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COMPETÊNCIA: primeiras considerações

 A jurisdição (função estatal) deve ser considerada una (alcance sobre todo o território
nacional). Impraticável que cada magistrado exerça jurisdição sobre todas as
discussões jurídicas de todos os assuntos e em todas as comarcas e tribunais.
 Regras de competências: divisão do serviço prestado pelo poder judiciário
(jurisdição) dentro da organização judiciária (compartimentada) – especialização,
otimização e eficiência.
 Competência é a quantidade ou a medida da jurisdição cujo exercício é atribuído a
cada órgão jurisdicional.
COMPETÊNCIA: primeiras considerações

 A competência é exatamente o resultado de critérios para distribuir entre vários órgãos as atribuições
relativas ao desempenho da jurisdição – Fredie Didier.

 Estudo da competência a partir da Constituição Federal e do CPC

 CPC – Título III, Livro II da Parte Geral do CPC – título – Da competência interna subdivide-se em 2
Capítulos:
• 1.) Identificação do órgão jurisdicional brasileiro competente, modificações de competência e
reconhecimento de incompetência;
• 2.) inovação CC – cooperação nacional e internacional

 Estudo da competência a partir da Constituição Federal

 Vide art.: 102 (STF), 105 (STJ), 108 (TRF), 109 e 125 (JF), 22, XVII (DF).
COMPETÊNCIA: Guia de verificação
 Guia prático de busca do “juízo competente” (p. 450, BUENO);

 Identificar se o caso deve ser julgado pela Justiça brasileira;

 Se positivo, se o caso é reservado originariamente a algum Tribunal Superior;

 Se o caso trata de algum órgão jurisdicional “especial”, JT, JE ou JM;

 Se negativo, portanto de competência de órgão jurisdicional “comum”, verificar se


é da competência da JF;
 E caso positivo, se a competência é dos Juizados Especiais Federais;

Se a resposta for negativa, a competência pertence a justiça comum Estadual, aí


compreendida, em função da matéria, também a do Distrito Federal.
COMPETÊNCIA: primeiras considerações
 “A distribuição da competência faz-se por meio de normas constitucionais,
legais, regimentais e até mesmo negociais” – Fredie Didier.

 “É fundamental perceber que não há vácuo na competência: sempre haverá um


juízo competente para processar e julgar determinada demanda” – Fredie Didier.

 ...A função da competência é dividir dentro do Poder Judiciário as atribuições de


cada órgão para prestar a jurisdição da forma mais eficiente possível ao cidadão.
COMPETÊNCIA – JURISDIÇÃO NACIONAL
O CPC divide a COMPETÊNCIA a partir de seus limites:

A) LIMITE DA JURISDIÇÃO NACIONAL E


B) LIMITES INTERNOS DA JURISDIÇÃO

A) LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL


Art. 21 a 25 do CPC - quem julga é o Brasil?

A.1) COMPETÊNCIA CONCORRENTE – ART. 21, 22 e 24 CPC

A.2) COMPETÊNCIA EXCLUSIVA – ART. 23 e 25 (proteção da soberania


nacional)
COMPETÊNCIA – JURISDIÇÃO NACIONAL

A.2) COMPETÊNCIA EXCLUSIVA – ART. 23 e 25 (proteção da soberania nacional)

*Vide art. 10 LINDB e art. 5° CF, inc. XXXI (normas de direito material) - (art. 23 CPC – norma

de direito processual) – sempre em benefício dos cônjuges e/ou herdeiros brasileiros, portanto:

As partes não podem fazer contrato incluindo competência exclusiva do artigo 23, ou seja, o

artigo 25 não pode dispor sobre as restrições do art. 23. Por ex.: não pode julgar escolher foro

internacional para julgamento acerca de bem localizado no território brasileiro – a delimitação

da competência exclusiva prevista no CPC não pode ser transacionada internacionalmente.


COMPETÊNCIA: Absoluta e Relativa
 Vinculada ao interesse público na determinação de competência;

 Arts. 62 e 63 do CPC/2015;

 COMPETÊNCIA ABSOLUTA:
 Pode ser analisada de ofício pelo juiz (sem provocação das partes) a qualquer
tempo (inexistência de preclusão);
 Não pode ser alterada pela vontade das partes;

 Sentença proferida por juízo incompetente permite ação rescisória


(pressuposto de validade do processo);
 Competência relacionada à matéria, da pessoa e da função;
Competência absoluta
1.) COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA: fixada em razão das pessoas envolvidas no processo (JF);

• Varas da Fazenda Pública (Municipal ou Estadual)


• Competência por foro por prerrogativa de função (em razão do cargo ocupado);

2.) COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA: fixada em razão da natureza da causa (matéria);

• Divórcio: Direito de Família


• Obrigações: Direito Civil
• Crimes: Direito Penal

3.) COMPETÊNCIA FUNCIONAL: determina qual órgão competente de acordo com a função que este órgão desempenha dentro da
estrutura do poder judiciário. Hierárquica.

3.1) HORIZONTAL: quando se dá entre órgãos do mesmo nível hierárquico, mas com diferentes atribuições
Ex.: competência originária e recursal dentro do mesmo tribunal
3.2) VERTICAL: a competência se altera a partir das instâncias
Ex.: juiz de primeiro grau – competência para proferir sentença
desembargador – competência para proferir acórdão- ambos analisam o mesmo processo mas em instâncias diferentes.
COMPETÊNCIA: Absoluta e Relativa
 COMPETÊNCIA RELATIVA:
 Pode ser modificada, inclusive por vontade das partes (eleição de foro);

 A inobservância não permite ação rescisória;

 Não pode ser considerada como pressuposto de validade do processo;

 Competência relacionada ao valor e território;

 Decisões proferidas por juízos absolutamente incompetentes podem ser


preservadas nos termos do art. 64, § 4º, do CPC/2015.
Competência Relativa
1.) COMPETÊNCIA VALOR DA CAUSA: fixada em razão do valor da causa;

• Juizados Especiais Cíveis e Criminais – 40 s.m.


• Juizados Federais e da Fazenda Pública – 60 s.m.

2.) COMPETÊNCIA TERRITORIAL determina o local onde deverá ser


proposta a ação - arts. 46 a 53 do CPC/2015;

REGRA GERAL: art. 46 CPC: direito pessoal ou real sobre bens MÓVEIS, o
foro competente será o do domicílio do réu e art. 47: imóveis – local do
bem
COMPETÊNCIA – critério territorial
RÉU COM + DE 1 DOMICÍLIO: foro competente à escolha do autor;

RÉU EM LOCAL INCERTO E NÃO SABIDO: o autor pode escolher ajuizar a


demanda no seu domicílio ou onde o réu for encontrado;

RÉU SEM DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA NO BRASIL: foro do domicílio do autor. Vide


art. 23 CPC. Se autor tb fora do Brasil, pode ser no foro do autor ou réu;

2 ou + RÉUS COM DIFERENTES DOMICÍLIOS: o autor pode optar por propor a


demanda no foro de qualquer um dos réus;

EXECUÇÃO FISCAL: o foro competente será o do domicílio ou residência do réu ou


ainda, no local em que for encontrado.
COMPETÊNCIA – critério territorial
EXCEÇÕES À REGRA GERAL DO ART. 46 CPC:
1.) ações fundadas em direitos reais sobre imóveis (art. 47 CPC): foro da situação da coisa ou, a
critério do autor, também será competente o foro do domicílio do réu ou o foro de eleição desde que
o litígio não recaia sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras
e de nunciação de obra nova.

2.) herança (art. 48 CPC): foro do domicílio do autor da herança mesmo que tenha falecido no
exterior. No caso de não ter domicílio certo, pode ser competente o foro da situação do bem ou,
havendo vários, de qualquer um deles ou, ainda, não havendo bens imóveis, no foro do local de
qualquer bem do espólio.

3.) réu incapaz (art. 50 CPC): foro do domicílio daquele que é seu representante ou assistente.

4.) União como autora ou assistente (art. 51 CPC): foro do domicílio do réu.

5.) União como ré (art. 51, parágrafo único): foro do domicílio do autor, da ocorrência do ato ou fato
que deu origem à ação, no foro da situação da coisa ou ainda, no DF.
COMPETÊNCIA – critério territorial
EXCEÇÕES À REGRA GERAL DO ART. 46 CPC (cont.):

6.) Estado ou DF como autor (art. 52 CPC): foro do domicílio do réu.

7.) Divórcio, Anulação de Casamento, Reconhecimento ou Dissolução de


União Estável (art. 53 CPC): 3 situações específicas: sendo o filho incapaz,
o foro competente é o do domicílio do seu guardião; não havendo filho
incapaz, o foro competente é o do último domicílio do casal e se nenhuma
das partes residir no antigo domicílio do casal, o foro competente será o
do domicílio do réu.

8.) Ação de Alimentos (art. 53, II CPC): foro competente é do alimentando.


COMPETÊNCIA – critério territorial
EXCEÇÕES À REGRA GERAL DO ART. 46 CPC (cont.):

9) Do lugar (art. 53, III)


• Ré pessoa jurídica – foro competente é onde está localizada a sede;
• Obrigações contraídas pela pessoa jurídica – onde se achar a agência ou sucursal;
• Ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica – onde exerce suas
atividades;
• Onde a obrigação deve ser satisfeita para a ação em que for exigido o seu
cuprimento;
• Na residência do idoso – prerrogativa do Estatuto do Idoso;
• No domicílio do consumidor – prerrogativa do CDC;
• Na sede da serventia notarial ou de registro, nos casos de ação de reparação de
dano por ato praticado em razão do ofício.
COMPETÊNCIA – critério territorial
EXCEÇÕES À REGRA GERAL DO ART. 46 CPC (cont.):

10.) Do lugar do ato ou fato para ação (art. 53, IV):


• Nas ações de reparação de danos;
• Nas ações em que for réu administrador ou gestor de negócios
alheios.

11.) Para ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou


acidente de veículo ou aeronaves (art. 53, V): o autor pode optar entre
o foro do seu domicílio ou do local do fato.
COMPETÊNCIA – Outros Critérios de
Classificação
 Originária (formulação da petição inicial) ou Derivada (cumprimento de
sentença);

A competência originária é aquela atribuída ao órgão jurisdicional para conhecer da


causa em primeiro lugar – regra: primeiro grau, mas excepcionalmente nos tribunais.
 Objetiva ou Subjetiva

 Objetiva: quando definida pela matéria, valor da causa e pelo território;

 Subjetiva: definida pelas pessoas envolvidas no processo;

Exclusiva ou Concorrente

 Competência absoluta é exclusiva;


COMPETÊNCIA – Outros Critérios de
Classificação
 Competência de Foro (território no qual determinado órgão jurisdicional exerce as suas
funções, é a unidade territorial sobre a qual se exerce o poder jurisdicional)

 Regra geral: arts. 46 e 47 do CPC/2015:

 Domicílio do réu em direito obrigacional ou direito real sobre bens móveis;

 Da situação da coisa (direito real sobre bens imóveis);

 Competência de Juízo
 Identificação do específico órgão jurisdicional que atuará no caso;

 Critérios do CPC e da organização judiciária da JF e da JE;

 Em um mesmo foro pode haver mais de um juízo;


 ATENÇÃO: para uma mesma causa primeiro se verifica qual o foro competente, depois o
juízo, que é vara, o cartório, a unidade administrativa.
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DA CF/88
 Supremo Tribunal Federal - Competência: art. 102 da CF (rol taxativo)

 Originária (art. 102, I, da CF):


I - processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória
de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso


Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os


Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros
dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter
permanente;
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DA CF/88
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o
mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-
Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito
Federal ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e
outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
h)   (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for
autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo
Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;            
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DA CF/88
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas
decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de
atribuições para a prática de atos processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados,
e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou
sejam direta ou indiretamente interessados;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre
Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do
Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um
dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério
Público;  
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DA CF/88
 Supremo Tribunal Federal

 Recursal Ordinária (art. 102, II, da CF)

II - julgar, em recurso ordinário:

a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção


decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

b) o crime político;
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DA CF/88
 Supremo Tribunal Federal

 Recursal Extraordinária (art. 102, III, da CF)

III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última


instância, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.        


COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DA CF/88
 Superior Tribunal de Justiça - Competência: art. 105 da CF (rol taxativo)

 Originária (art. 105, I, da CF)

I - processar e julgar, originariamente:

a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito
Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros
dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União
que oficiem perante tribunais;
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DA CF/88
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal

c) os habeas corpus , quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas
na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado
ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da
Justiça Eleitoral;

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art.


102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes
vinculados a tribunais diversos;
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DA CF/88
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de
suas decisões;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União,
ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do
Distrito Federal, ou entre as deste e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for
atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou
indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos
órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça
Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas
rogatórias;  
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DA CF/88
 Superior Tribunal de Justiça

 Recursal Ordinária (art. 105, II, da CF):

II - julgar, em recurso ordinário:

a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou
pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;

b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou


pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e,


do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DA CF/88
 Superior Tribunal de Justiça

 Recursal Especial (art. 105, III, da CF)

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão
recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DA CF/88
 Tribunais Regionais Federais

 Competência: TRF (art. 108 da CF);

 Cada Estado membro corresponde uma Seção Judiciária (território jurisdição);

 Competência originária e recursal;


COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DA CF/88
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:

I - processar e julgar, originariamente:

a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos
crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a
competência da Justiça Eleitoral;

b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região;

c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;

d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;

e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;

II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no
exercício da competência federal da área de sua jurisdição.
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DA CF/88

 Justiça Federal (competência prevista no art. 109 da CF)

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na
condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e
as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada


ou residente no País;

III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional;
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DA CF/88
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou
interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;

V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no


País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;(Incl. EC nº 45/2004)

VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema
financeiro e a ordem econômico-financeira;

VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento


provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DA CF/88
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os
casos de competência dos tribunais federais;

IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça


Militar;

X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória,


após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à
nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;

XI - a disputa sobre direitos indígenas.


COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DO CPC
 Competência Interna do CPC/2015

 Dos limites da jurisdição nacional – art. 16, 21 a 25

 Disposições Gerais (arts. 42/53 do CPC/2015);

 Modificação de Competência (arts. 54/63 do CPC/2015);

 Incompetência (arts. 64/66 do CPC/2015);


COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DO CPC
 Disposições Gerais (arts. 42/53 do CPC/2015);

Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua
competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei.

 Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da


petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito
ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a
competência absoluta. (perpetuatio jurisdictionis)

 Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal , a competência


é determinada pelas normas previstas neste Código ou em legislação especial, pelas
normas de organização judiciária e, ainda, no que couber, pelas constituições dos
Estados.
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DO CPC
 Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo
federal competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades
autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na
qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações:
I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho;
II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
§ 1º Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de competência
do juízo perante o qual foi proposta a ação.
§ 2º Na hipótese do § 1º, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da
incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que
exista interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas.
§ 3º O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente
federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo.
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DO CPC
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em
regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles.
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou
no foro de domicílio do autor.
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do
autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro.
§ 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer
deles, à escolha do autor.
§ 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde
for encontrado.
 Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da
coisa.
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre
direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência
absoluta.
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DO CPC
 
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o
inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a
impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o
espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
 Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio,
também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de
disposições testamentárias.
 Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu
representante ou assistente.
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DO CPC
 Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União.
Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do
autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no
Distrito Federal.
 Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o
Distrito Federal.
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser proposta no foro de
domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na
capital do respectivo ente federado.
 Art. 53. É competente o foro:
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de
união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da 
Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha);            (Incluída pela Lei nº 13.894, de 2019)
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos;
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DO CPC
 III - do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem
personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo
estatuto;
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato
praticado em razão do ofício;
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido
em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DO CPC
 Modificação de Competência (arts. 54/63 do CPC/2015);
Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência, observado o
disposto nesta Seção.
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de
pedir.
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido
sentenciado.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput :
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico;
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de
decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
 Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes
e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.
 Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo
relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão
necessariamente reunidas.
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DO CPC
Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas
simultaneamente.
 Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.
 Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção judiciária, a
competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel.
 Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal.
Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável
por convenção das partes.
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro
onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir
expressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo
juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob
pena de preclusão.
COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DO CPC
 Incompetência (arts. 64/66 do CPC/2015);

Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser
declarada de ofício.
§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência.
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente.
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo
juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.
 Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de
contestação.
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que
atuar.
COMPETÊNCIA DE JUÍZO
 Regra prevista no art. 284 do CPC/2015

Art. 284.Todos os processos estão sujeitos a registro, devendo ser distribuídos onde houver mais de um
juiz.

 Pressupõe a existência de mais de um “juízo” para que se cogite distribuição entre os


competentes;

 A pesquisa do juízo é que revela a “vara” perante a qual o processo será registrado e,
existindo mais de um competente, perante qual a petição inicial será distribuída;
MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA

 A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da


função é inderrogável por convenção das partes. (art. 62 do CPC);

 As partes podem modificar a competência em razão do valor e do


território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e
obrigações (art. 63 do CPC).
MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA
 Foro de eleição (vontade das partes)

 A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e


aludir expressamente a determinado negócio jurídico (§ 1º);
 O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes (§ 2º).

 Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada


ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro
de domicílio do réu. (§3º);
 Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na
contestação, sob pena de preclusão. (§ 4º);
CONFLITO DE COMPETÊNCIA
 Art. 66 do CPC/2015

 Ver arts. 951/959 do CPC/2015

 Art. 66. Há conflito de competência quando:


I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes;
II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a
competência;
III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de
processos.
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o
conflito, salvo se a atribuir a outro juízo.
COOPERAÇÃO NACIONAL
 Arts. 67 ao 69 do CPC/2015

Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em todas as
instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores, incumbe o dever de recíproca
cooperação, por meio de seus magistrados e servidores.

 Art. 68. Os juízos poderão formular entre si pedido de cooperação para prática de qualquer ato processual.

Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente atendido, prescinde de forma
específica e pode ser executado como:
I - auxílio direto;
II - reunião ou apensamento de processos;
III - prestação de informações;
IV - atos concertados entre os juízes cooperantes.
§ 1º As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regime previsto neste Código.
COOPERAÇÃO NACIONAL
§ 2º Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir, além de outros,
no estabelecimento de procedimento para:

I - a prática de citação, intimação ou notificação de ato;


II - a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimentos;
III - a efetivação de tutela provisória;
IV - a efetivação de medidas e providências para recuperação e preservação de
empresas;
V - a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recuperação judicial;
VI - a centralização de processos repetitivos;
VII - a execução de decisão jurisdicional.

§ 3º O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos


jurisdicionais de diferentes ramos do Poder Judiciário.
SÚMULAS STJ

• Súmula 1 STJ: FORO DO DOMICILIO OU DA RESIDENCIA DO ALIMENTANDO E O COMPETENTE


PARA A AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE, QUANDO CUMULADA COM A DE
ALIMENTOS.
"PREVALENCIA DO FORO ESPECIAL DA AÇÃO DE ALIMENTOS, ART. 100, II, DO CPC, SOBRE O FORO
GERAL DO DOMICILIO, ART. 94, CAPUT, PREVISTO PARA AS AÇÕES DE INVESTIGAÇÃO DE
PATERNIDADE.[...] Inobstante as vacilações jurisprudenciais, creio deva prevalecer a regra especial
de foro do domicílio do alimentado, estatuída no artigo 100, inciso II, do CPC, sobre a outra, que é
geral, a do artigo 94 do mesmo diploma legal; cumpre levar em consideração que a regra especial
é a mais importante em razão do motivo determinante, vale dizer, da fragilidade econômica que o
alimentando arrosta, aliada à melhor possibilidade de colheita da prova que geralmente se
oferece no juízo do foro especial. Devo ainda, aditar que o magistrado suscitou de ofício sua
incompetência, o que não poderia fazer, por se cuidar de caso de competência relativa. Voto no
sentido da prevalência de foro especial da ação de alimentos, estabelecido no artigo 100, inciso II,
do CPC, sobre o domicílio previsto para as ações de investigação de paternidade[...] Observa-se
que o não cumprimento do Súmulas do Superior Tribunal de Justiça Página 1 de 2847 disposto no
artigo 118, I, do CPC, inobstante a determinação judicial nesse sentido." (CC 214 SC, Rel. Ministro
ATHOS CARNEIRO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 28/06/1989, DJ 28/08/1989, p. 13676)
• Súmula 3 STJ: COMPETE AO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DIRIMIR CONFLITO
DE COMPETENCIA VERIFICADO, NA RESPECTIVA REGIÃO, ENTRE JUIZ FEDERAL
E JUIZ ESTADUAL INVESTIDO DE JURISDIÇÃO FEDERAL.
"CONFLITO DE COMPETENCIA. O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DECIDE
CONFLITO DE COMPETENCIA ENTRE JUIZES VINCULADOS A TRIBUNAIS
DIVERSOS (CRFB, ART. 105, I, D, 'IN FINE'). QUANDO O JUIZ ESTADUAL ESTA
INVESTIDO DE JURISDIÇÃO FEDERAL, SUAS DECISÕES SÃO SUBMETIDAS AO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL, COMO ACONTECE COM O JUIZ FEDERAL.
AMBOS, POIS, SUBMETIDOS AO MESMO COLEGIADO, QUE E O COMPETENTE
PARA APRECIAR A MATERIA." (CC 291 RJ, Rel. Ministro LUIZ VICENTE
CERNICCHIARO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 08/08/1989, DJ 04/09/1989, p.
14034).
• Súmula 10 STJ: INSTALADA A JUNTA DE CONCILIAÇÃO E JULGAMENTO, CESSA A
COMPETENCIA DO JUIZ DE DIREITO EM MATERIA TRABALHISTA, INCLUSIVE PARA A
EXECUÇÃO DAS SENTENÇAS POR ELE PROFERIDAS

"INSTALADA JUNTA DE CONCILIAÇÃO E JULGAMENTO, EXTINGUE-SE POR COMPLETO A


COMPETENCIA DA JUSTIÇA COMUM PARA O PROCESSO E JULGAMENTO DE FEITOS TRABALHISTAS.
NA JUSTIÇA ESPECIALIZADA FAR-SE-A A EXECUÇÃO DE SENTENÇAS PROLATADAS POR JUIZ DE
DIREITO.[...] Trata-se de competência em relação à matéria e, por conseguinte, absoluta. Assim é
que Juiz criminal jamais julgará feitos cíveis. Se, em determinada comarca, um só juízo acumulava
todas as competências, a eventual criação de Vara Cível fará cessar por completo a possibilidade
de aquele decidir feitos dessa natureza, não importando que outras regras pudessem existir
vinculativas do Juízo que se tornou incompetente. Se assim é como princípio geral, mais ainda o
será quando se cogite da divisão de competências entre diversas jurisdições constitucionalmente
previstas. Instalada Junta de Conciliações e Julgamento, desaparece às inteiras a competência do
Juízo de Direito para causas trabalhistas." (CC 939 GO, Rel. Ministro EDUARDO RIBEIRO, SEGUNDA
SEÇÃO, julgado em 28/03/1990, DJ 16/04/1990, p. 2863)
• Súmula 58 STJ: PROPOSTA A EXECUÇÃO FISCAL, A POSTERIOR
MUDANÇA DE DOMICILIO DO EXECUTADO NÃO DESLOCA A
COMPETENCIA JA FIXADA.

• " 'PROPOSTA A EXECUÇÃO FISCAL, A POSTERIOR MUDANÇA DO


DOMICILIO DO EXECUTADO NÃO DESLOCA A COMPETENCIA JA
FIXADA.' " (CC 2253 SP, Rel. Ministro GARCIA VIEIRA, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 11/10/1991, DJ 25/11/1991, p. 17038)
• Súmula 33 STJ: A INCOMPETENCIA RELATIVA NÃO PODE SER DECLARADA DE
OFICIO.

"A POSSIBILIDADE DE O JUIZ, DE OFICIO, DECLARAR-SE INCOMPETENTE, LIMITA-SE


AOS CASOS DE COMPETENCIA ABSOLUTA.[...] Trata-se de competência relativa,
invocando o MM. Juiz suscitado a existência de Cláusula de eleição de foro. Já em
sede doutrinária ('JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA', Saraiva, 3ª ed., nº 114 e nota 104)
temos sustentado que a 'disponibilidade' das partes, em escolher ou aceitar o foro
onde deva a causa tramitar, é exatamente a tônica da distinção entre a competência
relativa (disponível) e a competência obsoluta (indisponível). A possibilidade de o
juiz, de ofício, declarar-se incompetente (não obstante as opiniões em contrário de
MUNIZ DE ARAGÃO e de ALCIDES DE MENDONÇA LIMA), limita-se aos casos de
competência absoluta." (CC 872 SP, Rel. Ministro ATHOS CARNEIRO, SEGUNDA
SEÇÃO, julgado em 27/06/1990, DJ 20/08/1990, p. 7954)

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