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Teoria Geral Do Processo I - Competência

(LUXJUS)

TEORIA GERAL DO PROCESSO I

COMPETÊNCIA

1. Conceitue Competência.

A quantidade de processos hoje em dia é enorme, sendo que os órgão jurisdicionais também são múltiplos, nota-se facilmente que existe
uma necessidade de distribuir estes processos entre estes órgãos. Sendo que cada órgão exercerá seus limites dentro no que está regido
pela Carta Magna.
Ou seja, ?chama-se competência essa quantidade de jurisdição cujo exercício é atribuído a cada órgão ou grupo de órgão?. (Liebman).

2. Conceitue competência de jurisdição.

A função jurisdicional é só uma, porém é dividida e distribuída entre os órgãos do Poder Judiciário. Sendo que, através de regras legais
atribuem a cada órgão o exercício da jurisdição com referência a dada categoria de causas (regras de competência), tiram-se os demais
órgãos para que aquele deva exercer, em concreto.

3. Explique o que vem a ser competência originária. Exemplifique.

A competência originária existe quando se questiona qual é o órgão que primeiramente irá conhecer o pedido.
Em regra esta competência pertence aos órgão de Primeiro Grau de Jurisdição (ou, Primeira Instância).
Ex. no estado de São Paulo a competência originária de seu tribunal de Justiça é ditada pelo artigo 74 da Constituição estadual, imputados ao
Vice-Governador e outras autoridades de alto escalão.
4. Após esclarecer o que vem a ser foro, conceitue competência de foro.

Foro é a delimitação da atuação do juiz em razão da matéria.


A competência de foro decorre do aproveitamento da lei, na determinação da competência, das relações entre as partes, dos fatos a eles
ligados com o território onde o juiz exerce a jurisdição.
Ex. artigo 94 do Código de Processo Civil, que prevalece o foro do domicílio do réu.

5. Explique o que vem a ser competência de juízo, acentuando os fatores que a determinam. Exemplifique.

A competência de juízo resulta na distribuição dos processos entre os órgãos judiciário do mesmo foro (é distribuído para as varas, de acordo
com a competência de cada uma).
Juízo é sinônimo de órgão judiciário e, em primeiro grau de jurisdição, correspondentes às varas. Ex. 1ª vara criminal (Juízo da 1ª Vara
Criminal).

6. O que vem a ser competência interna, Exemplifique.

A competência interna decorre da existência de mais de um Juiz no mesmo juízo, ou de várias câmaras, grupos de câmaras, turmas de
seções no mesmo tribunal.
Ex. Existe dentro de uma vara mais de um juiz, ocorre então competência interna, pois apenas um poderá ser o juiz da causa.

7. Via de regra, a quem pertence a competência recursal? Em que consiste esta competência?

A competência recursal pertence aos tribunais, e não aos órgãos de primeiro grau.
A competência recursal ocorre quando a parte vencida, fica insatisfeita com o resultado, e pede a manifestação do órgão jurisdicional mais
elevado.

8. O que é competência funcional?

Ocorre quando em um mesmo processo, podem funcionar vários juizes, exercendo atividades jurisdicionais que são delimitadas.
Ex. no mesmo processo, um juiz relator e o outro revisor.
9. Conceitue, confrontando-as, as competências absoluta e relativa.

Competência absoluta - trata-se da competência segundo o interesse publico, sendo que o juiz incompetente poderá pronunciar a sua
incompetência ainda que nada aleguem as partes, enviando os autos ao juiz competente. Competência relativa - trata-se da competência de
foro, o legislador pensa no interesse de uma das partes, para esta se defender melhor. Sendo assim existem certos fatores, como: a vontade
das partes, a eleição do foro (CPC, artigo 111).
A grande diferença entre elas é que: a competência absoluta é improrrogável (não comporta modificação alguma), e a competência relativa é
prorrogável.

COMPETENCIA TERRITORIAL

A jurisdição brasileira tem como limite o território nacional. Desse modo, os juizes nacionais têm limitações ao exercício da
função jurisdicional em razão do território, a que se acha submetido, por força da ordem constitucional.
Por exemplo, os juizes federais o fazem nos limites traçados pela CF, art. 109; os juizes do trabalho(federais) exercem a parcela de
jurisdição de acordo com a competência da Justiça do Trabalho( art. 114, 116, CF); os juizes de Direito dos Estados exercem a
jurisdição de acordo com a Constituição Estadual( arts. 96, I, 'a', 125, CF).
Por sua vez, os respectivos Tribunais têm sua competência territorial igualmente definida pela ordem constitucional. Exemplos:
TRF - art. 108, CF; TRT - art. 112, CF; Tribunais de Justiça(art. 125, 96, I, 'a', CF).
Em regra, quando uma norma se servir de critério territorial para fixar a competência, a não observância do dispositivo gera vício
relativo, portanto sanável, desde que provocado pela parte. Exemplo: art. 94 e parágrafos, CPC.
Há uma exceção: art. 95, primeira parte, CPC. No caso, a não observação, acarreta nulidade, pois a competência é absoluta. O
legislador não deu abertura. Já se a matéria não versar sobre direito real, poderá o autor escolher o foro do domicílio do réu ou de
eleição.
O mesmo se afirme do art. 96, CPC. No caso, também, a não observância do dispositivo, acarreta a nulidade, pois, o legislador
assim determinou, não dando opções ao interessado ou parte na propositura da ação.

Competência hierárquica
Determinada em concreto a Justiça competente para o processamento da demanda, cumpre verificar, entre os diversos órgãos que
a compõem, aquele funcionalmente competente, ou, se preferir, cabe a verificação do grau de jurisdição em que correrá o processo
(competência hierárquica).
Sabe-se que as diversas Justiças são integradas, em regra, por órgãos monocráticos (de primeiro grau) e órgãos colegiados (de
segundo grau – tribunais).
Os últimos têm, por sua vez, competência originária (para aquelas causas que desde logo lhe são atribuídas por lei – v. g., CF, arts.
102, I e 105, I) e competência recursal (poder de reexaminar, mediante recurso interposto pela parte ou interessado, o ato recorrido).
Estabelece-se entre os órgãos jurisdicionais inferiores e superiores, portanto, uma relação de hierarquia para o exercício da função
jurisdicional, de tal sorte que os primeiros não podem decidir aquelas causas de competência originária dos segundos, cabendo a estes,
ademais, o reexame das decisões daqueles, em grau de recurso.
Esse critério hierárquico é fundado, no mais das vezes, ou na qualidade das partes ou no objeto do processo, valendo lembrar,
ainda, que a lei atribui ao Supremo Tribunal Federal, com exclusividade, competência para o processamento e julgamento de
determinadas causas especialíssimas (CF, art. 102, I) e, excepcionalmente, confere poder jurisdicional mesmo a órgãos estranhos ao
Poder Judiciário, com a exclusão deste (CF, art. 52, I e II).

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