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PROVAS

Art.155 – 250 CPP

1.0 TEORIA GERAL DA PROVA (Art.155-157)


É tudo aquilo que é levado aos autos, com o intuito de convencer o Magistrado, quanto
a dinâmica dos fatos, que integram a demanda penal.
1.1 DESTINATÁRIOS
Direto / Imediato → Juiz
Indireto / Mediato → As Partes, ante a legitimação do sistema, acabo por evitar
vingança privada.
1.2 NOVA ANÁLISE
Para Nucci, o vocábulo prova pode admitir as seguintes acepções:
→ Ato de provar, o foco é a exatidão entre os elementos empregados para a
demonstração do fato.
→ Meio probatório, é o instrumento empregado para produzir a prova pretendida.
→ Resultado da ação de provar, seria o convencimento da autoridade judicante.
1.3 NATUREZA JURÍDICA DA PROVA
Na visão de Paulo Rangel, a prova é um direito SUBJETIVO!
Estando intimamente ligado ao exercício da ação ou construção da atividade defensiva.
1.4 OBJETO
1.4.1 Objeto DA Prova

Ligada a ideia de relevÂncia, ou seja, o que é relevante provar? Os fatos, seja aduzidos
na inicial acusatória, ou os que estão sendo resistidos na defesa.
1.4.2 Objeto DE Prova
Aqui estamos ligado a pertinÊncia, ou seja, o que é necessário ou não provar, de
acordo com disposição legal.
OBS. Hipóteses de dispensa probatória:
a) direito FEDERAL
Direito Estadual / Municipal / Estrangeiro / Consuetudinário, demandam prova de
existência e vigência;
b) os FATOS NOTÓRIOS (sinônimo de verdade sabida):
Aquele dominado por parcela significativa da população medianamente informada,
exemplo: feriados nacionais;
c) FATOS AXIOMÁTICOS OU INTUITIVOS:
São aqueles que se auto demonstram por sua evidência, exemplo: encontrada ossada
humana, por óbvio, é desnecessário provar a existência da morte, vamos analisar o que
causou a morte;
d) PRESUNÇÕES
Seria a conclusão extraída de um raciocínio lógico, pela observação do que
normalmente acontece.
O que nos interessa são as MODALIDADES:
→ Homnis, ela é extraída do nosso cotidiano, NÃO tem impacto legal.
→ Juris / Legal, ela é o que nos interessa, é aquela positivada em lei como expressão
de verdade.
OBS. Classificação da Presunção Juris:
I – Presunção legal ABSOLUTA (Juris Et de Jure): seria aquela que não tolera prova
em sentido contrário, exemplo – inimputabilidade dos menores de 18 anos.
II – Presunção legal RELATIVA (Juris Tantum): é aquela que admite prova em
sentido contrário, leia-se, ela inverte o ônus da prova, exemplo – presunção de
idoneidade dos atos praticados por funcionário público.
1.5 MEIOS DE PROVA
São as ferramentas empregadas para produzir a prova e encaminhá-la ao conhecimento
do julgador.
1.5.1 Classificação da Prova em Razão da Regulação do Meio
a) Prova NOMINADA
É aquela cujo meio está contemplado na legislação processual penal (art.158 – 250 CPP
e legislação especial).
b) Prova INOMINADA
É aquela que ainda não foi regulada pelo legislador, exemplo: perícia realizada no áudio
de Temer, com o intuito de identificar se o áudio que Batista fez era Temer, o nome
dessa perícia é clichê fônico.
OBS. Podemos utilizar provas nominadas e inominadas, inexistindo hierarquia entre
elas.
1.5.2 Justificativa principiológica para a ampla utilização probatória
a) Princípio da LIBERDADE NA PRODUÇÃO PROBATÓRIA
Temos assegurada a ampla produção probatória, admitindo-se provas nominadas e
inominadas que estão em pé de igualdade! (Item VII da exposição de motivos do CPP /
Art.93 CRFB / Art.155 CPP)
b) Princípio da VERDADE REAL / VERDADE MATERIAL
O Juiz criminal não vai se conformar com meras especulações de verdade, pois o
processo almeja reconstruir com exatidão, o que de fato ocorreu no momento do crime.
O dogma da verdade real, justificou a iniciativa probatória do Juiz, fomentada pelo
art.156 CPP
c) Princípio da VERDADE PROCESSUAL / DA VERDADE HUMANAMENTE
POSSÍVEL
O resultado do processo deve ser consentâneo com a imparcialidade do juiz, paridade de
armas, contraditório e ampla defesa, devido processo legal, o que acaba por traduzir a
verdade processual, obtidas por meio da análise das regras dos jogos.
Atendemos o respeito ao sistema acusatório.
O Art.3-A do CPP, ainda suspenso por deliberação do STF, trilha o mesmo caminho,
apontando que o Juiz não pode substituir o MP na produção probatória e que não deve
agir ex ofício na investigação.
1.6 LIMITAÇÕES A LIBERDADE DE PRODUÇÃO DE PROVA
O legislador promoveu diversas limitações, amparado na lógica da proporcionalidade.
1.6.1 Hipóteses
a) Demonstração do Estado Civil das Pessoas
Tal demonstração exige o atendimento ao comando da legislação civil (Art.155 CPP).
Ou seja, é necessário demonstrar certidão.
OBS. De acordo com S 74 STJ, a demonstração da menoridade exige documento
idôneo.
b) Vedação da prova ilícita (Art.5,LVI CRFB / art.157 CPP)
b.1) Conceito Doutrinário
Para Ada Pellegrini, adotando a doutrina francesa do Pietro Nuvolone, temos um gênero
chamado de prova VEDADA ou PROIBIDA, do qual extraímos as seguintes
espécies:
I – Prova ILÍCITA
É aquela que viola o direito MATERIAL, leia-se o CP / Legislação Penal Especial /
Princípios Constitucionais Penais.
Exemplo – Confissão, mediante tortura.
II – Prova ILEGÍTIMA
É aquela que viola o direito PROCESSUAL PENAL, leia-se o CPP / Legislação
Processual Penal Especial / Princípios Constitucionais Processuais Penais.
OBS. Impactos:
Prova ILÍCITA Prova ILEGÍTIMA
Ofensa ao direito MATERIAL Ofensa ao direito PROCESSUAL PENAL
Sua produção, se dar em momento anterior ou Por outro lado, em regra, é produzida, no
concomitante ao processo, mas FORA DOS transcorrer da instrução, dentro da ritualística
AUTOS! do procedimento.
De acordo com o art.5,LVI CRFB, a prova ilícita O ato processual será declarado nulo! E a
não deve ser admitida nos autos! Caso ocorra, dimensão do vício é definida pelo Juiz. Sendo
será desentranhada e destruída. (Art.157,§3 possível que ele seja refeito.
CPP)

b.2) Conceito Legal


De acordo com o art.157 CPP, não foi adotado a dicotomia doutrinária.
Logo, é prova ilícita, quando ela viola a norma, seja constitucional ou
infraconstitucional, pouco importa, material ou processual.
b.3) Teoria Sobre a Utilização (Ou não) das Provas ILÍCITAS
I – Teoria da Proporcionalidade / Teoria da Razoabilidade / Teoria do Sacrifício
No aparente conflito entre bens jurídicos relevantes, deve o intérprete dar prevalência ao
de maior importância.
Com essa vertente, admitimos a prova ilícita pro reo.
I.I Origem
É de origem Alemã, pós 2 Guerra Mundial.
Sendo levada aos EUA, e importada ao Brasil por meio da Suprema Corte brasileira.
I.II Proporcionalidade “Pro Sociedade” ou Pro Societate

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