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DIREITO PROCESSUAL PENAL II

a) Plenitude de defesa: mais abrangente que a


ampla defesa. Lançar mão de todos os meios
1. PROCEDIMENTOS COMUM E ESPE- de prova, ainda que não expressamente em
CIAL lei,
b) Sigilo das votações: exceção da publicidade
PROCEDIMENTO: Ou rito, consiste na sequência de do julgamento, a votação dos quesitos pelos
atos processuais que devem ser praticados durante jurados, no Júri, é feita em sala secreta, sendo
a tramitação da lei penal. vedada qualquer forma de comunicação.
Via de regras tem previsão no CPP, e excepcional- c) Soberania dos veredictos: a decisão dos jura-
mente em lei especial. dos, acerca da autoria e materialidade do
crime, não pode ser modificada pelo Tribu-
V. art. 394, CPP. nal superior em grau de recurso. V. art. 593,
O procedimento comum pode ser: III, d, CPP.
d) Competências para o julgamento dos crimes
a) Ordinário,
dolosos contra a vida. Não pode ser modifi-
b) Sumários,
cada por lei infraconstitucional,
c) Sumaríssimo.
ii. Competência do Tribunal do Júri.
O procedimento comum ordinário é subsidiário aos
Por expressa disposição constitucional, estão sujei-
demais.
tos ao julgamento pelo Tribunal do Júri os seguintes
A. PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO E crimes:
SUMÁRIO.
a) Homicídio (art. 121, CP), tentado, consu-
Art. 394 a 405 do CPP. mado, simples, privilegiado e qualificado.
b) Participação em suicídio (art. 122, CP).
• Oferecimento da denúncia ou queixa.
c) Infanticídio (art. 123, CP).
• Recebimento ou rejeição da denúncia. d) Aborto (art. 124, 125, e 126, CP).
• Citação do acusado para resposta à acusação
por escrito no prazo de 10 dias. OBS: Homicídio culposo está fora.
• Resposta à acusação obrigatória. V. art. 157, § 3º, segunda parte e Súmula 603, STF;
• Absolvição sumária, art. 397, CPP, ou desig-
nação de audiência de instrução e julga- V. art. 5º, XXXVIII, CF.
mento. iii. Competência nos casos de foro privi-
• Expedição das intimações. legiado.
• AIJ – 60 dias no ordinário e 30 dias no sumá- A CF estabeleceu regras de prerrogativa de função.
rio.
Art. 29, X, 96, III, 102, I, b e c, 105, I, 108, I, a.
o Inquirição do ofendido;
o Testemunhas de acusação (8 – ordi- Em todos esses casos, praticado crime doloso contra
nário e 5 no sumário. a vida, pelas pessoas acima, prevalecerá o foro por
o Testemunhas de defesa. prerrogativa de função, em detrimento da compe-
o Se necessário: peritos, acareações e tência pelo Tribunal do Júri, que será afastada.
reconhecimento de pessoas e coisas.
As duas regras são constitucionais e a especial pre-
o Interrogatório do acusado;
valece sobre a geral.
o Se necessário, novas diligências para
apurar o que eventualmente foi sus- Porém, se a prerrogativa de função for estabelecida
citado na instrução. exclusivamente pela Constituição Estadual, preva-
o Alegações orais, 20 + 10 min. lece a do Tribunal do Júri. V. Súmula 721 do STF.
B. PROCEDIMENTO ESPECIAL DO JÚRI iv. Competência nos casos de Conexão e
Continência.
i. Princípios informadores do Tribunal
Art. 74, do CPP.
do Júri.
Além dos princípios previstos na CF e no CPP para Tem crimes doloso contra a vida? Vai pro Júri e ar-
qualquer procedimento criminal, a CF enumera qua- rasta os outros crimes por conexão e continência.
tro princípios fundamentais ao Tribunal do Júri:
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V. art. 78, I – no caso de concurso de agentes em que V. art. 406, CPP.
um tem prerrogativa de função e outro não, o que
Ato obrigatório.
tem prerrogativa é julgado pelo respectivo tribunal
e o outro que não tem vai para o Júri. Oportunidade, §3º, de alegar todos os argumentos
de sua defesa, argumentos, testemunhas até 08, e
v. Procedimento bifásico ou escalonado.
tudo aquilo que for relevante.
Alteração de 2008. Lei 11.689.
viii. Audiência una.
A primeira fase, preparatória, destina-se ao julga-
Art. 411, CPP.
mento da denúncia, resultado em um juízo de admis-
sibilidade da acusação. O juiz pode indeferir as provas irrelevantes, imper-
tinentes ou protelatórias.
Já a fase definitiva, por seu turno, tem a finalidade de
julgar o mérito da causa, transferindo aos jurados o ix. Pronúncia
exame da procedência ou improcedência da preten- Se o juiz verificar a existência de materialidade do
são acusatória. fato e indícios de autoria e ou participação, o juiz
pronunciará o acusado.
A primeira fase é chamada de judicium accusationis,
tendo como marco inicial o recebimento da denún- O Juiz apontara o tipo penal incurso, as qualificado-
cia com suporte legal art. 406 a 420 do CP. ras e as causa de aumento de pena.
A segunda é chamada de judicium causae, tendo iní- Contra a decisão de pronúncia, cabe RESE, art. 581,
cio com a preclusão da decisão de pronúncia (art. IV, CPP.
421, CPP) e término após as alegações orais, com vo- x. Impronúncia.
tação dos quesitos pelos jurados e a prolação da sen- Não se convencendo da materialidade do fato ou da
tença pelo juiz presidente. existência de indícios suficientes de autoria ou da
Juízo de formação da culpa e juízo da causa. participação, o juiz, fundamentadamente, deverá im-
pronunciar o acusado.
vi. Juízo de formação da culpa.
O juízo de formação da culpa, ou juízo de prelibação, Decisão interlocutória mista de conteúdo termina-
ou sumário de culpa, destina-se a verificar a admis- tivo. Encerra a primeira fase, deixando de iniciar a
sibilidade da acusação, submetendo-se o acusado, segunda, impedindo, portanto, o juízo de mérito.
em caso de pronúncia, ao julgamento pelo Tribunal É considerada sentença pelo art. 416, CPP.
do Júri.
Contra ela cabe apelação.
• Oferecimento da denúncia ou queixa (subsi-
diária). O juiz não está julgando a pretensão punitiva do Es-
• Recebimento da denúncia ou queixa. tado, mas apenas a imputação feita na denúncia ou
• Citação do acusado para oferecer resposta. na queixa.
• Resposta do acusado em 10 dias. xi. Desclassificação
• Oitiva do MP sobre preliminares e docu- Caso o Juiz se convença, em discordância, da existên-
mentos em 5 dias. cia de crime alheio à competência do Júri, desclassi-
• Inquirição de testemunhas, além de realiza- ficará a imputação, remetendo os autos ao juiz com-
ção de diligências requeridas pelas partes – petente, à disposição de quem ficará o acusado, se
tendo em vista as preliminares ou documen- preso estiver.
tos apresentados.
Decisão interlocutória mista não terminativa, modi-
• Audiência de instrução.
ficadora da competência do juízo, não entrando no
• Tomada de declarações do ofendido. mérito, nem suspendendo o processo.
• Inquirição de testemunhas de acusação e
defesa até 08 para cada parte. Contra ela cabe RESE, art. 581, II, CPP.
• Peritos. OBS: Lembrar das regras de conexão que em vez de
• Acareações. remeter o crime desclassificado para competente,
• Reconhecimento de pessoas e coisas. pode fazer com que ele seja julgado pelo Júri.
• Interrogatório do acusado.
xii. Absolvição sumária
• Debates – 20 minutos +10.
No término da primeira fase do procedimento do
• Julgamento – pronúncia, impronúncia, ab-
Júri, poderá o juiz também absolver sumariamente o
solvição sumária, ou desclassificação.
acusado, quando provada a inexistência do fato, pro-
vii. Resposta do acusado vado não ser ele o autor ou partícipe do fato,

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provado não constituir o fato infração penal e de- i. Arguições de impedimentos, suspei-
monstrada causa de isenção de pena ou de exclusão ções e incompatibilidades (art. 470,
do crime. CPP).
j. Compromisso do Conselho de Sen-
É decisão de mérito terminativa, julgando improce-
tença (art. 471, CPP).
dente a pretensão punitiva do Estado.
k. Dispensa dos jurados não sorteados.
Natureza de sentença, de acordo com o art. 416 do l. Entrega aos jurados de cópias da
CPP, faz coisa julgada. pronúncia e/ou decisões posterio-
Contra ela cabe apelação. res, e do relatório do processo.
b) INÍCIO DA INSTRUÇÃO PLENÁRIA
xiii. Despronúncia a. Inquirição do ofendido, se houver.
Não tem previsão legal. b. Inquirição das testemunhas de acu-
Decisão proferia pelo juiz ou pelo Tribunal ao refor- sação.
mular a anterior decisão de pronúncia, impronunci- c. Inquirição das testemunhas de de-
ando o réu. fesa.
d. Requerimento de acareações, reco-
O juiz pode despronunciar o réu em sede de juízo de nhecimento de pessoas e coisas e es-
retratação no RESE interposto, que é dotado de clarecimento dos peritos – se houver
efeito regressivo. necessidade.
O Tribunal pode despronunciar ao dar procedi- e. Requerimento de leitura de peças:
mento ao RESE interposto contra a sentença de pro- somente as que se refiram às provas
núncia. colhidas por carta precatória e às
provas cautelares, antecipadas ou
xiv. O juízo da causa – judicium causae não repetíveis.
É a segunda fase do procedimento do Júri, tendo iní- f. Interrogatório do acusado.
cio com a preclusão da decisão de pronúncia (art. c) DEBATES EM PLENÁRIO
421 do CPP) e término após as alegações orais, com a. Concessão da palavra ao MP: tempo
votação dos quesitos pelos jurados e prolação da de uma hora e meia. Nesse prazo fala
sentença pelo juiz presidente. também o assistente à acusação.
Fazer leitura atenta: art. 422 a 497 do CPP. b. Concessão da palavra à Defesa:
tempo de uma hora e meia.
xv. A ordem dos trabalhos na sessão de c. Réplica: tempo de uma hora.
julgamento d. Tréplica: tempo de uma hora.
a) INSTALAÇÃO DA SESSÃO e. Consulta aos jurados: acerca da habi-
a. Abertura: ingresso do juiz e do pro- litação para julgar ou da necessidade
motor de justiça. de esclarecimentos.
b. Verificação das cédulas: conferência, f. Leitura e explicação dos quesitos:
pelo juiz, das 25 cédulas com os no- que já devem ter sido preparados
mes dos jurados sorteados. pelo juiz durante os debates.
c. Chamada dos jurados: feita pelo es- g. Reclamações das partes sobre os
crivão. quesitos: se houver.
d. Resultado da chamada: com pelo me- d) JULGAMENTO
nos 15 jurados, instalam-se os traba- a. Encaminhamento à sala especial: se
lhos. não houver, determina o juiz a reti-
e. Anúncio da sessão e do processo: rada do público da sala de audiência.
pregão feito pelo oficial de justiça, b. Advertência às partes: para que não
certificando a diligência nos autos. interfiram na livre manifestação do
f. Verificação dos comparecimentos: Conselho.
réu e seu defensor, promotor de jus- c. Votação dos quesitos: por meio de
tiça e testemunhas. cédulas distribuídas aos jurados,
g. Sorteio dos jurados: antes, deve ser com dizeres “sim” e “não”.
feita advertência sobre a incomuni- d. Encerramento da votação e assina-
cabilidade, impedimentos, suspei- tura do termo.
ções e incompatibilidades, art. 466, e) PROLAÇÃO DA SENTENÇA
CPP. a. Redação da sentença pelo juiz presi-
h. Recusas da defesa e do MP (art. 468, dente: nos termos do art. 492, CPP.
CPP).
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b. Leitura da sentença em plenário. Sem defesa preliminar, nulidade absoluta sem que
c. Encerramento da sessão. se necessite provar prejuízo e pode ser alegado de-
d. Assinatura da ata: que será lavrada pois do trânsito em julgado.
pelo escrivão, nos temos dos art. 494
Recebida a denúncia, designará o juiz audiência de
a 496 do CPP.
instrução e julgamento, momento em que procederá
C. PROCEDIMENTO DA LEI DE TÓXICOS ao interrogatório, inquirição das testemunhas de
(11.3434/06) acusação/defesa, debate oral e sentença em audiên-
cia (ou no prazo de 10 dias).
DENÚNCIA -> DEFESA PRÉVIA ESCRITA -> DECISÃO
DO JUIZ RECEBENDO OU REJEITANDO -> AUDIÊN- Art. 52, parágrafo único. Consagra a “Instrução para-
CIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO (interrogatório, lela”. Sigilo, sem acesso da defesa. E encaminhado a
oitiva das testemunhas acusação/defesa, debate oral juízo até 3 dias antes da audiência.
e sentença).
Art. 44. Prisão cautelar obrigatória. STF declarou in-
A lei de drogas deve contemplar 394, §§ 4º e 5º do constitucional a expressão “liberdade provisória”.
CPP, absolvição sumária após a resposta à acusação
Art. 60 a 64 (Da apreensão, arrecadação e destinação
(defesa escrita) e o interrogatório para o último ato
de bens do acusado) – Art. 243 da CF.
da instrução.
D. JECRIM E O RITO SUMARÍSSIMO
Se o crime é o previsto no art. 28 ou no seu parágrafo
primeiro, eventual processo criminal será de compe- i. CONCEITO DE IMPO
tência do JECrim, não havendo sequer prisão em fla- Competência do JECrim:
grante (art. 48, §2º) • IMPO
Quando o crime estiver previsto nos art. 33 a 39 (ex- • Inexistência de circunstância que desloque a
ceto o 33, §3º e 38 – JECrim) o rito adotado será o competência para o juízo comum.
especial previsto do 44 em diante.
Desacato (6 meses a 2 anos) – Não foi encontrado.
Para a prisão em flagrante, é necessário laudo peri- Não tem citação por edital.
cial de constatação da natureza e quantidade da
droga firmado por (1) perito oficial ou, na falta deste Furto (1 a 4 anos)
por pessoa idônea. Art. 50, §1º. o Súmula 361 STF. o Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor
Art. 159 do CPP o Deve haver outro laudo definitivo potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as con-
na fase de instrução. travenções penais e os crimes a que a lei comine
O inquérito poderá durar até 90 dias quando o indi- pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada
ciado estiver solto e 30 dias quando estiver preso, ou não com multa. (submetidos ou não a procedi-
tais prazos podem ser duplicados mediante pedido mento especial).
justificado da autoridade policial o Art. 5º XXVIII a Salvo nos casos de violência doméstica e familiar
todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse- contra a mulher (11.340/06)
gurados a razoável duração do processo e os meios
que garantam a celeridade de sua tramitação. Aos crimes praticados nesse contexto não se aplica a
lei do juizado (art. 41)
Quando caracterizada a transnacionalidade do de-
lito (do 33 ao 37) a competência será da justiça fede- Não existe a ressalva a procedimentos especiais.
ral (art. 70) ii. INFRAÇÃO DE OFENSIVIDADE INSIG-
Em qualquer fase da persecução (preliminar proces- NIFICANTE E INFRAÇÃO DE MÉDIO
sual) a figura do “agente infiltrado e do flagrante di- POTENCIAL OFENSIVO
ferido” Ofensividade insignificante: Princípio da insignifi-
cância, causa excludente de atipicidade.
Concluído o inquérito e enviado os autos em juízo,
terá o MP o prazo de 10 dias para requerer o arqui- • Mínima ofensividade da conduta do agente;
vamento, requisitar diligências ou oferecer denúncia • Nenhuma periculosidade social da ação;
arrolando até 5 testemunhas. • Reduzido grau de reprovabilidade de com-
portamento;
Será oportunizado 10 dias para defesa prévia por es-
• Inexpressividade da lesão jurídica provo-
crito, devendo neste ato serem arroladas as testemu-
cada.
nhas de defesa até no máximo 5. Após, decidirá o juiz
no prazo de 5 dias se recebe ou rejeita a denúncia ou Médio potencial ofensivo: admitem a suspensão con-
determina diligências, exames e perícias. dicional do processo. (art 89)
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Pena mínima cominada igual ou inferior a um ano. OBS: ADC 19 e ADI 4.424
Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) Constituição, art. 226, §8º - Pensar em mecanismo
especiais de proteção à mulher.
Art. 94 – Aos crimes previstos nessa Lei, cuja pena
máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 Art. 98, I. “Cabe a lei dizer o que é IMPO”.
(quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na
• Não tem transação penal.
Lei 9.099/95, e, subsidiariamente, no que couber, as
• Não tem Suspensão condicional do processo.
disposições do Código Penal e do Código de Processo
Penal (ADI, 3.096-5 STF). • Lesão corporal leve é de ação penal pública
incondicionada.
Interpretação restritiva – não a lei como um todo, • Violência de gênero é sempre dolosa.
mas tão somente o procedimento sumaríssimo. O • Ameaça e estupro continuam sendo de ação
procedimento comum era muito lento. Solução mais penal pública condicionada.
rápida para a vítima.
OBS: Juizados de Violência Doméstica e Familiar
Crime de 03 anos, a competência é do juízo comum, contra a Mulher.
mas o procedimento sumaríssimo.
− Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Fa-
iii. ACUSADOS COM FORO POR PRERRO- miliar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordiná-
GATIVA DE FUNÇÃO ria com competência cível e criminal, poderão ser
Deputado Federal – praticado desacato (pena de de- criados pela União, no Distrito Federal e nos Ter-
tenção de 6 meses a 2 anos) – Julgado pelo STF. É ritórios, e pelos Estados, para o processo, o julga-
IMPO. mento e a execução das causas decorrentes da
prática de violência doméstica e familiar contra a
Julgado pelo STF mas não há problema nenhum na mulher.
aplicação da lei 9.099/95. Pode trabalhar os institu- Até que ponto uma lei federal poderia criar nos Es-
tos despenalizadores. tados, Juizados para julgar os crimes contra a mu-
PGR pode oferecer proposta de transação penal. lher? Seria inconstitucional. Não poderia criar varas
nos Estados.
iv. CRIMES ELEITORAIS
Serão Julgados pela Justiça Eleitoral (não há juiza- STF: Não cria uma obrigação. Seria uma sugestão.
dos). “Juizados de Violência Doméstica” – não se aplica a
Jurisprudência do TSE: É permitida a aplicação dos lei 9.099/95.
institutos da lei 9.099/05, salvo para os crimes elei- Deve ser compreendido como vara especializada.
torais que contam com um sistema punitivo especial.
− Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados
ART 334 CE. de Violência Doméstica e Familiar contra a Mu-
lher, as varas criminais acumularão as competên-
Art. 334. Utilizar organização comercial de vendas, cias cível e criminal para conhecer e julgar as cau-
distribuição de mercadorias, prêmios e sorteios para sas decorrentes da prática de violência doméstica
propaganda ou aliciamento de eleitores: e familiar contra a mulher, observadas as previ-
sões do Título IV desta Lei, subsidiada pela legis-
Pena - detenção de seis meses a um ano e cassação
lação processual pertinente.
do registro se o responsável fôr candidato.
− Parágrafo único. Será garantido o direito de pre-
v. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR ferência, nas varas criminais, para o processo e o
CONTRA A MULHER zjulgamento das causas referidas no caput.
Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) Olha o problema. DF.
Maria Berenice: depende da conjugação dos art. 5º e Especializaram uma vara do JECRim no DF.
7º da Lei 11.340/06. JECRim
Juizados Vara Especializada
OBS: Art. 41 (2006) IMPO VDFM
Lei 9.099/95 Art. 41 – Não se aplica a lei 9.099/95
Art. 41. Aos crimes praticados com violência domés- Juizo Ad Quem (Turma Recursal) Juízo Ad Quem (TJ ou TRF).
tica e familiar contra a mulher, independentemente
da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26
de setembro de 1995.
STJ: Conflito de Competência 110.530
•Violência era mensurada em cestas básicas.
vi. APLICAÇÃO DA LEI 9.099/95 NA JUS-
•Aplica-se às contravenções também. (Vias de fato). TIÇA MILITAR

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Na redação original a competência seria da Justiça viii. HIPÓTESES QUE MODIFICAM A COM-
Militar, mas era possível o procedimento. Não havia PETÊNCIA DO JECRIM
exceção. a) Conexão e continência: se houve conexão
continência com um crime que tenha pena máxima
Mas em 1999 houve alteração.
maior de dois anos.
− Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam
no âmbito da Justiça Militar. (Artigo incluído pela b) Impossibilidade de citação pessoal:
Lei nº 9.839, de 27.9.1999) − Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no pró-
Isso foi incentivado pela própria justiça militar. prio Juizado, sempre que possível, ou por man-
Medo da Justiça Militar ser extinta. dado.
− Parágrafo único. Não encontrado o acusado para
Detalhe, a lei que trouxe alteração não tem efeitos ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes
retroativos. Lei processual material. Mista. ao Juízo comum para adoção do procedimento
Só seria válida para os crimes cometidos na a partir previsto em lei.
da sua vigência. Art. 366 do CPP. Suspende o processo e a prescrição.

STF: Quando o crime militar for cometido por civil, Doutrina: não se admite por carta rogatória. No es-
aplica a lei 9.099/95. O civil não está sujeito à hierar- trangeiro e lugar certo e sabido. Incompatível com o
quia e à disciplina militar. procedimento célere do Jecrim.

vii. CONEXÃO E CONTINÊNCIA ENTRE Tem sido admitida a citação por hora certa, apesar
CRIME COMUM E INFRAÇÃO DE ME- de ser uma citação presumida.
NOR POTENCIAL OFENSIVO c) Complexidade da causa:
Homicídio (6 a 20 anos) + Resistência (2 meses a 2
anos) (conexão probatória.) Art. 77, §2º

Mato uma pessoa, e no momento da prisão eu ofe- − § 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso


não permitirem a formulação da denúncia, o Mi-
reço resistência.
nistério Público poderá requerer ao Juiz o enca-
− Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por minhamento das peças existentes, na forma do
juízes togados ou togados e leigos, tem compe- parágrafo único do art. 66 desta Lei.
tência para a conciliação, o julgamento e a execu-
ção das infrações penais de menor potencial
ofensivo, respeitadas as regras de conexão e con- ix.
NATUREZA DA COMPETÊNCIA DOS JU-
tinência. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de IZADOS
2006) Competência Absoluta ou Relativa? Prova do MP de
− Parágrafo único. Na reunião de processos, pe- São Paulo (prova aberta, contrarrazões de apelação).
rante o juízo comum ou o tribunal do júri, decor- O avaliador era Mirabete filho. Ele e o pai entendem
rentes da aplicação das regras de conexão e con- que a competência seria absoluta. O candidato tinha
tinência, observar-se-ão os institutos da transa- que concordar com o pleito da apelação.
ção penal e da composição dos danos civis. (In-
cluído pela Lei nº 11.313, de 2006) 1ª CORRENTE: Competência absoluta. Trata de uma
Os dois crimes serão julgados pelo Tribunal do Júri. competência fixada na Constituição cuja violação dá
Porém com relação à IMPO, o juiz sumariante, res- ensejo a uma nulidade absoluta. Pode ser arguida a
ponsável pela primeira fase do procedimento do Júri qualquer momento, sem preclusão, e o prejuízo seria
poderá aplicar os institutos despenalizadores da lei presumido.
de juizado. 2ª CORRENTE (STJ): Competência relativa. Eventual
Os dois vão para a vara do Júri. Pode oferecer denún- violação a essa competência dará ensejo no máximo
cia + transação penal. a uma nulidade relativa. Arguida em momento opor-
tuno e o prejuízo deve ser comprovado.
Ada Pellegrini: diz que o art. 60 é inconstitucional.
Na opinião dela a competência do juizado seria ab- Caso de não haver juizado na comarca.
soluta. x.INSTRUMENTOS DE MENOR POTEN-
O que realmente importa é a aplicação dos institutos CIAL OFENSIVO
despenalizadores. E não onde. Ainda mais, a própria Não são os instrumentos despenalizadores.
Const. Diz que é a lei que deve dizer o que é impo. Lei 13.060 (vigência em 23/12/2014).
Art. 4º e 2º.
Não é igual a IMPO.
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Doutrina entende que nele não é possível o indicia-
mento. Não há dispositivo legal prevendo isso. Evitar
xi. COMPETÊNCIA TERRITORIAL
qualquer tipo de registro em detrimento daquela
CPP X Juizados
pessoa.
Competência territorial.
OBS: De quem é a atribuição para a lavratura do
Art. 70 CPP Local da consumação. TCO?
No Juizado, art. 63. Local e que foi praticada a infra- Art. 69. A autoridade policial que tomar conheci-
ção penal. mento da ocorrência lavrará termo circunstanciado
(Majoritária) Doutrina: na lei do Juizado, seria o local e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o
da execução (ação ou omissão) do delito. autor do fato e a vítima, providenciando-se as requi-
sições dos exames periciais necessários.
(Minoritária) Doutrina: praticada, seria o local da
consumação. Seria a mesma coisa. Polícia Civil/Federal. Exercem funções de polícia ju-
diciária.
Doutrina: teoria mista. Competência pode ser deter-
minada com base no local da execução, ou da consu- Polícia Militar? Quando se tratar de um crime co-
mação, a depender do que for mais célere. NUCCI. mum.

xii. LEI DOS JUIZADOS ITINERANTES (LEI Doutrina (minoritária): “autoridade policial” inter-
12.726/12) pretada em sentido amplo. A ideia é desafogar o Ju-
Já havia faz tempo. diciário e o Polícia Civil.

Art. 95 e § único. IDEAL EM PROVAS: Polícia Militar não pode lavrar


TC. É um procedimento investigatório semelhante
Nas disposições finais. Lê-se para os dois. ao IP.
Na matéria cível/criminal. STF RE 702.617 E ADI 3.614 Não tem tarefa inves-
Como lei federal poder dispor criação de Juizado Iti- tigatória quando se trata de crime comum.
nerante no âmbito do Estado? Não viola a auto-orga- xiv. SITUAÇÃO DE FLAGRANTE E INFRA-
nização do Poder Judiciário. ÇÕES DE MENOR POTENCIAL OFEN-
Não é a lei que cria, ela traz tão somente uma reco- SIVO
mendação. Desacato (Art. 331) (6 meses a 2 anos).

xiii. TERMO CIRCUNTANCIADO Chegou para o policial e desacatou. “Policialzinho de


De nada adianta criar um procedimento mais célere, merda”.
se não traz isso para a fase da investigação. Art. 69 (parágrafo único)
Investigação preliminar. No desacato, nada pode ser feito?
Em regra, é o Inquérito Policial. “Não se imporá” não significa que nada pode ser
No JECRIM: Termo Circunstanciado. feito.

Instrumento investigatório utilizado nos juiza- Se verificar uma situação de flagrância com IMPO.
dos de complexidade mais simples, com mais de- Art. 302, I, II, III e IV CPP.
talhes. Indicação do autor, da vítima, relatos das
partes, relatos das testemunhas. Captura – usa-se os instrumentos de menor poten-
cial ofensivo.
OBS: Será que posso instaurar o IP quando se trata
de uma IMPO? Condução coercitiva.

Duas hipóteses: A diferença, em relação ao crime comum. Em vez de


lavrar um auto de prisão em flagrante, e lavra-se um
Quando a IMPO for praticada em conexão e con- TC.
tinência com um crime comum.
Se ele não quiser assumir o TC, lavra-se o APF sem
Exemplo: crime de moeda falsa mais desacato. prejuízo da afiança.
Quando houver uma causa muito complexa ou xv. FASE PRELIMINAR DOS JUIZADOS
com grande número de acusados. Antecede a fase judicial propriamente dita. Evitar a
OBS: TCO todo custo a instauração de mais um processo.

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Em regra: conduzida por conciliadores. É raro ver ju- A decadência é somente a do prazo do art. 38 do CPP
íza e MP. (6 meses). Começa a fluir a partir do conhecimento
do autor do delito.
Art. 73;
TRANSAÇÃO PENAL
Objetivo básico: Conciliação Gênero (COMPOSIÇÃO
CIVIL + TRANSAÇÃO PENAL). É um acordo celebrado entre o titular da ação pe-
nal e o autor do fato delituoso, em regra antes do
COMPOSIÇÃO DOS DANOS CIVIS
início do processo, cujo objeto é a aplicação ime-
Art. 74. diata de pena restritiva de direitos ou multa. Ja-
Acordo entre o autor do delito e a vítima. mais pena privativa de liberdade.

A lei não estabelece que tipo de dano. Entende-se Sempre acompanhado de defensor/advogado.
materiais + morais + estéticos (qualquer tipo de Art. 76 todo.
dano de civil).
Consequência da Transação. Para todos os efeitos
Quais espécies de ação penal? você é inocente.
Ação Penal Privada (Crime de dano 163 e é IMPO). OBS: LEGITIMIDADE PARA OFERECIMENTO DA
Renúncia ao direito de queixa. Extinção da Punibili- PROPOSTA DE TRANSAÇÃO PENAL
dade.
Não pode ser oferecida de ofício pelo juiz. Antiga-
E se por acaso, não pagar? Azar o seu. Título a ser mente diziam que era direito subjetivo do acusado.
executado no juízo civil competente. Implicaria renúncia ao direito de queixa ou de repre-
e Ação Penal Pública Condicionada. sentação.

Mesmo raciocínio. Ação Penal Pública (Incondicionada ou Condici-


onada) -> MP
E nos crimes de Ação Penal Pública Incondicionada?
Pela leitura fica difícil. Se o MP se recusar a fazer a proposta de transação:
Súmula 696 do STF.
O benefício da renúncia, e a consequente extinção da
punibilidade é que é de ação penal privada, e de ação Aplica à transação penal.
penal pública condicionada. A vítima não interfere.
APP incondicionada também cabe composição Ação Penal Privada
dos danos civis. Não há extinção da punibilidade.
Artigo 76
É possível o arrependimento posterior, desde que
Também é cabível na ação penal privada. Não há cri-
seja feito o pagamento.
tério lógico que justifique a não aplicação da transa-
Art. 16 do CP. ção penal.
Se ele pagar o acordo homologado até o recebimento De quem é a legitimidade?
da denúncia.
1º CORRENTE: Seria do MP. FONAJE – Enunciado
OFERECIMENTO DE REPRESENTAÇÃO (fase preli- 112.
minar)
2ª CORRENTE: Deve ser oferecida pelo querelante.
Briga de trânsito, deu um soco. Lesão corporal leve. (STJ – Ação Penal 634).
Composição de danos. APP condicionada. Se o querelante não oferecer a proposta, nada pode-
A vítima não quer composição. Quer que ele seja pu- ria ser feito.
nido. OBS: MOMENTO PARA O OFERECIMENTO DA
Art. 75. PROPOSTA DA TRANSAÇÃO PENAL

OBS: Pelo texto da lei, se não houver acordo, deve Em regra, deve ser negociada na fase preliminar, an-
oferecer posterior representação. Na própria audi- tes do início do processo.
ência preliminar. E se o ofendido não comparece a Também é possível a concessão da transação penal,
essa audiência? Houve ou não a representação? nos casos de desclassificação ou procedência parcial
Não há necessidade de formalismo. E já há um TCO. da pretensão acusatória. Vale para suspensão condi-
A representação feita no TCO é válida ou não? Deve- cional do processo.
ria ser.
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Alguém está sendo processado por um crime de le- Art. 81
são corporal gravíssima.
Contraditório prévio ao juízo de admissibilidade da
(Pena de 2 a 8 anos) – Incapacidade permanente peça acusatória.
para o trabalho.
Juízo de admissibilidade da peça acusatória. (Rejeita
O laudo do pericial e todas as testemunhas confir- ou Recebe).
mam que não houve incapacidade para o trabalho.
Citação Pessoal (na Secretaria do Juizado ou por
Não foi uma lesão gravíssima, e sim uma lesão cor-
mandado)
poral leve. Aí desclassifica.
Art. 66.
Lesão leve, cabe transação.
Não admite citação por edital.
NUCCI vai dizer que se já chegou na fase de sentença,
não cabe mais transação. Não é acompanhada pelos Citação por hora certa art. 362 do CPP. FONAJE –
Tribunais. ENUNCIADO 110.
Se foi lesão leve, ele tem direito à transação. Na pró- c) Resposta à acusação
pria audiência pode resolver. Se o MP concordar com No Procedimento comum ordinário ou sumário art.
a desclassificação, na própria audiência oferecer a 396-A do CPP. Não se confunde com a defesa preli-
proposta de transação penal. Não precisa remeter os minar.
autos para o JECRim.
OBS: 394, §4º
Súm. 337 STJ. Também válida para a transação.
Pela leitura, aplica o 396-A. Resposta à acusação.
OBS: DESCUMPRIMENTO INJUSTIFICADO DE
ACORDO HOMOLOGADO DE TRANSAÇÃO PENAL Deveria ser célere e acaba sendo mais moroso do
que o procedimento comum.
1ª CORRENTE: Conversão em pena restritiva de di-
reitos ou multa em privativa de liberdade. ABERRA- OBS: A doutrina fala que a resposta à acusação será
ÇÃO. dada na defesa preliminar.
2ª CORRENTE: STJ. Decisão homologatória de tran- d) Absolvição sumária.
sação penal faz coisa julgada formal e material. Não Art. 397 do CPP. Próprio Art. 394, §4º diz isso.
dá para processar de novo. Ação de obrigação de fa-
zer. ABANDONADA PELO e) Audiência una de instrução e julgamento.
STJ. xvii. SISTEMA RECURSAL DOS JUIZADOS
CPP x Juizado
3ª CORRENTE: Diante do descumprimento de uma
transação penal, retorna-se ao status quo com a pos- a) Turma recursal
sibilidade de oferecimento de denúncia ou queixa. Juízo ad quem de decisões proferidas pelo JECrim.
STF RE 602.072. STJ HC 217.659.
Cometeu IMPO, não foi encontrado, citação por edi-
Súmula Vinculante 35 do STF. Ofendido quando for tal no juízo comum, sentença, apelação é do TJ.
Ação Penal Privada.
Apelação nos Juizados.
xvi.ANÁLISE DO PROCEDIMENTO COMUM
SUMARÍSSIMO DOS JUIZADOS Art. 82.
a) Peça Acusatória:
Pode ser oralmente. Apelação no JECRim Apelação no CPP

Art. 77. Prazo: 10 dias Prazo: 05 dias


Doutrina diz que a dispensa do exame de corpo de A petição de interpo- A petição de interpo-
delito será dispensável apenas para o oferecimento sição já deve estar sição é apresentada
da denúncia. Durante o curso do processo, o exame acompanhada das ra- no prazo acima e as
de corpo de delito deverá ser juntado durante o pro- zões recursais. razões recursais são
cesso. Art. 158 do CPP. b) Citação: apresentadas em 8
Oferecimento da denúncia/queixa. dias.
Embargos de declaração
Defesa preliminar antes do juiz receber a denúncia
ou queixa e pode ser apresentada oralmente.

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Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em § 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor,
sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradi- na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, po-
ção ou omissão. derá suspender o processo, submetendo o acusado a
período de prova, sob as seguintes condições:
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por
escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, conta- - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-
dos da ciência da decisão. lo;
§ 2o Os embargos de declaração interrompem o - proibição de freqüentar determinados lugares;
prazo para a interposição de recurso. (Redação
- proibição de ausentar-se da comarca onde reside,
dada pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
sem autorização do Juiz;
§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofí-
- comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,
cio.
mensalmente, para informar e justificar suas ativi-
No CPP o prazo é de 2 dias. dades.
Antes era suspensão. STF HC 83.926 – Também pode aplicar suspensão
condicional do processo, ainda que o crime tenha
Recurso Extraordinário e Especial
pena mínima superior a 1 ano, se a pena de multa
RE é cabível contra decisão de Turma Recursal, estiver cominada de maneira alternativa.
desde que preenchidos todos os requisitos.
Exemplo: Art. 7º Lei 8.137 crimes contra a ordem tri-
REsp não é cabível. A CF exige que a decisão precisa butária, econômica e contra as relações de consumo
ter sido proferia por tribunal. (Pena de 2 a 5 anos ou multa).
Súm. 203 do STJ: Não cabe recurso especial contra Caberia suspensão condicional do processo.
decisão proferida por órgão de segundo grau dos ju-
Cabe para qualquer crime, mesmo que não seja
izados especiais. Art. 105, III CF.
IMPO. Exemplo: furto simples. Pena de 1 a 4 anos.
Habeas Corpus
Ação Penal Privada – o querelante poderia realizar
Desde que haja risco à liberdade de locomoção. Se a proposta.
não há risco à liberdade de locomoção.
Crime é diferente de contravenção.
Se for cominada somente pena de multa, não cabe.
Para todos os efeitos, é inocente, não será reinci-
SÚMULA 693 STF dente.
SÚMULA 690 STF (ultrapassada) Durante o período de prova, é cabível HC. Porque a
Essa orientação não é mais vigente. Quem aprecia é qualquer momento, se descumprida uma dessas
o TJ ou TRF. STF HC 86.834. condições durante o período de prova, o processo
pode retomar seu curso normal. Ainda tem risco de
Revisão Criminal liberdade de locomoção.
A ação rescisória não é cabível nos juizados. Art. 59, Furto simples. Princípio da insignificância. Advo-
da 9.099/95. gado orientou a suspensão condicional. Pleiteia HC e
Revisão Criminal é cabível no JECRim porque não tranca o processo.
houve restrição sobre o tema. A competência para § 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que
apreciar é a Turma Recursal. fica subordinada a suspensão, desde que adequadas
xviii. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PRO- ao fato e à situação pessoal do acusado.
CESSO STF, HC 108.914 – Pena restritiva de direitos desde
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada que adequada ao fato.
for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por
esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, § 3º A suspensão será revogada se, no curso do
poderá propor a suspensão do processo, por dois a prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro
quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a repa-
processado ou não tenha sido condenado por outro ração do dano.
crime, presentes os demais requisitos que autoriza- Causa de revogação obrigatória.
riam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Có-
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado
digo Penal).
vier a ser processado, no curso do prazo, por

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contravenção, ou descumprir qualquer outra condi- Uso de abreviaturas. Art. 169, § 1º do CPC. E art. 272,
ção imposta. § 3º do NCPC.
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz decla- § 3o A grafia dos nomes das partes não deve conter
rará extinta a punibilidade. abreviaturas.
STF Ação Penal 512. A descoberta de uma causa de Irregularidades que acarretam sanções extraproces-
revogação obrigatória, mesmo depois do decurso do suais:
período de prova, ainda é capaz de acarretar a revo-
Não tem o condão de causar a invalidação do ato pro-
gação do benefício. Antes da decisão extintiva da pu-
cessual. A validade do ato é preservada.
nibilidade.
Exemplo: abandono do processo pelo defensor cons-
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de sus-
tituído. Sujeito passa num concurso para promotor e
pensão do processo.
abandona todos os processos. Imposição de multa de
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista 10 a 100 salários mínimos.
neste artigo, o processo prosseguirá em seus ulteri-
Deveria comunicar o juiz.
ores termos.
Exemplo: multa para o perito que apresenta o laudo
fora do prazo legal.
2. TEORIA DAS NULIDADES Irregularidades que acarretam a invalidação do ato
processual:
Tipicidade Penal Tipicidade Processual Penal
Atentam contra o interesse público, ou contra o inte-
Subsunção da con- O ato processual deve ser resse preponderante das partes.
duta ao modelo praticado em consonância
abstrato previsto com o modelo típico (CF, Exemplo: uma decisão de prisão preventiva tenha
na tipicidade pe- CADH, Lei processual pe- sido decretada pelo juiz desprovida de fundamenta-
nal. nal). ção. Violou o Código e a CF, art. 93, IX.
Previsão de Pena Nulidades (sanção aplicada Art. 489, § 1º do NCPC.
(sanção) para o ato processual defei- Irregularidades que acarretam a inexistência jurí-
tuoso). dica do ato processual:
Distinção Tipicidade Penal vs. Tipicidade Processual
Penal Vício mais grave de todos.

Exemplo: Art. 212 do CPP. Inquirição das testemu- Exemplo: sentença sem dispositivo.
nhas. B. ESPÉCIES DE ATOS PROCESSUAIS
Nulidade é uma espécie de sanção, aplicada ao ato i. Atos perfeitos:
processual defeituoso privando-o de sua eficácia É praticado em fiel observância ao modelo típico.
para produzir os seus efeitos regulares.
Válido e eficaz.
Instrumento utilizado para compelir as partes a ob-
servar o modelo típico. ii. Atos meramente irregulares:
São aqueles dotados de irregularidades sem conse-
A observância da forma não é a finalidade última do quências (uso de abreviatura) ou dotados de irregu-
processo. Pode ser que a forma não tenha sido ob- laridades que acarretam apenas sanções extrapro-
servada, mas mesmo assim a finalidade do ato tenha cessuais.
sido atingida.
Válido e eficaz
Princípio da instrumentalidade das formas.
Súmula de 366 do STF:
Exemplo de citação: citação pessoal.
iii. Atos nulos:
A. ESPÉCIES DE IRREGULARIDADES Atos praticados em desacordo com o modelo típico,
a) Irregularidades sem consequência para o pro- e o defeito constante desse ato é um pouco mais
cesso: grave e PODE acarretar a invalidação do ato proces-
sual.
Apesar do ato não ter sido praticado em acordo com
o modelo típico, essa irregularidade não vai produzir OBS: Ato juridicamente existente. Em tese é um vá-
qualquer consequência. lido e eficaz, pelo menos enquanto não declarada a
sua nulidade.

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Exemplo: decisão de preventiva desprovida de fun- Violação de norma que protege interesse público,
damentação. Alguém pode ser preso por esse ato. prevista na CF ou na CADH.
Continua tendo aptidão para praticar os seus atos.
Prejuízo é presumido (DOUTRINA)
Atos nulos podem ser convalidados. Nulidade abso-
Na prática: essa presunção seria relativa. Ou seja, ad-
luta ou relativa.
mite prova em sentido contrário. Inversão da regra
iv. Atos inexistentes: do ônus da prova.
Vício de tamanha gravidade que nem sequer consi-
Quando a parte argui nulidade absoluta, ela não pre-
dera o considera como ato jurídico. Não ato.
cisa comprovar o prejuízo. Mas a parte contrária
Inexistência representa um defeito que antecede deve comprovar a ausência de prejuízo.
qualquer consideração sobre a validade do ato pro-
Exemplo: vícios da citação. Citado no endereço
cessual.
errado. Apesar de preso, foi citado por edital. Nu-
Exemplo: sentença sem dispositivo. lidade absoluta.
Não podem ser convalidados. Não se convalida ja- Ampla defesa. Direito de ter ciência sobre a imputa-
mais nem com o trânsito julgado da sentença seja ela ção que lhe é dada.
absolutória ou condenatória.
Se tomou ciência, foi citado. Art. 570 do CPP.
OBS: DOUTRINA diz que o ato inexistente sequer
Exemplo: STJ HC 227.263. Um desembargador,
precisa de decisão declarando sua existência já que
apesar de se declarar suspeito, participou de
ele nem existe no mundo jurídico.
uma votação no órgão especial do TJ. Suspeição
Não é uma argumentação prática. é causa de nulidade absoluta.
C. CONCEITO DE NULIDADE Era o recebimento de uma denúncia. 24 desem-
bargadores. Apenas 2 foram contrários ao rece-
É espécie de sanção aplicada a ato processual, pri-
bimento de uma denúncia.
vando-o de produzir seus efeitos regulares.
A participação desse desembargador não teve o
Sanção processual ineficácia.
condão de prejudicar a votação.
Exemplos: juiz tenha negado as perguntas do advo-
Sem necessidade de se declarar a nulidade absoluta.
gado de defesa.
Arguida a qualquer momento.
Juiz negou diligências relevantes, pertinentes pleite-
adas pela defesa. Não está sujeita à preclusão.
Mandou desentranhar memoriais apresentados fora Exceção: salvo diante na hipótese de coisa julgada
do prazo pela defesa. pro reo.
Você vai apelar e vai pleitear uma nulidade por vio- Tem que analisar a possibilidade de instrumento.
lação à ampla defesa. O juiz será obrigado a renovar Coisa julgada contra o réu cabe HC e revisão crimi-
toda a instrução probatória. nal.
D. NULIDADE ABSOLUTA X NULIDADE RELA- Não há revisão criminal em favor da sociedade.
TIVA
HIPÓTESES DE NULI- HIPÓTESES DE NULI-
Absoluta Relativa DADE ABSOLUTA DADE RELATIVA
Violação de norma Violação à norma prote-
O prejuízo é presumido O prejuízo deve ser protetiva de interesse tiva de interesse prepon-
comprovado público prevista na derante das partes (exem-
Em regra, o vício atinge CF/99 ou em tratados plo, súmula 155 do STF e
dispositivo Constitucional de DH. súmula 273 do STJ.
Nulidades cominadas Nulidade cominadas do
Pode ser arguida a qual-Deve ser arguida em no art. 564 do CPP art. 572 do CPP.
quer momento momento oportuno. b) Nulidade relativa
CPP, art. 571
Tema extremamente polêmico e de muita discussão Violação de norma protetiva de interesse preponde-
na doutrina. rante das partes.
a) Nulidade absoluta

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Jamais posso me referir a interesse exclusivo das Art. 570 do CPP.
partes. Sempre bens de natureza indisponível. Pre-
iii. Princípio do prejuízo.
tensão punitiva e direito de liberdade.
Não se declara nulidade sem prejuízo.
Exemplo: geralmente relacionado ao ônus da
Pas de nullité sans grief.
prova. Violação ao ônus da prova.
Art. 563 do CPP.
Exemplo: Súmula 155 do STF. A parte deve ser in-
timada para acompanhar a oitiva da testemunha Art. 566 do CPP.
para fazer as perguntas que lhe interessam. E se Aplica-se tanto às nulidades absolutas quanto as re-
for uma testemunha abonatória? lativas.
E súmula 273 do STJ. Quem tem que ver a data da iv. Princípio da eficácia dos atos proces-
audiência é a parte. suais.
Prejuízo deve ser comprovado. No direito privado
Aury Lopes diz que é perigoso. É difícil comprovar o Criança de 4 anos celebra um contrato. Nulidade
prejuízo. Geralmente os Tribunais alegam que não automática.
houve prejuízo. No direito processual
Provas diabólicas – prova impossível de ser reali- Nulidade não é automática. Precisa ser declarada.
zada. Se para o interessado é impossível comprovar
o prejuízo. Por mais defeituoso que seja, ele continua produ-
zindo seus efeitos regulares enquanto não for decla-
Exemplo: no júri são exibidos objetos inéditos rada sua nulidade.
aos jurados sem observância do prazo de três
dias úteis de antecedência. Jamais conseguirei v. Princípio da Restrição Processual à
comprovar o grau de influência que a exibição Decretação da Ineficácia.
daquele objeto teve na formação da convicção A invalidação de um ato processual defeituoso so-
dos jurados. Art. 564, IV do CPP. mente pode ocorrer instrumento processual ade-
quado e se o momento ainda for oportuno.
Momento oportuno.
Exemplo: a situação em que você como advogado en-
Art. 571 CPP. trou num processo criminal tardiamente. Um pri-
A ideia é sempre a primeira oportunidade que você meiro foi constituído e o cliente viu que era meia
tiver para se manifestar nos autos do processo. boca e te colocou no lugar. Você se depara com nuli-
dades, e agora?
Exemplo: nulidade relativa que ocorreu durante
a audiência uma de instrução e julgamento. A Tem instrumento cabível?
primeira oportunidade é nas alegações orais que O momento é oportuno?
serão apresentadas ao final da audiência.
Exemplo: você entrou no processo, seu cliente foi
Quando olha o 500, ele foi revogado. Alegações fi- condenado pela prática de um crime militar por um
nais. Agora são alegações orais. Art. 403. juiz eleitoral. Transitou julgado.
Os artigos foram alterados em 2008. Há possibilidade de se arguir nulidade? Sim.
Nulidade cominadas do art. 572 do CPP. vi. Princípio da Causalidade (efeito ex-
E. PRINCÍPIOS pansivo).
Quando uma nulidade é declarada, o juiz ou tribunal,
i. Princípio da tipicidade das formas.
devem verificar até que ponto esse defeito não teria
Em regra, todo ato processual tem uma forma pres-
contaminado outros atos processuais. Ao declarar a
crita em lei cuja inobservância pode acarretar a sua
nulidade não apenas originária, mas também dos
invalidação.
atos derivados.
ii. Princípio da instrumentalidade das
Nulidade originária/derivada.
formas.
A forma do ato é pensada sempre com o objetivo de Não significa que todo o processo é nulo.
se atingir uma determinada finalidade. Exemplo: oitiva de testemunhas. As partes não fo-
Exemplo: A citação preferencialmente deve ser pes- ram intimadas da carta precatória. O juiz não obede-
soal porque dá mais segurança de que a parte tomou ceu ao sistema direto-cruzado. As outras oitivas são
ciência. nulas? Não.
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Exemplo: Vício da citação contamina tudo. Direito de Efeito devolutivo.
constituir defensor. Resposta à acusação. Direito de
Quando o tribunal analisa sem muita liberdade. Tan-
acompanhar a audiência. De ser ouvido pelo juiz.
tum devoluntum quantum apelatum.
Art. 573, § 1º do CPP.
Súmula 160 do STF.
vii. Princípio da conservação dos atos
Quando o tribunal acolhe nulidade? Quando arguida
processuais (confinamento das nuli-
pelas partes.
dades).
Quando se verificar causalidade entre ato originário Recurso de ofício. A integralidade é devolvida ao Tri-
e o que ele deriva. Quando não houver relação de bunal.
causalidade não se declara a nulidade. Pode reconhecer de ofício, sem recurso de ofício,
Não se aplica a atos complexos como a sessão de jul- desde que favorável ao acusado.
gamento do Júri. Art. 654, §2º do CPP.
viii. Princípio do Interesse.
Somente nulidade relativa. Deve-se mostrar inte-
resse preponderante. 3. RECURSOS – TEORIA GERAL
565 do CPP – segunda parte. Conceito: é o remédio jurídico voluntário idôneo a
Não se aplica ao MP. O MP é livre para arguir uma ensejar dentro do mesmo processo a reforma, a anu-
nulidade relativa de interesse preponderante do lação, a integração ou esclarecimento da decisão ju-
acusado. dicial que se impugna.

Exemplo: Ausência do MP ao interrogatório. Promo- OBS – 1: voluntário. Princípio da voluntariedade.


tor assina e sai da sala de audiência. A defesa não OBS – 2: no mesmo processo. Mesmo que no tribu-
pode arguir essa nulidade. nal tenha outro número. Não se inaugura uma rela-
ix. Princípio da lealdade (boa-fé). ção jurídica nova. Eu sei, você sabe, mas o CPP não
Você não poder arguir nulidade a que tenha dado sabe. O CPP colocou nos recursos em espécie o HC e
causa. a Revisão Criminal. São ações autônomas de impug-
nação. Ou ações penais de não condenação. Mandado
Art. 565 do CPP – primeira parte. de segurança também cabe no processo criminal.
Aplicação restrita às nulidades relativas. OBS – 3: Impetrar, Interpor, Opor;
Exemplo: As partes tenham feito um acordo para OBS – 4: reforma, anulação, integração ou esclareci-
substituir as alegações orais por memorais. Depois mento.
não pode arguir.
Embargos: omissão, contradição, obscuridade, e am-
x. Princípio da convalidação. biguidade, e se for no JECrim, dúvida.
Significa remover o defeito. De alguma forma vamos
conseguir que esse ato defeituoso continue exer- Colmatar a lacuna.
cendo sua finalidade. OBS – 5: decisão judicial que se impugna. Não cabe
Suprimento/Retificando/Ratificação (represen- recurso de despachos de mero expediente ou mera
tante ato de menor)/Preclusão/Prolação da sen- movimentação processual.
tença/Coisa Julgada. Conteúdo decisório é o ato que vai dirimir uma ques-
F. RECONHECIMENTO DE NULIDADES DE tão, questão é um ponto que se tornou controver-
OFÍCIO tido.

a) Primeira Instância Não cabe embargos declaratórios contra relatório da


sentença.
Art. 251 do CPP.
Nem toda decisão judicial é recorrível.
O juiz pode reconhecer ex officio de qualquer natu-
reza (absoluta ou relativa). Decisão que nega o pedido de prisão preventiva, de-
safia recurso em sentido estrito. Porém, a decisão
Interesse preponderante das partes. que decreta a prisão preventiva é irrecorrível. A
Súmula 33 do STJ. Incompetência relativa. Não é parte pode ajuizar pedido de revogação da prisão
aplicável ao processo penal. preventiva, impetrar HC.
b) Segunda Instância
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Art. 577 do CPP. Legitimidade para interpor re- • Revisão Criminal. Ela se inicia perante tribu-
curso. nal. STF competente para os próprios julga-
MP, querelante, pelo réu, seu procurador ou defen- dos, STJ também. O TJ e o TRF são competen-
sor. Réu sem procurador ou defensor. O réu, não tes dos seus julgados e dos juízes. O relator
sendo advogado jamais poderá apresentar as razões do acórdão pode indeferir liminarmente a
de recurso. Isso só serve para alguns recursos, não revisão criminal. Cabe agravo regimental?
todos. Não cabe agravo regimental, porque o julga-
dor deve remeter ao colegiado. Não submete
Oficial entrega a intimação com os quadradinhos, a instância superior. Art. 625, § 3º do CPP.
“apelo” ou “não apelo”.
iii. Unirrecorribilidade
MP não pode desistir da ação, nem desistir do re- Cada decisão judicial desafia um recurso. CPP fala
curso. que se couber apelação, não cabe rese ainda que de
Interesse recursal. apenas parte da decisão se recorra. Juiz sentença.
Dois crimes. Um é prescrito, e o outro ele condena ou
Juiz absolveu afirmando que o fato não constitui absolve. 593 e 581 do CPP.
crime.
Exceção revogada: até 2008. Protesto por novo júri.
Juiz absolveu afirmando que o fato não constitui Permitia a defesa requerer novo júri se o réu fosse
crime, repercute na esfera cível. condenado por um crime com a pena igual ou supe-
MP pode recorrer para melhorar a vida do réu. rior a 20 anos. Sem justificativa. Cabia apelação tbm.

A. PRINCÍPIOS EM MATÉRIA RECURSAL Exceção atual. Decisão do Tribunal de 2º grau. RE e


Resp.
i. Taxatividade:
Os recursos estão em rol taxativo. Só existem os re- iv. FUNGIBILIDADE RECURSAL:
cursos expressos na lei processual penal. O órgão judiciário pode reconhecer do recurso inter-
posto de forma equivocada como se fosse o recurso
ii. Voluntariedade: correto.
O recurso deriva da vontade das partes.
Exemplo: Recurso Especial do STF alegando matéria
Recurso ex ofício. O juiz profere decisão e ele mesmo constitucional.
encaminha para análise do tribunal.
Não cabe falar em fungibilidade se for erro crasso.
Súmula 423 STF. Expressão não está errada, embora Não temos parâmetro no caso concreto. Isso é cons-
o termo mais coerente seja o reexame necessário ou trução da doutrina e da jurisprudência. Fica a crité-
remessa necessária. rio do caso concreto. Apelação e ele ingressa
Sentença concessiva de ordem de HC, reexame ne- agravo de instrumento.
cessário. O recurso considera-se interposto “ex- Só cabe agravo de instrumento no processo penal na
lege”. hipótese de destrancar RE e REsp.
Exceções à voluntariedade: Não cabe fungibilidade se houver má-fé. A boa-fé é
• Sentença concessiva de HC. difícil de se identificar. A doutrina passou a vincular
• Decisão de arquivamento de inquérito poli- a boa-fé à tempestividade. Só aplica a fungibilidade
cial ou absolvição na ação penal. Lei se o recurso errado for interposto no prazo do re-
1.521/51 – crimes contra a economia popu- curso correto.
lar. RESE tem prazo de 5 dias. 6º dia e se tocou que pas-
• Decisão que concede reabilitação (instituto sou o prazo. Ingressa com um agravo que tem prazo
bastante em desuso – um pleito formulado de 10 dias (no processo civil são 10, no processo pe-
pelo condenado que já cumpriu a pena e ele nal são 5). Caso de erro crasso. Má-fé. Sujeito dá uma
pede a reabilitação. Tornar sigilosas as infor- de advogado de pouca técnica, mais habituado com
mações da condenação). Art. 93 a 95 do CP. o processo civil que com o processo penal.
Art. 743 do CPP. iv. Absolvição sumária no
tribunal do júri. 411 do CPP. Depois de 2008 v. VEDAÇÃO À REFORMATIO IN PEJUS:
modificou-se. Art. 574. CPP. A reforma para pior em que o parâmetro é o Réu.

Crítica: Haverá hipótese de violação do sistema acu- Se o recurso é exclusivo da defesa não há como pio-
rar a situação do réu.
satório. Art. 129, I CF. Prescreveu os processos judi-
cialiforme. Questão da emendatio libelli – Emenda no Libelo
(peça acusatória) (até 2008 existia no tribunal do
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júri o libelo crime acusatório). Conserto na peça de presunção de inocência. Só pode haver prisão se for
acusação. preventiva por preencher os requisitos.
Exemplo: MP narrou o roubo e pediu a aplicação do É possível a execução provisória da pena para a con-
155. Juiz julga de acordo com a narrativa e condena cessão de benefício processual.
pelo 157. Conserto na capitulação jurídica.
Presunção de inocência tem dois desdobramentos
Cabe em sede recursal? Cabe! Desde que não viole a (tratamento e atribuição do ônus da prova). Ele pode
reformatio in pejus. até ser preso, mas não pode ter sua pena executada
provisoriamente.
Exemplo: MP narrou um furto e pede condenação
pelo 157. O juiz sentencia pelo 157. Defesa recorre. Súmula 716 do STF. Pode-se aplicar os institutos da
O Tribunal pode realizar a emendatio libelli. Pro- execução da pena que beneficiam o preso provisório.
blema é se fosse o contrário.
iii. Iterativo, Regressivo, Reiterativo.
Exemplo: trombadinha. Furto qualificado pela des- Juiz que proferiu a decisão pode se retratar. Juízo de
treza (doutrina). Para jurisprudência é violência. En- retratação.
tão é roubo (4 a 10). MP narrou furto qualificado, e
Da pronúncia, cabe RESE. O juiz pode se retratar. Se
155, §4º, II. Juiz concordou com o MP, furto qualifi-
ele se retratasse perderia o objeto para o tribunal. O
cado (2 a 8). A defesa quer retirar a qualificadora,
mesmo raciocínio do agravo de instrumento.
apela e manda para o TJ. O TJ pode entender que era
roubo? Não, porque aí seria uma emendatio libelli iv. Extensivo
que caracterizaria reformatio libelli. Permite estender ao réu não recorrente os efeitos
benéficos que recaem sobre o réu recorrente desde
Abrange a reformatio in pejus indireta: ocorre
que a decisão não esteja voltada somente a questões
quando o Tribunal não reforma a decisão, a anula,
pessoais.
pede e a prolação de uma nova sentença. A nova sen-
tença vem pior para o réu. Exemplo: Prescrição. O que prescreve é o fato crimi-
noso, e não a pessoa.
Exemplo: Cerceamento de defesa. Não ouviu teste-
munhas por entender que era irrelevante ou mera- Exceção: Características pessoais do criminoso po-
mente protelatório. O TJ pode prolatar nova sen- dem influir na contagem da prescrição. Art. 109 do
tença com a dosimetria da pena? Não. Seria supres- CP. São reduzidos à metade se tinha menos de 21 na
são de instância. O juiz deve proferir nova sentença. data do fato e mais de 70 na data da sentença.
Exceção: Caso do Tribunal do Júri. Veredicto do con- Exemplo: Pena 3 anos. Prescrição em 8 anos. Na data
selho de sentença (7). CF = soberania dos veredictos. do fato A tinha 20 e B tinha 22. A prescreve em 4 e
Apela para anular, não pode apelar para reformar o para B prescreve em 8.
veredicto. Revisão Criminal reforma o veredicto do Aplica-se às ações autônomas de impugnação. Exem-
conselho de sentença. plo é o HC onde o Tribunal entende que é fato atípico.
Conselho de sentença = culpado homicídio simples. C. IMPEDIMENTOS RECURSAIS
O juiz prolata a sentença no parâmetro de 6 a 20
anos. Prolatou na pena mínima, 6 anos. A defesa re- O que impede o processamento do recurso.
corre. O TJ determina a anulação do Júri. O atual júri i. Renúncia
entende que era homicídio qualificado. Renúncia ao direito de recorrer. Ainda não recorreu.
B. EFEITOS RECURSAIS Basta não recorrer.
i. Devolutivo Expressa: Renuncio expressamente ao prazo recur-
Efeito de devolver a matéria ao Poder Judiciário. sal. Não tenho pretensão de manejar recurso para o
Tantum devolutum quantum appellatum. Tribunal.
ii. Suspensivo Tácita: Inércia. Deixa escoar o prazo recursal.
Efeito que irá suspender a eficácia da decisão. A ap- Prática de ato incompatível com a vontade de recor-
tidão para produzir efeitos. O que acontece com os rer.
recursos que não têm efeito suspensivo? Execução
provisória da pena? Condenação à uma pena de multa. Dentro do prazo
para recurso ele paga a multa. Ele cumpriu a pena
A partir de 2008, já não cabe mais. RE e REsp não imposta.
têm efeito suspensivo. No cível se devolve o di-
nheiro. E no penal se devolve a liberdade? Viola a Exemplo: furto privilegiado. Pequeno valor e réu pri-
mário.
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Colisão entre o interesse recursal do defensor e o in- O complemento é apenas sobre a parte da decisão
teresse recursão da autodefesa. que foi alterada.
Defesa técnica: defensor dativo (público ou particu- Exemplo: Embargos de declaração interrompem do
lar), e defensor constituído (particular) é irrenunci- prazo (JECrim suspende) e paralelamente interpõe-
ável. se apelação.
Autodefesa é renunciável. SUPLEMENTARIEDADE: Exceção ao princípio da
unirrecorribilidade.
Um quer recorrer e o outro não.
Novo recurso contra a mesma decisão.
No processo civil a parte não interpõe recurso, e pre-
valece interesse exclusivo da parte. Bens disponí- E. CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS
veis.
Voluntário e recurso de ofício. Classificação contro-
Réu pode interpor alguns recursos ou renunciar. Di- versa.
reito de liberdade é indisponível. E se o réu renun-
i. Ordinário e Extraordinário.
ciar? E se for no ato de intimação?
Ordinário – observância do duplo grau de jurisdição.
“Não apelo” e o advogado interpõe a apelação?
Extraordinário está além do duplo grau de jurisdi-
Prevalece a vontade de recorrer. ção. Exemplo: ROC (exercendo a segunda instância.”
Advogado renuncia ao prazo recursal. O réu apela. Art. 102. II da CF. Foro no TJ ou TRF.
Não pode apresentar as razões. Nomeia um defensor
TJ mandou prender o prefeito. HC é no STJ. HC jul-
dativo para apresentar as razões.
gado em única instância pelo STJ, se a decisão for de-
ii. Desistência negatória caberá o ROC, ou RHC.
Depois da existência do recurso. O MP não é brigado
Crime político. Art. 102, II, b). Art. 109, IV. Quem
a recorrer. O MP não pode desistir do recurso. Pode
julga é o juiz de primeiro grau. Tem autor que diz que
recorrer para beneficiar o réu. Mas uma vez inter-
crime político não existe porque não há regulamen-
posto o recurso, deverá ir até o fim. Indisponibili-
tação.
dade da ação penal.
7.170/83. Lei de segurança nacional. E o recurso é o
iii. Deserção
ROC para o STF. B.4.3. Art. 105, I, II. A). ROC.
Por ausência de preparo de recurso. Nem todo TJ
pede custas do processo penal. Claro que MP e de- ii. Total e Parcial.
fensor dativo não precisam pagar custas. No cível há capítulo de sentença. Só os honorários.
Pode interpor sem as razões identificando o quê.
Antes no art. 594 do CPP. O réu deverá recolher-se à
prisão para poder apelar. Tribunal do Júri. Sum 713 STF. Júri não reforma, só
anula.
Súmula 9 do STJ. A exigência da prisão provisória,
para apelar, não ofende a garantia constitucional de Por causa da soberania do júri existe limitações à ar-
presunção de inocência. gumentação a ser utilizada. Art. 593. CPP.
Súmula 347 do STJ. Em sentido oposto sem cancelar F. PRESSUPOSTOS
o verbete número 9. i. Objetivos
Art. 595 Já estava preso e havia apelado e depois fu- Taxatividade (cabimento)
gia. Havia também a deserção do recurso. Às vezes a Tempestividade
apelação já estava em julgamento.
Forma de interposição (petição ou termo nos autos).
D. COMPLEMENTARIEDADE E SUPLEMEN-
TARIEDADE Preparo
COMPLEMENTARIEDADE: a parte pode comple- ii. Subjetivos
mentar o recurso. A regra é que não pode haver por Legitimidade
uma preclusão consumativa. Interesse recursal
É a perda de uma faculdade processual. Preclusão
pode ser temporal, lógica, consumativa.
Só dá para complementar o recurso quando há uma
modificação na decisão que havia sido recorrida.

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