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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

Noções gerais.

Normas de organização judiciária.

Órgãos da Jurisdição - Estrutura do Poder Judiciário.

Justiças da União.

Justiças dos Estados.

Ministério Público, Advocacia Geral da União, Procuradorias, Advocacia e


Defensoria Pública.

Noções Gerais:

A organização judiciária refere-se à estrutura e funcionamento do sistema


judicial em um país. No Brasil, o sistema é dividido em esferas federal e
estadual, cada uma com suas próprias instâncias judiciais.

Normas de Organização Judiciária:

As normas de organização judiciária são regras e leis que estabelecem como o


sistema judicial deve operar. Elas definem a competência de cada órgão, os
procedimentos a serem seguidos e outros aspectos importantes para garantir a
eficiência e a justiça do sistema.

Órgãos da Jurisdição - Estrutura do Poder Judiciário:

O Poder Judiciário é dividido em diferentes instâncias. No âmbito federal, temos


o Supremo Tribunal Federal (STF), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a Justiça
Federal. Nos estados, temos os Tribunais de Justiça (TJs) e as Justiças Estaduais.

 Supremo Tribunal Federal (STF): É a mais alta corte do país, responsável por
garantir a interpretação da Constituição Federal.
 Superior Tribunal de Justiça (STJ): É a segunda instância em âmbito federal,
responsável por julgar questões infraconstitucionais e uniformizar a
interpretação das leis federais.
 Justiça Federal: Responsável por julgar questões que envolvem a União, suas
autarquias e empresas públicas, além de casos que envolvem interesses
internacionais ou indígenas.
Justiças da União:

Além da Justiça Federal, fazem parte da Justiça da União o STF e o STJ, como
mencionado anteriormente. Essas instâncias trabalham de forma conjunta para
garantir a aplicação da lei em nível federal.

Justiças dos Estados:

Cada estado brasileiro tem o seu Tribunal de Justiça (TJ) e suas respectivas
Justiças Estaduais. Essas instâncias são responsáveis por julgar questões que
não são de competência federal, como causas que envolvem apenas o estado e
seus municípios.

Ministério Público, Advocacia Geral da União,


Procuradorias, Advocacia e Defensoria Pública:

 Ministério Público (MP): Atua como fiscal da lei, defendendo os interesses


sociais e individuais indisponíveis. Tem um papel importante na investigação e
no processo judicial.
 Advocacia Geral da União (AGU): Representa judicialmente a União e suas
entidades, defendendo seus interesses.
 Procuradorias: São órgãos que representam os estados e municípios
judicialmente, desempenhando funções semelhantes à AGU, mas em nível
estadual ou municipal.
 Advocacia: Representa clientes privados perante a justiça, buscando defender
seus interesses.
 Defensoria Pública: Oferece assistência jurídica gratuita para pessoas que não
têm condições de pagar por um advogado, garantindo o acesso à justiça para
todos.

Em resumo, a organização judiciária no Brasil é complexa, dividida entre esferas


federal e estadual, com diferentes instâncias e órgãos responsáveis por garantir
a aplicação da lei, defender os interesses públicos e individuais, e assegurar o
acesso à justiça para todos.
Competência Jurisdicional: Entendendo o Sistema Judicial de
Forma Simples

Definição Básica: Competência, no contexto jurídico, refere-se ao critério


usado para distribuir as responsabilidades judiciais entre diferentes órgãos. Isso
significa decidir qual tribunal ou juiz é responsável por lidar com um caso
específico.

Relação entre Jurisdição e Competência:

 Jurisdição: Todos os juízes têm jurisdição, que é o poder de julgar. No entanto,


a competência determina quais juízes têm o direito específico de julgar casos
particulares.
 Competência Internacional:
 Concorrente: Quando uma ação pode ser movida tanto no Brasil quanto
em outro país.
 Exclusiva: Quando apenas o Brasil tem jurisdição sobre um caso
específico.
 Observação: Mesmo que uma ação seja movida em um país estrangeiro,
a sentença desse país pode ser reconhecida e homologada no Brasil.
 Competência Interna:
 Critérios Determinativos:
 Objetivo: Valor da causa, natureza e qualidade das partes.
 Funcional: Define qual juízo lida com o processo em primeira
instância, quais tribunais cuidam dos recursos, etc.
 Territorial: Limita a atuação dos tribunais com base na localização
geográfica das partes ou do objeto do litígio.
 Competência Absoluta vs. Relativa:
 Absoluta: Determinada pelo interesse público e não pode ser
modificada. Pode ser alegada a qualquer momento.
 Relativa: Pode ser modificada pela vontade das partes,
prorrogada em razão da conexão ou continência, ou por meio de
cláusula de eleição de foro.
 Conexão e Continência: Processos podem ser reunidos quando há
risco de decisões conflitantes ou para evitar duplicidade de
julgamentos.
 Exemplo de Continência: Se uma ação busca anular algumas
cláusulas de um contrato e outra ação é movida para anular todo
o contrato, a segunda ação absorve a primeira, e ambas são
julgadas juntas.
Conclusão Simples: Competência é basicamente sobre quem, onde e como um
caso é julgado. Se todos os juízes têm jurisdição, a competência entra em cena
para direcionar cada caso para o tribunal ou juiz apropriado. Existem regras
fixas (absolutas) e regras que podem ser ajustadas de acordo com as escolhas
das partes envolvidas (relativas).

Competência do Foro e Competência do Juiz:

Foro: O foro é o local onde o juiz exerce suas funções. Em um mesmo foro,
diversos juízes podem atuar com atribuições iguais ou diversas. As normas de
organização judiciária locais determinam qual juiz é competente entre os vários
existentes na mesma área.

Cumulatividade de Juízos Competentes:

 Ratione Materiae: Cada grupo de casos é distribuído a uma vara específica,


como Vara da Família, Vara de Falências, etc.
 Por Simples Distribuição: Quando a competência de todos é a mesma, como
diversas Varas Cíveis. A prevenção ocorre no momento da propositura da ação,
quando a petição inicial é registrada ou distribuída.

Perpetuatio Iurisdictionis: A competência é determinada no momento da


propositura da ação. Em casos excepcionais, pode ocorrer alteração da
competência determinada com o registro ou distribuição, especialmente em
casos de alteração legislativa por competência absoluta.

Divisão da Competência do Foro:

 Comum (Geral): Baseia-se no domicílio do réu.


 Especiais: Leva em conta pessoas, coisas e fatos envolvidos.

Modificações da Competência:

 Legal: Ocorre por imposição legal, como nos casos de conexão e continência.

Conexão:

 Exemplo: Duas ações correndo para pagamento da mesma dívida, uma contra o
devedor e outra contra o fiador.
 Pode envolver várias execuções com penhoras sucessivas do mesmo bem.
Continência:

 Não se trata de litispendência, pois o objeto de uma ação é maior que o da


outra.
 Exemplo: Um credor cobra algumas prestações vencidas em uma ação e, em
outra, cobra a totalidade da dívida.

Voluntária:

 Ocorre quando o réu deixa de alegar, na preliminar de contestação, a


incompetência relativa.
 Exemplo: Foro de eleição ou domicílio de eleição.

Conflito de Competência:

 Positivo: Disputa sobre qual juiz é competente.


 Negativo: Quando um juiz se declara incompetente e envia a outro juízo.

Na continência e na conexão, pode haver conflito de competência sobre em


qual juízo ocorrerá a reunião ou separação de processos, resolvido pela regra
da prevenção (art. 59, CPC). A competência ou incompetência é suscitada ao
tribunal respectivo.

Procedimentos para Determinar o Órgão Competente (segundo Nelson


Nery Jr. e Rosa Nery):

1. Verificar se a justiça brasileira é competente.


2. Se sim, investigar se é competência originária de Tribunal ou de órgão
jurisdicional atípico.
3. Se não, verificar se é afeto à justiça especial.
4. Se for competência da justiça comum, verificar se é da justiça federal (art. 108 e
109, CF).
5. Sendo da justiça estadual, buscar o foro competente segundo critérios do CPC
(competência absoluta, relativa, material, funcional, valor da causa e territorial).
6. Determinar o foro competente e verificar o juízo competente de acordo com o
sistema do CPC e normas de organização judiciária (por exemplo, prevenção).

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