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Direito Processual

Civil I

5º Período
Aluisio Santos de Oliveira
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

4 – COMPETÊNCIA
RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
COM BASE NOS ARTIGOS 42 A
53 DO CPC
E OBSERVAÇÕES
IMPORTANTES
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

01 – Em que momento é fixada


a competência nos termos do
artigo 43 do CPC?
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Competência é a capacidade de exercer a jurisdição.


A jurisdição é a capacidade de dizer o direito de
forma definitiva.
A competência, por sua vez, retrata essa capacidade
aplicada ao caso concreto. Sua finalidade é a de
organizar o sistema judiciário brasileiro, atribuindo
a diferentes juízes a jurisdição no caso concreto.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

No artigo 43, é estabelecido o


momento em que é determinada a
competência. Esse momento é o do
registro ou da distribuição da
petição inicial (perpetuação da
competência).
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Exceções:
•Supressão do órgão judiciário
•Alteração da competência
absoluta
Atenção!!!
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 43. Determina-se a competência


no momento do registro ou da
distribuição da petição inicial, sendo
irrelevantes as modificações do estado
de fato ou de direito ocorridas
posteriormente, salvo quando
suprimirem órgão judiciário ou
alterarem a competência absoluta.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Critérios para fixação da competência


Em razão da matéria

Em razão da pessoa
OBJETIVO
Em razão do valor

CRITÉRIOS FUNCIONAL

TERRITORIAL
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

CRITÉRIO OBJETIVO
Leva em consideração a demanda
apresentada, com base nos
elementos da ação (partes, pedido
e causa de pedir), que permitem a
criação de três subcritérios:
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CRITÉRIO OBJETIVO

COMPETÊNCIA Leva em consideração a qualidade das pessoas


EM RAZÃO DA envolvidas no litígio. No caso das ações originárias
PESSOA que iniciam diretamente perante os tribunais,
conforme o art. 102, CF/88 (Competência do STF)
e o art. 105, CF/88 (Competência do STJ), a
competência será em razão da pessoa.

Exemplos:
a) Compete ao STF processar e julgar nas infrações penais comuns,
o Presidente da República... (art. 102, I, “b”, CF/88)

b) Compete ao STJ processar e julgar, nos crimes comuns, os


Governadores... (art. 105, I, “a”, CF/88).
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CRITÉRIO OBJETIVO
Leva em consideração a causa de pedir.
COMPETÊNCIA
Neste caso, a competência é definida em razão da
EM RAZÃO DA
natureza jurídica controvertida.
MATÉRIA

Exemplos:
a) Matérias que envolvam direito de famílias ou sucessões;
b) Matérias de competência da Justiça Federal, definidas no
artigo 109 da CF/88
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CRITÉRIO OBJETIVO
COMPETÊNCIA Leva em consideração o pedido.
EM RAZÃO DO Esse critério define a competência a partir do valor
VALOR DA atribuído pela parte à causa. A depender do valor,
CAUSA o processo poderá tramitar perante o Juizado
Especial Cível, perante o Juizado Especial Federal
ou perante o Juizado Especial da Fazenda Pública.

Observações:
a) Nos Juizados Especiais Cíveis, o limite é o valor de 40 salários
mínimos; no entanto, o critério é facultativo; Lei 9099/95
b) Nos Juizados Especiais Federais (Lei 10.259/2001) e da Fazenda
Pública (Lei 12.153/2009), o limite é de 60 salários mínimos e o
critério de competência é obrigatório.
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CRITÉRIO TERRITORIAL
É uma hipótese relativa de competência,
conferindo às partes a possibilidade de, em
regra, derrogar tal competência pela vontade
delas. No CPC, o assunto é tratado entre os
artigos 42 a 63, os quais definirão onde a
demanda deve ser proposta.
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CRITÉRIO FUNCIONAL
Pelo critério funcional a competência interna é fixada
levando-se em conta uma divisão de funções a ser exercida,
por mais de um juízo, dentro do mesmo processo, ou ainda
o fato de incumbir a um só juízo, por conta da função
exercida em um determinado processo, atuar também em
outro, que àquele seja ligado. Abrange, em suma, a
competência hierárquica, que identifica a competência dos
tribunais, seja para o julgamento de recursos, seja para o
julgamento de causas de sua competência originária.
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02 – Explique o teor do artigo


45 do CPC
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo,


os autos serão remetidos ao juízo federal
competente se nele intervier a União, suas
empresas públicas, entidades autárquicas e
fundações, ou conselho de fiscalização de atividade
profissional, na qualidade de parte ou de terceiro
interveniente, exceto as ações:
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I - de recuperação judicial, falência, insolvência


civil e acidente de trabalho;

II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.

§ 1º Os autos não serão remetidos se houver


pedido cuja apreciação seja de competência do juízo
perante o qual foi proposta a ação.
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§ 2º Na hipótese do §1º, o juiz, ao não admitir a


cumulação de pedidos em razão da incompetência
para apreciar qualquer deles, não examinará o
mérito daquele em que exista interesse da União,
de suas entidades autárquicas ou de suas empresas
públicas.
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§ 3º O juízo federal restituirá os autos ao juízo


estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja
presença ensejou a remessa for excluído do
processo.
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No processo entre dois particulares, se a União tentar o ingresso,


relatando possuir interesse na causa, o magistrado da Justiça Comum
deverá encaminhar o processo para o Juiz Federal para deliberar se há,
ou não, competência.

Caso seja reconhecida a competência da Justiça Federal, a União se


tornará parte interessada. Do contrário, os autos serão devolvidos para
julgamento perante a justiça comum.
Súmula 150 do STJ

Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que


justifique a presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas
públicas.
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Mas! Atenção!

Isso não acontecerá nas ações:

•De Recuperação Judicial, Falência, Insolvência Civil e


Acidente de Trabalho;

•Sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.


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Observações

1. Na hipótese de cumulação de pedidos, se houver algum


cuja apreciação seja do juízo perante o qual a ação foi
proposta, não haverá remessa dos autos.

Porém, o mérito dos pedidos que envolvam interesse da


União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas
públicas não serão examinados. Estes deverão ser apreciados
pela Justiça Federal nos termos do Enunciado 150 da Súmula
do STJ.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Observações

2. Caso o ente que ensejou a remessa dos autos à Justiça


Federal seja excluído do processo, os mesmos autos serão
restituídos ao juízo estadual, que havia recebido a ação
inicialmente.
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03 – Informe as regras para a


propositura de ações fundadas
em direito real sobre bens
móveis e direito pessoal. Há
exceções? Especifique-as.
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O art. 46 do CPC apresenta a regra de distribuição de


competência quando envolver questões de direito pessoal e
de direito real fundada em bens móveis.

REGRA

Foro do domicílio do réu. (Caput do art. 46 do CPC)

Exceções?

Sim! Parágrafos 1º ao 5º do art. 46 do CPC.

Competência relativa!
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Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre


bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.

§1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de


qualquer deles.

§2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá


ser demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do
autor.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

§3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a


ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este
também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer
foro.

§4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios,


serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor.

§5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu,


no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado.
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04 – Qual é o foro competente


para as ações fundadas em
direitos reais sobre imóveis?
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

O art. 47 do CPC estabelece a


competência para as ações
fundadas em direito real e
possessória imobiliária, devendo,
em regra, seguir o foro de
situação da coisa.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

A regra é de competência
absoluta. Mas, é possível, em
alguns casos, a opção pelo foro
de domicílio do réu ou pelo foro
de eleição.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Assim, há duas regras de competência


absoluta: (foro de situação da coisa)
1ª - nas discussões sobre direito de
propriedade, de vizinhança, de servidão, de
divisão e demarcação de terras e de nunciação
de obra nova.
2ª - no caso de ação possessória imobiliária
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é


competente o foro de situação da coisa.

§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro


de eleição se o litígio NÃO recair sobre direito de propriedade,
vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação
de obra nova. (Competência Absoluta/Relativa)

§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de


situação da coisa, cujo juízo tem COMPETÊNCIA ABSOLUTA
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05 – Como é estabelecida a competência


para os casos de inventário, partilha,
arrecadação e para as ações em que o
espólio for réu? Há situações
excepcionais?
E no caso em que o réu for ausente?
E quando se tratar de réu incapaz?
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

No art. 48, temos a disciplina das regras


relativas à sucessão causa mortis, que
observa, EM REGRA, o foro do
domicílio do falecido. Mas, pode haver
exceções, conforme o Parágrafo único e
seus incisos.
Competência Relativa
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente


para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de
última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as
ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.

Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é


competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
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Regras sucessivas
1ª - o último domicílio do falecido;

2ª - se não tiver domicílio certo, será o local da


situação dos bens imóveis;

3ª - se tiver bens imóveis em vários locais,


poderá ser ajuizada em qualquer foro;

4ª - se não tiver domicílio, nem bens imóveis, a


ação poderá ser ajuizada em qualquer local dos
bens móveis do espólio
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Mas, e se o réu for Ausente?


Neste caso, a competência será
determinada pelo artigo 49 do CPC,
segundo o qual, a ação será proposta
no foro de seu último domicílio.
Competência relativa
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 49. A ação em que o ausente


for réu será proposta no foro de seu
último domicílio, também
competente para a arrecadação, o
inventário, a partilha e o cumprimento
de disposições testamentárias.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Mas, e se o réu for Incapaz?


A propositura da ação se dará no
foro de domicílio de seu
representante ou assistente, nos
termos do artigo 50 do CPC.
Competência relativa
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 50. A ação em que o


incapaz for réu será proposta
no foro de domicílio de seu
representante ou assistente.
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06 – Sendo a União a autora ou a


ré, como se definirá a
competência?
E se forem o Estado ou o Distrito
Federal como autores ou réus?
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

O art. 51 do CPC reproduz os §§


1º e 2º do art. 109 da CF/88 a
respeito da competência da
Justiça Federal ao determinar
que:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Nas ações ajuizadas PELA


União,
O foro competente será o
domicílio do réu.
UNIÃO AUTORA Domicílio do réu
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Nas ações ajuizadas CONTRA


a União, há opções:
Domicílio do autor

Local do ato ou do fato que originou a demanda


UNIÃO
DEMANDADA
No foro de situação da coisa

No Distrito Federal
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu


para as causas em que seja autora a União.

Parágrafo único. Se a União for a demandada, a


ação poderá ser proposta no foro de domicílio do
autor, no de ocorrência do ato ou fato que
originou a demanda, no de situação da coisa ou
no Distrito Federal.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

E se forem o Estado ou o Distrito


Federal como autores ou réus?
A resposta está no artigo 52 do
CPC, que repete o raciocínio do
artigo 51 a respeito da União.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Nas ações ajuizadas PELO


Estado ou PELO DF,
O foro competente será o
domicílio do réu.
ESTADO OU DF
Domicílio do réu
AUTORES
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Nas ações ajuizadas CONTRA


o Estado ou DF, há opções:
Domicílio do autor

ESTADO OU Local do ato ou do fato que originou a demanda


DF
DEMANDADOS No foro de situação da coisa

Capital do respectivo ente federado (se for


Estado) ou no DF.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as


causas em que seja autor Estado ou o Distrito Federal.

Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o


demandado, a ação poderá ser proposta no foro de
domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que
originou a demanda, no de situação da coisa ou na
capital do respectivo ente federado.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

07 – Competências específicas
previstas no artigo 53 do CPC.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Esse artigo fixa a competência


territorial no caso dos
hipossuficientes e traz hipóteses
específicas. Vejamos:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Nas ações de Divórcio, Separação, Anulação de casamento e Reconhecimento de


União Estável,
será competente o foro:
a) de domicílio do guardião do filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) se residirem em domicílios distintos do domicílio do casal, a competência será
do foro do domicílio do réu.
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar nos termos da Lei
11340/2006 – Incluída pela Lei 13894/2019)

Competência relativa
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Nas ações de Alimentos,


será competente o foro:
de domicílio ou residência do
alimentando.
Competência relativa.
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Nas ações em que a ré for Pessoa Jurídica,


será competente o foro:
do lugar da sede ou da filial/sucursal em relação às
obrigações assumidas.
Nas ações em que a ré for Sociedade/Associação
sem personalidade,
será competente o foro:
do lugar onde exerce suas atividades.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Nas ações de cumprimento,


será competente o foro:
do lugar onde a obrigação deve ser satisfeita.
Nas ações do Estatuto do Idoso,
será competente o foro:
da residência do idoso.
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Nas ações contra o cartório,


será competente o foro:
da sede da serventia notarial ou de registro.
Nas ações de reparação de dano e contra
administrador ou gestor de negócios alheios,
será competente o foro:
Do lugar do fato ou ato
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Nas ações de reparação de dano sofrido


em razão de delito ou acidente de
veículos, inclusive aeronaves,
será competente o foro:
do domicílio do autor ou
do local do fato.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 53. É competente o foro:


I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e
reconhecimento ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº
11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha); (Incluída pela Lei nº 13.894,
de 2019)

II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem


alimentos;
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III - do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica
contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação
sem personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o
cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no
respectivo estatuto;
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por
ato praticado em razão do ofício;
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

IV - do lugar do ato ou fato para a ação:


a) de reparação de dano;
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios
alheios;

V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação


de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente
de veículos, inclusive aeronaves.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

4.1 Aspectos relevantes sobre


Competência
4.1.1 Método para identificar o
Juízo Competente
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Método para identificar o Juízo Competente


A - Verificar se a justiça brasileira é competente para julgar as causas
(arts. 21 a 23, do CPC);
B – Se a justiça brasileira for competente, investigar se é caso de
competência originária de Tribunal ou de órgão jurisdicional atípico
(Senado Federal – art. 52, I e II, da CF/88; Câmara dos Deputados – art.
51, da CF/88; Assembleia Legislativa estadual para julgar Governador
de Estado.

C – Não sendo o caso, verificar se é afeto à Justiça especial (eleitoral,


trabalhista ou militar) ou à justiça comum;

D – Sendo competência da justiça comum, verificar se é da Justiça


Federal (arts. 108 e 109, da CF/88);

E – Sendo da justiça estadual, deve-se buscar o foro competente,


segundo os critérios do CPC.
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4.1 Aspectos relevantes sobre


Competência
4.1.2 Modificação da
Competência
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Modificação da Competência
Dar-se-á a modificação de competência ou
prorrogação de competência quando se amplia a
esfera de competência de um órgão judiciário para
conhecer certas causas que não estariam,
originariamente, compreendidas em suas atribuições
jurisdicionais. (Fredie Didier Jr., 2016, p. 225)
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Modificação de Competência
Atenção!
Um juiz que não era
originariamente competente
passará a ser.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Modificação de Competência
A regra é a de que o juiz para o qual foi encaminhado o
feito será competente até o fim do processo.
Porém, há situações que implicam a prorrogação da
competência, que são causas modificativas de competência,
previstas no art. 43 do CPC:
a)Supressão do órgão judiciário
b)Alteração da competência absoluta
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Modificação de Competência
Supressão do órgão judiciário
Ex.: é o que ocorre quando a lei de organização
judiciária de determinado Estado decide pela
agregação de determinada vara. Se isso ocorrer, a
competência que antes era da vara agregada passará
a ser da vara que agregou a competência.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Modificação de Competência
Alteração da competência absoluta
Ex.1: é o caso de um Governador que é demandado em determinada
ação perante o STJ e, no curso do processo, é eleito Presidente da
República. Nesse caso, em face do foro privilegiado do Presidente, o
processo será remetido ao STF.
Ex. 2: Seria o caso da criação de varas especializadas em
determinada Comarca. Isso fará com que os processos
especializados sejam concentrados na nova vara criada, que receberá
os processos em curso e será competente para os que surgirem a
partir de sua criação. Art. 43!
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Modificação de Competência
Os artigos 54 a 63 do CPC também
tratam do tema e apresentam
institutos de grande relevância para
o estudo do processo.
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Art. 54. A competência relativa


poderá modificar-se pela
conexão ou pela continência,
observado o disposto nesta
Seção.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Na conexão e na continência, verifica-se


identidade parcial dos elementos da ação
(partes/pedido e causa de pedir), o que
enseja a reunião dos processos.
Se houver identidade total dos elementos
da ação, haverá litispendência, dando
causa à extinção de um dos processos.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

CONEXÃO
É um mecanismo processual que permite a reunião de duas ou mais
ações em andamento, para que tenham um julgamento conjunto.
A principal razão é que não haja decisões conflitantes. Para que
duas ações sejam conexas, é preciso que tenham elementos comuns.
Assim, seria temerário que fossem julgadas por juízes
diferentes, cuja convicção não se harmonizasse. Disso poderiam
surgir resultados conflitantes, situação que o legislador quis evitar.
A reunião ainda se justifica por razões de economia processual, já
que, com ela, poderá ser feita uma única instrução e prolatada uma
sentença conjunta. (Marcus Vinícius Rios Gonçalves, 2015, p. 203).
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o
pedido ou a causa de pedir.
§1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo
se um deles já houver sido sentenciado.
§2º Aplica-se o disposto no caput:
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo
ato jurídico;
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar
risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos
separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

CONTINÊNCIA

Tal como a conexão, enseja a reunião de ações, para evitar decisões


conflitantes, havendo aqui um risco ainda maior, já que exige dois elementos
comuns (partes e causa de pedir) e a relação entre os pedidos. Mas a reunião
só se dará se a ação continente, isto é, a mais ampla, for proposta
posteriormente à ação contida. Não haverá utilidade na propositura da ação
contida quando a continente já está em curso, (...). Se isso ocorrer, não será
caso de reunião de ações, mas de extinção sem resolução de mérito, da ação
contida ajuizada posteriormente (CPC, art. 57). Salvo essa hipótese, havendo
continência as ações serão necessariamente reunidas. (Marcus Vinícius Rios
Gonçalves, 2015, p. 208).
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações


quando houver identidade quanto às partes e à causa de
pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo,
abrange o das demais.

Art. 57. Quando houver continência e a ação continente


tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à
ação contida será proferida sentença sem resolução de
mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente
reunidas.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Elementos da Ação
PARTES

PEDIDO

CAUSA DE
PEDIR
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

LITISPENDÊNCIA
PARTES PARTES

PEDIDO PEDIDO

CAUSA DE CAUSA DE
PEDIR PEDIR
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

CONEXÃO
PARTES PARTES

PEDIDO PEDIDO
OU
CAUSA DE CAUSA DE
PEDIR PEDIR
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

CONTINÊNCIA
PARTES PARTES

PEDIDO X PEDIDO 2X

CAUSA DE CAUSA DE
PEDIR PEDIR
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Zuleide e Zuleica foram contratadas por Teobaldo para


ministrar um treinamento sobre finanças para os seus
funcionários. As contratadas são irmãs e têm domicílio em
Itabira/MG, mas o treinamento seria em Santa Bárbara/MG.
Ocorre que ambas as contratadas descumpriram o contrato e,
além de não comparecerem ao evento, não devolveram o
adiantamento dado pelo contratante.
Em uma eventual ação contra as contratadas, especifique o
foro competente de acordo com as normas do atual Código
de Processo Civil
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

V ou F?
Dercy Cabral deseja propor ação de
restituição de créditos em face da União.
Como futuro(a) advogado(a) de Dercy,
sua orientação seria de que o foro
competente para a presente ação seria o
domicílio do réu.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

QUEM SERÁ O JUIZ


COMPETENTE PARA
JULGAR AS AÇÕES
CONEXAS OU
CONTINGENTES?
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 58. A reunião das ações propostas


em separado far-se-á no juízo prevento,
onde serão decididas simultaneamente.

Art. 59. O registro ou a distribuição da


petição inicial torna prevento o juízo.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Outras hipóteses de
modificação/prorrogação de
competência
•Incidente de deslocamento de
competência – art. 109, §5º, CF/88
•Foro de Eleição – art. 63, CPC
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Incidente de deslocamento de competência – art. 109, §5º, CF/88


Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
(...)
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o
Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais
de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar,
perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do
inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência
para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Foro de Eleição – art. 63, CPC


Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do
território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
§1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e
aludir expressamente a determinado negócio jurídico.
§2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
§3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada
ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro
de domicílio do réu.
§4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na
contestação, sob pena de preclusão.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Foro de Eleição – art. 63, CPC


Observe que:
Art. 62. A competência determinada em
razão da matéria, da pessoa ou da função é
inderrogável por convenção das partes.

Aqui não cabe foro de eleição.


DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

4.3 Incompetência
4.3.1Diferenças entre
competência absoluta e relativa
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Distinções
COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA
Estabelece regras de competência a Fixa regras de competência a partir
partir do interesse público. do interesse particular.
Ex. a competência para julgamento do Ex. ação de alimentos;
impeachment é absoluta em razão do Ação de cobrança, de indenização etc.
interesse público.
Também é de interesse público a
distinção entre Justiça Federal, Justiça
do Trabalho, Eleitoral e Militar.
Pode ser alegada em preliminar de Deve ser alegada pelo réu em preliminar
contestação. Contudo, pode ser alegada de contestação, sob pena de precluir e,
a qualquer tempo, por qualquer uma das em decorrência, prorrogar a
partes. competência.

Pode ser reconhecida de ofício. Não pode ser reconhecida de ofício.

Não pode ser alterada pela vontade das As partes têm a prerrogativa de eleger o
partes. foro.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Distinções
COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA
Não admite conexão e continência Admite conexão e continência

Abrange as regras e a fixação da Abrange as regras de competência


competência material, em razão da territorial e competência sobre o valor da
pessoa e funcional. causa.

Se a ação transitar em julgado, é cabível Não cabe ação rescisória, pois há


a ação rescisória. prorrogação de competência.
Alteração superveniente da competência Mudança superveniente de competência
implica o deslocamento da causa para não produz efeitos.
outro juízo.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão


preliminar de contestação.

§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau


de jurisdição e deve ser declarada de ofício.

§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a


alegação de incompetência.

§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos


ao juízo competente.

§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos


de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida,
se for o caso, pelo juízo competente.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 65. Prorrogar-se-á a competência


relativa se o réu não alegar a incompetência
em preliminar de contestação.

Parágrafo único. A incompetência relativa


pode ser alegada pelo Ministério Público nas
causas em que atuar.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

4.3.2 Conflito de Competência


O conflito de competência é o fato de dois
ou mais juízes se darem por competentes
(conflito positivo) ou incompetentes
(conflito negativo) para o julgamento da
mesma causa ou de mais de uma causa.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 66. Há conflito de competência quando:


I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes;
II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes,
atribuindo um ao outro a competência;
III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca
da reunião ou separação de processos.
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência
declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a
outro juízo.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Julgamento do conflito
Competência do
Conflito entre Juízes do mesmo Estado Tribunal de
Justiça
Conflito entre Juízes Federais do mesmo Competência do
TRF TRF
Conflito entre Juízes estaduais de Competência do
Estados distintos STJ
Conflito entre Juízes Federais de Competência do
Estados distintos STJ

Conflito entre Juiz Estadual e Juiz Competência do


Federal STJ
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

4.4 COOPERAÇÃO NACIONAL


Os órgãos jurisdicionais devem atuar em
cooperação recíproca na condução da
atividade jurisdicional, independentemente
da instância ou se for da justiça estadual ou
federal, nos termos do artigo 67 do CPC.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou


federal, especializado ou comum, em todas as instâncias e
graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores,
incumbe o dever de recíproca cooperação, por meio de
seus magistrados e servidores.

Art. 68. Os juízos poderão formular entre si pedido de


cooperação para prática de qualquer ato processual.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser


prontamente atendido, prescinde de forma específica e pode
ser executado como:
I - auxílio direto;
II - reunião ou apensamento de processos;
III - prestação de informações;
IV - atos concertados entre os juízes cooperantes.
§ 1º As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o
regime previsto neste Código.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

§ 2º Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir, além de


outros, no estabelecimento de procedimento para:
I - a prática de citação, intimação ou notificação de ato;
II - a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimentos;
III - a efetivação de tutela provisória;
IV - a efetivação de medidas e providências para recuperação e preservação de
empresas;
V - a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recuperação judicial;
VI - a centralização de processos repetitivos;
VII - a execução de decisão jurisdicional.
§ 3º O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos
jurisdicionais de diferentes ramos do Poder Judiciário.

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