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Direito Processual Civil

Prof. Rodrigo Vaslin


Competência
2ª Etapa: É o caso de
3ª Etapa: Qual a Justiça
competência dos Tribunais
1ª Etapa: É o caso de Competente (Especializadas
de Superposição (STF e
Jurisdição Nacional (arts. 21 - Trabalho, Militar, Eleitoral
STJ) ou órgão jurisdicional
a 23, CPC)? OU Comum
atípico (art. 52, I e II,
-(Federal/Estadual)
CRFB)?

4ª Etapa: Competência 5ª Etapa: Qual é a


6ª Etapa: Qual é a
originária é do Tribunal ou competência territorial ou
competência de Juízo?
do 1º grau? de foro?

7ª Etapa: Qual é a
competência recursal?
Uma vez fixada, ocorre a
Regra perpetuação da jurisdição
(perpetuatio jurisdictionis)

Fixação da Competência
(registro ou distribuição)

Supressão de Órgão Judiciário

Exceção

Alteração de Competência
Absoluta
Regra geral de competência territorial (foro) - foro de domicílio do réu para ações fundadas em
direito pessoal E direito real sobre bens Móveis.
i- direito pessoal sobre móvel;
ii- direito pessoal sobre imóvel;
iii- direito real sobre móvel.
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em
regra, no foro de domicílio do réu. § 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro
de qualquer deles. § 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser
demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor. § 3o Quando o réu não tiver
domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este
também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. § 4o Havendo 2 (dois) ou mais
réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. §
5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar
onde for encontrado.
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o
foro de situação da coisa.
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição
se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão
e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa,
cujo juízo tem competência absoluta.

• Ações sobre direito real Imobiliário


• 7 (sete): Direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão de terras, demarcação de terras, nunciação de obra nova
(§1º) e posse (§2º).
• Competência territorial absoluta - foro da situação da coisa.

• Demais espécies de direito real não enquadrados naqueles 7. Ex: anticrese, enfiteuse, usufruto, superfície etc.
• Competência territorial relativa - 3 (três opções):
a) foro da situação da coisa;
b) foro de eleição, se houver
c) domicílio do réu;
✔Art. 51 (União);
Art. 52 (Estados e DF); 2019: d) É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor
a União, Estado ou o Distrito Federal.
Demanda proposta
União como autora no foro de domicílio
do réu

Foro do seu
domicílio

Foro do local do ato


ou fato que originou
a demanda
União como ré - o
autor opta entre os
seguintes foros:
Foro do local da
coisa

DF

✔Art. 53, I: guardião do filho incapaz; último domicílio do casal; domicílio do réu;
Enunciado 108: A competência prevista nas alíneas do art. 53, I, do CPC não é de foros concorrentes, mas
de foros subsidiários.
Obs2: Novidades
✔Art. 55, § 3º: conexão por prejudicialidade
✔Art. 59: prevenção pelo registro ou distribuição (TJSP/2017)
✔Art. 63, §3º: Foro de eleição abusivo
✔Art. 64: incompetência relativa em preliminar de contestação e translatio iudicii.
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão
preliminar de contestação.
§ 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de
jurisdição e deve ser declarada de ofício.
§ 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação
de incompetência.
§ 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao
juízo competente.
§ 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de
decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o
caso, pelo juízo competente.
conexão

Modificação legal

continência - que é uma


espécie de conexão

cláusula de eleição de foro


(derrogação)

Modificação voluntária

ausência de alegação da
incompetência relativa
(prorrogação)
Sujeitos do
Processo
Exercício da Advocacia no NCPC
❑ Criou-se nova hipótese de suspeição do juiz: “amigo íntimo ou inimigo
de qualquer das partes ou de seus advogados” (art. 145, inc. I).
❑ Não correm prazos processuais no período compreendido entre 20 de
dezembro e 20 de janeiro (art. 220).
❑ Haverá prazo em dobro se:
i) Houver litisconsórcio;
ii) Patrocínio por advogados de escritórios distintos;
iii) Autos físicos.

❑ Faculta-se ao advogado promover a intimação do advogado da outra


parte por meio do correio, juntando aos autos o AR (art. 269, § 1º).
❑ O art. 455, caput criou mais um encargo ao advogado: informar ou intimar a
testemunha por ele arrolada acerca do dia, data e local da audiência. A intimação
por via judicial consistirá em opção residual, somente sendo possível quando
comprovada que a tentativa do advogado foi frustrada (art. 455, § 4º, inc. I). A
inércia do advogado em relação à comunicação da testemunha implica a
desistência da sua inquirição (art. 455, § 3º).
❑ Honorários (art. 85).
• Os honorários sucumbenciais não mais se compensam quando há sucumbência
recíproca (art. 85, § 14 do CPC/2015). Superada súmula 306, STJ.
• Súmula 453, STJ. Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão
transitada em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria.
Com o novo CPC, se os honorários não forem fixados na sentença, eles poderão ser
pleiteados pelo advogado em ação autônoma (art. 85, § 18).
• Honorários por equidade (tema 1076, STJ)
• Previsão expressa de que os honorários possuem natureza alimentar, com os mesmos
privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho (art. 84, §14).
a) art. 80 e 81, CPC: Multa superior a 1% inferior a 10% (ou até 10
salários mínimos se o valor da causa for irrisório ou inestimável) – art.
80 e 81, CPC;
b) art. 702, §§ 10 e 11, CPC: Má-fé na ação monitória ou nos embargos
à ação monitória. Multa de até 10%.
c) art. 1.026, par. 2º e 3º, CPC: ED protelatórios. Multa, na primeira vez
Litigância de má-fé até 2%, reiteração até 10%;
d) art. 1.021, par. 4º: agravo interno manifestamente inadmissível ou
improcedente. Multa entre 1% e 5%;
Reverte para a parte.
e) art. 100, parágrafo único: Multa de dez vezes o valor das despesas
processuais que tiver deixado de adiantar, nos casos de revogação do
benefício da gratuidade de justiça (reverte para o Estado);

a) Art. 77, IV e VI, CPC. No novo CPC, ampliou-se as hipóteses:


descumprimento ou embaraço a decisões não só mandamentais, bem como
acrescentou-se a hipótese do atentado.
b) art. 334, § 8º: Ausência à audiência de mediação e conciliação. Multa de
até 2% para União ou Estado.
Ato atentatório à dignidade da justiça c) art. 903, §6º - suscitação infundada de vício para desist. do arrematante.
c) art. 918, p. u. Embargos manifestamente protelatórios.
Reverte para o fundo do art. 97, CPC. Caso não criado, reverte para União
ou Estado.
d) art. 774, par. Único: Ato atentatório à dignidade da justiça na execução.
Multa de até 20%; É revertido ao exequente.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe:
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias
necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que
tenham por objeto prestação pecuniária; ADI 5941.
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova,
adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela
do direito;
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o
Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a
que se referem o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei
no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da
ação coletiva respectiva.

Art. 144, VIII – ADI 5953.


Gratuidade de Justiça
❑ Pessoa jurídica (art. 98, caput);
❑ Presunção de necessidade – pessoa física (art. 98, §3º);
❑ Assistência de advogado não impede (art. 99, § 4º)
❑ Concessão parcial (art. 98, § 5º);
❑ Há condenação em despesas e honorários da parte sucumbente, mas
suspende-se a exigibilidade (art. 98, §3º).
❑ Não impede a cobrança de multas (art. 98, §4º).
❑ Impugnação na contestação (art. 100);
❑ Agravo de Instrumento restrito para indeferimento ou revogação.
Litisconsórcio
1) de acordo com a posição ocupada no processo (ativo, passivo e misto);

2) de acordo com a causa do litisconsórcio (comunhão, conexão, afinidade);

3) de acordo com o momento de sua formação (inicial, ulterior);

4) de acordo com sua obrigatoriedade ou não (litisconsórcio necessário e


facultativo).

5) de acordo com o direito material discutido ou de acordo com o destino dos


litisconsortes no plano material (unitário e simples).
Intervenção de Terceiro
Intervenção de terceiros

✔ Assistência simples e litisconsorcial (arts. 119 a 124);


✔ Chamamento ao processo (arts. 130 a 132)
✔ Denunciação da lide (impossibilidade de denunciação per saltum; não é obrigatória;
execução direta; responsabilidade do Estado)
✔ Oposição (deixou de ser modalidade p/ procedimento especial)
✔ Nomeação à autoria (deixou de ser modalidade - arts. 338 e 339)
✔ Desconsideração personalidade (novidade)
✔ Amicus curiae (novidade)
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a
pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. §
1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos
previstos em lei. § 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de
desconsideração inversa da personalidade jurídica.
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de
conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título
executivo extrajudicial. § 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada
ao distribuidor para as anotações devidas. § 2o Dispensa-se a instauração do incidente
se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial,
hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. § 3o A instauração do
incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2o. § 4o O requerimento deve
demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração
da personalidade jurídica.
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens,
havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a
especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da
controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das
partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de
pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com
representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.
§ 1o A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência
nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de
declaração e a hipótese do § 3o.
§ 2o Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a
intervenção, definir os poderes do amicus curiae.
§ 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de
resolução de demandas repetitivas.
Atos processuais
Forma, tempo, lugar
Comunicação dos atos processuais
Prazos
Nulidades
Forma
• Forma livre, salvo se a lei exigir;
• Prática eletrônica dos atos;
• Atos das Partes
• Atos do Juiz
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões
interlocutórias e despachos. § 1o Ressalvadas as disposições expressas dos
procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz,
com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento
comum, bem como extingue a execução.
Despachos (art. 203, §3º, CPC) Atos ordinatórios (art. 203, §4º, CPC)
§ 3o São despachos todos os demais Art. 203, § 4o Os atos meramente ordinatórios,
pronunciamentos do juiz praticados no como a juntada e a vista obrigatória,
processo, de ofício ou a requerimento da independem de despacho, devendo ser
parte. praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo
juiz quando necessário.

Ato sem caráter decisório, de mero


impulsionamento
Poderá ser delegada a prática ao servidor (se Praticado pelo servidor
delegada, é praticado como ato ordinatório)
✔Lugar

• Lugar dos Atos Processuais


• Regra
• Praticados na sede do Juízo

• Exceções
• Deferência (art. 454)
• Interesse da Justiça (art. 565, §3º; art. 481ss)

• Natureza do ato (ex: constrição; comunicação)

• Obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo magistrado (art. 449, p. ú; art. 751, §1º)
✔Tempo
a) Regra geral: das 6h às 20h e em dias úteis.
b) Exceção: serão praticados depois das 20h se o seu adiamento:
- prejudicar a diligência;
- causar grave dano.
- Lei n. 9.099/95, Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão
realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização
judiciária).
c) Exceção quanto aos dias úteis:
- Tutela de urgência;
- art. 212, §2º, CPC - Citações; Intimações; Penhoras.
Obs: esses atos nos feriados e férias forenses são praticados
independentemente de autorização judicial (art. 212, §2º, CPC).
✔Prazos Processuais
i- prazo subsidiário: 5 dias
ii- prazo a obrigar o comparecimento: 48 horas
iii- ato processual prematuro: válido
iv- suspensão do prazo:
- sábados, domingos, feriados e em dias sem expediente forense.
- entre os dias 20/dez a 20/jan;
- obstáculo criado pela parte ou pela suspensão do processo (art. 313, do CPC).
- instituição de programa de autocomposição pelo Poder Judiciário.
v- prorrogação do prazo:
- por até 2 meses, quando se tratar de unidade judiciária de difícil acesso.
- situação de calamidade, podendo ultrapassar os 2 meses a depender da situação
concreta.
Contagem do Prazo
- Na contagem do prazo, só se conta os dias úteis (art. 219), não contando feriados (art.
216). O dia do termo inicial (art. 231) deve ser excluído (art. 224, caput).
- Depois que se exclui o dia do termo inicial (art. 231), passamos a contar apenas os
dias úteis (art. 219).
✔Comunicação dos Atos Processuais

Integração do
Regular demandado ao
processo

Gera invalidade
Irregular
do processo

Citação Convalida a
Comparecimento
irregularidade, o
espontâneo
vício da citação

Indeferimento da
PI (art. 330)
Não é preciso
citação
Improcedência
liminar do pedido
(art. 332)

Meio eletrônico; correio; oficial (também por hora certa); edital.


Súmula 429: A citação postal, quando autorizada por lei, exige o aviso de
recebimento. Ver art. 248, § 4º (Porteiro).
CPC/73 CPC/15
Completar a relação processual Completar a relação processual
Induzir litispendência Induzir litispendência
Tornar litigiosa a coisa Tornar litigiosa a coisa
Constitui em mora o devedor Constitui em mora o devedor
Alterações
A prevenção agora se dá não
com a citação, mas sim com o
Tornar prevento o juízo
registro ou distribuição da petição
inicial (arts. 59, 284 e 312, CPC).
A interrupção da prescrição agora
se dá com o despacho que
Interromper a prescrição
ordena a citação e não mais a
citação válida.
A citação ordenada por juízo
A citação ordenada por juízo
incompetente induzia
incompetente produz todos os
litispendência e interrompia a
efeitos.
prescrição.
Tutelas provisórias
Procedimento comum
Procedimento Comum

✔ Extinção do procedimento sumário;

✔ Audiência de conciliação e mediação;

✔ Improcedência liminar do pedido;

✔ Julgamento parcial antecipado de mérito;

✔ Saneamento e organização;
Formação do processo - propositura da
demanda com o protocolo da PI

Registro ou Distribuição (torna prevento o


juízo - art. 59) Despacho do Juiz pra citar o réu
(interrompe a prescrição - que retroage à
data da propositura - art. 240, §1º)

Citação (induz litispendência, torna litigiosa


a coisa e constitui em mora o devedor - art.
240, caput) Audiência de conciliaçao e mediação (art.
334). Não havendo acordo, abre prazo para
contestação ( art. 335)

Contestação (art. 335 a 342)


Réplica do autor no caso dos arts. 350 e
351.

Juiz pode extinguir o processo nas Juiz pode Julgar antecipadamente o Não sendo o caso das duas primeiras
hipóteses do art. 354 (arts. 485 e 487, II e mérito de forma total (art. 355) ou parcial hipóteses, o Juiz irá promover o
III) (art. 356) Saneamento (art. 357)

No caso de julgamento parcial do mérito, o Audiência de Instrução e Julgamento


processo prossegue quanto ao restante -
saneamento, AIJ, sentença.

Se a causa for complexa, o debate oral pode ser substituído por razões finais
escritas no prazo sucessivo de 15 dias (art. 364, §2º). Depois, o juiz terá o prazo
impróprio de 30 dias para sentenciar.
✔ Pedido certo e determinado

✔ Art. 292, V e Súmula 326, STJ (Na ação de indenização por dano moral, a
condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica
sucumbência recíproca).
✔ DPE-AM/2018: a) há previsão expressa da possibilidade de pedido
genérico em ação indenizatória por danos morais, razão pela qual o valor
da causa poderá se limitar ao valor dos danos materiais.

✔ Interpretação conforme a boa-fé


✔ Alteração Pedido/Causa de Pedir
Momento 1 Momento 2 Momento 3
Até a citação Depois da citação e até Após o saneamento
o saneamento
A alteração do pedido É possível, desde que Não é possível mais a
ou da causa de pedir é haja concordância do alteração do pedido e
possível, sem réu. da causa de pedir, nem
necessidade de mesmo se o réu
concordância do réu, consentir.
até porque ele ainda
nem foi citado.

✔ Desistência da Demanda
Desistência da Ação Desistência do Recurso

Após o oferecimento da
contestação, o juiz só poderá
acolher o pedido de desistência e Não precisa de consentimento do da
prolatar a sentença nos termos do parte contrária (art. 998, CPC).
art. 485, VIII, CPC, se o réu
concordar.

Depende de homologação judicial


Independe de homologação
(art. 200, parágrafo único)

É um ato do autor em abrir mão do


processo sem abrir mão do direito. No caso de desistência do recurso, a
Assim, permite que o autor parte não pode mais recorrer, pois se
reproponha aquela demanda operou a preclusão consumativa.
posteriormente.
Improcedência Liminar (art. 332)

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da
citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de
Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar,
desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição; § 2o Não interposta a
apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art.
241; § 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias; § 4o Se
houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do
réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar
contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.
Réu é citado para comparecer à audiência de conciliação e mediação (art.
334)

✔ Art. 335: 15 dias contados da: i) audiência do art. 334; ii) protocolo do
pedido de cancelamento; iii) art. 231.

✔ Art. 336: Incumbe ao réu alegar toda matéria de defesa.

✔ Art. 337: preliminares: impugnação ao valor da causa; impugnação ao


benefício da gratuidade de justiça; convenção de arbitragem (cláusula
compromissória ou compromisso arbitral).

✔ Art. 343, § 3o A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.


Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão
verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.

Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: I – havendo
pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; II – o litígio versar
sobre direitos indisponíveis; III – a petição inicial não estiver acompanhada de
instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; IV – as alegações
de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição
com prova constante dos autos. Art. 346, Parágrafo único. O revel poderá
intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se
encontrar.

Fazenda: Não se aplica à Fazenda Pública o efeito material da revelia, pois os


bens e direitos são considerados indisponíveis. Contudo, é possível quando
pratica ato da administração.
Julgamento parcial antecipado de mérito (art. 356, CPC)
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos
formulados ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
§ 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de
obrigação líquida ou ilíquida.
§ 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na
decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que
haja recurso contra essa interposto.
§ 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será
definitiva.
§ 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito
poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a
critério do juiz.
o
Saneamento e organização (art. 357, CPC)

Procurador POA (2016): II. Na fase de saneamento e organização do processo, se a


causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz
designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes,
oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a esclarecer suas
alegações.
Provas
✔ Produção de prova de ofício (art. 370)

✔ Distribuição dinâmica (art. 373, §1º)

✔ Prova emprestada (art. 372)

✔ Produção antecipada de prova (art. 381)

✔ Prova documental: momento da juntada (não haja má-fé; contraditório; não


é indispensável à propositura)

✔ Produção probatória (gravação, ordem da audiência, fim do sist.


presidencialista).
Cumprimento de Sentença

Processo de Execução
Cumprimento de Sentença x Processo de Execução (pagar quantia)
Cumprimento de Sentença Processo de Execução

TEJ – art. 515 (sentença homologatória, sentença TEE – art. 784, CPC (CDA, contrato de seguro de vida,
arbitral, sentença estrangeira homologada ou decisão despesa condominial)
interlocutória estrangeira após exequatur)
Intimação na pessoa do advogado Citação do executado (honorários fixado de plano, 10%)

15 dias para pagar (STJ – dias úteis) 3 dias para pagar (metade dos honorários)
Não pago: Não pago, ocorrerá a penhora, podendo o nome ser
i- multa de 10% incluído em cadastro de inadimplentes (art. 782, §3º).
ii- honorários de 10%
iii- expedição do mandado de penhora e avaliação; Atenção: Prazo de 15 dias para embargar à execução já é
iv- início do prazo de 15 dias para impugnar a execução, contado da citação.
sem necessidade de garantia.
v- protesto (art. 517)
Não admite parcelamento – art. 916, §7º Admite parcelamento (art. 916).

Impugnação/embargos não têm efeito suspensivo como regra, devendo demonstrar probabilidade do direito e
periculum in mora.
Art. 833. São impenhoráveis:
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de
elevado valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de
aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas
por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os
ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o;
VI - o seguro de vida;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em
educação, saúde ou assistência social;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta)
salários-mínimos;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de
incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
§ 1o A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem,
inclusive àquela contraída para sua aquisição.
§ 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para
pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às
importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição
observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o.
Procedimentos especiais.
✔ Ação de exigir contas: duas fases (direito das contas; julgamento das contas
apresentadas; decisão agravável)
✔ Ação monitória: qualquer tipo de obrigação; contra FP; cabe citação por edital; se
pagar, 5% dos honorários; cabe reconvenção, mas não reconvenção da
reconvenção.
✔ Ação possessória multitudinária: Art. 554, § 1º No caso de ação possessória em que
figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos
ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais,
determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas
em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.
✔ Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação
afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de
apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de
mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º e
4º. § 1º Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a
contar da data de distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos
termos dos §§ 2º a 4º deste artigo.
Da ordem dos processos nos Tribunais e
competência originária.

IAC, IRDR. Ação rescisória. Reclamação.

Recursos.
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de
demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem
vinculados.
✔ Pressupostos recursais: intrínsecos – cabimento; legitimidade; interesse; ausência de fatos
impeditivos e extintivos; extrínsecos – TPR (tempestividade, preparo e regularidade formal).
✔ Prazo: 15 dias, salvo ED
✔ Fim do duplo juízo de admissibilidade (Salvo Tribunais Superiores)
✔ Súmula 187, STJ (Superada): não é deserto. Aplica-se o art. 1.007, §§
✔ Súmula 211 (Superada): Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da
oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo.
✔Súmula 579, STJ: Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do
julgamento dos embargos de declaração quando inalterado o julgamento anterior.
Irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias (art. 1009, § 2º), salvo...

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que


versarem sobre: I - tutelas provisórias; II - mérito do processo; III - rejeição da alegação
de convenção de arbitragem; IV - incidente de desconsideração da personalidade
jurídica; V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de
sua revogação; VI - exibição ou posse de documento ou coisa; VII - exclusão de
litisconsorte; VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; IX - admissão ou
inadmissão de intervenção de terceiros; X - concessão, modificação ou revogação do
efeito suspensivo aos embargos à execução; XI - redistribuição do ônus da prova nos
termos do art. 373, § 1o; XII - (VETADO); XIII - outros casos expressamente referidos em
lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões
interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de
sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
✔ IRDR:
Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas
repetitivas quando houver, simultaneamente:
I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma
questão unicamente de direito;
II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
✔ IAC:
Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de
recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária
envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem
repetição em múltiplos processos.
CESPE/TJPR/2017: O incidente de assunção de competência pode ter por
objeto a solução de relevante questão de direito material ou processual em
hipótese em que não caiba julgamento de casos repetitivos.
✔ Só cabe reclamação ao STF por violação de tese fixada em
repercussão geral após terem se esgotado todos os recursos cabíveis
nas instâncias antecedentes (art. 988, §1º, info 845, STF).

Art. 988, 5º É inadmissível a reclamação: (Redação dada pela Lei nº


13.256, de 2016) I – proposta após o trânsito em julgado da decisão
reclamada; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) ; II – proposta para
garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com
repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de
recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as
instâncias ordinárias. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)

No dia 5/02/2020, a Corte Especial do STJ, na Rcl 36.476/SP, definiu que


as partes NÃO PODEM se valer da reclamação para questionar a
aplicação de uma tese fixada sob o rito dos recursos repetitivos pela
✔Súmula 203-STJ: Não cabe recurso especial contra decisão proferida por
órgão de segundo grau dos Juizados Especiais.
✔Súmula 640-STF: É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida
por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de
juizado especial cível e criminal.
✔A parte poderá ajuizar reclamação no Tribunal de Justiça quando a decisão
da Turma Recursal Estadual (ou do DF) contrariar jurisprudência do STJ que
esteja consolidada em:
a) incidente de assunção de competência;
b) incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR);
c) julgamento de recurso especial repetitivo;
d) enunciados das Súmulas do STJ;
e) precedentes do STJ.
OBRIGADO
Prof. Rodrigo Vaslin
Direito Eleitoral

Prof. Leonardo Fernandes


Justiça Eleitoral
Condições de elegibilidade
As CONDIÇÕES PRÓPRIAS:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o pleno exercício dos direitos políticos;

III - o alistamento eleitoral;

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

V - a filiação partidária; (Lei 13.488/2017)

VI - a idade mínima.
Inelegibilidade

Art. 14, § 9º CF:

Lei Complementar nº 64/1990 (alterada pela LC 135/2010 - Ficha Limpa)

*condições de elegibilidade - hipóteses de inelegibilidade = elegível

JJG duplo fundamento: sanção X situação.


Inelegibilidade
Inelegibilidade - é a imposição de obstáculos à candidatura de um indivíduo
impedindo-o que exerça sua capacidade eleitoral passiva, seu direito de ser
votado;

Inalistabilidade - é o impedimento no exercício da capacidade eleitoral ativa,


ou seja, afeta o direito de votar;

Incompatibilidade - para concorrer, além de preencher as condições de


elegibilidade (requisitos positivos) e não incorrer em causas de inelegibilidade
(requisitos negativos), deve este ainda não incidir em alguma
incompatibilidade.
Inelegibilidade
Partidos
Partidos
EC 97

EC 97/2017 - vedou as coligações partidárias nas eleições proporcionais, estabelecer


normas sobre acesso dos partidos políticos aos recursos do fundo partidário e ao
tempo de propaganda gratuito no rádio e na televisão e dispor sobre regras de
transição.

OBS: em 2022 somente 12 dos 28 entes políticos (partidos e federações) alcançaram


a cláusula de desempenho prevista para o pleito deste ano. As demais 16
agremiações continuarão a existir, embora não recebam mais nenhum suporte
financeiro de origem pública a partir de fevereiro de 2023.
EC 97
Justa Causa
Lei 13.165/2015:

▪ incorporação ou fusão do partido político.

▪ criação de novo partido político.

▪ mudança substancial ou desvio reiterado do programa


partidário;

▪ grave discriminação pessoal;

▪ janela partidária (EC 91/2016 + 30 dias antes do


prazo mínimo de filiação); e

▪ autorização do partido político (EC 111/2021).


Janela Partidária
Fundo Partidário
Propaganda

P. Institucional: oficial, feita pela própria administração pública,


com o objetivo de divulgar suas ações;

P. Intrapartidária: realizada por filiado de partido que aspira ser


candidato em pleito eletivo;

P. Partidária: divulgação das ideias e do programa do partido;

P. Eleitoral: forma de captação de votos usada pelos partidos


políticos, coligações ou candidatos, em época determinada por lei,
por meio de divulgação de suas propostas, visando à eleição de
cargos eletivos
Propaganda
Art. 36-A. Não configuram propaganda eleitoral antecipada, desde que não
envolvam pedido explícito de voto, a menção à pretensa candidatura, a exaltação
das qualidades pessoais dos pré-candidatos e os seguintes atos, que poderão ter
cobertura dos meios de comunicação social, inclusive via internet:

• participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em entrevistas;


• a realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado;
• realização de prévias partidárias;
• divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos;
• divulgação de posicionamento pessoal sobre questões políticas;
• realização, a expensas de partido político, de reuniões de iniciativa da sociedade
civil; e
• campanha de arrecadação prévia de recursos.
Propaganda
O art. 57-B:

• no próprio site do candidato;


• no próprio site do partido ou da coligação;
• por listas de e-mail; e
• por blogs, redes sociais, sites de mensagens instantâneas e aplicações de internet

Veda:
*robos e fake news;
** utilização de conteúdos pagos como o uso de ferramentas não disponibilizadas pelo
provedor de internet, ainda que gratuitas, para buscar alterar o teor ou a repercussão
de propaganda eleitoral.
Fraude Cota de Gênero

(i) candidatas não obtiveram nenhum voto;


(ii) contas apresentadas são absolutamente idênticas;
(iii) não houve atos efetivos de campanha;
(iv) não tiveram nenhuma despesa;
(v) não apresentaram extratos bancários ou notas fiscais;
(vi) o Partido das Investigadas não investiu recursos em suas
campanhas.

AgR-RESP 0600651-94 - Jacobina


Fraude Cota de Gênero

(i) a cassação dos candidatos vinculados ao DRAP,


independentemente de prova da sua participação, ciência ou
anuência;
(ii) a inelegibilidade àqueles que efetivamente praticaram ou
anuíram com a conduta;
(iii) a nulidade dos votos obtidos pela Coligação, com a
recontagem do cálculo dos quocientes eleitoral e partidários,
nos termos do art. 222 do Código Eleitoral.;
(iv) cumprimento imediato, independente de publicação.

AgR-RESP 0600651-94 - Jacobina


OBRIGADO
REVISÃO DE VÉSPERA TJGO
PROTEÇÃO ÀS CRIANÇAS
E AOS ADOLESCENTES
Prof. ALEX FADEL
Resolução CNJ Nº 295 de 13/09/2019
Autorização de Viagem
Art. 1º Nenhuma criança ou adolescente menor de
16 anos poderá viajar para fora da comarca onde
reside desacompanhado dos pais ou dos
responsáveis sem expressa autorização judicial.
Art. 2º A autorização para viagens de criança ou adolescente menor de 16 anos dentro do território o
nacional não será exigida quando:
I – tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor de 16 anos, se na
mesma unidade federativa ou incluída na mesma região metropolitana; e
II – a criança ou o adolescente menor de 16 anos estiver acompanhado:
a) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o parentesco; e
b) de pessoa maior, expressamente autorizada por mãe, pai, ou responsável, por meio de escritura
pública ou de documento particular com firma reconhecida por semelhança ou autenticidade.
III – a criança ou o adolescente menor de 16 anos viajar
desacompanhado expressamente autorizado por qualquer de
seus genitores ou responsável legal, por meio de escritura pública
ou de documento particular com firma reconhecida por
semelhança ou autenticidade; e
IV – a criança ou adolescente menor de 16 anos apresentar
passaporte válido e que conste expressa autorização para que
viajem desacompanhados ao exterior.
Art. 3º Os documentos de autorizações dadas por
genitores ou responsáveis legais deverão discriminar o
prazo de validade, compreendendo-se, em caso de
omissão, que a autorização é válida por dois anos.
O que o Estatuto da Criança e do Adolescente fala a respeito?

Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos


poderá viajar para fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais
ou dos responsáveis sem expressa autorização judicial.
§ 1º A autorização não será exigida quando:
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do
adolescente menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma unidade da
Federação, ou incluída na mesma região metropolitana
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver
acompanhado:
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado
documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou
responsável.

§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável,


conceder autorização válida por dois anos.
LEI N.º 13.431/17
FORMAS ESPECIAIS DE SE OUVIR A CRIANÇA OU O
ADOLESCENTE QUE SABEM DE ALGO (VÍTIMA OU
TESTEMUNHA) DE ALGUM TIPO DE VIOLÊNCIA:
ESCUTA ESPECIALIZADA: entrevista pela rede de
proteção
Art. 7º Escuta especializada é o procedimento de
entrevista sobre situação de violência com criança
ou adolescente perante órgão da rede de proteção,
limitado o relato estritamente ao necessário para o
cumprimento de sua finalidade.
Art. 8º Depoimento especial é o procedimento de oitiva
de criança ou adolescente vítima ou testemunha de
violência perante autoridade policial ou judiciária.
Art. 11. O depoimento especial reger-se-á por protocolos e, sempre que
possível, será realizado uma única vez, em sede de produção antecipada de
prova judicial, garantida a ampla defesa do investigado.
§ 1º O depoimento especial seguirá o rito cautelar de antecipação de
prova:
I - quando a criança ou o adolescente tiver menos de 7 (sete) anos;
II - em caso de violência sexual
DEPOIMENTO ESPECIAL (SEM DANO): oitiva da criança ou
adolescente, seja vítima seja testemunha de um ato de violência,
perante o Juiz ou Delegado.

- Equipe multidisciplinar (assistente, pedagogo, psicólogo…)


- ambiente não constrangedor, hostil
- não contato com o agressor
- COLETA DE PROVA ANTECIPADA
§ 2º Não será admitida a tomada de novo depoimento especial, salvo quando
justificada a sua imprescindibilidade pela autoridade competente e houver a
concordância da vítima ou da testemunha, ou de seu representante legal.
Art. 12, § 1º À vítima ou testemunha de violência é garantido o direito de prestar
depoimento diretamente ao juiz, se assim o entender.
Art. 12, § 3º O profissional especializado comunicará ao juiz se verificar que a presença,
na sala de audiência, do autor da violência pode prejudicar o depoimento especial ou
colocar o depoente em situação de risco, caso em que, fazendo constar em termo, será
autorizado o afastamento do imputado.
APADRINHAMENTO
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou familiar
poderão participar de programa de apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 1 o O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente


vínculos externos à instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração
com o seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e
financeiro.
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas
nos cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de
apadrinhamento de que fazem parte
§3 Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente a fim de colaborar para o seu
desenvolvimento

§4 O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será definido no âmbito de cada


programa de apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adolescentes com remota
possibilidade de reinserção familiar ou colocação em família adotiva
§5 Os programas ou serviços de apadrinhamento
apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude
poderão ser executados por órgãos públicos ou
por organizações da sociedade civil. (Incluído
pela Lei nº 13.509, de 2017)
PRINCÍPIO DA MUNICIPALIZAÇÃO
Art. 88 do ECA. São diretrizes da política de atendimento:

I - municipalização do atendimento;
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da
criança e do adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações
em todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio
de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e
municipais;
III - criação e manutenção de programas específicos, observada a
descentralização político-administrativa;
LEI DO SINASE (12.594/12):

Art. 5º Compete aos Municípios: III - criar e manter programas de atendimento para a
execução das medidas socioeducativas em meio aberto;
§ 2º Ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente competem as
funções deliberativas e de controle do Sistema Municipal de Atendimento
Socioeducativo, nos termos previstos no inciso II do art. 88 da Lei nº 8.069, de 13 de
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), bem como outras definidas na
legislação municipal.
POLÍTICA LOCAL: CONSELHO MUNICIPAL DE DIREITO DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

EXECUÇÃO DE SOLUÇÕES MAIS SIMPLES, MENOS


INVASIVAS, RESGUARDANDO OS DIREITOS
FUNDAMENTAIS DOS INFANTES: CONSELHO TUTELAR
PROVIMENTO CNJ Nº
118/2021
“Dispõe sobre as audiências concentradas protetivas nas
Varas com competência na área da Infância e Juventude e
revoga o Provimento nº 32, de 24 de junho de 2013, da
Corregedoria Nacional de Justiça”.
Art. 1º O juiz da Infância e Juventude, sem prejuízo do andamento
regular, permanente e prioritário dos processos sob sua condução, bem
como da necessária reavaliação trimestral prevista no art. 19, § 1º, do
ECA, deverá realizar, em cada semestre, preferencialmente nos meses de
“abril e outubro” ou “maio e novembro”, os eventos denominados
Audiências Concentradas.
§ 1º As deliberações realizadas nas Audiências Concentradas em cada
processo servem à finalidade de reavaliação trimestral de que trata o art.
19, § 1º, do ECA.
Art. 19 do ECA: É direito da criança e do adolescente ser criado e
educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família
substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em
ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.

§ 1º Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa


de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada,
no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade judiciária
competente, com base em relatório elaborado por equipe
interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada
pela possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em
família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28
desta Lei
§ 2º As Audiências Concentradas ocorrerão, sempre
que possível, nas dependências das entidades e
serviços de acolhimento, com a presença dos atores
do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do
Adolescente, para reavaliação de cada uma das
medidas protetivas de acolhimento, diante de seu
caráter excepcional e provisório, com a subsequente
confecção de atas individualizadas para juntada em
cada um dos processos.
§ 3º Nos trimestres em que não ocorrerem as
Audiências Concentradas, a reavaliação deverá ser
realizada normalmente pelo magistrado, mediante
laudos ou pareceres atualizados das equipes
multidisciplinares, sem prejuízo de outras reavaliações
que se façam necessárias.
§ 5º O juízo que determinar o acolhimento institucional
realizará a Audiência Concentrada, ainda que a medida
esteja em execução em entidade localizada fora de sua
jurisdição territorial, podendo, para tanto, valer-se de
videoconferência ou outros meios de comunicação a
distância.
ROTEIRO PARA A PREPARAÇÃO DAS AUDIÊNCIAS (ART. 2º):

I – conferência pela Vara, no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento –


SNA, dos dados cadastrais da(s) entidade(s) de acolhimento a ela
submetida(s), com a atualização completa de seus dados;
II – levantamento prévio, a ser feito diretamente perante a(s) entidade(s)
de acolhimento ou por ela encaminhado, da lista dos nomes das crianças
e dos adolescentes ali acolhidos;
III – conclusão ao gabinete de todos os processos dos(as) acolhidos(as)
identificados no levantamento a que se refere o inciso II deste artigo,
autuando-se, desde já, novos processos em favor dos que,
eventualmente, se encontrarem na instituição ou no serviço de
acolhimento de forma irregular, ou seja, sem guia de acolhimento ou
qualquer decisão judicial respaldando a institucionalização;
IV – preparo prévio dos processos, se possível com a colaboração da equipe
multidisciplinar, com a tomada de eventuais medidas úteis para a realização do ato;

V – designação das audiências e intimação do Ministério Público e representantes


dos seguintes órgãos, onde houver, para fins de envolvimento único e tomada de
medidas efetivas que visem abreviar o período de institucionalização:
a) equipe interdisciplinar atuante perante as Varas com competência
na área da Infância e Juventude;
b) Conselho Tutelar;
c) entidade de acolhimento e sua equipe interdisciplinar;
d) secretaria municipal de assistência social;
e) secretaria municipal de saúde;
f) secretaria municipal de educação;
g) secretaria municipal de trabalho/emprego;
h) secretaria municipal de habitação; e
i) servidor representante da respectiva secretaria/Vara com
competência na área da Infância e Juventude.
VI – intimação prévia:
a) dos pais ou parentes do(a) acolhido(a) que com ele(a)
mantenham vínculos de afinidade e afetividade, ou sua
condução no dia do ato; e
b) do advogado constituído ou da Defensoria Pública, nos
processos em que tenham procuração ou, a critério do
magistrado, devam ser nomeados.
VII – confecção, ao final, de ata individualizada da audiência em cada
processo de execução da medida protetiva de acolhimento, para cada
acolhido(a) ou grupo de irmãos, com assinatura dos presentes e as medidas
tomadas, com a sua juntada aos respectivos autos.
Art. 5º O processo de "medida de proteção" ou similar, referente a
criança ou adolescente em situação de vulnerabilidade, acolhido ou não,
deve preferencialmente ser autônomo em relação à eventual ação de
destituição do poder familiar de seus genitores, à ação de adoção ou a
quaisquer outros procedimentos em que se deva observar o
contraditório.
Parágrafo único. Sempre que possível, o magistrado tentará recuperar o
histórico da criança ou do adolescente quanto a eventuais informações
úteis que possam existir em procedimentos anteriores, ainda que
arquivados, para auxiliar na tomada de decisões.
E se ficar constatado o excesso de prazo no acolhimento
(considerando-se a média de 06 meses)?

Art. 6º Nos casos de criança ou adolescente acolhido(a) há mais de 6


(seis) meses, constatado pelo juiz que, diante das peculiaridades, haja
possível excesso de prazo no acolhimento sem o ajuizamento de ação
de destituição do poder familiar dos pais biológicos, recomenda-se a
concessão de vista imediata dos autos ao Ministério Público para
manifestação expressa sobre tal situação.
Parágrafo único. Caso o entendimento do Ministério Público
seja pela não propositura da ação de destituição do poder
familiar dos pais biológicos e a manutenção do acolhimento,
ante o risco da perpetuação da indefinição da situação,
recomenda-se ao juiz, diante da excepcionalidade e
provisoriedade da medida protetiva de acolhimento, que
encaminhe cópia dos autos ao Procurador-Geral de Justiça
para eventual reexame, podendo, para tanto, se utilizar da
analogia com o disposto no art. 28 do CPP.
MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar
ao adolescente as seguintes medidas:
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semi-liberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos
princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar
de pessoa em desenvolvimento

§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua


manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no
máximo A CADA SEIS MESES.
§ 3º EM NENHUMA HIPÓTESE o período máximo de internação excederá
a TRÊS ANOS.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente
deverá ser liberado, colocado em regime de semi-liberdade ou de
liberdade assistida.

§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.

§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização


judicial, ouvido o Ministério Público.
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.

§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo NÃO poderá ser
superior a 3 (TRÊS) MESES, devendo ser decretada judicialmente após o devido
processo legal.
Súmula 492 STJ
O ato infracional análogo ao tráfico de drogas,
por si só, não conduz obrigatoriamente à
imposição de medida socioeducativa de
internação do adolescente.
UNIFICAÇÃO DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS:
Art. 45 do SINASE (Lei n.º 12.594/12). Se, no transcurso da execução, sobrevier
sentença de aplicação de nova medida, a autoridade judiciária procederá à unificação,
ouvidos, previamente, o Ministério Público e o defensor, no prazo de 3 (três) dias
sucessivos, decidindo-se em igual prazo.

§ 1º É vedado à autoridade judiciária determinar reinício de cumprimento de medida


socioeducativa, ou deixar de considerar os prazos máximos, e de liberação compulsória
previstos na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), excetuada a hipótese de medida aplicada por ato infracional praticado
durante a execução.
Atenção! Novo ato infracional praticado durante a execução:
unificação de medidas, mas não se considera o que já foi
cumprido anteriormente.

Lembre-se da unificação de penas do artigo 75 §2º do CP


(Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova unificação, desprezando-se,
para esse fim, o período de pena já cumprido.)!
§ 2º É vedado à autoridade judiciária aplicar nova medida de internação, por atos
infracionais praticados anteriormente, a adolescente que já tenha concluído
cumprimento de medida socioeducativa dessa natureza, ou que tenha sido transferido
para cumprimento de medida menos rigorosa, sendo tais atos absorvidos por aqueles
aos quais se impôs a medida socioeducativa extrema
Enunciado 19 FONAJUV: A medida de internação absorve as medidas anteriormente
aplicadas, mas não isenta o adolescente de responder por outros atos infracionais
praticados durante a execução;

Enunciado 22 FONAJUV: No caso de substituição de medida mais grave por medida


menos rigorosa, o eventual descumprimento desta última autoriza a revogação da
decisão de substituição, restabelecendo-se a medida inicial, observado o devido
processo legal;

Enunciado 25 FONAJUV: Cumprido o prazo máximo de internação-sanção, as medidas


socioeducativas de meio aberto serão declaradas extintas.
Professor Alex Fadel

@professoralexfadel
Obrigado e boa prova!
DIREITO CONSTITUCIONAL
Prof. DANNIEL
ADRIANO
Primeira dica: Liberdade Religiosa
• Art. 5º, VI, da CF: é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias.
• Art. 5º, VII, da CF: é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas
entidades civis e militares de internação coletiva.

• Duas dimensões:
a) Dimensão interna: liberdade de crença.
b) Dimensão externa: liberdade de culto e de proselitismo religioso.
Primeira dica: Liberdade Religiosa
• STF:
a) Não é obrigatório replicar nas CE a expressão “sob a proteção de Deus” (ADI 2.076).
b) O ensino confessional na rede pública de ensino é constitucional (ADI 4.439).
c) É inconstitucional lei que proíba a veiculação de discurso proselitista em serviço de radiofusão
comunitária (ADI 2.566).
d) É constitucional lei que permita o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriza
africana (RE 494.601).
e) É constitucional a adoção de medida sanitária que suspenda cultos religiosos para a contenção
de pandemia (ADFP 811).
f) É inconstitucional lei que determina que escolas e bibliotecas públicas mantenham exemplares
da Bíblia em seus acervos (ADI 5.258).
Segunda dica: Direito à Educação

a) É constitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que determina a reserva de vagas,


no mesmo estabelecimento de ensino, para irmãos que frequentem a mesma etapa ou
ciclo escolar, pois disciplina medida que visa consolidar políticas públicas de acesso ao
sistema educacional e do maior convívio familiar possível. STF. Plenário. ADI 7149/RJ,
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/9/2022 (Info 1069).

b) É formal e materialmente inconstitucional lei municipal que proíbe divulgação de


material com referência à ideologia de gênero nas escolas municipais.

c) É inconstitucional — por violar a competência privativa da União para legislar sobre


diretrizes e bases da educação nacional (art. 22, XXIV, CF/88) — lei estadual que veda a
adoção da “linguagem neutra” na grade curricular e no material didático de instituições de
ensino públicas e privadas, assim como em editais de concursos públicos locais.
Segunda dica: Direito à Educação

d) É inconstitucional a lei distrital que preveja que 40% das vagas das universidades e
faculdades públicas do Distrito Federal serão reservadas para alunos que estudaram em
escolas públicas do Distrito Federal. STF. Plenário. ADI 4868, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 27/03/2020.

e) O ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza confessional. STF.
Plenário. ADI 4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 27/9/2017 (Info 879).

f) São constitucionais o art. 28, § 1º e o art. 30 da Lei nº 13.146/2015, que determinam que
as escolas privadas ofereçam atendimento educacional adequado e inclusivo às pessoas
com deficiência sem que possam cobrar valores adicionais de qualquer natureza em suas
mensalidades, anuidades e matrículas para cumprimento dessa obrigação. STF. Plenário.
ADI 5357 MC-Referendo/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 9/6/2016 (Info 829).
Segunda dica: Direito à Educação

g) STF (TEMA 548): 1. A educação básica em todas as suas fases — educação infantil,
ensino fundamental e ensino médio — constitui direito fundamental de todas as crianças
e jovens, assegurado por normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direta
e imediata. 2. A educação infantil compreende creche (de zero a 3 anos) e a pré-escola
(de 4 a 5 anos). Sua oferta pelo Poder Público pode ser exigida individualmente, como
no caso examinado neste processo. 3. O Poder Público tem o dever jurídico de dar
efetividade integral às normas constitucionais sobre acesso à educação básica.
Terceira dica: Poder Judiciário
• Garantias institucionais (art. 99 da CF):
a) Autonomia administrativa.
Art. 96 da CF:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das
normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e
o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados,
velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva
jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
Terceira dica: Poder Judiciário
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no
art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de
confiança assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores
que lhes forem imediatamente vinculados;
b) Autonomia financeira:
Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados
conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
Reforço orçamentário: as custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio
dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça (art. 98, §2º, da CF).
Duodécimos são entregues até o dia 20 de cada mês (art. 168 da CF).
Terceira dica: Poder Judiciário
• Garantias funcionais (art. 95 da CF):
a) Vitaliciedade: os juízes somente poderão perder o cargo decisão judicial transitada em
julgado.
Obtida, em primeiro grau, após estágio probatório de 2 anos. Durante o estágio, podem
perder o cargo por deliberação. Em segundo grau ou nomeação para Ministro, desde a
posse.
b) Inamovibilidade: os juízes não podem ser removidos contra sua vontade.
STF: Titulares ou substitutos.
Exceção: juiz pode ser removido compulsoriamente por interesse público, com o voto da
maioria absoluta do Tribunal ou do CNJ, assegurada ampla de defesa.
Terceira dica: Poder Judiciário
c) Irredutibilidade de subsídio: os subsídios dos juízes não podem ser diminuídos.
STF: É nominal, não garante contra corrosão do poder de compra pela inflação.

• Decisões do STF sobre o Estatuto da Magistratura:


a) É constitucional a regra que exige a comprovação do triênio de atividade jurídica privativa
de bacharel em Direito no momento da inscrição definitiva, e não da posse.
b) Não cabe recurso administrativo contra prova oral visando impugnar os critérios de
correção aplicados. Será aceito para impugnar violações formais ao edital ou à Resolução
do CNJ.
c) Fixação de limites etários mínimos e máximos é inconstitucional.
d) Compete aos TJ definirem quais as competências serão delegadas do Tribunal Pleno ao
Órgão Especial.
Quarta dica: CNJ
• Conselho Nacional de Justiça.
• Composto por 15 (quinze) membros, com mandato de dois anos, admitida uma recondução.
• Presidido pelo Presidente do STF, cabendo o Vice-Presidente substituí-lo em suas ausências.
• Ministro-corregedor é exercido por Ministro do STJ.
Quarta dica: CNJ
• Decisões do STF sobre as atribuições:
a) Não cabe ao CNJ o controle de controvérsia que está submetida a apreciação do Poder
Judiciário.
b) O CNJ pode rever, de ofício ou mediante provocação, processo disciplinares julgados há
menos de 1 ano, podendo agravar ou abrandar a decisão. É desnecessário esgotar as vias
ordinárias para que o CNJ instaure a revisão.
c) O CNJ pode aplicar diretamente sanções disciplinares aos membros do Poder Judiciário.
Competência é autônoma e concorrente, podendo o CNJ atuar mesmo que a corregedoria não
tenha tido oportunidade de investigar o caso. Não está adstrita ao prazo de 1 ano.
d) CNJ pode afastar cautelarmente magistrado de suas funções.
e) Não se aplica a prescrição punitiva em perspectiva.
Quinta dica: Controle de
constitucionalidade
• O controle de constitucionalidade pode ser preventivo ou repressivo.

• O controle de constitucionalidade pode ser judicial ou político.

• Em regra, o controle judicial é repressivo.


Exceções (STF):
i. MS impetrado por parlamentar para garantir o seu direito público subjetivo a não participar
de deliberação de uma proposta de emenda constitucional manifestamente ofensiva a
uma cláusula pétrea.
ii. MS impetrado por parlamentar quando houver manifesta ofensa ao devido processo
legislativo de PEC ou projeto de lei.
Quinta dica: Controle de
constitucionalidade
• Em regra, o controle político é preventivo.
Exceções:
i. Sustação de lei delegada, pelo Congresso Nacional, que exorbite o limite da delegação
legislativa (art. 49, V, da CF).
ii. Não conversão de medida provisória em lei por vício de inconstitucionalidade.
iii. Recusa direta do Chefe do Poder Executivo municipal em aplicar a norma inconstitucional
(Gilmar Mendes).
Sexta dica: Controle de constitucionalidade
• Cláusula de reserva do plenário.

• Art. 97 da CRFB/88: Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros
do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público.

• Plenário ou órgão especial?

• Procedimento bifásico:
Sexta dica: Controle de constitucionalidade
• Exceções:
i. Se já houver pronunciamento do próprio plenário/órgão especial ou do STF.
ii. Decisões cautelares.
iii. Não recepção.
iv. Interpretação conforme a Constituição.
v. RE por turma do STF.
vi. Recurso inominado por Turmas Recursais.
vii. Objeto for ato normativo secundário.
Sexta dica: Controle de constitucionalidade
• S. 513 do STF: A decisão que enseja a interposição de recurso ordinário ou extraordinário não é
a do plenário, que resolve o incidente de inconstitucionalidade, mas a do órgão (câmaras, grupos
ou turmas) que completa o julgamento do feito.

• SV 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de
Tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
Sétima dica: Intervenção Federal
• Federação – Entes são AUTÔNOMOS.
• Logo, a intervenção federal é medida EXCEPCIONALÍSSIMA.
• Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida
fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar
aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos
em lei;
Sétima dica: Intervenção Federal
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde.
Sétima dica: Intervenção Federal
• Quem decreta e executa é o PRESIDENTE DA REPÚBLICA (art. 84, X, da CFRB/88).
• Iniciativa? Varia conforme o fundamento da intervenção.
a) Intervenção de ofício/espontânea: iniciativa é do próprio Presidente da República,
basta a ocorrência do pressuposto material. Casos: incisos I, II, III e V. É
discricionária.
b) Intervenção solicitada: quando se fundar na garantia do livre exercício dos Poderes
Executivo ou Legislativo nas unidades da Federação (art. 34, IV, da CF), o Poder
Executivo ou Legislativo coagido deverá solicitar (art. 36, I, primeira parte, da
CFRB/88). É discricionária.
Sétima dica: Intervenção Federal
c) Intervenção requisitada: Duas hipóteses: I) Coação for exercida contra o Poder
Judiciário na unidades da federação (inclusive DF), será requisitada pelo STF (art. 36,
I, segunda parte, da CFRB/88); II) No caso de desobediência a ordem ou decisão
judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça
ou do Tribunal Superior Eleitoral (art. 36, II, da CFRB/88). É vinculada.
d) Intervenção determinada pelo provimento de representação interventiva: Duas
hipóteses: I) Violação a princípio sensível (art. 34, VII, da CFRB/88); e II) Recusa à
execução de lei federal. Provida a representação, STF requisita ao PR, que terá que
decretá-la no prazo de 15 (quinze) dias (art. 11 da L. 12.562/11). É vinculada.
OBRIGADO
Prof. Danniel Adriano
Direito do Consumidor

Prof. Igor Maciel


@ Prof Igor Maciel
Âmbito de Aplicação

Súmula 297 – STJ - O Código de Defesa do Consumidor é


aplicável às instituições financeiras.
Instituições Financeiras

RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE


CONTROVÉRSIA. JULGAMENTO PELA SISTEMÁTICA DO
ART. 543-C DO CPC. RESPONSABILIDADE CIVIL.
INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS. DANOS CAUSADOS POR
FRAUDES E DELITOS PRATICADOS POR TERCEIROS.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. FORTUITO INTERNO.
RISCO DO EMPREENDIMENTO.
Instituições Financeiras
1. Para efeitos do art. 543-C do CPC: As instituições
bancárias respondem objetivamente pelos danos
causados por fraudes ou delitos praticados por terceiros -
como, por exemplo, abertura de conta-corrente ou
recebimento de empréstimos mediante fraude ou
utilização de documentos falsos -, porquanto tal
responsabilidade decorre do risco do empreendimento,
caracterizando-se como fortuito interno.
Instituições Financeiras
2. Recurso especial provido.

(REsp 1199782/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,


SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 24/08/2011, DJe
12/09/2011)
Instituições Financeiras
Súmula 532 – STJ - Constitui prática comercial abusiva o
envio de cartão de crédito sem prévia e expressa
solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito
indenizável e sujeito à aplicação de multa administrativa.
Instituições Financeiras
Súmula 638 - STJ
É abusiva a cláusula contratual que restringe a
responsabilidade de instituição financeira pelos danos
decorrentes de roubo, furto ou extravio de bem entregue
em garantia no âmbito de contrato de penhor civil.
Planos de Saúde

Súmula 608 – STJ - Aplica-se o Código de Defesa do


Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo os
administrados por entidades de autogestão.
Planos de Saúde
# Plano de saúde “normal”

# Plano de Saúde de “autogestão”


Planos de Saúde
2. A constituição dos planos sob a modalidade de
autogestão diferencia, sensivelmente, essas pessoas
jurídicas quanto à administração, forma de associação,
obtenção e repartição de receitas, diverso dos
contratos firmados com empresas que exploram essa
atividade no mercado e visam ao lucro.
Planos de Saúde
3. Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor ao
contrato de plano de saúde administrado por entidade
de autogestão, por inexistência de relação de consumo.
4. Recurso especial não provido.

(REsp 1285483/PB, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,


SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 22/06/2016, DJe
16/08/2016)
Planos de Saúde
1. Entende-se por abusiva a cláusula contratual que exclui
tratamento prescrito para garantir a saúde ou a vida do
segurado, porque o plano de saúde pode estabelecer as
doenças que terão cobertura, mas não o tipo de
terapêutica indicada por profissional habilitado na busca
da cura. Precedentes.
(AgInt no AREsp 934.017/DF, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,
QUARTA TURMA, julgado em 04/10/2016, DJe
19/10/2016)
Planos de Saúde
# Carência
Planos de Saúde
Súmula 597 - STJ
A cláusula contratual de plano de saúde que prevê
carência para utilização dos serviços de assistência médica
nas situações de emergência ou de urgência é
considerada abusiva se ultrapassado o prazo máximo de
24 horas contado da data da contratação.
Planos de Saúde
# Necessidade de Exames prévios
Planos de Saúde
Súmula 609 - STJ
A recusa de cobertura securitária, sob a alegação de
doença preexistente, é ilícita se não houve a exigência de
exames médicos prévios à contratação ou a demonstração
de má-fé do segurado.
Entidades de Previdência
Súmula 563 – STJ - O Código de Defesa do Consumidor é
aplicável às entidades abertas de previdência
complementar, não incidindo nos contratos
previdenciários celebrados com entidades fechadas.
Ministério Público - Legitimidade
Súmula 601 – STJ - O Ministério Público tem legitimidade
ativa para atuar na defesa de direitos difusos, coletivos e
individuais homogêneos dos consumidores, ainda que
decorrentes da prestação de serviço público.
Passageiros X Cia Aérea
# Aplica-se o CDC no transporte internacional de
passageiros?

Exemplo: passageiro que teve a bagagem extraviada em


vôo São Paulo – Paris.
Passageiros X Cia Aérea
CF.
Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes
aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação
do transporte internacional, observar os acordos firmados
pela União, atendido o princípio da reciprocidade.
Passageiros X Cia Aérea
Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Extravio
de bagagem. Dano material. Limitação. Antinomia.
Convenção de Varsóvia. Código de Defesa do
Consumidor. 3. Julgamento de mérito. É aplicável o limite
indenizatório estabelecido na Convenção de Varsóvia e
demais acordos internacionais subscritos pelo Brasil, em
relação às condenações por dano material decorrente de
extravio de bagagem, em voos internacionais.
Passageiros X Cia Aérea
5. Repercussão geral. Tema 210. Fixação da tese: "Nos
termos do art. 178 da Constituição da República, as
normas e os tratados internacionais limitadores da
responsabilidade das transportadoras aéreas de
passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e
Montreal, têm prevalência em relação ao Código de
Defesa do Consumidor".
Passageiros X Cia Aérea
6. Caso concreto. Acórdão que aplicou o Código de
Defesa do Consumidor. Indenização superior ao limite
previsto no art. 22 da Convenção de Varsóvia, com as
modificações efetuadas pelos acordos internacionais
posteriores. Decisão recorrida reformada, para reduzir o
valor da condenação por danos materiais, limitando-o ao
patamar estabelecido na legislação internacional. 7.
Recurso a que se dá provimento.
Passageiros X Cia Aérea
(RE 636331, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal
Pleno, julgado em 25/05/2017, PROCESSO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-257 DIVULG
10-11-2017 PUBLIC 13-11-2017)

O STJ reviu seu entendimento posteriormente.


Passageiros X Cia Aérea
Dano Moral X Dano Material
Instituições de Ensino Superior
Súmula 595 – STJ - As instituições de ensino superior
respondem objetivamente pelos danos suportados pelo
aluno/consumidor pela realização de curso não
reconhecido pelo Ministério da Educação, sobre o qual
não lhe tenha sido dada prévia e adequada informação.
Habitações e Sociedades Cooperativas

Súmula 602 – STJ - O Código de Defesa do Consumidor é


aplicável aos empreendimentos habitacionais promovidos
pelas sociedades cooperativas.
Superendividamento
Art. 54-A. Este Capítulo dispõe sobre a prevenção do
superendividamento da pessoa natural, sobre o crédito
responsável e sobre a educação financeira do consumidor.
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
Superendividamento
§ 1º Entende-se por superendividamento a impossibilidade
manifesta de o consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar
a totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e
vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial, nos
termos da regulamentação. (Incluído pela Lei nº 14.181,
de 2021)
Superendividamento
§ 2º As dívidas referidas no § 1º deste artigo englobam
quaisquer compromissos financeiros assumidos decorrentes
de relação de consumo, inclusive operações de crédito,
compras a prazo e serviços de prestação continuada.
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
Superendividamento
§ 3º O disposto neste Capítulo não se aplica ao consumidor
cujas dívidas tenham sido contraídas mediante fraude ou
má-fé, sejam oriundas de contratos celebrados dolosamente
com o propósito de não realizar o pagamento ou decorram
da aquisição ou contratação de produtos e serviços de luxo
de alto valor. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
Superendividamento

Art. 54-B. No fornecimento de crédito e na venda a prazo,


além das informações obrigatórias previstas no art. 52 deste
Código e na legislação aplicável à matéria, o fornecedor ou o
intermediário deverá informar o consumidor, prévia e
adequadamente, no momento da oferta, sobre: (Incluído
pela Lei nº 14.181, de 2021)
Superendividamento

I - o custo efetivo total e a descrição dos elementos que o


compõem; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)

II - a taxa efetiva mensal de juros, bem como a taxa dos juros


de mora e o total de encargos, de qualquer natureza,
previstos para o atraso no pagamento; (Incluído pela Lei
nº 14.181, de 2021)
Superendividamento

III - o montante das prestações e o prazo de validade da


oferta, que deve ser, no mínimo, de 2 (dois) dias; (Incluído
pela Lei nº 14.181, de 2021)

IV - o nome e o endereço, inclusive o eletrônico, do


fornecedor; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
Superendividamento

V - o direito do consumidor à liquidação antecipada e não


onerosa do débito, nos termos do § 2º do art. 52 deste
Código e da regulamentação em vigor. (Incluído pela Lei
nº 14.181, de 2021)
Superendividamento

Art. 54-C. É vedado, expressa ou implicitamente, na oferta de


crédito ao consumidor, publicitária ou não: (Incluído pela
Lei nº 14.181, de 2021)

II - indicar que a operação de crédito poderá ser concluída


sem consulta a serviços de proteção ao crédito ou sem
avaliação da situação financeira do consumidor; (Incluído
pela Lei nº 14.181, de 2021)
Superendividamento
V - condicionar o atendimento de pretensões do consumidor
ou o início de tratativas à renúncia ou à desistência de
demandas judiciais, ao pagamento de honorários
advocatícios ou a depósitos judiciais. (Incluído pela Lei nº
14.181, de 2021)
Conciliação e
Superendividamento
Prof. Igor Maciel
Superendividamento

Art. 104-A. A requerimento do consumidor superendividado


pessoa natural, o juiz poderá instaurar processo de
repactuação de dívidas, com vistas à realização de audiência
conciliatória, presidida por ele ou por conciliador
credenciado no juízo, com a presença de todos os credores
de dívidas previstas no art. 54-A deste Código, na qual o
consumidor apresentará proposta de plano de pagamento
Superendividamento

com prazo máximo de 5 (cinco) anos, preservados o mínimo


existencial, nos termos da regulamentação, e as garantias e
as formas de pagamento originalmente pactuadas.
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
Superendividamento
§ 1º Excluem-se do processo de repactuação as dívidas,
ainda que decorrentes de relações de consumo, oriundas de
contratos celebrados dolosamente sem o propósito de
realizar pagamento, bem como as dívidas provenientes de
contratos de crédito com garantia real, de financiamentos
imobiliários e de crédito rural. (Incluído pela Lei nº
14.181, de 2021)
Superendividamento
§ 2º O não comparecimento injustificado de qualquer credor,
ou de seu procurador com poderes especiais e plenos para
transigir, à audiência de conciliação de que trata o caput
deste artigo acarretará a suspensão da exigibilidade do
débito e a interrupção dos encargos da mora,
Superendividamento
bem como a sujeição compulsória ao plano de pagamento da
dívida se o montante devido ao credor ausente for certo e
conhecido pelo consumidor, devendo o pagamento a esse
credor ser estipulado para ocorrer apenas após o pagamento
aos credores presentes à audiência conciliatória. (Incluído
pela Lei nº 14.181, de 2021)
Superendividamento

§ 3º No caso de conciliação, com qualquer credor, a sentença


judicial que homologar o acordo descreverá o plano de
pagamento da dívida e terá eficácia de título executivo e
força de coisa julgada. (Incluído pela Lei nº 14.181, de
2021)
Superendividamento
§ 4º Constarão do plano de pagamento referido no § 3º
deste artigo: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)

I - medidas de dilação dos prazos de pagamento e de


redução dos encargos da dívida ou da remuneração do
fornecedor, entre outras destinadas a facilitar o pagamento
da dívida; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
Superendividamento

II - referência à suspensão ou à extinção das ações judiciais


em curso; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
Superendividamento
III - data a partir da qual será providenciada a exclusão do
consumidor de bancos de dados e de cadastros de
inadimplentes; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)

IV - condicionamento de seus efeitos à abstenção, pelo


consumidor, de condutas que importem no agravamento de
sua situação de superendividamento. (Incluído pela Lei nº
14.181, de 2021)
Superendividamento
§ 5º O pedido do consumidor a que se refere o caput deste
artigo não importará em declaração de insolvência civil e
poderá ser repetido somente após decorrido o prazo de 2
(dois) anos, contado da liquidação das obrigações previstas
no plano de pagamento homologado, sem prejuízo de
eventual repactuação. (Incluído pela Lei nº 14.181, de
2021)
Superendividamento
Art. 104-B. Se não houver êxito na conciliação em relação a
quaisquer credores, o juiz, a pedido do consumidor,
instaurará processo por superendividamento para revisão e
integração dos contratos e repactuação das dívidas
remanescentes mediante plano judicial compulsório e
procederá à citação de todos os credores cujos créditos não
tenham integrado o acordo porventura celebrado.
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
Superendividamento
§ 1º Serão considerados no processo por
superendividamento, se for o caso, os documentos e as
informações prestadas em audiência.

§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, os credores citados


juntarão documentos e as razões da negativa de aceder ao
plano voluntário ou de renegociar. (Incluído pela Lei nº
14.181, de 2021)
Superendividamento
§ 3º O juiz poderá nomear administrador, desde que isso não
onere as partes, o qual, no prazo de até 30 (trinta) dias, após
cumpridas as diligências eventualmente necessárias,
apresentará plano de pagamento que contemple medidas de
temporização ou de atenuação dos encargos. (Incluído
pela Lei nº 14.181, de 2021)
Superendividamento
§ 4º O plano judicial compulsório assegurará aos credores, no
mínimo, o valor do principal devido, corrigido
monetariamente por índices oficiais de preço, e preverá a
liquidação total da dívida, após a quitação do plano de
pagamento consensual previsto no art. 104-A deste Código,
em,
Superendividamento
no máximo, 5 (cinco) anos, sendo que a primeira parcela será
devida no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias,
contado de sua homologação judicial, e o restante do saldo
será devido em parcelas mensais iguais e sucessivas.
Superendividamento
Art. 104-C. Compete concorrente e facultativamente aos
órgãos públicos integrantes do Sistema Nacional de Defesa
do Consumidor a fase conciliatória e preventiva do processo
de repactuação de dívidas, nos moldes do art. 104-A deste
Código, no que couber, com possibilidade de o processo ser
regulado por convênios específicos celebrados entre os
referidos órgãos e as instituições credoras ou suas
associações.
Superendividamento
§ 1º Em caso de conciliação administrativa para prevenir o
superendividamento do consumidor pessoa natural, os
órgãos públicos poderão promover, nas reclamações
individuais, audiência global de conciliação com todos os
credores e, em todos os casos, facilitar a elaboração de plano
de pagamento, preservado o mínimo existencial, nos termos
da regulamentação, sob a supervisão desses órgãos, sem
prejuízo das demais atividades de reeducação financeira
cabíveis.
Superendividamento
§ 2º O acordo firmado perante os órgãos públicos de defesa
do consumidor, em caso de superendividamento do
consumidor pessoa natural, incluirá a data a partir da qual
será providenciada a exclusão do consumidor de bancos de
dados e de cadastros de inadimplentes, bem como o
condicionamento de seus efeitos à abstenção, pelo
consumidor, de condutas que importem no agravamento de
sua situação de superendividamento, especialmente a de
contrair novas dívidas.
OBRIGADO
Prof. Igor Maciel
@ Prof Igor Maciel
Direito Administrativo

Prof. Rodolfo Penna


@Rodolfo.penna
Informativos recentes

Prof. Rodolfo Penna


@rodolfo.penna
Informativo
Em respeito à autonomia federativa, não viola o art. 37, V, da Constituição a lei
estadual que considera as promoções entre entrâncias para o escalonamento
dos subsídios da carreira da magistratura. ADI 4.216/TO, relator Ministro
Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 1º.9.2023.
O texto constitucional veda apenas a fixação de tetos remuneratórios distintos
em relação a magistrados federais e estaduais, sem impedir a diferenciação dos
valores dos subsídios.
Informativo
São constitucionais os dispositivos da Lei de Improbidade Administrativa (Lei
8.429/1992 - LIA) que ampliam o conceito de agente público, impõem
obrigações no tocante às informações patrimoniais para posse e exercício do
cargo, bem como preveem sanções — independentemente das esferas penais,
civis e administrativas — e o acompanhamento dos respectivos procedimentos
administrativos pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas. ADI
4.295/DF, relator Ministro Marco Aurélio, redator do acórdão Ministro Gilmar
Mendes, julgamento virtual finalizado em 21.8.2023
Informativo
É inconstitucional — por ultrapassar a prerrogativa pautada na mera reorganização
administrativa (CF/1988, art. 84, VI, “a” e “b”) e ofender o princípio da reserva legal
(CF/1988, art. 48, X, c/c o art. 61, § 1º, II, “a”) — norma estadual que autoriza a
transformação, mediante decreto ou outro ato normativo infralegal, de funções de
confiança em cargos em comissão ou vice-versa. ADI 6.180/SE, relator Ministro Dias
Toffoli, julgamento virtual finalizado em 14.8.2023.
Informativo
É constitucional — pois ocorrida dentro dos limites explicitados pelo STF no julgamento
da ADI 5.991/DF — a prorrogação antecipada do contrato de concessão do serviço de
transporte coletivo do corredor metropolitano São Mateus/Jabaquara promovida pelos
Decretos 65.574/2021 e 65.757/2021, ambos do Estado de São Paulo. ADI 7.048/SP,
relatora Ministra Cármen Lúcia, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, julgamento
virtual finalizado em 21.8.2023.

Os decretos impugnados são compatíveis com os princípios constitucionais da


Administração Pública que regem a prorrogação das concessões sob as seguintes balizas:
(i) exigência de licitação prévia e da vinculação ao instrumento convocatório; (ii)
prorrogação por prazo não superior ao originalmente admitido; (iii) discricionariedade da
prorrogação; e (iv) vantajosidade da prorrogação antecipada para a Administração,
devidamente apontada por estudos técnicos.
Informativo
“1. A Justiça Comum é competente para julgar ação ajuizada por servidor celetista contra
o Poder Público, em que se pleiteia parcela de natureza administrativa, modulando-se os
efeitos da decisão para manter na Justiça do Trabalho, até o trânsito em julgado e
correspondente execução, os processos em que houver sido proferida sentença de mérito
até a data de publicação da presente ata de julgamento.”

Ademais, por razões de segurança jurídica, os efeitos da decisão devem ser modulados, a
fim de manter na Justiça trabalhista, até o trânsito em julgado e correspondente execução,
os processos em que proferida sentença de mérito até a data de publicação da ata do
presente julgamento.

RE 1.288.440/SP, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em


30.6.2023.
Informativo
É constitucional a utilização da colaboração premiada, nos termos da Lei 12.850/2013, no âmbito civil, em
ação civil pública por ato de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público, observando-se as
seguintes diretrizes: (1) Realizado o acordo de colaboração premiada, serão remetidos ao juiz, para análise,
o respectivo termo, as declarações do colaborador e cópia da investigação, devendo o juiz ouvir
sigilosamente o colaborador, acompanhado de seu defensor, oportunidade em que analisará os seguintes
aspectos na homologação: regularidade, legalidade e voluntariedade da manifestação de vontade,
especialmente nos casos em que o colaborador está ou esteve sob efeito de medidas cautelares, nos
termos dos §§ 6º e 7º do artigo 4º da referida Lei 12.850/2013; (2) As declarações do agente colaborador,
desacompanhadas de outros elementos de prova, são insuficientes para o início da ação civil por ato de
improbidade; (3) A obrigação de ressarcimento do dano causado ao erário pelo agente colaborador deve
ser integral, não podendo ser objeto de transação ou acordo, sendo válida a negociação em torno do
modo e das condições para a indenização; (4) O acordo de colaboração deve ser celebrado pelo
Ministério Público, com a interveniência da pessoa jurídica interessada e devidamente homologado pela
autoridade judicial; (5) Os acordos já firmados somente pelo Ministério Público ficam preservados até a
data deste julgamento, desde que haja previsão de total ressarcimento do dano, tenham sido
devidamente homologados em Juízo e regularmente cumpridos pelo beneficiado.” ARE 1.175.650/PR,
relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 30.6.2023 (sexta-feira)
Informativo
É constitucional dispositivo de lei federal que altera o regime de outorga da
prestação regular de serviços de transporte terrestre coletivo de passageiros
desvinculados da exploração de obras de infraestrutura, permitindo sua
realização mediante mera autorização estatal, sem a necessidade de licitação
prévia, desde que cumpridos requisitos específicos. ADI 5.549/DF, relator
Ministro Luiz Fux, julgamento finalizado em 29.3.2023 ADI 6.270/DF, relator
Ministro Luiz Fux, julgamento finalizado em 29.3.2023

O adicional de 1/3 (um terço) previsto no art. 7º, XVII, da Constituição Federal
incide sobre a remuneração relativa a todo período de férias. RE 1.400.787/CE,
relatora Ministra Presidente, julgamento finalizado no Plenário Virtual em
15.12.2022.
Improbidade Administrativa

Prof. Rodolfo Penna


@rodolfo.penna
Informativo 1066
Improbidade Administrativa

• Os entes públicos que sofreram prejuízos em razão de atos de improbidade


também estão autorizados, de forma concorrente com o Ministério Público
(MP), a propor ação e a celebrar acordos de não persecução civil em relação
a esses atos. ADI 7042/DF, relator Min. Alexandre de Moraes, julgamento
finalizado em 31.8.2022; ADI 7043/DF, relator Min. Alexandre de Moraes,
julgamento finalizado em 31.8.2022.
• No tocante ao polo passivo, não deve existir obrigatoriedade de defesa
judicial do agente público que cometeu ato de improbidade por parte da
Advocacia Pública, pois a sua predestinação constitucional, enquanto função
essencial à Justiça, identifica-se com a representação judicial e extrajudicial
dos entes públicos. Contudo, permite-se essa atuação em caráter
extraordinário e desde que norma local assim disponha.
Informativo 1065
Improbidade Administrativa

“É necessária a comprovação de responsabilidade subjetiva para a tipificação


dos atos de improbidade administrativa, exigindo-se — nos artigos 9º, 10 e 11
da LIA — a presença do elemento subjetivo — DOLO;
2) A norma benéfica da Lei 14.230/2021 — revogação da modalidade culposa
do ato de improbidade administrativa —, é IRRETROATIVA, em virtude do
artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, não tendo incidência em
relação à eficácia da coisa julgada; nem tampouco durante o processo de
execução das penas e seus incidentes;
Informativo 1065
3) A nova Lei 14.230/2021 aplica-se aos atos de improbidade administrativa
culposos praticados na vigência do texto anterior da lei, porém sem
condenação transitada em julgado, em virtude da revogação expressa do texto
anterior; devendo o juízo competente analisar eventual dolo por parte do
agente;
4) O novo regime prescricional previsto na Lei 14.230/2021 é IRRETROATIVO,
aplicando-se os novos marcos temporais a partir da publicação da lei.” ARE
843989/PR, relator Min. Alexandre de Moraes, julgamento finalizado em
18.8.2022
Improbidade Administrativa
Dolo

Art. 1º (...) § 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar


o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a
voluntariedade do agente.
Improbidade Administrativa
Dolo específico

§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção,


promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente
haverá improbidade administrativa, na aplicação deste artigo, quando for
comprovado na conduta funcional do agente público o fim de obter
proveito ou benefício indevido para si ou para outra pessoa ou entidade.
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quaisquer atos de
improbidade administrativa tipificados nesta Lei e em leis especiais e a
quaisquer outros tipos especiais de improbidade administrativa instituídos
por lei.
Improbidade Administrativa
Sanções
Perda dos Perda da Suspensão dos Multa civil Proibição de
bens e valores função pública direitos contratar e
políticos receber
benefícios

Art. 9º Sim Sim Até 14 anos Equivalente ao Até 14 anos


acréscimo
patrimonial
Art. 10 Sim, se houver Sim Até 12 anos Equivalente ao Até 12 anos
valor do dano
Art. 11 Não Não Não 24 vezes o Até 4 anos
valor da
remuneração
Improbidade Administrativa
Atenção! E quando uma única conduta ofender simultaneamente os artigos 9º,
10 e 11 da Lei nº 8.429/92?

(...) É possível que uma só conduta ofenda simultaneamente mais de um dos


artigos 9º, 10 e 11 da Lei de Improbidade, hipótese em que prevalecerá a
sanção mais grave. Aplica-se nesse caso o princípio da subsunção, segundo o
qual a conduta e a sanção mais grave absorvem as de menor gravidade. (...)
(STJ - AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL: AREsp 722364 DF 2015/0130571-7,
DJ 29/06/2015, Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES)
INDISPONIBILIDADE DOS BENS
Ação de Improbidade
Redação original Administrativa Redação com a lei 14.230/2021
Deve demonstrar, no caso concreto:
Periculum in mora presumido. Ausência de
a) Perigo de dano irreparável ou de risco
necessidade de demonstração. Bastava a
ao resultado útil do processo (periculum in
mera demonstração do fumus boni iuris (STJ).
mora);
Entendia-se que se tratava de tutela de
b) Probabilidade da ocorrência dos atos
evidência (STJ).
descritos na petição inicial (fumus boni iuris).
Somente após a oitiva do réu em 05 dias,
salvo quando o contraditório prévio puder
comprovadamente frustrar a efetividade da
Poderia ser decretado sem oitiva do réu.
medida ou houver outras circunstâncias que
recomendem a proteção liminar, não
podendo a urgência ser presumida.
Podia recair sobre bens suficientes para
Não assegura pagamento de multa, apenas o
assegurar o valor de eventual multa a ser
ressarcimento ao erário e a perda dos bens
aplicada (além do ressarcimento e perda dos
acrescidos ilicitamente.
bens ilicitamente acrescidos).
Intervenção do Estado na
propriedade privada
Prof. Rodolfo Penna
@Rodolfo.penna
Desapropriação Indireta
Prazo prescricional da ação de desapropriação indireta

Súmula 119-STJ: A ação de desapropriação indireta prescreve em vinte anos


Desapropriação Indireta
Em regra, portanto, o prazo prescricional das ações indenizatórias por
desapropriação indireta é decenal, presumindo-se que o Ente Público
realizou obras ou serviços de caráter produtivo. Admite-se,
excepcionalmente, o prazo prescricional de 15 anos, caso concreta e
devidamente afastada a presunção legal (EREsp 1575846/SC).
Desapropriação Indireta
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição,
possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade,
independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim
o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório
de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos
se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou
nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
Regime Jurídico Disciplinar

Prof. Rodolfo Penna


Regime Jurídico Disciplinar
Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou
inconstitucional dispositivo do Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União
(Lei 8.112/1990) que proibia o retorno ao serviço público federal do servidor
demitido ou destituído de cargo em comissão por prática de crime contra a
administração pública, improbidade administrativa, aplicação irregular de
dinheiro público, lesão aos cofres públicos, dilapidação do patrimônio nacional
e corrupção. (ADI 2975)
Em voto pela procedência da ação, o relator, ministro Gilmar Mendes, observou
que, embora a vedação à imposição de penas perpétuas (artigo 5º, inciso XLVII)
se refira a sanções penais, é possível estender essa garantia às sanções
administrativas, em razão do vínculo entre essas duas esferas do poder
sancionatório estatal.
http://noticias.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=457290
16/12/2020
Regime Jurídico Disciplinar
O prazo prescricional previsto na lei penal se aplica às infrações disciplinares
também capituladas como crime independentemente da apuração criminal da
conduta do servidor. STJ. 1ª Seção. MS 20.857-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes
Maia Filho, Rel. Acd. Min. Og Fernandes, julgado em 22/05/2019 (Info 651).

O prazo da prescrição no âmbito administrativo disciplinar, havendo sentença


penal condenatória, deve ser computado pela pena em concreto aplicada na
esfera penal (AgInt no RMS 52.268/RS).
Regime Jurídico Disciplinar
Súmula 635-STJ: Os prazos prescricionais previstos no art. 142 da Lei nº
8.112/1990 iniciam-se na data em que a autoridade competente para a abertura
do procedimento administrativo toma conhecimento do fato, interrompem-se
com o primeiro ato de instauração válido - sindicância de caráter punitivo ou
processo disciplinar - e voltam a fluir por inteiro, após decorridos 140 dias
desde a interrupção.
Regime Jurídico Disciplinar
Aplicação de penalidades e discricionariedade

Por outro lado, o STJ possui jurisprudência dominante no sentido de que a aplicação da
pena de demissão e de cassação de aposentadoria, quando comprovado que a conduta
do investigado se amolda a essas hipóteses, é ato vinculado, não cabendo à autoridade
aplicar penalidade mais leve. MS 21937/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA
FILHO, Rel. p/ Acórdão Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
28/08/2019, DJe 23/10/2019

Súmula 650 - A autoridade administrativa não dispõe de discricionariedade para aplicar ao


servidor pena diversa de demissão quando caraterizadas as hipóteses previstas no art. 132
da Lei n. 8.112/1990.
Regime Jurídico Disciplinar
Responsabilidades do servidor público e independência entre as instâncias
penal, civil e administrativa

O STF possui entendimento pacífico de que a sentença proferida no âmbito


criminal somente repercute na esfera administrativa quando reconhecida: a) a
inexistência material do fato; ou b) a negativa de sua autoria. Assim, se a
absolvição ocorreu por ausência de provas, a administração pública não está
vinculada à decisão proferida na esfera penal. STF. 2ª Turma. RMS 32357/DF,
Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 17/3/2020 (Info 970).
Regime Jurídico Disciplinar
Súmula 651 - Compete à autoridade administrativa aplicar a servidor público a
pena de demissão em razão da prática de improbidade administrativa,
independentemente de prévia condenação, por autoridade judiciária, à perda
da função pública.
Processo Administrativo Disciplinar
Processo Administrativo Disciplinar

Súmula 611-STJ: Desde que devidamente motivada e com amparo em


investigação ou sindicância, é permitida a instauração de processo
administrativo disciplinar com base em denúncia anônima, em face do
poder-dever de autotutela imposto à Administração. (AgRg no REsp
1307503/RR)
Processo Administrativo Disciplinar
Prazo para conclusão do PAD

Súmula 592-STJ: O excesso de prazo para a conclusão do processo


administrativo disciplinar só causa nulidade se houver demonstração de prejuízo
à defesa.
Processo Administrativo Disciplinar
Defesa técnica
Súmula Vinculante nº 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo
administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
Processo Administrativo Disciplinar
Jurisprudência do STJ
⮲ Súmula 641-STJ: A portaria de instauração do processo administrativo
disciplinar prescinde da exposição detalhada dos fatos a serem apurados. A
exposição pormenorizada dos acontecimentos se mostra necessária somente
quando do indiciamento do servidor, após a instrução, ou seja, depois da
produção das provas.

⮲ Instaurado o processo administrativo disciplinar, fica superado o exame de


eventuais irregularidades ocorridas durante a sindicância (RMS 037871/SC).
Processo Administrativo Disciplinar
Prova emprestada
É possível a utilização de prova emprestada no processo administrativo
disciplinar, devidamente autorizada na esfera criminal, desde que produzida
com observância do contraditório e do devido processo legal (MS 24.031/DF,
Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
28/08/2019, DJe 16/10/2019).
Processo Administrativo Disciplinar
Fase decisória

Jurisprudência do STJ
Alteração da capitulação legal
No PAD, a alteração da capitulação legal imputada ao acusado não enseja
nulidade, uma vez que o indiciado se defende dos fatos nele descritos e não
dos enquadramentos legais (MS 22200/DF).
Poder de polícia

Prof. Rodolfo Penna


@rodolfo.penna
Delegação do Poder de Polícia

Pessoa jurídica de Direito público Pode exercer o poder de polícia de forma plena;

Pessoa jurídica de Direito privado STF: pode exercer poder de polícia (exceto a ordem de polícia) se prestadora de serviço
integrante da Administração indireta público, com capital social majoritariamente público e atue em regime não concorrencial.

As atividades acessórias ao poder de polícia podem ser exercidas por entidades da


ATIVIDADES ACESSÓRIAS
inciativa privada e por equipamentos eletrônicos.
Poder de Polícia
Delegação às Guardas Municipais?
Organização da Administração
Pública
Prof. Rodolfo Penna
Autarquias e dano moral
Pessoa Jurídica de Direito Público tem direito à indenização por danos
morais relacionados à violação da honra ou da imagem, quando a
credibilidade institucional for fortemente agredida e o dano reflexo sobre
os demais jurisdicionados em geral for evidente. REsp 1.722.423-RJ, Rel.
Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em
24/11/2020, DJe 18/12/2020
E.P. e S.E.M
Privatização e alienação do controle acionário (ADI 5624 MC)

Lei 13.303/2016
Art. 29. É dispensável a realização de licitação por empresas públicas e
sociedades de economia mista:
XVIII - na compra e venda de ações, de títulos de crédito e de dívida e de bens
que produzam ou comercializem.
E.P. e S.E.M
1. No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 5.624/DF-MC, o
Plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu, por maioria, que seria
dispensável a realização de processo de licitação pública para alienação de
controle de empresas estatais, bastando, para tanto, a adoção de procedimento
público competitivo. 2. A cláusula de dispensa de licitação pública prevista no
art. 29, inciso XVIII, da Lei 13.303/2016 é constitucional e o Decreto 9.188/2017,
que regulamenta aquele dispositivo legal, instituiu procedimento público
simplificado competitivo que atende aos imperativos de eficiência, moralidade
e impessoalidade administrativa.
(ADI 5841 MC, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Relator(a) p/ Acórdão:
GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 21/12/2020, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-097 DIVULG 20-05-2021 PUBLIC 21-05-2021)
E.P. e S.E.M
Programa de desestatização (ADI 6241/DF)

É desnecessária, em regra, lei específica para inclusão de sociedade de


economia mista ou de empresa pública em programa de desestatização.
Para a desestatização é suficiente a autorização genérica prevista em lei
que veicule programa de desestatização (no caso, a Lei nº 9.491/97).
Exceção: em alguns casos a lei que autorizou a criação da empresa estatal
afirmou expressamente que seria necessária lei específica para sua extinção
ou privatização; nesses casos, obviamente, não é suficiente uma lei
genérica (não basta a Lei nº 9.491/97), sendo necessária lei específica.
STF. Plenário. ADI 6241/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 6/2/2021
(Info 1004).
E.P. e S.E.M
Precatórios

Os recursos públicos vinculados ao orçamento de estatais prestadoras de


serviço público essencial, em regime não concorrencial e sem intuito
lucrativo primário, não podem ser bloqueados ou sequestrados por decisão
judicial para pagamento de suas dívidas, em virtude do disposto no art.
100 da CF/1988, e dos princípios da legalidade orçamentária (art. 167, VI,
da CF/1988), da separação dos poderes (arts. 2º, 60, § 4º, III, da CF/1988) e
da eficiência da administração pública (art. 37, caput, da CF/1988).
ADPF 789/MA, relator Min. Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado
em 20.8.2021.
Controle Legislativo

Prof. Rodolfo Penna


Controle Legislativo
Apreciar, para fins de registro, a legalidade de atos administrativos (art. 71, III)

Súmula Vinculante 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União


asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder
resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial
de aposentadoria, reforma e pensão.
Controle Legislativo
Os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de cinco anos para o julgamento
da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão,
a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas, em atenção aos
princípios da segurança jurídica e da confiança legítima. (RE 636553. Tema 445
da RG)
Lei 14.133/2021 – Licitações

Prof. Rodolfo Penna


Lei 14.133/2021 – Licitações

Regra: público

Orçamento
Exceção: sigiloso, Sigilo não
se devidamente prevalece para os
fundamentado órgãos de controle
Lei 14.133/2021 – Licitações
Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) – Art. 174

I - divulgação centralizada e obrigatória dos atos exigidos por esta


Lei;
II - realização facultativa das contratações pelos órgãos e entidades
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os entes
federativos.
Lei 14.133/2021 – Licitações
Segregação de funções

Art. 7º (...)
§ 1º A autoridade referida no caput deste artigo deverá observar o
princípio da segregação de funções, vedada a designação do mesmo
agente público para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a
riscos, de modo a reduzir a possibilidade de ocultação de erros e de
ocorrência de fraudes na respectiva contratação.
Agente de
Regra Geral
Contratação

Bens ou Pode
Condução da serviços substituir por
licitação especiais comissão

Diálogo Deve formar


competitivo comissão
Exceções
Pregão Pregoeiro

Leiloeiro oficial
Leilão ou servidor
designado
Lei 14.133/2021 – Licitações
Fases da licitação (art. 17)
I – preparatória;
II – de divulgação do edital de licitação;
III – de apresentação de propostas e lances, quando
for o caso;
IV – de julgamento;
V – de habilitação;
VI – recursal;
VII – de homologação.
Regime anterior Nova lei
Concorrência Concorrência

Tomada de preços Leilão

Convite Concurso

Leilão Pregão
Diálogo
Concurso
Competitivo
Pregão Tomada de preços

RDC Convite

RDC
Lei 14.133/2021 – Licitações
Pregão

Obrigatório (lei): Bens e serviços comuns


Facultativo: Serviços comuns de engenharia (cabe concorrência)
Critérios de julgamento
✔Menor preço e maior desconto
Obrigatório Bens e serviços comuns

Facultativo
(pode usar Serviços comuns de engenharia
concorrência)
Pregão
Serviços técnicos especializados de
natureza predominantemente
intelectual

Vedado Obras

Bens e Serviços especiais


Lei 14.133/2021 – Licitações
Concorrência

Obrigatória:
a) Bens e serviços especiais (inclusive de engenharia;
b) Obras;

Facultativa:
Serviços comuns de engenharia (facultativo)
Lei 14.133/2021 – Licitações
Concurso

Trabalho técnico, científico ou artístico


Critérios de julgamento (tipos de licitação):
✔Melhor técnica ou conteúdo artístico
Lei 14.133/2021 – Licitações
Leilão

Alienação de bens
✔Móveis
✔Imóveis

Critérios de julgamento: maior lance


Lei 14.133/2021 – Licitações
Diálogo competitivo

Licitantes selecionados mediante critérios objetivos;

Busca de alternativas capazes de atender às necessidades da Administração;

Proposta final após o “diálogo”.


Inovação tecnológica ou técnica

Objeto com as seguintes condições Impossibilidade de ter necessidade satisfeita sem a adaptação de soluções;

Impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com precisão


suficiente

Diálogo competitivo

Necessidade de definir e identificar as a) a solução técnica mais adequada; b) os requisitos técnicos aptos a
alternativas que possam satisfazer concretizar a solução já definida; c) a estrutura jurídica ou financeira do
necessidades contrato;

Concessões de serviços públicos e parcerias público-privadas


Lei 14.133/2021 – Licitações
Procedimento:

a) Comissão de contratação formada por pelo menos 3 servidores efetivos ou


empregados públicos;
b) Edital: prazo mínimo de 25 dias úteis para manifestar interesse na
participação da licitação;
✔Critérios objetivos para pré-seleção dos interessados, admitindo todos que
preencherem os requisitos;
c) Reuniões e interações (“diálogo”) com os licitantes pré-selecionados para a
busca de soluções;
Lei 14.133/2021 – Licitações
d) Identificada a solução ou as soluções que atendam às necessidades da
Administração, o diálogo será declarado concluído, iniciando-se a fase
competitiva;
e) Novo edital: especificação da solução e os critérios objetivos a serem
utilizados para seleção da proposta;
f) Somente participam da fase competitiva os licitantes pré-selecionados para a
fase do diálogo;
g) O prazo para a proposta será de, no mínimo, 60 dias úteis.
Responsabilidade Civil do
Estado

Prof. Rodolfo Penna


Responsabilidade Civil na CF/88
Responsabilidade Objetiva
Art. 37 (...)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.
Responsabilidade Civil na CF/88
Pessoas sujeitas à responsabilidade objetiva

Empresas públicas e sociedades de economia mista


Prestadora de serviços Responsabilidade objetiva
públicos
Exploradora de atividade Responsabilidade subjetiva
econômica
Responsabilidade Civil na CF/88
Responsabilidade subsidiária do Estado

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça consolidou entendimento no


sentido de que, embora a autarquia seja responsável pela conservação e
manutenção das rodovias, deve ser reconhecida a responsabilidade subsidiária
do Estado, pelos danos causados a terceiros, em decorrência de sua má
conservação, motivo pelo qual não há que se falar em extinção do processo,
sem resolução do mérito, por ilegitimidade passiva. (STJ. 2ª Turma. AgRg no
AREsp 203.785/RS).
Responsabilidade Civil na CF/88
Usuários e não-usuários

I - A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras


de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários
do serviço, segundo decorre do art. 37, § 6º, da Constituição Federal. II - A
inequívoca presença do nexo de causalidade entre o ato administrativo e o
dano causado ao terceiro não-usuário do serviço público, é condição suficiente
para estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito
privado (RE 591874).
Responsabilidade Civil na CF/88
JURISPRUDÊNCIA DO STJ E STF: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR OMISSÃO

⮲ Entendimento tradicional: A responsabilidade civil do Estado por omissão deve


ser subjetiva, com fundamento da culpa anônima.
⮲ Em se tratando de atividade naturalmente perigosa, aplica-se o art. 927,
STJ
parágrafo único, do Código Civil: ainda que se trate de omissão, a
responsabilidade é objetiva.
⮲ Segunda turma: adotou o entendimento do STF exposto abaixo.

⮲ Omissão específica (omissão própria): responsabilidade objetiva.


STF ⮲ Omissão genérica (omissão imprópria): responsabilidade subjetiva, com base na
culpa anônima.
Responsabilidade Civil na CF/88
STJ:
Aplica-se igualmente ao estado o que previsto no art. 927, parágrafo único, do
Código Civil, relativo à responsabilidade civil objetiva por atividade
naturalmente perigosa, irrelevante o fato de a conduta ser comissiva ou
omissiva.
A regra geral do ordenamento brasileiro é de responsabilidade civil objetiva por
ato comissivo do Estado e de responsabilidade subjetiva por comportamento
omissivo. Contudo, em situações excepcionais de risco anormal da atividade
habitualmente desenvolvida, a responsabilização estatal na omissão também se
faz independentemente de culpa. REsp 1.869.046-SP, Rel. Min. Herman
Benjamin, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 09/06/2020, DJe
26/06/2020
Responsabilidade Civil na CF/88
O hospital que deixa de fornecer o mínimo serviço de segurança, contribuindo
de forma determinante e específica para homicídio praticado em suas
dependências, responde objetivamente pela conduta omissiva. REsp
1.708.325-RS, Rel. Min. Og Fernandes, Segunda Turma, por unanimidade,
julgado em 24/05/2022.
Responsabilidade Civil na CF/88
Responsabilidade civil por morte do preso

É objetiva a responsabilidade da adm. por morte de detento pois se trata de


omissão específica de observância do dever do art. 5º, XLIX, CF e do dever de
custódia. Poderá ser excluída se comprovar que a morte ocorreria de qualquer
maneira, pois exclui o nexo causal e a responsabilidade objetiva do Estado é
fundamentada na teoria do risco administrativo (RE 841526/RS, rel. Min. Luiz
Fux, 30.3.2016).
Responsabilidade Civil na CF/88
Responsabilidade civil por suicídio do preso

O Estado responde objetivamente pelo suicídio do detento, tendo em vista o


seu dever de zelar pela integridade física e moral dos presos (art. 5º, XLIX, CF) e
em virtude do seu dever de custódia. No entanto, o Estado poderá excluir a sua
responsabilidade se comprovar (e o ônus o prova lhe pertence) que não tinha
como evitar a morte do detento.
STF. 2ª Turma. ARE 700927 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
28/08/2012.
Responsabilidade Civil na CF/88
Responsabilidade civil por maus tratos de detento

É dever do Estado manter em seus presídios padrões mínimos de humanidade


previstos no ordenamento jurídico (art. 5º, XLIX, CF). Desta forma, deve
indenizar os presos pelos danos sofridos, inclusive morais, desde que
comprovados, em razão da falta ou insuficiência das condições legais de
encarceramento. Como é dever do Estado promover condições mínimas de
humanidade, quando isto não é implementado há omissão específica, sendo a
responsabilidade objetiva (RE 580252, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI,
Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em
16/02/2017).
Responsabilidade Civil na CF/88
Responsabilidade civil por roubo, furto ou sequestro nas dependências de
prestadoras de serviços público

O STF decidiu que pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço


público é objetivamente responsável por crime de furto praticado em suas
dependências. (STF. 1ª Turma. RE 598356/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado
em 8/5/2018. Info 901).
Responsabilidade Civil na CF/88
Responsabilidade civil do Município por danos causados pelo comércio de
fogos de artifício

Para que fique caracterizada a responsabilidade civil do Município por danos


decorrentes do comércio de fogos de artifício, é necessário que exista a
violação de um dever jurídico específico de agir, que ocorrerá quando for
concedida a licença para funcionamento sem as cautelas legais ou quando for
de conhecimento do poder público eventuais irregularidades praticadas pelo
particular. STF. Plenário. RE 136861/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac.
Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/3/2020 (repercussão geral – Tema
366) (Info 969).
Responsabilidade Civil na CF/88
Responsabilidade civil do Estado por danos causados por agentes policiais a
jornalista em manifestação

É objetiva a Responsabilidade Civil do Estado em relação a profissional da


imprensa ferido por agentes policiais durante cobertura jornalística, em
manifestações em que haja tumulto ou conflitos entre policiais e manifestantes.
Cabe a excludente da responsabilidade da culpa exclusiva da vítima, nas
hipóteses em que o profissional de imprensa descumprir ostensiva e clara
advertência sobre acesso a áreas delimitadas, em que haja grave risco à sua
integridade física. RE 1209429/SP, relator Min. Marco Aurélio, redator do
acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 10.6.2021 (Informativo
1021-STF)
Responsabilidade Civil na CF/88
Jurisprudência

⮲ A Administração Pública pode responder civilmente pelos danos causados


por seus agentes, ainda que estes estejam amparados por causa excludente de
ilicitude penal (REsp 1266517/PR).
⮲ É objetiva a responsabilidade civil do Estado pelas lesões sofridas por vítima
baleada em razão de tiroteio ocorrido entre policiais e assaltantes (REsp
1266517/PR).
⮲ O Estado não responde civilmente por atos ilícitos praticados por foragidos
do sistema penitenciário, salvo quando os danos decorrem direta ou
imediatamente do ato de fuga (AgRg no AREsp 173291/PR).
Responsabilidade Civil na CF/88
As ações indenizatórias decorrentes de violação a direitos fundamentais
ocorridas durante o regime militar são imprescritíveis, não se aplicando o
prazo quinquenal previsto no art. 1º do Decreto n. 20.910/1932 (AgRg no
REsp 1479984/RS).

SÚMULA N. 647 São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais


e materiais decorrentes de atos de perseguição política com violação de
direitos fundamentais ocorridos durante o regime militar.
OBRIGADO
Prof. Nome do Professor
Direito Ambiental
Prof. André Rocha
@profandrerocha
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

A validade das multas administrativas por infração ambiental, previstas na Lei


nº 9.605/98, independe da prévia aplicação da penalidade de advertência.

STJ. 1ª Seção. REsps 1.984.746-AL e 1.993.783-PA, Rel. Min. Regina Helena


Costa, julgado em 13/9/2023 (Recurso Repetitivo – Tema 1159) (Info 787).

Prof. André Rocha


Direito Ambiental
PODER DE POLÍCIA AMBIENTAL

Não há que confundir competência para licenciar com a competência para


fiscalizar, uma vez que a competência constitucional para fiscalizar é comum
aos órgãos do meio ambiente das diversas esferas da federação. Esse é o
entendimento jurisprudencial, inclusive (STJ, REsp 711.405/PR, 28.04.2009).

A LC 140/11 atribuiu prioritariamente ao órgão ambiental licenciador o


exercício do poder de polícia ambiental por meio da lavratura de auto de
infração. Não obstante, o § 3º do mesmo artigo prevê que essa priorização
não impede o exercício pelos entes federativos da atribuição comum de
fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades efetivas ou
potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais.

Prof. André Rocha


Direito Ambiental
Súmulas e teses do STJ

Súmula 467: Prescreve em cinco anos, contados do término do processo


administrativo, a pretensão da Administração Pública de promover a
execução da multa por infração ambiental.

Súmula 613: Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em


tema de Direito Ambiental.

Súmula 618: A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação


ambiental.

Súmula 623: As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo


admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à
escolha
Prof. André Rochado credor.
Direito Ambiental
Súmulas e teses do STJ

Súmula 629: Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à


obrigação de fazer ou à de não fazer cumulada com a de indenizar.

Súmula 652: A responsabilidade civil da Administração Pública por danos ao


meio ambiente, decorrente de sua omissão no dever de fiscalização, é de
caráter solidário, mas de execução subsidiária.

Prof. André Rocha


Direito Ambiental
Súmulas e Teses do STF

É constitucional - formal e materialmente - lei municipal que obriga à


substituição de sacos e sacolas plásticos por sacos e sacolas
biodegradáveis.

É imprescritível a pretensão de reparação civil de dano ambiental.

Prof. André Rocha


Direito Ambiental
FGV/TRF-1 - 2023
Joana recebeu autorização de pesquisa do órgão competente, tendo por
objeto uma jazida de recursos minerais encontrada no subsolo da
propriedade de João. Irresignado com o que considerava uma indevida
ingerência sobre a sua esfera jurídica, João procurou se inteirar a respeito
da juridicidade dessa autorização.

Ao final de suas reflexões, João concluiu, corretamente, que

a) a autorização poderia ter sido concedida, sendo imperativo que isso


tenha ocorrido por prazo determinado;

Prof. André Rocha


Direito Ambiental
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os
potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo,
para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União,
garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.

§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos


potenciais a que se refere o "caput" deste artigo somente poderão ser
efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse
nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que
tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá
as condições específicas quando essas atividades se desenvolverem em
faixa de fronteira ou terras indígenas.
Prof. André Rocha
Direito Ambiental
§ 2º É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da
lavra, na forma e no valor que dispuser a lei.

§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as


autorizações e concessões previstas neste artigo não poderão ser cedidas ou
transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder
concedente.

§ 4º Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do


potencial de energia renovável de capacidade reduzida.
Prof. André Rocha
Direito Ambiental
FGV/TRF-1 - 2023
b) autorização somente poderia ser concedida a Joana se fosse
demonstrada a inexistência de órgão público capaz de realizar a pesquisa;
c) a autorização poderia ter sido concedida, observada a imperatividade de
que isso tenha ocorrido em caráter precário, sem prazo fixo;
d) como a propriedade do subsolo é da União, esse ente federativo poderia
celebrar ajustes com terceiros tendo-a como objeto, mas apenas para fins
de exploração;
e) a autorização pode ser transferida a terceiros, conforme ajuste celebrado
por Joana, que não carece de aprovação da União, sendo imperativa a
observância dos termos da autorização original.

Prof. André Rocha


Direito Ambiental
PROIBIÇÃO DO USO DO FOGO
Art. 38. É proibido o uso de fogo na vegetação,
exceto nas seguintes situações:

I - em locais ou regiões cujas peculiaridades


justifiquem o emprego do fogo em práticas
agropastoris ou florestais, mediante prévia
aprovação do órgão estadual ambiental
competente do Sisnama, para cada imóvel rural ou
de forma regionalizada, que estabelecerá os
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Direito Ambiental
PROIBIÇÃO DO USO DO FOGO
Art. 38. É proibido o uso de fogo na vegetação,
exceto nas seguintes situações:

III - atividades de pesquisa científica vinculada a


projeto de pesquisa devidamente aprovado pelos
órgãos competentes e realizada por instituição de
pesquisa reconhecida, mediante prévia aprovação
do órgão ambiental competente do Sisnama.
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Direito Ambiental
PROIBIÇÃO DO USO DO FOGO
§ 3º Na apuração da responsabilidade pelo uso
irregular do fogo em terras públicas ou particulares,
a autoridade competente para fiscalização e
autuação deverá comprovar o nexo de causalidade
entre a ação do proprietário ou qualquer preposto e
o dano efetivamente causado.

§ 4º É necessário o estabelecimento de nexo causal


na verificação das responsabilidades por infração
Prof. André Rocha
Direito Ambiental
FGV/TJ-MS- 2023
Maria, visando ao manejo conservacionista da vegetação nativa, cujas
características ecológicas estão associadas evolutivamente à ocorrência do
fogo, pretende valer-se do emprego da queima controlada em determinada
Unidade de Conservação (UC). De acordo com a Lei nº 12.651/2012, o
intento de Maria é:

a) proibido, na medida em que o Código Florestal veda o uso de fogo na


vegetação, em qualquer hipótese;

b) possível, desde que em conformidade com o respectivo plano de manejo


e mediante prévia aprovação do órgão gestor da Unidade de Conservação;
Prof. André Rocha
Direito Ambiental
FGV/TJ-MS- 2023
c) proibido, pois, apesar de o Código Florestal excepcionalmente autorizar o
uso de fogo na vegetação em certas hipóteses, a vedação é absoluta no que
tange a Unidades de Conservação;

d) possível, desde que mediante prévia aprovação do chefe do Poder


Executivo, no âmbito do ente federativo que criou a Unidade de
Conservação;

e) possível, desde que mediante prévia extinção ou transformação da


Unidade de Conservação, por lei ou decreto.

Prof. André Rocha


Direito Ambiental
FGV/TJ-MS- 2023
Em janeiro de 2023, o Estado Alfa editou lei estadual ampliando os casos de
ocupação antrópica em áreas de preservação permanente previstos na
legislação federal vigente. Assim, a citada lei estadual passou a legitimar
ocupações em solo urbano de APPs, fora das situações previstas em normas
gerais editadas pela União. Consoante entendimento do Supremo Tribunal
Federal, tal legislação estadual é:

a) constitucional, pois compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal


legislar concorrentemente sobre conservação da natureza, defesa do solo e
dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;

Prof. André Rocha


Direito Ambiental
É inconstitucional lei estadual que legitime
ocupações em solo urbano de APP fora das
situações previstas em normas gerais editadas
pela União.

STF. Plenário. ADI 5675/MG, Rel. Min. Ricardo


Lewandowski, julgado em 17/12/2021.
Prof. André Rocha
Direito Ambiental
FGV/TJ-MS- 2023
b) constitucional, pois é competência comum da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios proteger o meio ambiente e combater a
poluição em qualquer de suas formas, bem como preservar as florestas, a
fauna e a flora;

c) inconstitucional, pois compete privativamente à União legislar sobre


florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos
recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;

Prof. André Rocha


Direito Ambiental
FGV/TJ-MS- 2023
d) inconstitucional, pois, em tema de competência legislativa concorrente,
em linha de princípio, admitir-se-ia que o Estado Alfa editasse norma mais
protetiva ao meio ambiente, com fundamento em suas peculiaridades
regionais e na preponderância de seu interesse, e não menos protetiva
como o fez, em descompasso com o conjunto normativo elaborado pela
União;

e) inconstitucional, pois, em tema de competência legislativa sobre espaços


territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos em
matéria ambiental, o Estado Alfa não poderia editar norma mais ou menos
protetiva ao meio ambiente, ainda que com fundamento em suas
peculiaridades regionais e na preponderância de seu interesse, sob pena de
Prof. André Rocha
violação
Direito Ambientalde competência da União.
OBRIGADO
Prof. André Rocha
DIREITO TRIBUTÁRIO
Prof. Rogerio Cunha
CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS FISCAIS
iniciativa legislativa

Tema RG 682 (ARE 743480)

Inexiste, na Constituição Federal de 1988,


reserva de iniciativa para leis de natureza
tributária, inclusive para as que concedem
renúncia fiscal.
Isenção

Isenção e estimativa de impacto orçamentário:


ADCT - Art. 113. A proposição legislativa que crie ou altere despesa
obrigatória ou renúncia de receita deverá ser acompanhada da estimativa
do seu impacto orçamentário e financeiro.

“É inconstitucional lei estadual que concede benefício fiscal sem a prévia


estimativa de impacto orçamentário e financeiro exigida pelo art. 113 do
ADCT”. (STF. Plenário. ADI 6303/RR, j. 11/3/22 (Info 1046)
estimativa de impacto orçamentário LRF - Art. 14.
estimativa do impacto exercício em que deva
orçamentário-financeir iniciar sua vigência e
o nos dois seguintes renúncia foi
considerada na
estimativa de receita da
uma das seguintes lei orçamentária
atender à LDO demonstração
condições
concessão ou
não afetará as metas de
ampliação de incentivo
resultados fiscais
ou benefício
aumento de receita
benefício só entrará em
vigor quando
implementadas as
medidas acompanhada de
ampliação da base de
medidas de
cálculo
compensação
estimativa de impacto
orçamentário LRF - Art.
majoração ou criação
14.
de tributo ou
contribuição.

às alterações das
II, IE, IOF, IPI
alíquotas

não se aplica:
REMISSÃO cujo
montante seja inferior
ao dos respectivos
custos de cobrança.
Isenção
estimativa de impacto orçamentário na LRF:
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra
renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no
exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de
diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições
I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei
orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no
anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;
II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do
aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou
criação de tributo ou contribuição.
§ 1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em
caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução
discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento
diferenciado.
§ 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigo
decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas as
medidas referidas no mencionado inciso.
§ 3o O disposto neste artigo não se aplica:
I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição,
na forma do seu § 1º;
II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança.
Isenção e estimativa de impacto orçamentário: Momento da sua
realização

1. A imunidade de templos não afasta a incidência de tributos sobre operações


em que as entidades imunes figurem como contribuintes de fato. Precedentes.
2. A norma estadual, ao pretender ampliar o alcance da imunidade prevista
na Constituição, veiculou benefício fiscal em matéria de ICMS, providência
que, embora não viole o art. 155, § 2º, XII, “g”, da CF – à luz do precedente
da CORTE que afastou a caracterização de guerra fiscal nessa hipótese
(ADI 3421 (...) DJ de 58/5/2010) –, exige a apresentação da estimativa de
impacto orçamentário e financeiro no curso do processo legislativo para a
sua aprovação. 3. A Emenda Constitucional 95/2016, por meio da nova
redação do art. 113 do ADCT, estabeleceu requisito adicional para a validade
formal de leis que criem despesa ou concedam benefícios fiscais, requisitos
esse que, por expressar medida indispensável para o equilíbrio da
atividade financeira do Estado, dirige-se a todos os níveis federativos. (
STF, ADI 5816)

Observação: Por tramitação do processo legislativo exigindo-se a


formalização da estimativa de impacto orçamentário antes da votação do
texto definitivo e encaminhamento à sanção pelo Poder Executivo.
Isenção
Isenção e estimativa de impacto
orçamentário:
É inconstitucional norma estadual que — sem a anuência
prévia dos demais estados, formalizada em convênio
celebrado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária
(Confaz), e em desacordo com a regra do art. 113 do ADCT
— reduz a alíquota do ICMS incidente sobre cervejas que
contenham suco de laranja concentrado e/ou suco
integral de laranja em sua composição, diferenciando-as
das demais cervejas e bebidas alcoólicas. (STF, - ADI
7.374/SE)
Imunidade dos Correios
Imunidade dos Correios
Tema RG 235 : Os serviços prestados pela Empresa Brasileira de Correios
e Telégrafos - ECT, inclusive aqueles em que a empresa não age em
regime de monopólio, estão abrangidos pela imunidade tributária
recíproca (CF, art. 150, VI,a e §§ 2º e 3º).

Tema RG 402: Não incide o ICMS sobre o serviço de transporte de


encomendas realizado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos -
ECT, tendo em vista a imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, a, da
Constituição Federal.

Tema RG 644: A imunidade tributária recíproca reconhecida à Empresa


Brasileira de Correios e Telégrafos — ECT alcança o IPTU incidente sobre
imóveis de sua propriedade e por ela utilizados, não se podendo
estabelecer, a priori, nenhuma distinção entre os imóveis afetados ao
serviço postal e aqueles afetados à atividade econômica.
Parcelamento
Parcelamento
Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas
em lei específica. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito


tributário não exclui a incidência de juros e multas.

§ 2o Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta


Lei, relativas à moratória.

§ 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos


créditos tributários do devedor em recuperação judicial.

§ 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo


importa na aplicação das leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao
devedor em recuperação judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo de
parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica.
Parcelamento

O parcelamento é a permissão, outorgada em lei, para que o


sujeito passivo efetue o pagamento dos débitos tributários de
forma fracionada.

O parcelamento é a dilação do prazo de pagamento de créditos


tributários vencidos.
Parcelamento
O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei
específica (CTN, art. 155-A), aplicando-se as disposições da moratória (CTN,
art. 155-A, §2º):

Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua
concessão em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos:
I - o prazo de duração do favor;
II - as condições da concessão do favor em caráter individual;
III - sendo caso:
a) os tributos a que se aplica;
b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se
refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade
administrativa, para cada caso de concessão em caráter individual;
c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de
concessão em caráter individual.
Parcelamento

Os requisitos para o parcelamento devem ser


fixados em lei específica e atos infralegais não
poderão impor condições não previstas nesta lei.
(STJ, REsp 1739641/RS, DJe 29/06/2018)
Parcelamento

• A adesão ao parcelamento demanda


confissão do devedor da existência do débito,
contudo, essa confissão não é absoluta, pois
não impede a rediscussão dos aspectos
jurídicos da tributos (Tema Repetitivo 375).
Parcelamento
Ademais, o parcelamento realizado após o decurso do prazo
prescricional não o interrompe, cabendo a extinção do
crédito:

"o parcelamento postulado depois de transcorrido o prazo


prescricional não restabelece a exigibilidade do crédito
tributário. Isso porque: a) não é possível interromper a
prescrição de crédito tributário já prescrito; e b) a prescrição
tributária não está sujeita à renúncia, uma vez que ela não é
causa de extinção, apenas, do direito de ação, mas, sim, do
próprio direito ao crédito tributário (art. 156, V, do CTN)" (STJ,
AgRg no AREsp 51.538/MG,, DJe de 21/08/2012).
Parcelamento e novação

Assim, por força da legislação pertinente, a


adesão ao programa de parcelamento não implica
novação, tampouco extinção do processo
executivo, mas tão somente sua suspensão, pois,
nos moldes do artigo 151, I, do Código Tributário
Nacional, o parcelamento consiste apenas na
faculdade dada ao credor optante para suspender
a exigibilidade do crédito tributário, de modo a
adimpli-lo de forma segmentada. (STJ, REsp n.
1.526.804/CE, DJe de 30/6/2015).
Parcelamento

Parcelament
Moratória
o
Vincendas
Vencidas
Parcelamento
A regra do §1 do Art. 155-A deixa claro que o
parcelamento não se confunde com o instituto
da denúncia espontânea, posto que o
parcelamento não exclui a incidência de juros e
multas.

Tema repetitivo 101


O instituto da denúncia espontânea (art. 138 do
CTN) não se aplica nos casos de parcelamento
de débito tributário.
Parcelamento
Tema repetitivo: 365 A produção do efeito suspensivo
da exigibilidade do crédito tributário, advindo do
parcelamento, condiciona-se à homologação expressa
ou tácita do pedido formulado pelo contribuinte junto
ao Fisco.

STJ – Súmula 653: O pedido de parcelamento fiscal,


ainda que indeferido, interrompe o prazo prescricional,
pois caracteriza confissão extrajudicial do débito.
Prescrição
Sumula 622 STJ

A notificação do auto de infração faz cessar a contagem da


decadência para a constituição do crédito tributário; exaurida
a instância administrativa com o decurso do prazo para a
impugnação ou com a notificação de seu julgamento
definitivo e esgotado o prazo concedido pela Administração
para o pagamento voluntário, inicia-se o prazo prescricional
para a cobrança judicial.
Sumula 622 STJ

DECADÊNCIA
• Notificação do auto de infração

Nenhum prazo
Esgotamento instância admirativa + escoamento prazo para
pagamento:

Prescrição
Sumula 436 STJ

Súmula 436 STJ - A entrega de declaração pelo


contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o
crédito tributário, dispensada qualquer outra
providência por parte do fisco.
Sumula 436 STJ

“O termo inicial do prazo prescricional para o


ajuizamento da ação executiva relativa aos tributos
sujeitos ao lançamento por homologação tem início
com a constituição definitiva do crédito tributário, que
ocorre com a entrega da respectiva declaração pelo
contribuinte, identificando o valor a ser recolhido, ou o
do vencimento do tributo, o que for posterior" (REsp
1.651.585/SP, DJe 19/4/2017).
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS
E SOBRE A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL,
INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÕES (ICMS)
Concessão de benefícios fiscais de ICMS

A concessão e revogação de benefícios fiscais de ICMS


depende, como regra, de prévia deliberação conjunta
dos Estados e do Distrito Federal (CF, art. 155, § 2.0 , XII,
g) conforme regulado em lei complementar (LC 24/75).
Concessão de benefícios fiscais de ICMS

Longe fica de exigir consenso dos Estados a


outorga de benefício a igrejas e templos de
qualquer crença para excluir o Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços nas
contas de serviços públicos de água, luz,
telefone e gás. (STF - ADI: 3421)

Mas (...) –, exige a apresentação da estimativa de


impacto orçamentário e financeiro no curso
do processo legislativo para a sua
aprovação. (STF, ADI 5816 RO)
Concessão de benefícios fiscais de ICMS
✔ A deliberação é tomada no âmbito do CONFAZ pelos
seguintes Quóruns:

DELIBERAÇÃO

Remissão e
DEMAIS
CONCESSÃO REVOGAÇÃO reinstituição (LC
DELIBERAÇÕES
160/17)

unanimidade quatro quintos


maioria dos
dos dos 2/3 das unidades
representantes
representantes representantes federadas,
presentes
presentes presentes

sendo

1/3 das unidades


de cada região
Concessão de benefícios fiscais de ICMS

Tema RG 490
O estorno proporcional de crédito de ICMS efetuado pelo Estado
de destino, em razão de crédito fiscal presumido concedido pelo
Estado de origem sem autorização do Conselho Nacional de
Política Fazendária (CONFAZ), não viola o princípio constitucional
da não cumulatividade.
Concessão de benefícios fiscais de ICMS

✔ A LC 160/2017 fixou quórum mais simples, de 2/3 (dois terços) das unidades
federadas; e 1/3 (um terço) das unidades federadas integrantes de cada uma
das 5 (cinco) regiões do País, contudo, esse quórum é limitado aos convênios
que disporem sobre a remissão dos créditos tributários, constituídos ou não,
decorrentes das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou
financeiro-fiscais instituídos em desacordo com o disposto na alínea “g” do
inciso XII do § 2o do art. 155 da CF/88 e reinstituição das isenções, dos
incentivos e dos benefícios fiscais ou financeiro-fiscais.

Tema RG 817
É constitucional a lei estadual ou distrital que, com amparo em convênio do
CONFAZ, conceda remissão de créditos de ICMS oriundos de benefícios fiscais
anteriormente julgados inconstitucionais.
Concessão de benefícios fiscais de ICMS

✔ A LC 160/2017 fixou quórum mais simples, de 2/3 (dois terços) das unidades
federadas; e 1/3 (um terço) das unidades federadas integrantes de cada uma
das 5 (cinco) regiões do País, contudo, esse quórum é limitado aos convênios
que disporem sobre a remissão dos créditos tributários, constituídos ou não,
decorrentes das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou
financeiro-fiscais instituídos em desacordo com o disposto na alínea “g” do
inciso XII do § 2o do art. 155 da CF/88 e reinstituição das isenções, dos
incentivos e dos benefícios fiscais ou financeiro-fiscais.
Concessão de benefícios fiscais de ICMS
NATUREZA JURÍDICA DOS CONVÊNIOS

CONCESSÃO INCENTIVO FISCAL DE ICMS. NATUREZA AUTORIZATIVA


DO CONVÊNIO CONFAZ. 1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ESPECÍFICA EM
MATÉRIA TRIBUTÁRIA. 2. TRANSPARÊNCIA FISCAL E FISCALIZAÇÃO
FINANCEIRA-ORÇAMENTÁRIA. (...)
2. Os convênios CONFAZ têm natureza meramente autorizativa ao
que imprescindível a submissão do ato normativo que veicule
quaisquer benefícios e incentivos fiscais à apreciação da Casa
Legislativa.
3. A exigência de submissão do convênio à Câmara Legislativa do
Distrito Federal evidencia observância não apenas ao princípio da
legalidade tributária, quando é exigida lei específica, mas também à
transparência fiscal que, por sua vez, é pressuposto para o exercício
de controle fiscal-orçamentário dos incentivos fiscais de ICMS. (...)
(STF, ADI 5929)
IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS (ITCMD) e SOBRE
TRANSMISSÃO DOAÇÃO, DE QUAISQUER BENS OU DIREITOS
(ITCMD)
Excesso de meação

❑ Questão interessante acerca do imposto de transmissão é a figura


do chamado “excesso de meação”. Nos regimes de separação
parcial e de comunhão universal de bens é assegurado à cada
cônjuge 50% (cinquenta por cento) do patrimônio comum no
momento da separação, divórcio ou inventário. Se na partilha um
dos cônjuges for aquinhoado em porção superior à 50% do que
for a ele devido, estaremos diante do excesso de meação, sujeito
à tributação

❖ Súmula 116 do STF: “em desquite ou inventário,


é legítima a cobrança do chamado imposto de
reposição, quando houver desigualdade nos
valores partilhados.”
Excesso de meação

❑ Se houve qualquer forma de remuneração, em dinheiro ou


outros bens, pela parcela maior recebida pelo cônjuge ou
herdeiro será caso de incidência do imposto municipal pela
transmissão inter vivos, contudo, se a parcela maior decorreu
de ato de mera liberalidade (CCB/02, art. 538), sem qualquer
contraprestação se está diante do fato gerador do ITCMD por
ser considerado o ato jurídico com doação (STJ, EDcl nos EDcl no
REsp 723.587/RJ)
Contribuintes e responsáveis tributários:

CTN - Art. 42. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na


operação tributada, como dispuser a lei.

CTE-GO – Contribuintes no excesso de meação

Art. 81. Contribuinte do ITCD é:


I - na transmissão causa mortis:
c) o beneficiário, em relação ao excedente de:
1. quinhão ou de meação, decorrente de inventário ou escritura
pública;
2. meação, decorrente de dissolução de sociedade conjugal ou união
estável, por sentença ou escritura pública;
IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E
TERRITORIAL URBANA - IPTU
Contribuintes e responsáveis tributários:

Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu


domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título (CTN art. 34).
O mero detentor não pode ser contribuinte do imposto.

Definindo a lei como contribuinte o proprietário, o titular do domínio


útil ou o possuidor a qualquer título, pode o legislador local optar por
um ou outro visando facilitar o procedimento de arrecadação (STJ
Resp n. 475.078).

STJ - Súmula 399


“Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU.”
Relação jurídico-tributária

Relação jurídica contratual


STJ - Súmula 614
O locatário não possui
legitimidade ativa para discutir a
relação jurídico-tributária de IPTU
e de taxas referentes ao imóvel
alugado nem para repetir indébito
desses tributos.
Contribuintes e responsáveis tributários:

Já os responsáveis serão os sucessores, a qualquer


título, nos termos dos arts. 128 a 133 do CTN.

Tema/Repetitivo 122: 1-Tanto o promitente comprador


(possuidor a qualquer título) do imóvel quanto seu
proprietário/promitente vendedor (aquele que tem a
propriedade registrada no Registro de Imóveis) são
contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU;

STF, Súmula 583 - Promitente-comprador de imóvel


residencial transcrito em nome de autarquia e
contribuinte do imposto predial territorial urbano.
IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE
QUALQUER NATUREZA – ISS
#ISS FRANQUIAS

Tema RG 300: É constitucional a incidência de


Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)
sobre contratos de franquia (franchising) (itens 10.04
e 17.08 da lista de serviços prevista no Anexo da Lei
Complementar 116/2003).

ADI 4784: É constitucional a cobrança do ISS —


contida no item 17.08 da lista de serviços anexa à Lei
Complementar 116/2003 — sobre o contrato de
franquia postal.
Fato gerador – Atividades mistas

a “cessão de uso de espaços em cemitérios para


sepultamento” configura operação mista, uma vez que
engloba a prestação de serviço consistente na guarda e
conservação dos restos mortais inumados. Dessa forma,
consoante a jurisprudência deste Tribunal, resta
constitucional a cobrança do ISS sobre a referida
atividade, haja vista estar contemplada na lista de
serviços anexa à Lei Complementar n° 116/2003. (STF,
ADI 5869, j. 17/02/2023)
Fato gerador – Atividades mistas
A atividade de armazenamento de cargas em terminal portuário alfandegado
está sujeita à incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza –
ISSQN. Para o adequado desempenho da atividade de armazenamento em
instalação portuária alfandegada, a empresa autorizada para explorar o terminal
portuário (art. 4º, § 2º, II, "b", da Lei n. 8.630/1993 e Portaria RFB n. 3.518/2011)
deve organizar as cargas recebidas em razão de sua natureza, conservar o seu
estado em conformidade com os cuidados que elas exigem e guardar as mesmas
sob sua vigilância, controlando por meio de monitoramento obrigatório o acesso
de pessoas à área destinada para essa finalidade, sendo certo que todas essas
ações encerram o cumprimento de obrigações de fazer, estando, assim, bem
caracterizada a prestação de serviço tributável pelo imposto municipal. Essa
espécie de armazenamento não se confunde com instituto da locação para
afastar a incidência do ISSQN, pois não há transferência da posse direta da área
alfandegada ao importador/exportador, para que esse a utilize por sua conta e
risco, sendo certo que a área alfandegada segregada para fins de
armazenamento é de acesso restrito, o que impede a cessão de seu espaço
físico, competindo exclusivamente ao terminal portuário o manejo dos
contêineres recebidos. (STJ, REsp 1.805.317/AM, j. 09/02/2021)
Fato gerador Plano de saúde vs seguro-saúde

Tema RG 0581 (RE 651703)


As operadoras de planos privados de assistência à
saúde (plano de saúde e seguro-saúde) realizam
prestação de serviço sujeita ao Imposto Sobre Serviços de
Qualquer Natureza - ISSQN, previsto no art. 156, III, da
CRFB/88.

Obs: No julgamento dos embargos de declaração o STF corrigiu a


tese jurídica fixada no julgamento de 29.9.2016, dela
excluindo-se a referência ao "seguro-saúde” entendo que as
atividades de seguro em geral estão sujeitas ao IOF (Lei
5.143/66, art. 1º, II) e não ao ISS.
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/@profrogeriocunha

@profrogeriocunha

t.me/profrogeriocunha
OBRIGADO
Prof. Nome do Professor
Direito Eleitoral

Prof. Leonardo Fernandes


Justiça Eleitoral
Condições de elegibilidade
As CONDIÇÕES PRÓPRIAS:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o pleno exercício dos direitos políticos;

III - o alistamento eleitoral;

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

V - a filiação partidária; (Lei 13.488/2017)

VI - a idade mínima.
Inelegibilidade

Art. 14, § 9º CF:

Lei Complementar nº 64/1990 (alterada pela LC 135/2010 - Ficha Limpa)

*condições de elegibilidade - hipóteses de inelegibilidade = elegível

JJG duplo fundamento: sanção X situação.


Inelegibilidade
Inelegibilidade - é a imposição de obstáculos à candidatura de um indivíduo
impedindo-o que exerça sua capacidade eleitoral passiva, seu direito de ser
votado;

Inalistabilidade - é o impedimento no exercício da capacidade eleitoral ativa,


ou seja, afeta o direito de votar;

Incompatibilidade - para concorrer, além de preencher as condições de


elegibilidade (requisitos positivos) e não incorrer em causas de inelegibilidade
(requisitos negativos), deve este ainda não incidir em alguma
incompatibilidade.
Inelegibilidade
Partidos
Partidos
EC 97

EC 97/2017 - vedou as coligações partidárias nas eleições proporcionais, estabelecer


normas sobre acesso dos partidos políticos aos recursos do fundo partidário e ao
tempo de propaganda gratuito no rádio e na televisão e dispor sobre regras de
transição.

OBS: em 2022 somente 12 dos 28 entes políticos (partidos e federações) alcançaram


a cláusula de desempenho prevista para o pleito deste ano. As demais 16
agremiações continuarão a existir, embora não recebam mais nenhum suporte
financeiro de origem pública a partir de fevereiro de 2023.
EC 97
Justa Causa
Lei 13.165/2015:

▪ incorporação ou fusão do partido político.

▪ criação de novo partido político.

▪ mudança substancial ou desvio reiterado do programa


partidário;

▪ grave discriminação pessoal;

▪ janela partidária (EC 91/2016 + 30 dias antes do


prazo mínimo de filiação); e

▪ autorização do partido político (EC 111/2021).


Janela Partidária
Fundo Partidário
Propaganda

P. Institucional: oficial, feita pela própria administração pública,


com o objetivo de divulgar suas ações;

P. Intrapartidária: realizada por filiado de partido que aspira ser


candidato em pleito eletivo;

P. Partidária: divulgação das ideias e do programa do partido;

P. Eleitoral: forma de captação de votos usada pelos partidos


políticos, coligações ou candidatos, em época determinada por lei,
por meio de divulgação de suas propostas, visando à eleição de
cargos eletivos
Propaganda
Art. 36-A. Não configuram propaganda eleitoral antecipada, desde que não
envolvam pedido explícito de voto, a menção à pretensa candidatura, a exaltação
das qualidades pessoais dos pré-candidatos e os seguintes atos, que poderão ter
cobertura dos meios de comunicação social, inclusive via internet:

• participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em entrevistas;


• a realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado;
• realização de prévias partidárias;
• divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos;
• divulgação de posicionamento pessoal sobre questões políticas;
• realização, a expensas de partido político, de reuniões de iniciativa da sociedade
civil; e
• campanha de arrecadação prévia de recursos.
Propaganda
O art. 57-B:

• no próprio site do candidato;


• no próprio site do partido ou da coligação;
• por listas de e-mail; e
• por blogs, redes sociais, sites de mensagens instantâneas e aplicações de internet

Veda:
*robos e fake news;
** utilização de conteúdos pagos como o uso de ferramentas não disponibilizadas pelo
provedor de internet, ainda que gratuitas, para buscar alterar o teor ou a repercussão
de propaganda eleitoral.
Fraude Cota de Gênero

(i) candidatas não obtiveram nenhum voto;


(ii) contas apresentadas são absolutamente idênticas;
(iii) não houve atos efetivos de campanha;
(iv) não tiveram nenhuma despesa;
(v) não apresentaram extratos bancários ou notas fiscais;
(vi) o Partido das Investigadas não investiu recursos em suas
campanhas.

AgR-RESP 0600651-94 - Jacobina


Fraude Cota de Gênero

(i) a cassação dos candidatos vinculados ao DRAP,


independentemente de prova da sua participação, ciência ou
anuência;
(ii) a inelegibilidade àqueles que efetivamente praticaram ou
anuíram com a conduta;
(iii) a nulidade dos votos obtidos pela Coligação, com a
recontagem do cálculo dos quocientes eleitoral e partidários,
nos termos do art. 222 do Código Eleitoral.;
(iv) cumprimento imediato, independente de publicação.

AgR-RESP 0600651-94 - Jacobina


OBRIGADO
Direito Civil
Revisão de Véspera TJ GO (Juiz)
Resolução de Questões + Dicas

Prof. Paulo Sousa


LINDB
(FGV - TJMG - Juiz Substituto – 2022) A Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro dispõe sobre conflito de leis no tempo:
“Art. 2º. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que
outra a modifique ou revogue”
§1º. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare,
quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria
de que tratava a lei anterior.
§2º. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
§3º. Salvo disposições em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a
lei revogadora perdido a vigência”.
Analise as afirmativas a seguir.
I. Como o Código Civil é a “Constituição do homem comum”, emenda à
Constituição Federal, editada posteriormente ao Código Civil de 2002, não
revoga regras codificadas, quando conflitantes.
II. A criação dos chamados “microssistemas” não exclui a aplicação do
Código Civil às relações jurídicas abrangidas pelos ditos “microssistemas”.
III. O código de Defesa do Consumidor se tornou incompatível com o Direito
Empresarial, após a vigência do Código Civil de 2002.
IV. Tendo em vista a necessidade da criação dos chamados “microssistemas”,
dede o século XX passou a ser recomendado evitar a interpretação do Direito
como unidade sistemática, a fim de se garantir a supremacia da Constituição
Federal, a centralidade do Código Civil e a segurança jurídica.
Está correto o que se afirmar em:
a) I, II, III e IV.
b) II e IV, somente.
c) II, somente.
d) IV, somente.
Dica #1
Bens
(FGV – TJ/PE – Juiz Substituto – 2022) Lauro comprou um carro usado de seu
vizinho para Marcos, seu filho que acabara de completar 18 anos. Ficou
satisfeito com o modelo que escolheu, pois além de ser um carro versátil
para um jovem, viu que possuía um rastreador, que pensou ser relevante
para questões de segurança. Celebrado o negócio jurídico, Lauro ficou
surpreso quando o carro foi entregue sem o rastreador e, ao questionar o
vendedor, ele o informou que a aquisição desse item não foi convencionada.
O vendedor não estava obrigado a entregar o rastreador, porque ele é
considerado:
A) bem imóvel por acessão intelectual;
B) produto;
C) benfeitoria;
D) pertença;
E) bem móvel para efeitos legais.
Dica #2
Contratos em geral
(FGV - TJMG - Juiz Substituto – 2022) Em 2020, o Brasil e o mundo foram
assolados pela pandemia da Covid-19. Houve graves consequências
econômicas, que interferiram no cumprimento dos contratos. Sobre a
possibilidade de revisão contratual, em tempos de pandemia, assinale a
afirmativa correta.
a) É possível a revisão dos contratos, desde que, analisado cada caso
concreto, fique demonstrado que a prestação de uma das partes se tornou
excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra.
b) É possível a revisão dos contratos de maneira geral e abstrata, porque, na
ocorrência de pandemia, é presumida a onerosidade excessiva.
c) A cláusula pact sunt servanda protege a segurança jurídica de modo
absoluto, impedindo a revisão de contratos.
d) A cláusula rebus sic standibus flexibiliza de modo absoluto a segurança
jurídica na ocorrência de pandemia, permitindo a revisão de contratos.
Dica #3
Contratos em espécie
(FGV – TJ/PE – Juiz Substituto – 2022) Entre seus três filhos, Amália sempre
demonstrou certa predileção por Vitor. Recentemente, seus outros filhos
ficaram indignados quando ela deu um imóvel de presente a Vitor sem
consultá-los, pois, embora ela tenha em seu patrimônio outros imóveis de
maior valor, eles temem potencial prejuízo à parte deles na herança. A
doação feita por Amália a Vitor sem concordância dos demais herdeiros é:
A) inexistente;
B) nula;
C) anulável;
D) ineficaz;
E) válida.
Dica #4
(FGV – TJ/PE – Juiz Substituto – 2022) Jurema deixou consignada uma
estatueta sua em uma loja de antiguidades, a Salomão Ltda. Os
representantes da loja incumbiram-se de buscar vendê-la, obrigando-se a
pagar a Jurema o preço ajustado ou devolver a estatueta ao final de um mês.
Sobre o caso, é correto afirmar que:
A) durante a vigência do contrato, Jurema não perde a possibilidade de
vender ela própria a estatueta;
B) a Salomão Ltda. ficará exonerada de sua obrigação se a estatueta perecer
por fato não imputável à loja de antiguidades;
C) eventuais credores da Salomão Ltda. podem vir a penhorar a estatueta
antes do término do contrato;
D) a escolha entre o pagamento do preço ou a devolução da estatueta é
direito da Salomão Ltda.;
E) a entrega da estatueta para a venda implica transferência de sua
propriedade à loja Salomão Ltda.
Dica #5
Responsabilidade Civil
(FGV - TJMG - Juiz Substituto – 2022) Sobre a responsabilidade civil, analise
as afirmativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa.
( ) Após o incremento da responsabilidade civil objetiva, ao longo do século
XX, as novas concepções de “autonomia privada” e “segurança jurídica”, no
início do século XXI, eliminaram muitas hipóteses de responsabilidade civil
sem culpa do cenário jurídico brasileiro.
( ) Até mesmo na ocorrência de dano ambiental, onde a responsabilidade civil
é regida pela teoria do risco integral, a ausência de nexo causal é apta a
romper a responsabilidade objetiva.
( ) A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça estabeleceu que o dano
moral decorrente de mensagens com conteúdo ofensivo, inseridas no site de
usuário não constitui risco inerente à atividade desenvolvida pelo provedor
de conteúdo, pelo que não se aplica, na hipótese, a responsabilidade
objetiva, prevista no art. 927, parágrafo único, do Código Civil de 2002;
ademais, não é atividade intrínseca ao serviço prestado pelo provedor de
conteúdo a fiscalização prévia dos conteúdos postados.
( ) Para prevenir a proliferação de pedidos indenizatórios (apelidada de
“indústria do erro médico”), a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça
recomenda a mitigação do dever de informação ao paciente (“consentimento
informado”), sobretudo quando se tratar de caso cientificamente complexo.
As afirmativas são, segundo a ordem apresentada, respectivamente:
a) F-V-V-V.
b) V-V-F-F.
c) V-F-V-F.
d) F-V-V-F.
Dica #6
Posse e Propriedade
(FGV/ DPE-RJ - 2021) Em 2003, Francisco adquiriu de Pedro lote de terreno
de 330 m², em área urbana, através de contrato particular de compra e
venda, contrato esse não levado a registro. No contrato estava previsto o
pagamento de 30 parcelas de R$ 300,00. Francisco reside no local desde
2003 e não possui qualquer outro imóvel urbano ou rural. Em 2021,
Francisco procura o (a) Defensor (a) Pública (a) da Comarca em que reside
para regularizar a situação imobiliária do imóvel. O (a) Defensor (a) Pública
(a), ao analisar a documentação, verifica o seguinte: a parte apresentou
comprovante de pagamento de todas as parcelas, o contrato não está
assinado por Pedro e o lote em questão não é registrado no Registro de
Imóveis competente.
O (a) Defensor (a) Pública (a) deverá:
a) ajuizar ação de usucapião ordinário;
b) ajuizar ação de adjudicação compulsória;
c) ajuizar ação de usucapião constitucional urbano;
d) informar que não é possível o ajuizamento de qualquer demanda,
oficiando para a Corregedoria-Geral da Defensoria Pública;
e) encaminhar as partes para o cartório do Registro Geral de Imóveis (RGI)
competente para lavratura de escritura de usucapião extrajudicial.
Dica #7
(FGV – TJ/PE – Juiz Substituto – 2022) Asdrúbal é síndico do condomínio do
edifício Epitáfio. Recentemente, foi constatada a necessidade urgente de
substituição da rede elétrica que passa por cima da garagem, por conta de
risco de incêndio. Entretanto, o custo da obra é bastante significativo,
especialmente tendo em vista a quantidade de condôminos e suas condições
financeiras. Diante disso, Asdrúbal:
A) deve iniciar a realização das obras, dispensada consulta à assembleia;
B) deve iniciar a realização das obras, mas deve convocar imediatamente a
assembleia para dar ciência delas;
C) depende de aprovação das obras pela maioria dos condôminos na
assembleia;
D) depende de aprovação das obras por dois terços dos condôminos na
assembleia;
E) depende de aprovação das obras pela unanimidade dos condôminos na
assembleia.
Dica #8
Família
(FGV – TJ/PE – Juiz Substituto – 2022) Maria Clara, recém-empossada como
juíza de direito, recebeu para análise uma ação de divórcio com pedido de
partilha de bens de Roque e Elisa, que viveram mais de cinquenta anos
juntos, sob o regime da comunhão universal de bens. Na constância do
casamento, Roque comprou duas casas; Elisa herdou, com cláusula de
incomunicabilidade, uma fazenda de macieiras, que desde que passou à sua
administração, vem tendo alta produção de maçãs, todas colhidas durante o
casamento; e Roque recebeu a doação de três cavalos. Maria Clara deverá
considerar comuns somente os seguintes bens:
A) as casas e os cavalos;
B) as casas, as maçãs e os cavalos;
C) as casas, a fazenda e as maçãs;
D) a fazenda e as maçãs;
E) as maçãs e os cavalos.
Dica #9
Sucessões
(FGV – TJ/PE – Juiz Substituto – 2022) Após um breve namoro, João e Maria
se casaram em 2011, quando ambos já contavam 71 anos, e elegeram, em
pacto antenupcial, a opção pela separação absoluta, com o objetivo
expresso de impedir a comunicação de qualquer patrimônio. Em 2022, João
falece. Maria postula a partilha dos bens. Nesse caso, se houver impugnação
dos descendentes, o juiz deverá reconhecer:
A) apenas direito à meação, ainda que haja pacto antenupcial com ajuste em
sentido contrário, uma vez que, nos termos do Código Civil, é nula a
convenção ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta de lei;
B) que Maria não é herdeira, por força da separação legal, nem meeira,
porque o pacto antenupcial pode afastar a regra de que, no regime de
separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do
casamento (súmula 377 do Supremo Tribunal Federal);
C) apenas direito à sucessão, porquanto, no caso, prevaleça o regime da
separação convencional, expressamente assinalado pelos envolvidos, em que
o cônjuge supérstite concorre com os descendentes;
D) que Maria herdará os bens particulares do falecido e, sobre os demais,
terá direito à meação, considerando que a convenção não poderia ter
afastado regra cogente própria do regime de separação legal;
E) a exclusão, no caso concreto, do direito de habitação sobre o imóvel em
que residiam, tendo em vista a regência da separação legal de bens.
Dica #10
OBRIGADO
Prof. Paulo Sousa
Revisão de Véspera TJGO
Direito Penal
Prof. Michael Procopio
Teoria do Crime

Direito Penal
Prof. Michael Procopio
Conceito Analítico de Crime

Teoria Tripartida

Fato Típico Antijurídico Culpável

Direito Penal
Prof. Michael Procopio
Fato Típico Antijurídico Culpável

Excludentes:
_Imputabilidade
▪ Conduta _Legítima defesa _Potencial
▪ Resultado _Estado de necessidade consciência da
▪ Nexo causal _Estrito cumprimento do ilicitude
▪ Tipicidade dever legal _Exigibilidade de
_Exercício regular de um conduta diversa
direito

Direito Penal
Prof. Michael Procopio
Homicídio

Direito Penal
Prof. Michael Procopio
Homicídio Privilegiado

▪ As circunstâncias do homicídio privilegiado:


subjetivas.

▪A redução da pena é obrigatória (majoritário).

Crimes contra a vida


Prof. Michael Procopio
Homicídio Privilegiado

▪ Homicídio híbrido: qualificadora objetiva.

▪ Hediondo?

Crimes contra a vida


Prof. Michael Procopio
Homicídio Privilegiado
“(...) 3. O reconhecimento da figura privilegiada constante no
§ 1º do art. 121 do CP, de que o réu agiu sob violenta emoção,
após injusta provocação da vítima, por ser de natureza
subjetiva, é compatível com as qualificadoras de ordem
objetiva, como na hipótese, do emprego de recurso que
impossibilitou a defesa do ofendido. Precedentes.(...)”
(STJ, AgRg no REsp 950404/RS, Rel. Min. Antonio Saldanha
Palheiro, Sexta Turma, DJe 21/03/2019).
Crimes contra a vida
Prof. Michael Procopio
Aborto

Direito Penal
Prof. Michael Procopio
Crimes contra a vida
Prof. Michael Procopio
Aborto

Aborto terapêutico Excludente de ilicitude (maj)

Aborto humanitário Excludente de ilicitude (maj)

Feto anencéfalo Atipicidade (STF)

Crimes contra a vida


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Furto

Direito Penal
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Furto

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia


móvel:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Dos crimes contra o patrimônio I


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Sistema de vigilância realizado por monitoramento
eletrônico ou por existência de segurança no interior
de estabelecimento comercial, por si só, não torna
impossível a configuração do crime de furto.

Súmula 567 do STJ

Dos crimes contra o patrimônio I


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“A decisão ora questionada está em perfeita
consonância com a jurisprudência desta Corte no
sentido de que a consumação do furto ocorre no
momento da subtração, com a inversão da posse da
res, independentemente, portanto, de ser pacífica e
desvigiada da coisa pelo agente. Precedentes.”
(STF, HC 135674/PE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
Segunda Turma, Julgamento: 27/09/2016).

Dos crimes contra o patrimônio I


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Furto privilegiado

§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno


valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de
reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois
terços, ou aplicar somente a pena de multa.

Dos crimes contra o patrimônio I


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Furto

10% salário
Insignificante
mínimo

1 salário
Privilegiado
mínimo

Dos crimes contra o patrimônio I


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Furto qualificado
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito)
anos, e multa, se o furto mediante fraude é cometido
por meio de dispositivo eletrônico ou informático,
conectado ou não à rede de computadores, com ou
sem a violação de mecanismo de segurança ou a
utilização de programa malicioso, ou por qualquer
outro meio fraudulento análogo.

(Inclusão pela Lei 14.155/2021)


Dos crimes contra o patrimônio I
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§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo,
considerada a relevância do resultado gravoso:

I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o


crime é praticado mediante a utilização de servidor
mantido fora do território nacional;

II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é


praticado contra idoso ou vulnerável.

Dos crimes contra o patrimônio I


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Estupro

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência


ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a
praticar ou permitir que com ele se pratique outro
ato libidinoso:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.


Estupro

§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza


grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior
de 14 (catorze) anos:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.

§ 2o Se da conduta resulta morte:

Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos


Estupro
“Ato libidinoso, atualmente descrito nos arts. 213 e 217-A do Código
Penal, não é só o coito anal ou o sexo oral, mas podem ser
caracterizados mediante toques, beijo lascivo, contatos
voluptuosos, contemplação lasciva, dentre outros. Isto porque, o
legislador, com a alteração trazida pela Lei n. 12.015/2009, optou por
consagrar que no delito de estupro a pratica de conjunção carnal ou
outro ato libidinoso, não havendo rol taxativo ou exemplificativo
acerca de quais atos seria considerados libidinosos.”

STJ, AgRg nos EDcl no REsp 1922807/ES, Rel. Min. Felix Fischer,
Quinta Turma, julgado em 23/03/2021, DJe 30/03/2021.
Importunação Sexual

Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua


anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a
própria lascívia ou a de terceiro:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato


não constitui crime mais grave.
Importunação Sexual x Estupro de
vulnerável
“2. O Superior Tribunal de Justiça já decidiu pela
impossibilidade de aplicação do art. 215-A do Código
Penal na hipótese de estupro de vulnerável, porquanto a
prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso configura
o crime previsto no art. 217-A do Código Penal,
independentemente de violência ou grave ameaça, bem
como de eventual consentimento da vítima.”
(STJ, HC 553234/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta
Turma, DJe 09/03/2020).
Assédio Sexual

Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter


vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o
agente da sua condição de superior hierárquico ou
ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo
ou função.

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.


Parágrafo único.

§ 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima


é menor de 18 (dezoito) anos.
Por ocasião do julgamento do REsp n. 1.759.135/SP, que
manteve a condenação de um professor por assédio sexual
contra uma aluna, concluiu-se ser "patente a aludida
'ascendência', em virtude da 'função' desempenhada pelo
agente devido à atribuição que tem o professor de interferir
diretamente na avaliação e no desempenho acadêmico do
discente, contexto que lhe gera, inclusive, o receio da
reprovação; [...] a 'ascendência' constante do tipo penal objeto
deste recurso não deve se limitar à ideia de relação
empregatícia entre as partes”.
(STJ, REsp 1730287/SC, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, Sexta Turma, DJe 19/12/2019)
Registro não autorizado da intimidade sexual

Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por


qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato
sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem
autorização dos participantes: (Lei nº 13.772, de 2018)

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e


multa.
Registro não autorizado da intimidade sexual

Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza


montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer
outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de
nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo
Registro não autorizado da intimidade sexual

ECA, Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar,


filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo
explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou
adolescente:

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.


Registro não autorizado da intimidade sexual

ECA, Art. 241-C. Simular a participação de criança ou


adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica
por meio de adulteração, montagem ou modificação de
fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de
representação visual:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.


Estupro de vulnerável

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato


libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.


Estupro de vulnerável

§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações


descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou
deficiência mental, não tem o necessário discernimento
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa,
não pode oferecer resistência.

§ 2o (VETADO)
Estupro de vulnerável (formas preterdolosas)

§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza


grave:

Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.

§ 4o Se da conduta resulta morte:

Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.


Estupro de vulnerável
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo
aplicam-se independentemente do consentimento da vítima ou do
fato de ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime. (Lei
13.718/2018)

O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção


carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo
irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato,
sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento
amoroso com o agente.

Súmula 593 do STJ


Disposições Gerais

Ação Penal (depois da Lei 13.718/2018)

Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I


e II deste Título, procede-se mediante ação
penal pública incondicionada.

Parágrafo único. (Revogado).


Disposições Gerais

IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é


praticado:

Estupro coletivo
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes;

Estupro corretivo
b) para controlar o comportamento social ou sexual da
vítima.
Roubo

Direito Penal
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Roubo com arma branca: Pacote Anticrime

Antes de
Roubo simples
23/01/2020

Após Roubo majorado


23/01/2020 de 1/3 a 1/2

Dos crimes contra o patrimônio I


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Roubo com arma de fogo

Antes de Roubo majorado


24/04/2018 de 1/3 a 1/2

Após Roubo majorado


24/04/2018 de 2/3

A partir de Se for de uso


Pena duplicada
23/01/2020 restrito/proibido
Dos crimes contra o patrimônio I
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Roubo qualificado

“Com efeito, "o latrocínio é crime complexo formado


pela integração dos delitos de roubo e de homicídio.
Todavia, é um modelo típico próprio, autônomo, não lhe
sendo aplicáveis as causas especiais de aumento de
pena previstas para o crime de roubo, inscritos no § 2 o
do art. 157, do Código Penal" (REsp n. 255.650/RS....”

(STJ, 540607/AC, Rel. Des. Conv. Leopoldo de Arruda


Raposo, Quinta Turma, DJe 02/12/2019).
Dos crimes contra o patrimônio I
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Roubo qualificado

▪ Se resulta lesão corporal grave.


▪ Se resulta morte: latrocínio. Crime contra o patrimônio.
“Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma,
ainda que não realize o agente a subtração de bens da
vítima” Súmula 610 do STF.

Dos crimes contra o patrimônio I


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Roubo: hediondez

Lei 8072, art. 1°, II - roubo:

a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima


(art. 157, § 2º, inciso V)
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art.
157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo de
uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B);
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou
morte (art. 157, § 3º);
Dos crimes contra o patrimônio I
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Crime contra a fé
pública

Direito Penal
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Falsificação de documento público

Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento


público, ou alterar documento público verdadeiro:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Dos Crimes Contra a Paz Pública e contra a Fé Pública


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Falsificação de documento público
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o
crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena
de sexta parte.

§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a


documento público o emanado de entidade
paraestatal, o título ao portador ou transmissível por
endosso, as ações de sociedade comercial, os livros
mercantis e o testamento particular.
Dos Crimes Contra a Paz Pública e contra a Fé Pública
Prof. Michael Procopio
Falsificação de documento particular

Falsificação de cartão

Parágrafo único. Para fins do disposto no caput,


equipara-se a documento particular o cartão de
crédito ou débito.

Dos Crimes Contra a Paz Pública e contra a Fé Pública


Prof. Michael Procopio
Falsidade ideológica Falsidade material

Omitir, em documento público ou


particular, declaração que dele
devia constar, ou nele inserir ou Art. 297 - Falsificar, no todo ou em
fazer inserir declaração falsa ou parte, documento público, ou
diversa da que devia ser escrita, alterar documento público
com o fim de prejudicar direito, criar verdadeiro
obrigação ou alterar a verdade
sobre fato juridicamente relevante:

Dos Crimes Contra a Paz Pública e contra a Fé Pública


Prof. Michael Procopio
Crimes contra a
Administração
Pública

Direito Penal
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O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes
contra a Administração Pública.

Súmula 599 do STJ

Dos Crimes Contra a Administração Pública


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o (Página)

Direito Penal
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Estabelecimento
Prof. Alessandro Sanchez
1. Estabelecimento

1.1. Conceito

Bens

Materiais> Imateriais>
Móveis, Art. 1142, CC
utensílios Ponto, título
Direito Empresarial
Professor Alessandro Sanchez
1. Estabelecimento

1.2. Trespasse

Alienação

Empresário Empresário Art. 1143, CC


alienante> adquirente
Direito Empresarial
Professor Alessandro Sanchez
1. Estabelecimento

A) Registro – Art. 1144, CC

1.3. Exigências legais

B) Notificação dos credores – 1145, CC

Direito Empresarial
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1. Estabelecimento
A) Adquirente: Obrigações
contabilizadas

1.4. B) Alienante: 1 ano de solidariedade


Responsabilidade
dos contratantes
Art. 1146, CC * Dívidas vencidas: à partir da
publicação da transferência

* Dívidas vincendas: à partir do vencto

Direito Empresarial
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1. Estabelecimento

A) Adquirente: Obrigações contabilizadas

B) Alienante: 1 ano de solidariedade


1.4. Responsabilidade dos
contratantes
Art. 1146, CC
* Dívidas vencidas: à partir da publicação da
transferência

* Dívidas vincendas: à partir do vencto


Direito Empresarial
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Limitadas
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Sociedade Limitada

• Rodrigo • Vinicius
CHZ Ltda • 1 apartamento
• 1 casa
(PJ)
• •
CONTRIBUIÇÃ CONTRIBUIÇÃO
O
Doblô = R$
C/C = R$ 50.000,00 50.000,00
• Capital Social =
R$ 100.000,00

Direito Empresarial
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Sociedade Limitada

Art. 1.058. Não integralizada a quota de sócio


remisso, os outros sócios podem, sem
prejuízo do disposto no art. 1.004 e seu
parágrafo único, tomá-la para si ou transferi-la
a terceiros, excluindo o primitivo titular e
devolvendo-lhe o que houver pago,
deduzidos os juros da mora, as prestações
estabelecidas no contrato mais as despesas.
Direito Empresarial
Prof. Alessandro Sanchez
Sociedade Limitada

Rodrigo Opção pelo valor de 1 quota =


R$ 1.000,00

Contribuição em Resultado = R$ 50.000,00 = R$


1.000,00 cada = 50 quotas
dinheiro
R$ 50.000,00

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Sociedade Limitada

Rodrigo
Opção pelo valor de 1 quota
= R$ 1,00
Contribuição Resultado = R$ 50.000,00 =
em dinheiro R$ 1,00 cada = 50.000
R$ 50.000,00 quotas

Direito Empresarial
Prof. Alessandro Sanchez
Sociedade Limitada

• Thalles • Persival
Master Ltda
• CONTRIBUIÇÃO (PJ) • CONTRIBUIÇÃO

• Capital Social = R$
100.000,00

PAGOU! R$ - NÃO PAGOU -


50.000,00 R$ 50.000,00

Direito Empresarial
Prof. Alessandro Sanchez
Patentes
Prof. Alessandro Sanchez
Invenção

Patente
• Documento conferido pelo INPI ao titular
de invenções e modelos de utilidade
garantindo proveito econômico exclusivo e
temporário
Invenção

Requisitos da Patente
• Novidade: o bem não é
conhecido no estado da técnica
• Atividade inventiva: relacionada
aos procedimentos
• Aplicação industrial: relacionada
à fabricação
Modelo de Utilidade

De acordo com o art. 9º da Lei 9.279/1996: “É


patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso
prático, ou parte deste, suscetível de aplicação
industrial, que apresente nova forma ou disposição,
envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria
funcional no seu uso ou em sua fabricação”.
A invenção é compreendida pela criação do ser
humano. Enquanto mera descoberta, não tem
proteção.
Invenção: 20 anos
Vigência da a contar do
Patente depósito Modelo de
utilidade: 15 anos
Marcas
Prof. Alessandro Sanchez
Marcas
Para que uma marca possa ser registrada, é indispensável o
atendimento de três condições:
a) novidade relativa;
b) não colidência com marca notória;
c) não impedimento.
Quanto à novidade relativa, a expressão linguística ou signo
utilizado não precisa ser necessariamente criado pelo
empresário; o que deve ser nova é a utilização daquele signo na
identificação de produtos industrializados ou comercializados,
ou de serviços prestados.
O princípio da novidade relativa atende a dois subprincípios: a)
subprincípio da anterioridade; e b) subprincípio da
especialidade ou especificidade de uma atividade.
Marcas

O primeiro subprincípio não será relevante se não


atendido o segundo. Assim, quando se referir ao
mesmo ramo de atividade, privilegia-se aquele que
primeiro fez o registro do signo ou expressão
linguística.
A proteção da marca se restringe à classe a que
pertence, salvo quando o INPI a declara “marca de
alto renome”. Nessa hipótese, a proteção é ampliada a
todas as classes.
Marcas

O registro da marca estende-se por dez anos a partir da sua


concessão. Ao contrário do prazo da patente, é prorrogável
por períodos iguais e sucessivos, devendo o interessado
pleitear a prorrogação sempre no último ano de vigência do
registro.
A ação de nulidade de marca pode ser proposta pelo INPI,
ou qualquer pessoa com legítimo interesse, nos autos da
ação. Segundo o disposto no art. 173 da Lei 9.279/1996, o
juiz poderá determinar a suspensão dos efeitos do registro e
do uso da marca.
OBRIGADO
Prof. Nome do Professor

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