidades executivos de trânsito e rodoviários dos
Estados.
LEVAR PARA PROVA SUA ANOTAÇÕES E VADE MECUM:
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