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4.2 – Competência Interna: a CF trata do Poder Judiciário nos arts. 92 a 126. Dessa
forma, é a CF que indica quais são os órgãos judiciários, definindo as suas
competências. Portanto, a distribuição da competência faz-se por meio de normas
constitucionais (inclusive de constituições estaduais), legais, regimentais (distribuição
interna da competência nos tribunais, feita pelos seus regimentos internos) e até
mesmo negociais (no caso de foro de eleição) – art. 44, CPC.
4.2.2 – Competência por distribuição: art. 284, CPC. As regras de distribuição (modo
alternado e aleatório) servem para concretizar a competência onde há mais de um
juízo e foram criadas para fazer valer o princípio do juiz natural.
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Foro: em direito processual, é o nome que se dá a cada uma das porções territoriais
em que se divide o país para efeito de distribuição da competência, seja em 1º grau
jurisdicional, seja em grau mais elevado. É a base territorial sobre a qual determinado
órgão judiciário exerce a sua competência. Em 1ª instância, perante a justiça estadual,
foro é designação utilizada como sinônimo de comarca. Na federal, subseção judiciária.
O foro de cada Tribunal de Justiça é todo o Estado em que se situa. O dos Tribunais
Regionais Federais abrange toda uma região. O foro do STF e STJ é todo o país.
Obs.: Não confundir foro com fórum, pois este último é o edifício onde tem sede os
órgãos jurisdicionais de 1º grau de jurisdição.
Juízo: é sinônimo de órgão jurisdicional, ou seja, há juízos de 1º grau, que são as varas
federais ou estaduais existentes em todo o país, e também os de grau superior, que
são os tribunais em geral.
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Obs.: Quando se quer apurar em que comarca determinada demanda deve ser
proposta, está-se em busca do foro competente. Quando, dentro da comarca, procura-
se a vara em que a demanda deve ser ajuizada, a dúvida será sobre o juízo
competente.
c.1) Absoluta: São regras criadas para atender o interesse público. A incompetência
absoluta pode ser alegada a qualquer tempo, por qualquer das partes, podendo ser
reconhecida de ofício (art.64, §1°, CPC), portanto, determina-se a remessa dos autos
para outro juízo e a anulação dos atos decisórios. Pode ser alegada em preliminar da
contestação (art. 64, CPC). É um defeito grave a incompetência absoluta e pode ser
objeto de ação rescisória (art. 966, II, CPC). A regra de competência absoluta não pode
ser alterada pelas partes, nem por conexão ou continência.
CPC) ou pela não alegação da incompetência relativa (art. 65, CPC). A competência
relativa pode ser modificada por conexão ou continência.
a.1) Competência em razão da pessoa (elemento parte): considera uma das partes.
Ex: art. 109, I, CF (competência da Justiça Federal para julgar as causas de interesse da
União); a existência de vara privativa da Fazenda Pública, criada para processar e julgar
causas que envolvam entes públicos. Há casos de competência de tribunal
determinada em razão da pessoa, como prerrogativa do exercício de algumas funções
(mandado de segurança contra ato do Presidente da República é da competência do
STF, por exemplo: art. 102, I, "d", CF).
I) Art. 46 do CPC: domicílio do réu nas ações pessoais e nas reais mobiliárias (direitos
reais sobre móveis). É regra de competência relativa.
II) Art. 47 do CPC: nas ações reais imobiliárias, isto é, aquelas que tratam de direitos
reais sobre imóveis, competente será o foro de situação da coisa. Logo, se não se
encaixar em alguma das exceções do § 1º, o foro de situação será caso de competência
territorial absoluta. Também o é qualquer ação possessória imobiliária, previsão
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introduzida pelo § 2º desse mesmo dispositivo. Há, ainda, regras especiais, como as
previstas nos artigos 48 a 53 do CPC, e outras esparsas em nosso ordenamento.
III) Código de Defesa do Consumidor: determina que o foro competente para a
discussão das relações de consumo é o do domicílio do autor-consumidor (art. 101, I,
CDC). Não é regra de competência absoluta, ou seja, o consumidor pode abrir mão.
IV) Ações de divórcio, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução da
sociedade de fato: o CPC não manteve o foro privilegiado da mulher. Dessa forma, o
foro será o do domicílio do guardião do filho incapaz. Caso não haja filhos incapazes, a
competência será do foro do último domicílio do casal (art. 1566, II, e 1569, CC). Mas
para que esse foro seja o competente, é preciso que um dos cônjuges tenha
permanecido nele. Se nenhuma das partes residir no antigo domicilio do casal, a
competência será do domicílio do réu. É regra de competência relativa.
V) Credor de alimentos e idoso: art. 53, II, CPC, nas ações de alimentos o foro
competente é o do alimentando. Também regra de competência relativa. O foro do
idoso está previsto no art. 1048, I, CPC e na Lei n° 10.741/2003 (Estatuto do Idoso).
4.3.1 – Prorrogação: a incompetência relativa não pode ser conhecida de ofício, dessa
forma, o réu necessita de alega-la como preliminar de contestação, sob pena de
preclusão. Se o réu não se manifestar na contestação, aquele foro que era
originariamente incompetente tronar-se-á plenamente competente, ou seja, haverá
prorrogação.
4.3.3 – Conexão: art. 55, CPC. É uma relação de semelhança entre demandas, que é
considerada pelo direito positivo como apta a produção de determinados efeitos
processuais. Ou seja, demandas distintas, mas que mantém entre si algum vínculo. É
um mecanismo processual que permite a reunião de duas ou mais ações em
andamento, para que tenham um julgamento conjunto. O critério utilizado para definir
a existência da conexão é o dos elementos da ação, a saber: partes, pedido e causa de
pedir. Tal instituto visa evitar que se chegue a decisões conflitantes, além de promover
a economia processual. A conexão é fato que atribui ao órgão jurisdicional uma
competência absoluta, por isso pode ser conhecida de ofício.
4.3.4 – Continência: art. 56, CPC (relação entre duas ou mais ações quando houver
identidade de partes e de causa de pedir, sendo que o objeto de uma, por ser mais
amplo, abrange o das outras). É um exemplo de conexão, produzindo os mesmos
efeitos desta, mas com uma sutil diferença, prevista no art. 57, CPC. Há duas situações
possíveis: a ação maior (continente) é anterior à ação menor (contida); a ação maior é
posterior à ação menor.
Obs.: não confundir com litispendência (quando se reproduz ação idêntica a outra que
já está em curso. As ações são idênticas quanto têm os mesmos elementos, ou seja,
quando têm as mesmas partes, a mesma causa de pedir (próxima e remota) e o
mesmo pedido (mediato e imediato)).