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DISCIPLINA:

DIREITO PROCESSUAL PENAL II

AULA 05 = 01/09/2021

Docente:
CLEITON Marcio Santos SOUZA.
071 98173-6176 - whatsapp
cleiton704@gmail.com
PROCESSO PENAL II
Tema a ser abordado:

1) TEORIA GERAL DA PROVA –


continuação;
2) EXAME DE CORPO DE DELITO.
TEORIA GERAL DA PROVA

CPP: Artigos 155 a 157.


PROVA: OBJETO = devem provar
5) FATOS NÃO CONTESTADOS

Também devem ser objeto de prova. Não confundir o processo


penal com o processo civil (artigo 374).

 Impera o princípio da presunção de inocência;

 CONFISSÃO = subsiste o ônus da acusação de


comprovar a imputação constante da peça acusatória.
PROVA: OBJETO
 CONFISSÃO
NÃO é prova absoluta!

art. 197 – O valor da CONFISSÃO se aferirá pelos


critérios adotados para os outros elementos de prova, e
para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as
demais provas do processo, verificando se entre ela e
estas existe compatibilidade ou concordância”
PROVA: OBJETO
 CPP,

Art. 367 – O PROCESSO SEGUIRÁ SEM A PRESENÇA DO


ACUSADO que, citado ou intimado pessoalmente para
qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado,
ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo
endereço ao juízo.

 INEXISTE confissão ficta ou presumida!


PROVA: NÃO SERÁ OBJETO DE PROVA

 6) FATOS INCONTROVERSOS:

6.1) FATOS NOTÓRIOS


São aqueles de conhecimento público geral.

Ex: datas históricas, os fatos políticos ou sociais


de conhecimento público,
PROVA: NÃO SERÁ OBJETO DE PROVA
 6) FATOS INCONTROVERSOS:

6.2) FATOS AXIOMÁTICOS OU INTUITIVO

São os fatos evidentes, as verdades axiomáticas do mundo


do conhecimento.

Ex: fogo queima e a cocaína causa dependência;


PROVA: NÃO SERÁ OBJETO DE PROVA
 6) FATOS INCONTROVERSOS:

6.3) FATOS INÚTEIS OU IRRELEVANTES

São aqueles que não interessam à decisão da causa, sejam eles


verdadeiros ou falsos – fatos desconexos.

Ex: Investigação de homicídio, saber o nome do cachorro e


etc.
PROVA: NÃO SERÁ OBJETO DE PROVA

 6) FATOS INCONTROVERSOS:

6.4) PRESUNÇÕES LEGAIS

AFIRMAÇÃO FEITA PELA LEI de que um


fato é existente ou verdadeiro,
independentemente de prova.
PROVA: PRESUNÇÕES
 6.4) PRESUNÇÕES LEGAIS: 02 ESPÉCIES.

PRESUNÇÕES ABSOLUTAS OU IURIS ET DE IURE


Não admitem prova em contrário.

Ex. menores de 18 anos no Brasil, critério biológico


adotado pela CF (art. 228) + CP (art. 27),
inimputabilidade;
PROVA: PRESUNÇÕES

 6.4) PRESUNÇÕES LEGAIS: 02 ESPÉCIES.

PRESUNÇÕES RELATIVAS OU IURIS


TANTUM
Admitem prova em sentido contrário.

Ex: imputabilidade presumida x laudo de


insanidade mental.
SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA
 Relação existente entre o JULGAMENTO da causa pelo juiz natural e
as PROVAS produzidas em juízo.

 SÃO BASICAMENTE TRÊS SISTEMAS.

a) Sistema da íntima/livre convicção;

b) Sistema da prova tarifada/prova legal;

c) Sistema da persuasão racional do juiz = livre


convencimento motivado.
SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA

 1º) SISTEMA DA ÍNTIMA/LIVRE


CONVICÇÃO;

 Outro nome: sistema da certeza moral do juiz;

 JUIZ é livre para valorar as provas, inclusive


aquelas que não se encontram nos autos;
SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA

 1º) SISTEMA DA ÍNTIMA/LIVRE


CONVICÇÃO;

 NÃO é obrigado a fundamentar seu


convencimento;

 Livre convicção (secunda conscientia).


SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA
 1º) SISTEMA DA ÍNTIMA / LIVRE
CONVICÇÃO;

 REGRA: NÃO foi adotado no ordenamento pátrio,

 CF, art. 93, inciso IX = todos os julgamentos dos órgãos do Poder


Judiciário serão PÚBLICOS, e FUNDAMENTADAS todas as
decisões, sob pena de nulidade.

 EXCEÇÃO: CF, art. 5º, XXXVIII = decisões dos jurados no tribunal


do júri, sigilo das votações e não fundamentação
SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA
 2º) SISTEMA DA PROVA TARIFADA / PROVA
LEGAL;

 Também conhecido como SISTEMA DAS


REGRAS LEGAIS, DA CERTEZA MORAL DO
LEGISLADOR ou da PROVA LEGAL;

 Próprio do sistema inquisitivo;


SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA
 2º) SISTEMA DA PROVA TARIFADA / PROVA
LEGAL;

 DETERMINADOS MEIOS DE PROVA TÊM


VALOR PROBATÓRIO FIXADO EM ABSTRATO
PELO LEGISLADOR;

 Magistrado cabe tão somente apreciar o conjunto


probatório e lhe atribuir o valor conforme
estabelecido pela LEI.
SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA
 2º) SISTEMA DA PROVA TARIFADA / PROVA LEGAL;
 REGRA: Não adotado pelo nosso ordenamento.

 EXCEÇÃO:

 CPP, art. 158 “quando a infração deixar VESTÍGIOS, será


INDISPENSÁVEL O EXAME DE CORPO DE DELITO, direto ou
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado”

 CPP, p.ú. art. 155 “SOMENTE quanto ao ESTADO DAS PESSOAS


serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil.”.
Ex: Réu morto, só pode ser comprovado por certidão de óbito, por
testemunha NÃO.
SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA
 3º) SISTEMA DA PERSUASÃO RACIONAL DO
JUIZ (LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO)

 REGRA: É esse o sistema adotado pelo


ordenamento pátrio.

 Ex: CF, art. 93, inciso IX, exige que todas as decisões
do Poder Judiciário sejam fundamentadas, sob pena
de nulidade.
SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA
 3º) SISTEMA DA PERSUASÃO RACIONAL DO JUIZ
(LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO)

 CPP, Art. 155:

“O juiz formará sua convicção pela LIVRE APRECIAÇÃO


DA PROVA produzida em contraditório judicial, não podendo
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas”.
SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA
 3º) SISTEMA DA PERSUASÃO RACIONAL DO
JUIZ (LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO)

 O magistrado tem ampla liberdade na valoração


das provas constantes dos autos;

id quod non est in actis non est in mundus – o


que não está nos autos não existe
SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA
 3º) SISTEMA DA PERSUASÃO RACIONAL DO
JUIZ (LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO)

 A provas têm, legal e abstratamente, o mesmo


valor;

 Julgador é obrigado a fundamentar sua decisão.


ÔNUS DA PROVA
 CONCEITO: latim – onus – e significa CARGA, FARDO
ou PESO.

 É o ENCARGO que as partes têm de provar, pelos


meios legais e moralmente admissíveis, a veracidade das
afirmações por elas formuladas ao longo do processo;

 SIM = dever ou obrigação


 NÃO = interesse e liberdade.
ÔNUS DA PROVA

 CPP, ARTIGO 156 E


SEGUINTES.

Art. 156. A PROVA DA


ALEGAÇÃO INCUMBIRÁ A
QUEM A FIZER [...].
ÔNUS DA PROVA: SUBJETIVO
 REGRA: é da ACUSAÇÃO, que apresenta a
imputação em juízo através da denúncia ou da queixa-
crime;

 Princípio constitucional da PRESUNÇÃO DE


INOCÊNCIA;

 Princípio do IN DUBIO PRO REO.


ÔNUS DA PROVA: SUBJETIVO
 EXCEÇÃO: é da DEFESA, alega, em seu benefício, algum fato que
propiciará a:

 EXCLUSÃO DA ILICITUDE, artigo 23 do CP: Estado de


necessidade, Legítima defesa e Estrito cumprimento do
dever legal ou exercício regular de um direito;

 EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE: menoridade, doença


mental ou retardo, obediência hierárquica e etc.
ÔNUS DA PROVA: ÁLIBI
 Etimologicamente: duas ideias: al, “outro”, e ibi, “lugar”,
significando “EM OUTRA PARTE”, “EM OUTRO LOCAL”.

 Representa toda alegação fática feita pelo acusado visando


demonstrar a IMPOSSIBILIDADE MATERIAL de ter
participado do crime.

 PROVA NEGATIVA = visa a negar, desconstituir as provas em


que se funda a acusação.

 Ônus de provar = defesa


ÔNUS DA PROVA: OBJETIVO

 PRODUÇÃO DE PROVA EX OFÍCIO:

 Decorrência natural dos PRINCÍPIOS:

 Da VERDADE REAL;

 Do IMPULSO OFICIAL.
PRODUÇÃO DE PROVA PELO JUIZ

Art. 156. [...] facultado ao juiz DE OFÍCIO:

I – ordenar, mesmo ANTES de iniciada a ação


penal, a PRODUÇÃO ANTECIPADA DE
PROVAS consideradas URGENTES e
RELEVANTES, observando a necessidade,
adequação e proporcionalidade da medida;
PRODUÇÃO DE PROVA PELO JUIZ

Art. 156. [...] facultado ao juiz DE OFÍCIO:

II – determinar, no CURSO da instrução,


ou ANTES de proferir sentença, a
realização de DILIGÊNCIAS para dirimir
dúvida sobre ponto relevante.
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
 Crime de lavagem de capitais – bloqueia bens e valores,
tem que provar a licitude (que não foi proveito da lavagem).

 Pessoa presa quando dirigia um veículo roubado – tem que


provar a inocência quanto ao possível furto/roubo/receptação;

 Pessoa flagrada com certa quantidade de entorpecentes,


provar que era para uso e não para o tráfico
PRINCÍPIOS REGENTES NA ATIVIDADE
PROBATÓRIA
1) Princípio da não autoincriminação.

2) Princípio da comunhão ou aquisição dos meios


de prova.

3) Princípio da audiência contraditória

4) Princípio da autorresponsabilidade das partes.


PRINCÍPIOS REGENTES NA ATIVIDADE
PROBATÓRIA
5) Princípio do livre convencimento motivado

6) Princípio da oralidade

7) Princípio da publicidade

8) Princípio da concentração
PRINCÍPIOS REGENTES NA ATIVIDADE
PROBATÓRIA
1) PRINCÍPIO DA NÃO AUTOINCRIMINAÇÃO:

Brocardo latino: nemo tenetur se detegere.

O acusado NÃO pode ser obrigado a PRODUZIR PROVAS CONTRA


SI MESMO.

Esse princípio é fundamento para o direito constitucional ao SILÊNCIO.

 CF, Art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da
família e de advogado;"
PRINCÍPIOS REGENTES NA ATIVIDADE
PROBATÓRIA
1) PRINCÍPIO DA NÃO AUTOINCRIMINAÇÃO:

CPP, "Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro


teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o
interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de NÃO responder
perguntas que lhe forem formuladas.

Parágrafo único. O silêncio, que NÃO importará em confissão, NÃO


poderá ser interpretado em prejuízo da defesa. (...)

Art. 198. O silêncio do acusado NÃO importará confissão, mas poderá


constituir elemento para a formação do convencimento do juiz."
PRINCÍPIOS REGENTES NA ATIVIDADE
PROBATÓRIA
2) PRINCÍPIO DA COMUNHÃO OU
AQUISIÇÃO DOS MEIOS DE PROVA:

A prova, conquanto seja produzida por uma ou outra


parte, ou mesmo por determinação ex officio do
próprio juiz, UMA VEZ INTEGRADA AOS
AUTOS, PASSA A SERVIR
INDISTINTAMENTE AO JUÍZO, e não a quem
as produziu.
PRINCÍPIOS REGENTES NA ATIVIDADE
PROBATÓRIA
3) PRINCÍPIO DA AUDIÊNCIA CONTRADITÓRIA:

 Princípio do contraditório = CF, art. 5º, LV;

 Toda prova trazida aos autos deve ser SUBMETIDA À


OUTRA PARTE, que terá direito de conhecer seu teor e
impugná-la, caso queira, e de oferecer contraprova.

 IGUALDADE DE OPORTUNIDADE, entre as partes, no


intuito de influir no convencimento do julgador.
PRINCÍPIOS REGENTES NA ATIVIDADE
PROBATÓRIA
4) PRINCÍPIO DA
AUTORRESPONSABILIDADE DAS
PARTES:

 É princípio que se relaciona intimamente com a


questão do ônus da prova;

 Compete às partes produzir as provas dos fatos


ou alegações que lhes favoreçam.
PRINCÍPIOS REGENTES NA ATIVIDADE
PROBATÓRIA
5) PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO
MOTIVADO:

É dirigido ao JULGADOR na prática de atos de


conteúdo decisório:

 Valorar os elementos probatórios de acordo com a


sua convicção,

 Liberto de parâmetros legais,


PRINCÍPIOS REGENTES NA ATIVIDADE
PROBATÓRIA
5) PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO
MOTIVADO

 Por meio da apreciação racional dos elementos


disponíveis,

 Fundamentando sua decisão,

 Indicando os elementos de prova preponderantes na


formação de seu convencimento.
PRINCÍPIOS REGENTES NA ATIVIDADE
PROBATÓRIA
6) PRINCÍPIO DA ORALIDADE

 prefere-se a palavra FALADA sobre os escritos;

 Regem principalmente as provas produzidas em


AUDIÊNCIA,

 Os depoimentos são, tanto quanto possível, prestados


oralmente, permitindo-se apenas em casos excepcionais seja
prestado por escrito.
PRINCÍPIOS REGENTES NA ATIVIDADE
PROBATÓRIA
7) PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

 Determina que a instrução criminal seja


PÚBLICA, assim como o restante dos
atos processuais, salvo as exceções
legais (art. 792, § 1º, do CPP).
PRINCÍPIOS REGENTES NA ATIVIDADE
PROBATÓRIA
7) PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: CPP

Art. 792. As AUDIÊNCIAS, SESSÕES E OS ATOS PROCESSUAIS serão, em


regra, PÚBLICOS e se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, com
assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro,
em dia e hora certos, ou previamente designados.

§ 1o Se da PUBLICIDADE da audiência, da sessão ou do ato processual,


puder resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da
ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a
requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja
realizado a portas fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar
presentes.
PRINCÍPIOS REGENTES NA ATIVIDADE
PROBATÓRIA
8) PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO

 As provas, tanto quanto possível, DEVERÃO


SER PRODUZIDAS EM AUDIÊNCIA,

 Salvo nas hipóteses de urgência ou de


necessidade de realização antecipada.
PRINCÍPIOS REGENTES NA ATIVIDADE
PROBATÓRIA
1. PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO

Art. 400. Na AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO, a ser


realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de
declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela
acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste
Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao
reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o
acusado.

§ 1o As PROVAS SERÃO PRODUZIDAS NUMA SÓ AUDIÊNCIA,


podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou
protelatórias.
PROVA: FONTE

CONCEITO: As pessoas ou coisas das


quais se consegue a prova;

 Tudo aquilo que possa servir para


esclarecer acerca do fato.
PROVA: FONTE

CLASSIFICAÇÃO:

 FONTES PESSOAIS (ofendido, peritos,


acusado, testemunhas);

 FONTES REAIS (documentos, em sentido


amplo).
PROVA: MEIO DE PROVA
CONCEITO: São todos os RECURSOS, diretos ou indiretos, utilizados para
alcançar a verdade dos fatos no processo.

 São os INSTRUMENTOS através dos quais as fontes de prova são


introduzidas no processo.

 FONTES DE PROVA = são anteriores ao processo e extraprocessuais;

 MEIOS DE PROVA = somente existem no processo – endoprocessual


(perante o juiz, com o conhecimento e a participação das partes).
PROVA: MEIO DE PROVA
DOIS TIPOS:

 LÍCITAS – que são admitidos pelo ordenamento.

 ILÍCITAS – contrários ao ordenamento / imorais,


antiéticos, atentatórios à dignidade e à liberdade da
pessoa humana e aos bons costumes, bem como os
contrários aos princípios gerais de direito.
PROVA ILÍCITA NA CARTA MAGNA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à LIBERDADE, à IGUALDADE, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

LVI - são inadmissíveis, no processo, AS PROVAS


OBTIDAS POR MEIOS ILÍCITOS.
PROVA ILÍCITA

CPP:

Art. 157. São INADMISSÍVEIS, devendo ser


desentranhadas do processo, as provas
ILÍCITAS, assim entendidas as obtidas em
violação a NORMAS CONSTITUCIONAIS
ou LEGAIS.
PROVA ILÍCITA

 A Lei 11.690/2008, modificou o conteúdo do art. 157 do


CPP,

PROVAS ILÍCITAS = gênero

ESPÉCIES: as obtidas em violação a normas


CONSTITUCIONAIS ou LEGAIS.
PROVA ILÍCITA
Exemplos de violações constitucionais:

 violação do domicílio (art. 5º, XI);

 sigilo das comunicações (art. 5º, XII);

 tortura e tratamento desumano ou degradante (art. 5º, III);

 Do desrespeito à integridade física e moral do preso (art. 5º,


XLIX),
PROVA ILÍCITA

Afrontam qualquer norma da legislação ordinária = penal


+ processual penal.

NORMA PENAL = (ex.: confissão obtida por tortura, Lei


9.455/97)

NORMA PROCESSUAL PENAL = (ex.: laudo


produzido por um só perito não oficial)
PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO

CPP Art. 157. [...]

§ 1o São TAMBÉM INADMISSÍVEIS AS PROVAS


DERIVADAS DAS ILÍCITAS, SALVO quando NÃO
evidenciado o NEXO DE CAUSALIDADE entre umas e
outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por
uma FONTE INDEPENDENTE das primeiras.
PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO
TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE ENVENENADA

 ILICITUDE também se ESTENDE às provas que dela


derivam

 Não obstante produzidos, validamente, em momento


posterior, encontram-se afetados pelo vício da ilicitude
originária, que a eles se transmite, contaminando-os, por
EFEITO DE REPERCUSSÃO CAUSAL.
PROVA ILÍCITA: FONTE INDEPENDENTE

CPP Art. 157. [...]

§ 2º - Considera-se FONTE INDEPENDENTE


aquela que POR SI SÓ, seguindo os trâmites
típicos e de praxe, próprios da investigação ou
instrução criminal, SERIA CAPAZ DE
CONDUZIR AO FATO OBJETO DA PROVA.
PROVA ILÍCITA: FONTE INDEPENDENTE
A PROVA ORIGINÁRIA DE FONTE INDEPENDENTE NÃO
SE MACULA PELA ILICITUDE EXISTENTE EM PROVA
CORRELATA.

 PROVA ILÍCITA = escuta clandestina, logo, ILEGAL, obtém-


se a localização de um documento incriminador em relação ao
indiciado.

 PROVA LÍCITA = Ocorre que, uma testemunha, depondo


regularmente, também indicou à polícia o lugar onde se
encontrava o referido documento.
PROVA ILÍCITA: DESENTRANHAMENTO +
ACOMPANHAMENTO DAS PARTES.

CPP Art. 157. [...]

§ 3º - PRECLUSA a decisão de desentranhamento


da prova declarada inadmissível, esta será
INUTILIZADA POR DECISÃO JUDICIAL,
FACULTADO às partes acompanhar o incidente.
PROVA ILÍCITA: IMPARCIALIDADE E
NÃO CONTAMINAÇÃO DO JULGADOR.

CPP Art. 157. [...]

§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da


prova declarada inadmissível NÃO
PODERÁ PROFERIR A SENTENÇA OU
ACÓRDÃO.
FIM...

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