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PRIMEIRA PROVA

RESUMÃO
DIREITO PROCESSUAL PENAL II

TEORIA GERAL DAS PROVAS

Provar: mostrar a veracidade de um enunciado sobre um fato tido por ocorrido

no mundo real.

Todos aqueles que devem formar sua convicção.

Destinatários:

Partes do processo (pertence a todos).

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos
Finalidade: esclarecer a verdade real dos fatos.
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não
repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008).
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições
Tipos: forma na lei civil.
estabelecidas

Direta: é aquela obtida através dos meios legais para sua produção;

Indireta: são aquelas produzidas a partir de relatos testemunhais ou

indícios de materialidade.

a) Princípio do Contraditório/Ampla Defesa: Vedação de condenação sem

provas produzidas no contraditório, ou seja, todas as provas produzidas no

Inquérito Policial deverão ser repetidas no processo, sendo garantidos o

contraditório e a ampla defesa.

 No caso das provas cautelares/irrepetíveis, estas não precisarão ser

repetidas no processo (Art. 155, CPP).


PRIMEIRA PROVA

b) Princípio da Vedação a Prova Ilícita: a prova obtida por meios ilícitos não será

aceita, de modo que maculará tudo aquilo que foi concebido por meio dela.

1. PRINCÍPIOS RELACIONADOS À PROVA

a) Proporcionalidade: não são ilimitadas as ações probatórias, de modo que o

juiz possuirá um limite de provas a serem produzidas. O juiz apenas, de

ofício, produzirá as provas úteis ao processo, nesse sentido, veda-se as

provas ilícitas, não havendo necessidade das protelatórias.

b) Comunhão da prova: as provas pertencem ao processo e não


exclusivamente a parte que as juntou.

c) Autorresponsabilidade: as partes são responsáveis criminalmente pelas

provas que produzirem no processo, ou seja, se a parte juntar um documento


falso, o ônus recairá sobre ele, exceto a testemunha.

d) Oralidade (art. 400, CPP): a maioria das provas devem ser produzidas em

apenas uma audiência, de forma oral.

Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no


prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de
declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela
acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222
deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às
acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se,
em seguida, o acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1 o As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz
indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 2 o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio
requerimento das partes.
PRIMEIRA PROVA

e) Liberdade Probatória: não existe um rol taxativo das provas que serão

produzidas no processo, de modo que, não sendo ilícitas e protelatórias,


poderão ser juntadas e apresentadas como instrumento processual.

f) Favor Rei: são os privilégios processuais em favor do acusado.

 In Dubio Pro Reo: vale pare tudo, menos para a primeira fase do júri;

 Absolvição por falta de provas;

 Vedação da Reformatio in Pejus: significa dizer que a situação do Réu


não pode piorar, desde que ele seja o único a recorrer, ou seja, caso

o Réu e o Promotor recorram, tal princípio não será válido mais, de

modo que o novo grau jurisdicional possa aumentar a pena do Réu.

g) Nemo Tenetur se Deterege (não autoincriminação):

 Abrange o direito de não produzir nenhuma prova incriminadora;

 A cooperação passiva não é protegida por esse princípio.

2. PROVAS CAUTELARES

É aquela que pode vir a se perder, de modo que o juiz decidirá no

deferimento da produção ou não.

Ex.: Interceptação telefônica.

3. PROVAS ANTECIPADAS

As provas antecipadas deverão ser requeridas quando houver chance de

elas serem perdidas. A diferença entre a prova antecipada e a prova cautelar, é

que nesta, o juiz, em audiência, colherá as provas.


PRIMEIRA PROVA

Ex.: a testemunha de um assassinato está hospitalizada com chance de vir a

óbito, não podendo esperar chegar à fase de instrução para que seja produzida

a prova testemunhal da forma correta. Nesse caso, cabe a produção antecipada

de provas.
4. PROVA NÃO REPETÍVEL

É aquela prova que não se repete, de modo que serão produzidas na fase

policial.

Ex.: exame de corpo de delito, pois até a fase instrutória, não existirão mais as
5. PROVA PERICIAL
marcas da violência causada.

a) Indispensável: em todos os crimes que deixarem vestígios, não podendo

ser substituída pela confissão do acusado.

A prova pericial pode ser feita de forma direta e indireta.

 Direta: é o exame realizado no próprio corpo de delito;

 Indireta: é através dos relatos da vítima, testemunhas e fotos.

b) Perito oficial: se for perito oficial, precisa-se de apenas um, mas se for um
perito não oficial, necessitará de dois;

c) Diferença entre corpo de delito para exame de corpo de delito: o corpo de

delito foi o objeto que sofreu a infração criminosa (o instrumento

também), sendo que exame de corpo de delito vai ser o procedimento de

análise, a perícia feita no corpo.

d) Perito ad hoc: o perito ad hoc não é oficial, precisando de dois para ser

válido o exame de delito. O laudo do perito ad hoc é suficiente para prisão

em flagrante, mas não é definitivo.


PRIMEIRA PROVA

e) Cadeia de custódia: é a que regula todo o sistema pericial, trazendo várias

etapas.

f) Prioridade:

 Mulher em violência doméstica;



 Criança;
 Adolescente; Idoso;
 Deficiente.

g) Assistente técnico:

 Não elabora laudo e só ingressa após autorização do juiz.

h) Laudo Pericial: é o resultado dos exames;

i) Exumação: trata-se da perícia do que já foi enterrado. A exumação não


depende de autorização da família.

 Delegado: o delegado pode ir de ofício

 Juiz: o juiz pode determinar que o delegado vá

j) Autópsia: apenas 6 horas após;

k) Exames locais;

l) Exames laboratoriais;

m) Exames de lesões;

 Juiz não está vinculado ao laudo, podendo aceita-lo ou rejeita-lo no todo


ou em parte;

 Juiz ou polícia podem negar quando for protelatória.

6. INTERROGATÓRIO – ART. 185, CPP

É um ato processual onde o acusado expressará sua autodefesa.


PRIMEIRA PROVA

a) Defensor constituído ou dativo: é obrigatório, não podendo ser feito sem

a presença do advogado, mesmo que o acusado não queira;

b) Preso:

 Sala própria, na unidade prisional que ele está;


 MP
 Desde que garantidas a segurança do juiz e do MP
Juiz

c) Via de regra será presencial;


Org.
d) Videoconferência (exceções para a presencial) Crim.
 Risco à segurança pública;

 Influência do réu: quando o réu tiver a capacidade de atrapalhar o


depoimento das testemunhas;

 Responder questão de ordem pública.

e) Intimação com 10 dias de antecedência: para informar que a audiência


será feita por videoconferência (gera nulidade);

f) Entrevista prévia e reservada: seja online ou presencial, o advogado terá o

direito de ter uma entrevista anterior e reservada com seu cliente (gera
nulidade absoluta);

g) Canais telefônicos em caso de videoconferência: para que o advogado


possa conversar de forma segura e privada com o acusado;

h) Ciência sobre o silêncio: o juiz precisa informar que o acusado tem o


direito de ficar falado, mas apenas na segunda parte do interrogatório,
pois ele será obrigado a falar na primeira parte do interrogatório.

 Total: é a negativa geral, de modo que o acusado ficará


completamente em silêncio;

 Parcial: não está expresso na lei, mas o acusado poderá escolher as


perguntas que irá responder.
PRIMEIRA PROVA

 OBS: o silêncio não poderá ser utilizado em prejuízo do acusado.

6.1. PRIMEIRA FASE DO INTERROGATÓRIO

 Nome;  Oportunidades sociais (se já estudou);


 Residência;  Se já foi preso
 Filhos;

 Meios de vida (o trabalho)

OBS: nessa primeira parte do interrogatório não existe o direito ao silêncio.

6.2. SEGUNDA FASE DO INTERROGATÓRIO

Art. 187, §2º

Sim
 Verdade à acusação

Não

Caso exista uma negação do acusado para a pergunta do magistrado, ele

precisará apontar e provar suas alegações.

§ 2o Na segunda parte será perguntado sobre:


 Ato privativo do Imagistrado
- ser verdadeira
; a acusação que lhe é feita;
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular
a que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser
imputada a prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes
da prática da infração ou depois dela;
Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e
circunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para a
infração, e quais sejam.
PRIMEIRA PROVA

 Havendo mais de um acusado o interrogatório será individual: com exceção

de que exista uma dúvida muito grande nas alegações e seja necessária uma

acareação, em que um acusado será posto de frente para outro para que

esclareçam as dúvidas.

 Surdo será perguntado por escrito e a resposta será oral;

 Mudo  pergunta oral  Resposta escrita;

 Surdo-mudo: escrito

7. CONFISSÃO

 Não é a rainha das provas: pois antigamente, a confissão do acusado

encerrava a investigação. Porém, atualmente, a confissão do acusado não é

mais uma vinculação para o convencimento do magistrado;

 Silêncio não importará em confissão: não existe o quem cala consente;


 Divisível: o acusado pode confessar vagarosamente, fracionando;

Retratável: o acusado poderá voltar atrás de tudo que ele disse;
 Simples: é aquela em que o sujeito reconhece a totalidade da acusação;
 Qualificada: é aquela em que o acusado admite o crime, mas invoca em seu

favor uma circunstância mais benéfica.

QUESTÃO DE
PROVA
OBS: no caso do crime de tráfico, o STJ firmou o entendimento de que para
que o acusado seja beneficiado com a atenuante da confissão, ele precisará
admitir na totalidade, ou seja, que a droga era dele e que o destino era o
PRIMEIRA PROVA

8. DECLARAÇÃO DO OFENDIDO

 Nos crimes sexuais: houve alteração depois de Mariana Ferrer, pois agora

nos crimes sexuais, a vítima tem o direito de prestar o depoimento de forma

mais humanizada;

 Aguardará em espaço reservado antes da audiência: o juiz perguntará a


vítima se ela se sente intimidada pelo réu;

 Será intimado no endereço indicado nos autos;

Audiência de Instrução e Julgamento

 Será comunicado Saída do Preso

Decisões

 Ausência injustificada;

Circunstâncias do fato

 Questões Suposto autor

Provas

 É o primeiro ato da Audiência de Instrução e Julgamento.

9. TESTEMUNHAS

 Honra de dizer a verdade: a testemunha tem o dever de falar a verdade, mas


o declarante não;

 Depoimento oral;

 Consulta a apontamentos: pequenas anotações, para se lembrar dos fatos;

 Toda pesca poderá;

 Dúvida sobre a identidade da vítima o juiz poderá verificar por meios


disponíveis.

SÃO PROIBIDOS DE DEPOR

 Função;
PRIMEIRA PROVA

 Ministério;

 Ofício;
Profissão.

Existe a proibição, mas podem ser desobrigados dessa proibição, de

modo que poderão escolher, dependendo do caso, testemunhar. Ex.: advogado,

pastor, médico, psicólogo.

PODEM RECUSAR

 Ascendente;

 Descendente;

 Cônjuge;

 Irmão;

 Filho.

São as testemunhas tem o poder de optar por testemunhar ou não. Salvo


caso seja a única pessoa que viu o crime.

 Juiz pode ouvir testemunhas adicionais (quantas ele quiser);

 Vedação de manifestações pessoais (especulação): só será proibido se for


possível desassociar do caso.;

 Contradita: é o ato pelo qual você impugna uma testemunha. São as

testemunhas duvidosas;

 Qualidade de testemunhas:

 8: rito ordinário

 5: rito sumário e lei de drogas

 3: sumaríssimo/JECRIM, Lei 9.099/95


PRIMEIRA PROVA

 Ausência injustificada: pode ocasionar em condução coercitiva com oficial

de justiça e apoio policial, bem como multa fixada pelo juiz para custear
as despesas que o Estado possuiu para trazer a testemunha;

 Carta precatória: se estiver fora da comarca;

 Carta rogatória: se estiver fora do país;

 Interprete: caso a testemunha seja surda, muda, surda-muda, deficiente

visual ou estrangeira, será requisitado um intérprete.

TESTEMUNHA ESPECIAL

 Presidente;  Membros do judiciário;


 Vice Presidente;  Ministros;
 Senadores;  Juízes;
 Deputados;  Tribunais de contas.
 Governadores;

 Prefeitos

A testemunha especial terá o direito de irem até ele fazer a oitiva da


testemunha.

 Testemunho por escrito

 Presidente;

 Vice presidente;

 Presidente do Senado;

 Presidente da Câmara;

 Presidente do STF;

 Neymar.

ARTIGOS: 155 até 225 do CPP (menos a cadeia de custódia)


SEGUNDA

RESUMÃO
DIREITO PROCESSUAL PENAL II

10. RECONHECIMENTO DE PESSOAS

a) Descrição prévia: a testemunha ou qualquer outra pessoa que vá fazer


o reconhecimento deverá descrever previamente a pessoa;

b) Colocar próximo a pessoas das mesmas características: se o criminoso

tiver sido descrevido como sendo uma pessoa negra, alta e tatuada, os

acusados que irem para o reconhecimento deverão ter características

parecidas;

c) Sala especial: a sala que esconde a pessoa que reconhecerá, será oferecida

preferencialmente;

d) Pessoas | objetos;

e) Foto – STJ: baralho de fotos, os policiais já sabem como é o acusado;

f) Retrato falado: o reconhecedor ditará as características ao perito, que


desenhará.

11. ACAREAÇÃO

a) Acusado  Acusado;

b) Testemunha  Testemunha;

c) Ofendido  Ofendido;

d) Carta precatória: quando as testemunhas forem ouvidas em comarcas

distintas e houver contradição, será enviada carta precatória para

dirimir a contradição.

OBS. 1: Não cabe acareação entre partes e autoridades;


OBS. 2: É apenas para os que divergirem nos depoimentos.
SEGUNDA

OBS. 3: Caso a testemunha seja pega em contradição na acareação, poderá ser responsabilizad
OBS. 4: a acareação pode ser feita em qualquer lugar, mas a sala secreta da acareação não e

12. DOCUMENTOS

a) Escritos: aqueles que não foram preparados para ser prova, mas que

serão utilizados como tal e também aqueles que já foram criados com o

intuito de ser prova;

Públicos
b) Papeis:

Particulares

c) Cartas: a exibição na defesa;

d) Letra | Firma: art. 235

e) Documento estrangeiro: para ser juntado não precisa ser traduzido. A

menos que seja para um fim específico. Ex.: sentença estrangeira precisa

ser traduzida.

13. DA BUSCA E APREENSÃO – ART. 240, CPP

 Domiciliar;

 Pessoal (baculejo).

OBS.: Um mandado de busca e apreensão poderá gerar uma prisão em


a) DOMICILIAR

 Reserva de jurisdição: só o juiz que poderá decretar a busca e apreensão;

 Requerimento/ofício: poderá ser expedido via requerimento ou de ofício;


SEGUNDA

OBS.: Até a defesa poderá requerer a busca e apreensão.

 Mandado escrito: caso o juiz esteja presente na busca e apreensão, não

será necessário o mandado em escrito, pois ele é o mandado.

OBJETIVO DA BUSCA – art. 240, CPP


 Apreender instrumentos do crime;

 Armas, munições...;

 Descobrir objetos necessárias a prova da instrução à defesa;

 Colher elementos de convicção;

Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.


§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a
OBS.: Via de regra, os documentos
autorizarem, para: na mão do advogado não poderão ser
DISPOSIÇÕES DOse
apreendidos, salvo MANDADO
a) prender – art.
criminosos;
o documento 243, CPP
constituir corpo de delito.
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e
objetos falsificados
 Motivos da diligência: deveráouestar
contrafeitos;
detalhado o que será buscado na
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática
busca; de crime ou destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu
poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo
possa ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção.
§ 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita
de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados
nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior.
SEGUNDA

 Indicação precisa: deve-se determinar o local e o morador que sofrerá;

 Escrivão e autoridade;

 Ordem de prisão: nesse sentido, deverá ser explicitada a ordem de prisão

no mandado, mostrando quem será preso.

BUSCA PESSOAL

 Fundada suspeita;

 Razões de segurança;

 Em mulher (preferencialmente).

Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não
A busca importar
realizada em retardamento ou prejuízo
boates e festas, da diligência.
feita por seguranças particulares é
invalida para meios probatórios.

BUSCA EM ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA (VIA DE REGRA, NÃO)


 Adv. coautor ou partícipe;

 Documentos fora da função do adv.;

 Objetos que servirão para o corpo de delito;

 Advogado não estiver na defesa;

 Será necessário a presença de representante da OAB.

14. PROCEDIMENTOS

Leva-se em consideração a pena abstrata. Audiência na forma do artigo

400 do CPP.

a) Ordinário: crime igual ou superior a 4 anos;

b) Sumário: crime cuja sanção máxima seja inferior a 4 anos e superior a 2;


SEGUNDA

c) Sumaríssimo (lei 9.099/95): crimes de menor potencial ofensivo, até 2 anos.

d) Rito do Júri: na primeira fase, 8 testemunhas. Na segunda fase (plenário),


5 testemunhas.

e) Rito de Tráfico: 5 testemunhas.

14.1. SUMARÍSSIMO

Infrações penais de menor potencial ofensivo, ou seja, as contravenções

penais e os crimes a que a lei comine sanção máxima não superior a 2 (dois)

anos, cumulados ou não (art. 394, III, CPP, c/c art. 61 da Lei. 9.099/95).

OBJETIVOS: reparar os danos sofridos pela vítima e priorizar a aplicação da


pena não privativa de liberdade (restritivas de direito e multas).

OBS: crimes de violência doméstica com vítima mulher, não serão


14.1.1. Princípios
abarcados (Art.
pelo rito 62, CPP)
sumaríssimo.
a) Oralidade: os atos realizados no juizado, preferencialmente, serão na
forma oral. Reduzem-se, a termo, apenas os atos considerados essenciais.

Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor


b) Simplicidade: a causapara responder
a ser pleiteadaà acusação,
em tal após o que o Juiz deverá
procedimento receberá,ser
ou não,
com
a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a
nível reduzido de complexidade, para que
vítima e as testemunhas se garanta
de acusação um
e defesa, julgamento
interrogando-se
a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente
justo. Assim, a simplicidade
aos debates do
oraisato é uniforme,
e à prolação ou seja, quanto mais
da sentença.
SEGUNDA

simples forem as causas, mais simples serão os procedimentos para

sanarem os conflitos.

Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que


preencherem as finalidades para as quais foram realizados,
atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.
c) Informalidade: o processo no Juizado Especial Criminal deve ser despido
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha
de formalidades, istohavido prejuízo.
significa dizer que, fica afastada a rigidez formal
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá
dos atos praticados perante o juizado.
ser solicitada por qualquer meio hábil de comunicação.
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos
havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência de
instrução e julgamento poderão ser gravados em fita
Ex.: é dispensado omagnética
relatório ou de sentença (art. 81, §3º); sentença for
equivalente.
d) Economia Processual:
confirmada busca-se
pelos seus própriosa realização de vários
fundamentos, atos processuais,
a súmula do julgamentono
servirá de acordão (art. 81 §5º).
menor espaço de tempo possível e de forma menos onerosa.

e) Celeridade: busca reduzir o tempo entre a prática da infração penal e a

decisão judicial, para dar uma resposta mais rápida à sociedade.

Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da


sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por turma
composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de
jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados
da ciência da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu
defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e o
SEGUNDA

pedido do recorrente.

f) Demais princípios que regulam o Direito Penal e o Processo Penal, tais

como: o contraditório e a ampla defesa, estado de inocência, devido

processo legal, imediata aplicação da nova lei processual, vedação das

provas ilícitas, entre outros.

14.1.2. Atos Processuais

a) Competência será do lugar do fato – art. 63;

b) Os atos serão realizados em qualquer dia, inclusive a noite – art. 64

c) Dos atos fora da comarca – art. 65, §3º

14.2. PROCEDIMENTO DO JURI

14.2.1. Princípios

 Sigilo das votações – 485 CPP

 Plenitude de defesa: é diferente de ampla defesa. A plenitude (apenas no

plenário, segunda fase), significa que as partes poderão utilizar TODOS

os meios lícitos.

 Soberania dos veredictos

 Cuidado no recurso, a apelação contra veredicto só existirá em duas

hipóteses: quando a pena for excessiva ou para marcar outro plenário

(quando o veredicto for contrário a uma prova do processo)

 Demais princípios do processo penal

14.2.2. Previsão Legal

 CF/88: art. 5º XXX, VIII;

 Crimes dolosos contra a vida.


SEGUNDA

14.2.3. Formação

 Sistema bifásico

 Instrução

 Plenário

14.2.4. Composição

 25 jurados: você pode, por meio da escusa de consciência, recusar ser

jurado, nesse sentido, por causa de religião, por exemplo;

 1 juiz presidente.

14.2.5. Função de Jurado

 Obrigatório: se foi sorteado, já era, ou vai ou paga multa;

 Serviço público relevante;

 + 18 anos;

 Notória idoneidade (na prática, sem antecedentes criminais).

 Multa de 1 a 10 salários mínimos. Caso em que ele analisará a situação


econômica do jurado para estabelecer a multa.

14.2.6. Isentos de Servir

 Presidente da República;

 Ministros de estado;

 Governador e secretário;

 Membros do congresso nacional;

 Membros da assembleia legislativa;

 Câmaras distritais;
SEGUNDA

 Câmaras municipais;

 Prefeitos;

 Autoridades e os servidores da polícia ou SSP;

 Militares em serviço (ativo);

 Maiores de 70 anos que requerer dispensa;

 Aqueles que demonstrarem justo impedimento.

14.2.7. São impedidos de servir no mesmo conselho

 Marido e mulher;

 Ascendente e descendente;

 Sogro, genro ou nora;

 Irmãos, cunhados durante o cunhadio;

 Tio e sobrinho;

 Padrasto, madrasta ou enteado;

14.2.8. Não poderá servir como jurado

 Funcionado em julgamento anterior;

OBS: caso houver um veredicto e o advogado recorrer e conseguir

remarcar o júri, não poderá ter algum jurado no novo conselho de

sentença;

 Concurso de pessoas: caso o processo de um crime com mais de um

acusado for desmembrado, pois um está foragido, os jurados que

funcionaram no júri de um dos acusados não poderão estar no júri deste

que antes estava foragido;

 Manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acusado.

14.2.9. Decisões da 1ª fase do júri


SEGUNDA

OBS: antes do plenário, trata-se da fase de conhecimento ou juízo de


admissibilidade.

OBS 2: a sentença que antecede o plenário tem natureza não terminativa.

 Juiz togado – preside e decide;

 Pronúncia – art. 413

É encaminhar o denunciado para o plenário, quando for identificado a

autoria e a materialidade, momento em que ele NÃO JULGA MÉRITO

E NEM RECONHECE CULPA.

Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado,


 Autoria ou deseparticipação
convencido da materialidade do fato e da existência de
indícios suficientes de autoria ou de participação.
 Materialidade

OBS: O juiz não pode utilizar excesso de linguagem técnica para


RESE (Recurso em Sentido Estrito, art. 581, CPP): é o recurso contra a pronúncia.
fundamentar perante os jurados.

 Impronúncia

 414, CPP

Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da


 Sem indíciosexistência
de autoriadeou indícios suficientes de autoria ou de
de participação;
participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o
acusado.
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da
punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa
SEGUNDA

 Sem indícios de materialidade.

 Absolvição sumária – 415, CPP

 Inexistência do fato;

 Não ser autor;

 Fato típico;

 Causa de isenção de pena.

 Desclassificação – 418, CPP

 Própria: de júri para júri.

Ex.: de homicídio doloso para infanticídio

 Imprópria: de júri para outra natureza

Ex.: de homicídio doloso para lesão corporal.

 RESE (Recurso em Sentido Estrito, art. 581, CPP): é o recurso cabível

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