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a) Sistema da íntima convicção: O juiz decide como quer e não precisa motivar (Não é o sistema adotado, SALVO no
júri para os jurados).
b) Sistema da prova legal ou tarifada: As provas têm valor pré-definido, ou, ainda, cada fato se prova de
determinada forma - Fruto desse sistema é a expressão “A confissão é a rainha das provas”. Como regra, tal sistema
não existe no Brasil, mas há resquício dele, como no Art. 158 do CPP (Obrigatoriedade do exame de corpo de delito
nos crimes que deixam vestígios).
c) Sistema do livre convencimento motivado ou persuasão racional: O juiz é livre para decidir como melhor
entender, mas precisa motivar suas decisões (Art. 155 do CPP e Art. 93, IX da CF/88).
Atenção: A regra é a liberdade probatória (as partes têm ampla liberdade probatória). Exceção: Somente quanto ao
estado civil das pessoas serão observadas as restrições da lei civil (Conforme Art. 155, parágrafo único do CPP -
Atentar que este também é resquício de prova legal).
Exemplos: A morte se comprova com a certidão de óbito, o casamento com a certidão de casamento, a filiação com
a certidão de nascimento.
2) Ônus da prova (Art. 156):
3.1) Noção:
Poderes instrutórios significam a possibilidade de o juiz produzir prova de ofício.
Atenção: Posição minoritária sustenta que os poderes instrutórios do juiz violam o sistema acusatório, pois o juiz
passa a assumir a função de parte (Aury Lopes Jr).
3.2) Cabimento (Art. 156 CPP):
I - Pode produzir prova de ofício antes de iniciada a ação penal (no IP, portanto), desde que seja urgente e relevante,
observada a adequação, a necessidade e a proporcionalidade da medida.
II - Pode produzir prova de ofício durante a instrução, ou antes de proferir sentença, se houver dúvida sobre ponto
relevante.
Há posição minoritária que diz que esse inciso II viola a presunção de inocência, pois o juiz deveria absolver em caso
de dúvida (na verdade sustentam que violaria o in dúbio pro reo).
4) Prova Ilícita (Art. 157 do CPP e Art. 5º, LVI da CF/88):
4.1) Premissa:
Não aceitação do princípio do malle captum bene retentum - Esta expressão significa que, embora mal colhida, a
prova deva ser conservada, ou seja, pune-se quem produziu a prova de maneira inadequada, mas ela fica mantida
nos autos.
Caso: Esse foi o caso do ex-presidente Collor. Policiais entraram na casa do PC Faria sem mandado, apreenderam
seu computador e dali decorreram todas as provas contra o Collor. Tudo foi considerado prova ilícita, o que
fundamentou a absolvição do ex-presidente.
Atenção: No Art. 157, §1º do CPP é usado o nome da teoria da fonte independente, e no §2º está positivado o
conteúdo da descoberta inevitável.
PROVAS EM ESPÉCIE - Exame de corpo de delito e outras perícias (Art. 158 a 184 CPP):
1) Obrigatoriedade (Art. 158):
O exame de corpo de delito direto ou indireto é obrigatório nas infrações que deixam vestígio, não podendo supri-lo
a confissão do acusado.
Atenção: É a única perícia que o juiz não pode indeferir.
1.1) Exame de corpo de delito direto e indireto:
a) ECD Direto: É o que recai diretamente sobre os vestígios do crime. Exemplo: Autopsia (atécnico - na verdade é a
necropsia).
b) ECD Indireto: Há duas posições.
b.1) Minoritária: O ECD indireto é a atuação dos peritos de maneira indireta sobre outros elementos (Guilherme
Nucci).
b.2) Majoritária: É a atuação dos peritos ou a prova testemunhal, nos termos do Art. 167 (Se os vestígios
desaparecerem, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta). É a posição do STF.
OBS: Professor aponta que a posição do STF, apesar de majoritária e a que deve ser seguida para o concurso, está
equivocada. Testemunha não pode ser confundida com perito.
2) Peritos (Art. 159):
Somente atuam a partir de sua admissão pelo juiz e após a elaboração do laudo oficial.
Atenção: A principal função do assistente técnico, no sistema atual, é a de avaliar o trabalho do perito.
Atuação do assistente técnico (Art. 159, §5º, II):
Ele apresenta parecer no prazo fixado pelo juiz OU será inquirido em audiência.
4) Considerações Finais:
4.1) ECD no caso de lesão corporal que acarrete incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias (Art.
168, §2º do CPP):
Fato 1º laudo 2º laudo
30 dias após o fato
Atenção: A prova testemunhal poderá suprir a falta do 2º laudo.
4.2) Imputação e ECD:
a) Regra: Como regra é possível oferecer a denúncia ou queixa sem o exame de corpo de delito.
b) Exceção: Nos crimes contra a propriedade imaterial (Art. 525 CPP).
INTERROGATÓRIO (Art. 185 a 196 CPP):
1) Obrigatoriedade:
O interrogatório é obrigatório.
O artigo 185 utiliza a expressão “será” e com isso torna obrigatório o interrogatório.
Atenção: Citado pessoalmente o acusado não comparece e só é encontrado após a sentença, antes do julgamento
da apelação. Neste caso, o interrogatório pode se dar de duas formas:
a) Pelo próprio relator da apelação; OU
b) Pelo juiz, por carta de ordem (instrumento utilizado pela 2ª instância para determinar a realização de ato
processual pelo juiz a quo).
2) Posição do interrogatório na audiência:
a) Só é realizada no caso de réu preso (não existe videoconferência para réu solto).
b) As partes devem ser intimadas com 10 dias de antecedência em relação ao ato.
c) Cabimento: Rol taxativo no Art. 185, §2º do CPP - são as hipóteses:
I) Prevenir risco à segurança pública; Fundada suspeita de integrar organização criminosa (não precisa ter sido
condenado); Por outra razão, possa fugir durante o deslocamento.
II) Para viabilizar a participação do réu, se por circunstância pessoal não puder comparecer;
III) Para evitar que a testemunha seja constrangida (Atenção: A primeira opção é ouvir a testemunha por
videoconferência. Se isso não for possível, ai sim ouve-se o réu por videoconferência);
IV) Por gravíssima questão de ordem pública.
5) Procedimento do interrogatório (Arts. 186 a 190 do CPP):
Posição majoritária da doutrina aponta tratar-se de meio de defesa. Nucci entende tratar-se de meio de defesa e
fonte de prova.
CONFISSÃO (Arts. 197 a 200 do CPP):
1) Classificação:
A confissão é RETRATÁVEL (sujeito pode voltar atrás sobre sua confissão) e DIVISÍVEL (pode voltar atrás de parte de
sua confissão anterior).
OFENDIDO (Art. 201 do CPP):
1) Obrigatoriedade:
Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para tratamento psicológico, a expensas do acusado
ou do Estado.
RECONHECIMENTO DE PESSOAS OU COISAS (Arts. 226 a 228 do CPP):
1) Objeto (quem pode ser reconhecido):
A acareação será possível sempre que houver divergência sobre fato ou circunstância relevante.
Atenção: O pressuposto da acareação é que todos já tenham prestado depoimento.
3) Procedimento da acareação (Art. 229 do CPP):
a) Qualificação da testemunha:
Atenção: Se houver dúvida sobre a identidade ela será ouvida mesmo assim, nos termos do Art. 205 do CPP (ouve-
se a testemunha e depois confirma a sua identidade).
b) Contradita:
É o procedimento para afastar a testemunha.
Ocorre logo após a qualificação, sob pena de preclusão.
c) Rejeitada a contradita, ou se não ocorrer, ocorrerá a advertência, ou seja, tem o dever de dizer a verdade (Art.
210).
d) Após vem as perguntas com o chamado cross examination.
5.1) Cross Examination (Art. 212 do CPP):
As partes perguntam diretamente para a testemunha, e o juiz é o último a perguntar.
Atenção: O juiz pode indeferir as perguntas irrelevantes, impertinentes, repetidas ou que induzam resposta.
Atenção: Para o STF, se o juiz for o primeiro a perguntar haverá, quando muito, nulidade RELATIVA (RHC 110623/DF
- Rel. Min. Ricardo lewandowski - J. 13.03.12).
Exceção: No plenário do júri, o juiz é o primeiro a perguntar, nos termos do Art. 473 do CPP.
Atenção: O jurado pergunta por meio do juiz.
a) Doutrina Clássica: A B&A é uma medida cautelar probatória (mais solicitada em concurso).
b) Doutrina Moderna: A B&A configura meio de obtenção de prova.
2) Previsão legal / constitucional: Art. 5º, XI da CF/88 e Art. 240 do CPP.
Não precisa de mandado, basta que haja fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos
mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior -§1º do Art. 240 - conforme disposição do Art. 240, §2º
do CPP.
Atenção: A busca e apreensão pessoal em mulher deve ser feita por outra mulher (é a regra), SALVO se importar em
retardamento ou prejuízo da diligência (é a exceção), conforme Art. 249 do CPP.
4) Busca e Apreensão Domiciliar:
Segundo a CF/88, só pode ser feita de dia e com mandado, SALVO nos casos de: -flagrante;
-desastre;
-para prestar socorro;
-com o consentimento do morador.
Atenção: Nas exceções, a busca e apreensão domiciliar pode ser feita de dia, de noite, com ou sem mandado.
Atenção: O consentimento do morador pode ser retirado a qualquer tempo.
5) Conceito de domicílio / casa (Art. 150, §§ 4º e 5º do CP):
a) Conceito sociológico:
Noite é o período de repouso (não é o conceito adotado no Brasil).
b) Conceito geográfico (José Pimenta Bueno):
Dia é o período entre a aurora e o crepúsculo.
c) Conceito temporal (Bento de Faria e Eduardo Espínola):
Dia é o período que vai das 06h às 18h (é o que prevalece no Brasil).
Atenção: Esse é o período que se exige para iniciar a diligência, podendo obviamente ser estendida após o seu
decurso (desde que iniciada corretamente).
Cabimento da busca domiciliar: Art. 240, §1º do CPP.
7) Questões outras (Temas polêmicos):