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RESUMO PROCESSO CIVIL

1. COMPETÊNCIA

Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua
competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei.

> Competência é limitação do exercício legítimo da jurisdição.


> O órgão jurisdicional (juiz) pode exercer a plena jurisdição de acordo com alguns
critérios.

Competência absoluta: estabelece regras de competência para atender o


interesse público e, por isso, não pode ser modificada por vontade das partes.
Ex: razão da matéria, da pessoa ou da função.
> Não pode ser modificada
> Pode ser alegada em qualquer parte do processo (art. 64, §1º do CPC.)

Competência relativa: está ligada ao interesse das partes.


Ex: território e valor da causa.
> Pode ser modificada pelas partes
> Pode ser alegada somente em sede preliminar (contestação)

● Critérios de competência (Espécies)

Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é


inderrogável por convenção das partes.

Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território,


elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.

1. Valor da causa

Toda causa é atribuída a um valor certo e com base nele, as normas de organização
judiciária podem atribuir competência a um ou outro órgão judicante.

Ex: Lei 9099/95 do Juizado Especial Cível, com valor da causa de até 40 salários
mínimos
O valor da causa pode ser estipulado pelo autor ou pelo CPC como demanda o Art.
292.

2. Razão da matéria

É determinada inicialmente pela esfera constitucional, onde a causa pode ser de


competência da Justiça Federal ou Especial (trabalhista, eleitoral ou militar)

Mas dentro do foro é possível a subdivisão entre as varas especializadas, como


família, sucessão, falência, etc.

Desta forma temos Juizado especial X Justiça comum


E na Justiça comum pode ser dividida ainda em matéria Penal x Cível

3. Razão da função

Diz respeito à distribuição das atividades Jurisdicionais entre os diversos órgãos que
podem atuar no processo.

Pode ser classificada:

a) pelas fases do procedimento; (quando mais de um órgão pode atuar o


mesmo processo)
b) pelo grau de jurisdição; (hierarquia de jurisdição)
c) pelo objeto do juízo.

4. Razão do território

A competência territorial é atribuída a diversos órgãos jurisdicionais levando em


consideração a divisão do território. É a chamada competência de foro. No que
concerne à justiça comum, pode ser federal ou estadual.

Foro comum ou geral: é o do domicílio do réu.

CPC, art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens
móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu

5. Razão da pessoa

Fixa-se a competência em razão da qualidade da parte envolvida na relação


processual
Ex: ações envolvendo a Administração Pública que devem tramitar nas varas de
Fazenda Pública.

● Modificação da competência

Possibilita a apreciação e julgamento do processo em autoridade judiciária que não


é competente.

>Só competência relativa pode sofrer modificação (territorial e valor da causa)

● Declínio da competência

Quando o juiz, de ofício ou não, declina para outra vara o processo a ser julgado.
Acontece quando o juiz declara incompetência.

● Conflito de competência

Conforme o texto do artigo 66 do CPC, o conflito de competência ocorre quando


dois ou mais juízes se declaram competentes ou incompetentes para julgar um
processo ou quando juízes discordam quanto à reunião ou separação de processos.
Art. 66. Há conflito de competência quando:

I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes;


II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a
competência;
III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação
de processos.
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o
conflito, salvo se a atribuir a outro juízo.

> Para resolver o conflito, é instaurado um incidente processual que pode ser
solicitado pelas partes, Ministério Público ou pelos próprios juízes. Em regra, o
incidente é decidido por um órgão superior.

2. SUJEITOS DO PROCESSO

Sujeitos processuais são os componentes da relação jurídica processual – são


aqueles que praticam atos de qualquer natureza no processo.

Todas as pessoas, sem exceção, tem capacidade de ser parte, porque são titulares
de direitos e obrigações na ordem civil.
A regra abrange as pessoas físicas ou naturais e as pessoas jurídicas de direito
público ou privado.
A lei estende a capacidade de ser parte a alguns entes despersonalizados. Ex:
massa falida, espólio, condomínio e sociedade sem personalidade jurídica.

● Legitimidade

> Condição de ser legítimo para propor a demanda

Legitimidade ativa: exequente/ autor, qualquer sujeito que tenha seu direito
ofendido, sendo o sujeito legítimo para propor o litígio.
Legitimidade passiva: réu, quem está do lado oposto da demanda.

● Capacidade

Para figurar como autor ou réu em um processo necessita ter capacidade de estar
em juízo (independe de assistência ou representação) e estar em pleno exercício de
seus direito.

Referente à capacidade processual:


a) Pessoa física incapaz: deve ser representado ou assistido, se não tiver
curador, este será nomeado.
b) Preso: será nomeado curador especial que será exercido por defensor
público ou até que seja constituído advogado ao mesmo.
c) Casamento: quando uma das partes não forem citadas, exceto se casados
sob regime de separação absoluta de bens.

● Capacidade Postulatória

A capacidade postulatória é atributo para que determinada pessoa possa praticar


validamente atos processuais, conferido, via de regra, ao ADVOGADO, que deverá
por meio de procuração representar em juízo.

● Juízes e Auxiliares

Suspeição: o magistrado fica impossibilitado de exercer sua função em


determinado processo, devido a vínculo subjetivo (relacionamento) com algumas
das partes, fato que compromete seu dever de imparcialidade.

Impedimento: casos em que o magistrado fica impossibilitado de atuar, independe


de sua intenção no processo ou de sua relação com as partes. Veja a baixo:

1) caso seu cônjuge ou parente tenha de alguma forma atuado no processo;


2) quando o próprio juiz tiver exercido outra função (advogado, servidor por
exemplo) no mesmo processo;
3) tiver atuado como juiz no mesmo processo em instância inferior;
4) quando o próprio magistrado, seu cônjuge ou parentes forem parte no processo,
ou tenham interesse direto na causa

OBS: as hipóteses de suspeição e impedimento são aplicáveis também aos


membros do Ministério Público; auxiliares da justiça (ex: servidores, peritos ); e
demais sujeitos imparciais do processo, como os jurados.

> Devem ser impessoais e imparciais em todo o trâmite do processo.

São auxiliares de justiça: o escrivão, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o


administrador e o intérprete

> São permanentes ou eventuais.

3. LITISCONSÓRCIO
> Ocorre quando duas ou mais pessoas ocupam o polo ativo (autor), passivo
(réu) ou misto onde ocupam o polo passivo e ativo de um processo judicial.

> Pode ser formado de início na petição inicial, e ulterior que é ao longo do
processo.

> Obrigatoriedade facultativa: quando a lei permite a escolha de como agir


> Obrigatoriedade necessária: quando a lei determina a presença de todas as
partes (ex: direito real sobre imóveis em casamento, onde ambos os cônjuges deve
ser citado, exceto em casamento em regime de separação total)

> Resolução simples: quando cada litisconsorte recebe solução diversa dos demais
> Resolução unitária: quando for igual para todos os litisconsortes

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