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PROCESSO PENAL APLICADO

TRIBUNAL DO JÚRI
Previsão Constitucional:
Artigo 5º, XXXVIII
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXVIII - e reconhecida a instituição do júri, com a organização que
lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a
vida;
Crimes contra a vida
Mas quais são os crimes julgados pelo Tribunal do Júri? Somente aqueles que se caracterizam como dolosos contra a vida, ou
seja, em que o autor possui a deliberada intenção de cometê-lo, ou que assumiu o risco de produzir a morte (dolo eventual),
sejam eles tentados ou consumados. De acordo com a legislação brasileira, são eles: homicídio, infanticídio, aborto e
induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio.
São crimes de gravidade sensível e que afetam sobremaneira a sociedade, atingindo-a em seu bem mais valioso, que é a vida.
E daí a importância de que a própria comunidade decida se determinada conduta deve resultar ou não na perda da liberdade
de uma pessoa.
O Rol é Taxativo?
Não porque o legislador pode ampliar a lista de crimes dolosos contra a vida.
# Admite crimes conexos (com exceção dos crimes eleitorais)
# Lei 9099/9 é aplicável ao Tribunal do Júri

Plenitude de Defesa x Ampla Defesa


Na plenitude de defesa, a defesa pode usar todos os meios lícitos (ou ilícitos, quando for em favor do réu, como preceitos
filosóficos, religiosos e morais). Isso acontece para aumenta o rol de defesa, evitando assim, condenações injustas.
A Plenitude de defesa vai abranger a autodefesa e a defesa técnica
# Súmula 523, STF – Falta de defesa causa a nulidade absoluta do julgamento e a defesa deficiente causa a nulidade relativa.
# Réu indefeso: o Juiz deverá dissolver o Conselho de sentença, marcar novo julgamento e constituir novo defensor, caso
perceba que a defesa está comprometida por aquele advogado e que não há uma paridade de armas entre acusação e defesa.
Silêncio: 478
Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade,
fazer referências:
I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível
a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de
autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado;
II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de
requerimento, em seu prejuízo.

Sigilo das votações


- Sistema da íntima convicção (Motivação)
- Incomunicabilidade dos jurados (tanto interna como externamente)
- Votação em cédulas
- Sala Secreta

Soberania dos Vereditos


Apelação do 593, III, b CPP – Juiz contraria decisão dos jurados
Apelação do 593, III, d, CPP – Decisão do jurados é manifestamente contrária às provas dos autos
Clemência
Revisão Criminal – Artigo 621, CPP admite no Tribunal do Júri.

Processo bifásico (ou escalonado) do Tribunal do Júri


Primeira Fase: sumário da culpa ou iudicium accusationis

Procedimento
Denúncia
Rol de Testemunhas
Recebimento x Rejeição (Art. 395, CPP)
Resposta à acusação
Parecer do MP

Instrução em Juízo, na Primeira fase.


Oitiva de vítima, se tiver
Testemunhas de acusação
Testemunhas de defesa
Interrogatório do acusado: Direito ao silêncio (Artigo 478, CPP)
Alegações finais, quepode ser sucinta ou ausente
Indício novos de coautoria ou participação
Decisão:
#Pronúncia – Art. 413, CPP
#Impronúncia
#Absolvição Sumária
#Desclassificação

PRONÚNCIA:
Requisitos: Prova da Materialidade e indícios suficientes de autoria
Natureza Jurídica: Decisão interlocutória mista não terminativa
Consequências da causa: 1. Inaugurar o juízo da causa 2. Não há prisão automática
Excesso de linguagem: Art.413, §1º
Princípios da correlação entre pronúncia e quesitação.
Infração Conexa segue o principal
Análise da prisão: Artigo 312, CPP
Intimações: Réu Preso, MP, Réu Solto, Defensor nomeado (Defensoria Pública, Dativo), todos pessoalmente. Já os Defensores
constituídos, querelante e assistente serão intimados por métodos de publicação oficial.
Artigo 421, P. único: Será intimado por edital o acusado solto que não for encontrado.
Recurso cabível: RESE (Artigo 581, IV do CPP)
Preclusão: Essa decisão preclui, mas pode ser modificada se houver uma nova circunstância fática interveniente.
IMPRONÚNCIA
Natureza Jurídica: Decisão Interlocutória mista terminativa
Não faz coisa julgada material, ou seja, pode recorrer para buscar a absolvição
Infração Conexa – Artigo 81, P. Único do CPP: Vai enviar para o juiz competente.
Recurso Cabível: Apelação (Artigo 416, CPP)

ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
Inexistência do Fato
Prova da negativa de Autoria
Atipicidade do Fato
Causa de isenção de Pena ou de exclusão de crime (justificantes ou exculpantes) Segundo essa teoria, se o bem jurídico
sacrificado tiver valor menor ou igual ao do bem jurídico salvaguardado, haverá estado de necessidade justificante (excludente
de ilicitude); se o bem sacrificado tiver valor maior que o bem protegido, haverá estado de necessidade exculpante (excludente
da culpabilidade).
A situação no inimputável do Artigo 26, CP
Faz Coisa julgada material
Infração conexa vai para o juiz competente
Recurso Cabível: Apelação (Artigo 41, CPP)

DESCLASSIFICAÇÃO: (Artigo 419, CPP)


Doloso contra a vida x Não doloso contra a vida
Lei 9.099/95
Desclassificação x Desqualificação (Afasta a qualificadora e pronuncia)
Competência para o novo crime
Infração conexa (Artigo 81, P. único CPP) – juízo competente
Recurso Cabível: (RESE 581, II, do CPP)

Com ou sem indícios de materialidade Impronúncia


Com Provas da materialidade Pronúncia
Com provas de negativa de autoria Absolvição sumária
Sem indícios de autoria Impronúncia
Com indícios de autoria Pronúncia
Com provas de autoria Pronúncia
Com provas de negativa de autoria Absolvição sumária
Com indícios de animus necandi Pronúncia
Com provas de ausência de animus necandi Desclassificação

Iudicium Causae ou Juízo da Causa


# Fase do Artigo 422 do CPP
- Rol de Testemunhas
- Cláusula de imprescindibilidade (Artigo 461, CPP) – sob pena de dispensa
- Juntada de documentos (Até 3 dias úteis antes do julgamento)
- Requerimentos de diligência (perícia complementar, laudo, etc.) sob pena de preclusão do Artigo 479, CPP)

DESAFORAMENTO
Momento Processual – Após o Artigo 422 CPP
Hipóteses: Interesse da Ordem Pública, Dúvida sobre a imparcialidade do Júri e dúQvida quanto a segurança do acusado
Quem pode requerer o desaforamento? MP, Querelante ou assistente, Acusado, Representação do Juiz competente. Este
último será ouvido sempre.
Decisão do Tribunal
Para onde será desaforado? Para a comarca mais próxima, onde não haja os motivos autorizadores.

SESSÃO PLENÁRIA
Composição do Conselho de Sentença
O Tribunal do Júri é composto por um juiz que o preside e sete jurados que compõem o Conselho de Sentença, escolhidos
entre um grupo de 25 pessoas previamente convocadas pela Justiça. Para o cadastramento dos jurados, o juiz-presidente de
cada comarca elabora, anualmente, uma lista com nomes de pessoas que podem ser convocadas para participarem dos
julgamentos. A relação é composta por nomes indicados por autoridades locais, órgãos públicos, associações de classe e de
bairro, instituições de ensino, entre outros, mediante solicitação da Justiça. Na foto ao lado, o Tribunal do Júri em Curitiba.
Podem participar do Tribunal do Júri os maiores de 18 anos, que não tenham antecedentes criminais e estejam em dia com
suas obrigações eleitorais e no gozo de seus direitos políticos. O número de jurados cadastrados varia de acordo com a
população de cada localidade. Nas comarcas com mais de 1 milhão de habitantes, são alistados pelo presidente do Tribunal
do Júri de 800 a 1,5 mil jurados; naquelas com mais de 10 mil habitantes, de 300 a 700, e nas de menor população, de 80 a
400 pessoas são cadastradas anualmente. A relação dos jurados é publicada pela Justiça no mês de outubro de cada ano.
Para garantir a isenção das decisões, a legislação elenca algumas situações de impedimento. Não podem participar do mesmo
conselho de sentença: marido e mulher, ascendente e descendente, sogro e genro ou nora, irmãos e cunhados, tio e sobrinho
e padrasto, madrasta e enteado. Também fica impedido quem tenha manifestado prévia disposição para condenar ou absolver
o condenado e, ainda, que tenha trabalhado como jurado em outro julgamento do mesmo processo (por exemplo, em caso
de mais de um réu com julgamentos separados ou novo julgamento de um mesmo caso).
- Ausência do MP – Adia
- Ausência do Defensor – Adia (se for público) e, se for privado, avisa a OAB e chama a Defensoria Pública de reserva. No
próximo julgamento
- Ausência do réu preso – Adia (a não ser que tenha a anuência do réu)
- Ausência do réu solto, so assistente da acusação, Querelante, Testemunha sem cláusula de imprescindibilidade – Continua o
julgamento.
- O assistente só vai poder participar se ele se habilitar até 5 (cinco) dias da data da sessão na qual pretenda atuar. .

INSTRUÇÃO EM PLENÁRIO
- Oitiva de Testemunhas
- Acareação
- Reconhecimento
- Leitura de Peças que foram produzidas cautelarmente
- Interrogatório
- Advogado, MP e Juiz perguntam diretamente ao réu.
- Jurados perguntam por cédula, que serão previamente analisadas pelo juiz.
DEBATES vedação 478 e 479 do CPP
- Papel do Juiz Presidente
- Ministério Público – 1h30 e o assistente fala depois do MP, se der tempo.
- Defesa: 1h30
- Réu indefeso – Artigo 497, V, CPP
- Réplica 1h
- Tréplica 1h
- Prazos em caso de mais de um acusado
-Prazo em caso de mais acusador/defensor – divide o tempo entre si

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