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FÍSICA

FÍSICA

1 OSCILAÇÕES E ONDAS: MOVIMENTO


HARMÔNICO SIMPLES; ENERGIA NO
MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES;
ONDAS EM UMA CORDA; ENERGIA
TRANSMITIDA PELAS ONDAS; ONDAS
ESTACIONÁRIAS; EQUAÇÃO DE ONDA. Sistema Massa-Mola Comprimido

À medida que afastamos o bloco de massa m da posição


de equilíbrio, a força restauradora vai aumentando (estamos
Movimento harmônico simples, período, frequência, pêndu-
lo simples, Lei de Hooke, sistema massa-mola tomando o valor de X crescendo positivamente à direita do ponto
de equilíbrio e vice-versa), se empurramos o bloco de massa m
Movimento Harmônico Simples (MHS) para a esquerda da posição 0, uma força de sentido contrário e
proporcional ao deslocamento X surgirá tentando manter o bloco
Um dos comportamentos oscilatórios mais simples de se esten- na posição de equilíbrio 0.
der, sendo encontrado em vários sistemas, podendo ser estendido a Se dermos um puxão no bloco de massa m e o soltarmos ve-
muitos outros com variações é o Movimento Harmônico Simples remos o nosso sistema oscilando. Você teria ideia de por quê o
(M.H.S). nosso sistema oscila? Se haveria, e se sim, qual a relação da força
Muitos comportamentos oscilatórios surgem a partir da existên- restauradora e do fato de nosso sistema ficar oscilando?
cia de forças restauradoras que tendem a trazer ou manter sistemas Na tentativa de respondermos a essa pergunta começaremos
em certos estados ou posições, sendo essas forças restauradoras ba- discutindo o tipo de movimento realizado por nosso sistema mas-
sicamente do tipo forças elásticas, obedecendo, portanto, a Lei de sa-mola e a natureza matemática deste tipo de movimento.
Hooke (F = - kX). Perfil de um comportamento tipo M.H.S.
Um sistema conhecido que se comporta dessa maneira é o siste- Oscilando em torno de um ponto central, apresentando uma
ma massa-mola (veja a figura abaixo). Consiste de uma massa de va- variação de espaço maior nas proximidades do ponto central do
lor m, presa por uma das extremidades de uma certa mola de fator de que nas extremidades. Você saberia dizer qual o tipo de função
restauração k e cuja outra extremidade está ligada a um ponto fixo. representada em nosso esquema? Esse formato característico per-
tence a que tipo de funções?
Uma explicação para esse tipo de gráfico obtido poderia sair
de uma análise das forças existentes no sistema massa-mola, mes-
mo que a compreensão total da mesma somente possa ser entendi-
da a fundo a nível universitário.
Sabendo-se que a força aplicada no bloco m do nosso sistema
massa-mola na direção do eixo X será igual à força restauradora
Sistema Massa-Mola exercida pela mola sobre o bloco na posição X aonde o mesmo se
encontrar (3a. Lei de Newton) podemos escrever a seguinte equa-
Esse sistema possui um ponto de equilíbrio ao qual chamare- ção:
mos de ponto 0. Toda vez que tentamos tirar o nosso sistema desse F (X) = - kX
ponto 0, surge uma força restauradora (F = -kX) que tenta trazê-lo
de volta a situação inicial. Passando o segundo termo para o primeiro membro temos:
F (x) + kX = 0

Usando da 1a. Lei de Newton sabemos que F(X) = ma(X),


tendo nós agora:
ma(X) + kX = 0

Podemos perceber também que X = X(t) já que a posição de


Sistema Massa-Mola na Posição de Equilíbrio X varia com o tempo enquanto o nosso sistema oscila, ficando a
nossa equação:
ma(X(t)) + kX(t) = 0
É possível se ver em um curso de Cálculo Diferencial e Integral
a nível superior que em sistemas dependentes do tempo como este
podemos aplicar uma função de função chamada derivada aonde
podemos dizer que a(X(t)) = d^2X(t)/d^2t, ou seja, que a derivada
segunda de X em relação ao tempo é igual à aceleração de nosso sis-
tema. Tendo a nossa equação o seguinte aspecto agora: m(d2X(t)/d2t)
Sistema Massa-Mola Estendido + kX(t) = 0

Didatismo e Conhecimento 1
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Onde a solução desta equação sendo chamada de equação dife-
rencial é a função de movimento de nosso sistema massa-mola. Ape-
sar de não termos conhecimentos para resolve-la, comentários podem
ser feitos sobre a mesma para termos uma ideia de como se resolve.
Primeiro vamos tentar entender melhor o que seja uma derivada. Em
uma função você sempre dá um número e a função lhe devolve outro
número. A derivada que é uma função de função não é muito dife-
rente, você lhe dar uma função e ela lhe dá outra função. Sendo a
derivada segunda de uma função, o resultado depois de ter passado
duas vezes uma função por uma derivada. Passado esse ponto vamos
tentar entender melhor o que seja resolver uma equação diferencial.
Você sabe resolver uma equação de 2o. Grau não sabe? Pois bem,
você deve se lembrar que você tem algo do tipo: aX2 + bX + c2 = 0
E que a ideia de resolver a equação de segundo grau é encontrar
valores de X que satisfaçam a equação, ou seja, que se forem subs-
tituídos na expressão acima ela será igual a zero. Você se lembra do
procedimento do algoritmo, não?
delta = b2 - 4ac X = (-b ± ((delta)1/2))/2a M.C.U. eixo x produzindo um M.H.S.
Onde você encontra aos valores que satisfazem a equação de 2o. A função obtida é do tipo seno ou coseno.
Grau. Pois bem, a ideia de resolver uma equação diferencial não é O comportamento dessa equação de movimento pode ser mais
muito diferente, somente que em vez de valores você deverá encontrar bem compreendido ao tratarmos também outros parâmetros im-
as funções que satisfazem a equação diferencial, funções que quando portantes como a velocidade, a aceleração, a dinâmica e a energia
substituídas na equação diferencial no nosso caso dê uma expressão no M.H.S.
final igual a zero. Mesmo sem sabermos como resolver à equação, A partir da projeção do vetor velocidade no M.C.U. (usando
posso dizer que um conjunto de funções que a resolve são funções de um pouco de conhecimentos de trigonometria) também pode-
do tipo seno e coseno, o que corrobora muito bem com o esquema mos deduzir que a função velocidade também será do tipo seno ou
apresentado no começo da seção. coseno, sendo somente que v(t) = -wA sen(wt + ø) ou v(t) = wA
Em outras palavras, a nossa função de movimento X(t) terá a cos(wt + ø), o que também pode ser escrito v(t) = ±wX(t).
forma A cos(wt + ø) ou A sen(wt + ø), ou seja, X(t) = A cos(wt + ø) ou Em um curso de Cálculo Diferencial e Integral poderemos ver
X(t) = A sen(wt + ø). que a função velocidade é a derivada da função deslocamento em
Onde A é amplitude do nosso M.H.S, que seria o deslocamento relação ao tempo, ou seja, que dX(t)/dt = v(t). E que disso, podere-
máximo realizado pelo bloco em relação à posição de equilíbrio, w é mos deduzir que v(t) = dX(t)/dt = -wA sen(wt + ø) ou wA cos(wt
a frequência angular do nosso movimento periódico em radianos por + ø), considerando que X(t) será igual a A cos(wt + ø) ou a A
segundo (w = 2*p*f, sendo f o número de vezes que o ciclo se repete sen(wt + ø).
a cada unidade de tempo), t é a nossa grandeza de tempo, e ø é uma
fase ou deslocamento angular acrescida ao nosso M.H.S. Não existe
grande diferença entre uma função seno ou coseno se virmos pela
questão de que uma função seno ou coseno se transforma na outra
ou essa multiplicada por (-1) se deslocarmos 90 graus ou p/2 uma em
relação à outra.
Uma outra forma para se ver que a equação de movimento do
M.H.S. é do tipo seno ou coseno é a partir da projeção do Movimento
Circular Uniforme (M.C.U.) sobre o eixo x, onde sabemos que proje-
ções são feitas a partir das funções seno e coseno.

Projeção do M.C.U. sobre o M.C.U. com uma diferença de


fase ø. Vetores Velocidade e Aceleração do M.C.U.

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A essa altura você deve estar se perguntando como podemos
saber qual é o valor de w? Posso dizer que w, que é a nossa frequên-
cia angular, determinando a variação angular do nosso oscilador no
tempo, que está diretamente relacionado a nossa frequência linear
f, que determina o número de ciclos realizados por nosso oscilador
em uma unidade de tempo, dependerá do fator de restauração k
da mola e do fator de inércia m do bloco, ambas respectivamente
com unidades físicas de [k] = N/m e [m] = kg. Como [w] = 1/s,
podemos encontrar uma maneira de arranjar as grandezas físicas k
e m de maneira a termos uma expressão aproximada para w.
De antemão já digo que essa expressão será obtida tirando-
-se a raiz quadrada da razão de k/m, ficando: (([k]/[m])1/2) =
(((N/m)/kg)1/2) = ((((kg * m/(s2))/m)/kg)1/2) = ((((kg/m)*(m/
(s2)))/kg)1/2) = (((kg/(s2))/kg)1/2) = (((kg/kg)*(1/(s2)))1/2) =
((1/(s2))1/2) = 1/s
Gráficos da função deslocamento, função velocidade e função onde já poderíamos considerar pela análise dimensional
aceleração do M.H.S. que uma expressão próxima da que determinasse w seria w ~
((k/m)1/2), o que não permite sabermos se existiriam termos adi-
Entretanto, podemos fazer uma análise dimensional e verifi- mensionais ou constantes, mas experimentalmente já fora compro-
car a coerência da forma apresentada. Podemos usar uma análise vado a bastante tempo que realmente w = ((k/m)1/2).
dimensional para verificar se em termos de unidades a expressão Na próxima seção, compreendermos como se dá o processo
é coerente. Por exemplo, os termos cos(wt + ø) e sen(wt + ø) são de conservação de energia dentro do sistema massa-mola, como
termos adimensionais, ou seja, não são representarmos em termos se dão as conversões de energia potencial em cinética e vice-versa,
de m/s, m/s2, kg, N, oC, J ou qualquer unidade física, são apenas antes de chegarmos a Dinâmica do M.H.S., onde poderemos ver
números que no caso dessas funções apenas assumem valores que
algumas variações do nosso sistema massa-mola apresentado.
vão de (-1) a 1.
A amplitude A, no entanto está representando o valor máxi-
Pêndulo Simples
mo de deslocamento do nosso sistema massa-mola em relação à
posição de equilíbrio em unidades de distância, que no nosso caso
O pêndulo simples é um tipo de oscilador que para certas con-
usaremos o m. A frequência angular w, que é igual a 2*p*f, onde
dições pode ser considerado um oscilador harmônico simples.
a frequência linear f é dada em termos de 1 sobre a nossa unidade
de tempo t ,(1/t), já que f dá o número de repetições de ciclos
em uma unidade de tempo t, também será dada em termos de 1
sobre a unidade de tempo t já que 2*p também é adimensional. A
nossa unidade de tempo no caso será o segundo. A expressão será
coerente dimensionalmente se as unidades do primeiro membro
forem iguais a do segundo membro. Ou seja, que as unidades do
segundo membro dêem a unidade m/s que é correspondente à
grandeza velocidade.
udo isso pode ser escrito da seguinte maneira: 1o. Membro:
[v] = m/s 2o. Membro: [A][w] = m * 1/s = m/s
Então dimensionalmente, a expressão é coerente. A análise di-
mensional não permite definir se existem constantes ou outros ter-
mos adimensionais multiplicando as grandezas, mas com certeza é
uma ferramenta útil para dirimir discrepâncias e vermos a coerên-
cia de expressões. Para a aceleração do M.H.S. também podemos
ver que a mesma é do tipo seno ou coseno a partir da projeção do
vetor aceleração do M.C.U., somente que a sua expressão é dada
por a(t) = -(w2)A cos(wt + ø) ou -(w2)A sem(wt + ø). A partir de
um curso de Cálculo Diferencial e Integral também podemos ver
que a aceleração é a derivada segunda em relação ao tempo da A partir da figura com a decomposição de forças existentes no
função deslocamento X(t), ou seja, que a(t) = dv(t)/dt = d(dX(t)/ pêndulo simples podemos ver que a força restauradora do sistema
dt)/dt = d2X(t)/dt = -(w2)X(t), de onde podemos deduzir que a(t) pêndulo simples é do tipo F(teta) = -mg sen(teta), que é diferen-
= -(w2)A cos(wt + ø) ou -(w2)A sen(wt + ø); mas podemos fazer te do tipo de força restauradora do nosso sistema massa-mola e
uma análise dimensional para a função aceleração assim como fi- que caracteriza um movimento harmônico simples F(X) = -kX,
zemos para a função velocidade. contudo para ângulos pequenos de teta, sen teta ~ teta, podendo
Assim sendo: 1o. Membro: [a] = m/(s2) 2o. Membro: [A][w2] nós fazermos a seguinte substituição para a força restauradora do
= [A][w][w] = m * 1/s * 1/s = m * 1/(s2) = m/(s2) O que comprova pêndulo simples para ângulos pequenos, F(teta) = -mg sen (teta)
que a equação dimensionalmente é coerente. ~ -mg(teta).

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O que nos permitiria chegarmos a uma equação muito pareci- A expressão matemática da Lei de Hooke é: F = K . X
da com a que encontramos para o nosso sistema massa-mola: Onde K = constante de proporcionalidade característica da
F(teta) + mg*teta = 0 mola (constante elástica da mola).
Onde teta também é teta = teta(t), conseguindo nós assim que:
F(teta(t)) + mg*teta(t) = 0 Ondas Mecânicas, Ondas Transversais e Longitudinais
Que pelo o que comentamos anteriormente podemos reescre-
ver como: As ondas podem ser classificadas de três modos.  
d2(teta(t))/dt + mg*teta(t) = 0
De onde dessa equação diferencial se é possível obter uma Quanto à natureza
equação de movimento similar à equação de movimento do siste-
ma massa-mola: Ondas mecânicas: são aquelas que precisam de um meio
teta(t) = A cos (wt + ø) material para se propagar (não se propagam no vácuo).
Todas as demais considerações que foram feitas para o siste- Exemplo: Ondas em cordas e ondas sonoras (som).  
ma massa-mola poderão ser generalizadas para o pêndulo simples Ondas eletromagnéticas: são geradas por cargas elétricas
agora, com a observação que a única representante de energia po- oscilantes e não necessitam de uma meio material para se propagar,
tencial a entrar no somatório de energias para dar Et é a energia podendo se propagar no vácuo.
potencial gravitacional (Epg), de maneira a conservar a energia Exemplos: Ondas de rádio, de televisão, de luz, raios X, raios
total do sistema, com energia potencial gravitacional se converten- laser, ondas de radar etc.
do em energia cinética e vice-versa, sendo que a nossa posição de
equilíbrio é exatamente o ponto mais baixo do sistema. Quanto à direção de propagação
De maneira análoga a que fizemos para encontrar a expressão  
de w para o sistema massa-mola podemos fazer para encontrar a Unidimensionais: são aquelas que se propagam numa só
expressão de w para o pêndulo simples; onde em vez de k e m, as direção.
grandezas físicas a serem consideradas serão as grandezas g e l. Exemplo: Ondas em cordas.
Reescrevendo a equação de w agora com g e l ficamos que w Bidimensionais: são aquelas que se propagam num plano.
= ((g/l)1/2), sobre a qual podemos fazer uma análise dimensional Exemplo: Ondas na superfície de um lago.
para verificar a sua coerência: Tridimensionais: são aquelas que se propagam em todas as
(([g]/[l])1/2) = (((m/(s2))/m)1/2) = ((1/(s2))1/2) = 1/s [w] = direções.
1/s Exemplo: Ondas sonoras no ar atmosférico ou em metais.
o que confere com o esperado, podendo se reescrever a ex-   
pressão w = ((g/l)1/2) como o período de oscilação T, onde T = 1/f Quanto à direção de vibração
= 1/(w/2*p) = 2*p/w = 2*p/((g/l)1/2) = 2*p*((l/g)1/2), tendo nós
deduzido a expressão: Transversais: são aquelas cujas vibrações são perpendiculares
T = 2* p * ((l/g)1/2) à direção de propagação.
Exemplo: Ondas em corda.
Esse resultado nós diz que o período de oscilação do pêndulo
simples independe da abertura angular em que ele é solto, somente
dependendo de parâmetros considerados fixos como o comprimen-
to do fio do pêndulo ou haste e da gravidade local (no caso do
sistema massa-mola os parâmetros a ser considerados como vimos
é o fator de restauração k e o fator de inércia m). Dessa forma
podemos concluir que não deverá haver variações no período do
pêndulo podendo o mesmo ser utilizado como medidor do tempo.

Lei de Hooke  
Longitudinais: são aquelas cujas vibrações coincidem com a
Medida de uma força: deformação elástica. Podemos me- direção de propagação.
dir a intensidade de uma força pela deformação que ela produz Exemplos: Ondas sonoras, ondas em molas.
num corpo elástico. O dispositivo utilizado é o dinamômetro, que
consiste numa mola helicoidal envolvida por um protetor. Na ex-
tremidade livre da mola há um ponteiro que se desloca do ponto
de uma escala. A medida de uma força é feita por comparação
da deformação causada da deformação causada por essa força
com a de força padrão. Uma mola apresenta uma deformação
elástica se, retirada a força que a deforma, ela retorna ao seu com-
primento e forma originais.
Robert Hooke, cientista inglês enunciou a seguinte lei, valida
para as deformações elásticas: “A intensidade da força deforma-
dora (F) é proporcional à deformada (X).”

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ONDAS EM UMA CORDA, VELOCIDADE, FREQUÊNCIA Resolução:
E COMPRIMENTO DE ONDA, ONDAS ESTACIONÁRIAS
NUMA CORDA FIXA EM AMBAS AS EXTREMIDADES

Velocidade de Propagação de uma Onda Unidimensional  

Considere uma corda de massa m e comprimento ℓ, sob a ação


de uma força de tração .

Reflexão de um pulso numa corda


 
Suponha que a mão de uma pessoa, agindo na extremidade Quando um pulso, propagando-se numa corda, atinge
livre da corda, realiza um movimento vertical, periódico, de sobe- sua extremidade, pode retornar para o meio em que estava se
-e-desce. Uma onda passa a se propagar horizontalmente com ve- propagando. Esse fenômeno é denominado reflexão.
locidade . Essa reflexão pode ocorrer de duas formas:

Cada ponto da corda sobe e desce. Assim que o ponto A co- Extremidade fixa
meça seu movimento (quando O sobe), B inicia seu movimento Se a extremidade é fixa, o pulso sofre reflexão com inversão
(quando O se encontra na posição inicial), movendo-se para baixo. de fase, mantendo todas as outras características.
O ponto D inicia seu movimento quando o ponto O descreveu
um ciclo completo (subiu, baixou e voltou a subir e regressou à
posição inicial).
Se continuarmos a movimentar o ponto O, chegará o instante
em que todos os pontos da corda estarão em vibração.
A velocidade de propagação da onda depende da densidade
linear da corda e da intensidade da força de tração , e é dada por:

Extremidade livre
Se a extremidade é livre, o pulso sofre reflexão e volta ao
mesmo semiplano, isto é, ocorre inversão de fase.

Refração de um pulso numa corda


 
Se, propagando-se numa corda de menor densidade, um pulso
passa para outra de maior densidade, dizemos que sofreu uma
refração.
 

Em que: F = a força de tração na corda µ = , a densidade


linear da corda
 Aplicação: Uma corda de comprimento 3 m e massa 60 g é
mantida tensa sob ação de uma força de intensidade 800 N. Deter-  
mine a velocidade de propagação de um pulso nessa corda.

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A experiência mostra que a freqüência não se modifica quando Após a superposição, as ondas continuam a se propagar com
um pulso passa de um meio para outro. as mesmas características que tinham antes.
Os efeitos são subtraídos (soma algébrica), podendo-se anular
no caso de duas propagações com deslocamento invertido.

 
Essa fórmula é válida também para a refração de ondas
bidimensionais e tridimensionais.
Observe que o comprimento de onda e a velocidade de
propagação variam com a mudança do meio de propagação.
  
Aplicação: Uma onda periódica propaga-se em uma corda A,
com velocidade de 40 cm/s e comprimento de onda 5 cm. Ao passar
para uma corda B, sua velocidade passa a ser 30 cm/s. Determine:
a) o comprimento de onda no meio B
b) a frequência da onda Em resumo:
Quando ocorre o encontro de duas cristas, ambas levantam o
meio naquele ponto; por isso ele sobe muito mais.
Quando dois vales se encontram eles tendem a baixar o meio
naquele ponto.
Quando ocorre o encontro entre um vale e uma crista, um deles
quer puxar o ponto para baixo e o outro quer puxá-lo para cima. Se a
amplitude das duas ondas for a mesma, não ocorrerá deslocamento,
pois eles se cancelam (amplitude zero) e o meio não sobe e nem
desce naquele ponto.

Resolução: 

Princípio da Superposição
 
Quando duas ou mais ondas se propagam, simultaneamente,
num mesmo meio, diz-se que há uma superposição de ondas. Ondas Estacionárias
Como exemplo, considere duas ondas propagando-se São ondas resultantes da superposição de duas ondas de mesma
conforme indicam as figuras: freqüência, mesma amplitude, mesmo comprimento de onda,
Supondo que atinjam o ponto P no mesmo instante, elas mesma direção e sentidos opostos.
causarão nesse ponto uma perturbação que é igual à soma Pode-se obter uma onda estacionária através de uma corda fixa
das perturbações que cada onda causaria se o tivesse atingido numa das extremidades.
individualmente, ou seja, a onda resultante é igual à soma algébrica Com uma fonte faz-se a outra extremidade vibrar com
das ondas que cada uma produziria individualmente no ponto P, no movimentos verticais periódicos, produzindo-se perturbações
instante considerado. regulares que se propagam pela corda.
 

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Em que: N = nós ou nodos e V= ventres. c) O pulso se propaga mais rápido quando o comprimento é
Ao atingirem a extremidade fica, elas se refletem, retornando grande.
com sentido de deslocamento contrário ao anterior. d) Equação da velocidade:
Dessa forma, as perturbações se superpõem às outras que
estão chegando à parede, originando o fenômeno das ondas
estacionárias.
Uma onda estacionária se caracteriza pela amplitude variável
de ponto para ponto, isto é, há pontos da corda que não se
movimentam (amplitude nula), chamados nós (ou nodos), e pontos
que vibram com amplitude máxima, chamados ventres. ou ainda pode ser V = l.f
É evidente que, entre nós, os pontos da corda vibram com a
mesma freqüência, mas com amplitudes diferentes. * A equação acima nos mostra que quanto mais rápida for a
Observe que: Como os nós estão em repouso, não pode haver onda maior será a freqüência e mais energia ela tem. Porém, a
passagem de energia por eles, não havendo, então, em uma corda freqüência é o inverso do comprimento de onda (l), isto quer dizer
estacionária o transporte de energia. que ondas com alta freqüência têm l pequenos. Ondas de baixa
A distância entre dois nós consecutivos vale . freqüência têm l grandes
A distância entre dois ventres consecutivos vale .  
A distância entre um nó e um ventre consecutivo vale .

Aplicação: Uma onda estacionária de freqüência 8 Hz se


estabelece numa linha fixada entre dois pontos distantes 60 cm.
Incluindo os extremos, contam-se 7 nodos. Calcule a velocidade
da onda progressiva que deu origem à onda estacionária.

Resolução:
* Ondas Unidimensionais: São aquelas que se propagam em
um plano apenas. Em uma única linha de propagação.
* Ondas Bidimensionais: São aquelas que se propagam em
duas dimensões. Em uma superfície, geralmente. Movimentam-se
apenas em superfícies planas.
  * Ondas Tridimensionais: São aquelas que se propagam em
todas as direções possíveis.

Som

O som é uma onda (perturbação) longitudinal e tridimensio-


nal, produzida por um corpo vibrante sendo de cunho mecânico.
* Fonte sonora: qualquer corpo capaz de produzir vibrações.
Estas vibrações são transmitidas às moléculas do meio, que por
sua vez, transmitem a outras e a outras, e assim por diante. Uma
molécula pressiona a outra passando energia sonora.
* Não causa aquecimento: As ondas sonoras se propagam em
expansões e contrações adiabáticas. Ou seja, cada expansão e cada
ONDAS SONORAS, NATUREZA DO SOM, PROPAGAÇÃO, contração, não retira nem cede calor ao meio.
VELOCIDADE, ALTURA, INTENSIDADE, TIMBRE * Velocidade do som no ar: 337m/s
* Nível sonoro: o mínimo que o ouvido de um ser humano
Ondas Sonoras normal consegue captar é de 20Hz, ou seja, qualquer corpo que
vibre em 20 ciclos por segundo. O máximo da sensação auditiva,
Som é uma onda que se propaga em meio material, água, ar, para o ser humano é de 20.000Hz (20.000 ciclos por segundo).
etc. O som não se propaga no vácuo, não se percebe o som sem Este mínimo é acompanhado de muita dor, por isso também é co-
um meio material. nhecido como o limiar da dor.
A intensidade do som é tanto quanto maior que a amplitude Há uma outra medida de intensidade de som, que chamada de
da onda sonora. Bell. Inicialmente os valores eram medidos em Béis, mas torna-
* Velocidade de propagação das ondas: ram-se muito grandes numericamente. Então, introduziram o valor
a) Quanto mais tracionado o material, mais rápido o pulso se dez vezes menor, o deciBell, dB. Esta medida foi uma homenagem
propagará. a Alexander Graham Bell. Eis a medida de alguns sons familiares:
b) O pulso se propaga mais rápido em um meio de menor
massa. Fonte sonora ou dB Intensidade

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Descrição de ruído em W.m-2 A difração é a propriedade de contornar obstáculos. Ao en-
contrar obstáculos à sua frente, a onda sonora continua a provocar
Limiar da dor 120 1 compressões e rarefações no meio em que está se propagando e ao
redor de obstáculos envolvidos pelo mesmo meio (uma pedra en-
Rebitamento 95 3,2.10-3 volta por ar, por exemplo). Desta forma, consegue contorná-los. A
Trem elevado 90 10-3 difração depende do comprimento de onda. Como o comprimento
de onda (?) das ondas sonoras é muito grande - enorme quando
Tráfego urbano    
comparado com o comprimento de onda da luz - a difração sonora
pesado 70 10-5 é intensa.
Conversação 65 3,2.10-6 A reflexão do som obedece às leis da reflexão ondulatória nos
meios materiais elásticos. Simplificando, quando uma onda sonora
Automóvel silencioso 50 10-7
encontra um obstáculo que não possa ser contornado, ela “bate
Rádio moderado 40 10-8 e volta”. É importante notar que a reflexão do som ocorre bem
Sussurro médio 20 10-10 em superfícies cuja extensão seja grande em comparação com seu
comprimento de onda.
Roçar de folhas 10 10-11 A reflexão, por sua vez, determina novos fenômenos conheci-
Limite de audição 0 10-12 dos como reforço, reverberação e eco. Esses fenômenos se devem
ao fato de que o ouvido humano só é capaz de discernir duas ex-
* Refração: mudanças na direção e na velocidade. citações breves e sucessivas se o intervalo de tempo que as separa
Refrata quando muda de meio. for maior ou igual a 1/10 do segundo. Este décimo de segundo é a
Refrata quando há mudanças na temperatura chamada persistência auditiva.

* Difração:Capacidade de contornar obstáculos. O som tem Reflexão do som


grande poder de difração, porque as ondas têm um l relativamente
grande.

* Interferência: na superposição de ondas pode haver aumento


de intensidade sonora ou a sua diminuição.
Destrutiva - Crista + Vale - som diminui ou para.
Construtiva - Crista + Crista ou Vale + Vale - som aumenta de
intensidade.

Difração:
Ocorre quando uma onda encontra obstáculos à sua propaga-
ção e seus raios sofrem encurvamento.

Timbre
O Timbre é a “cor” do som. Aquilo que distingue a qualidade Suponhamos que uma fonte emita um som breve que siga
do tom ou voz de um instrumento ou cantor, por exemplo a flauta dois raios sonoros. Um dos raios vai diretamente ao receptor (o
do clarinete, o soprano do tenor. ouvido, por exemplo) e outro, que incide num anteparo, reflete-se
Cada objeto ou material possui um timbre que é único, assim e dirige-se para ao mesmo receptor. Dependendo do intervalo de
como cada pessoa possui um timbre próprio de voz. tempo (?t) com que esses sons breves (Direto e Refletido) atingem
  o ouvido, podemos ter uma das três sensações distintas já citadas:
FENÔMENOS ONDULATÓRIOS, REFLEXÃO, ECO, reforço, reverberação e eco.
REVERBERAÇÃO, REFRAÇÃO, DIFRAÇÃO Quando o som breve direto atinge o tímpano dos nossos ouvi-
E INTERFERÊNCIA dos, ele o excita. A excitação completa ocorre em 0,1 segundo. Se
o som refletido chegar ao tímpano antes do décimo de segundo, o
Já que sabemos o que é o som, nada mais justo do que enten- som refletido reforça a excitação do tímpano e reforça a ação do
der como o som se comporta. Vamos então explorar um pouco os som direto. É o fenômeno do reforço.
Na reverberação, o som breve refletido chega ao ouvido antes
fenômenos sonoros.
que o tímpano, já excitado pelo som direto, tenha tempo de se re-
Na propagação do som observam-se os fenômenos gerais da
cuperar da excitação (fase de persistência auditiva). Desta forma,
propagação ondulatória. Devido à sua natureza longitudinal, o som começa a ser excitado novamente, combinando duas excitações
não pode ser polarizado; sofre, entretanto, os demais fenômenos, diferentes. Isso ocorre quando o intervalo de tempo entre o ramo
a saber: difração, reflexão, refração, interferência e efeito Doppler. direto e o ramo refletido é maior ou igual a zero, porém menor
Se você achar esta matéria cansativa, não se preocupe. Estare- que 0,1 segundo. O resultado é uma ‘confusão’ auditiva, o que
mos voltando a estes tópicos toda vez que precisarmos deles como prejudica o discernimento tanto do som direto quanto do refletido.
suporte. Você vai cansar de vê-los aplicados na prática... e acaba É a chamada continuidade sonora e o que ocorre em auditórios
aprendendo ;-) acusticamente mal planejados.

Didatismo e Conhecimento 8
FÍSICA
No eco, o som breve refletido chega ao tímpano após este ter A impedância também pode ser expressa em unidades rayls
sido excitado pelo som direto e ter-se recuperado dessa excitação. (homenagem a Rayleigh). A impedância característica do ar é de
Depois de ter voltado completamente ao seu estado natural (com- 420 rayles, o que significa que há necessidade de uma pressão de
pletou a fase de persistência auditiva), começa a ser excitado nova- 420 N/m2 para se obter o deslocamento de 1 metro, em cada se-
mente pelo som breve refletido. Isto permite discernir perfeitamen- gundo, nas partículas do meio.
te as duas excitações. Para o som, o ar é mais refringente que a água pois a impe-
Ainda derivado do fenômeno da reflexão do som, é preciso dância do ar é maior. Tanto é verdade que a onda sonora se desloca
considerar a formação de ondas estacionárias nos campos ondula- com maior velocidade na água do que no ar porque encontra uma
tórios limitados, como é o caso de colunas gasosas aprisionadas em resistência menor.
tubos. O tubo de Kundt, abaixo ilustrado, permite visualizar através Quando uma onda sonora passa do ar para a água, ela tende
de montículos de pó de cortiça a localização de nós (regiões isentas a se horizontalizar, ou seja, se afasta da normal, a linha marcada
de vibração e de som) no sistema de ondas estacionárias que se em verde (fig.6). O ângulo de incidência em relação à água é im-
estabelece como resultado da superposição da onda sonora direta e portante porque, se não for suficiente, a onda sonora não consegue
da onda sonora refletida. “entrar” na água e acaba sendo refletida.

Ondas Estacionárias Refração da água para o ar

A distância (d) entre dois nós consecutivos é de meio compri- A refração, portanto, muda a direção da onda sonora (mas não
mento de onda ( d = ? / 2 ). Sendo a velocidade da onda no gás Vgás muda o seu sentido). A refração pode ocorrer num mesmo meio,
= ?×f tem-se Vgás = 2×f×d, o que resulta num processo que permite por exemplo, no ar. Camadas de ar de temperaturas diferentes pos-
calcular a velocidade de propagação do som em um qualquer gás! suem impedâncias diferentes e o som sofre refrações a cada cama-
A frequência f é fornecida pelo oscilador de áudio-frequência que da que encontra.
alimenta o auto-falante. Da água para o ar, o som se aproxima da normal. O som passa
A refração do som obedece às leis da refração ondulatória. da água para o ar, qualquer que seja o ângulo de incidência.
Este fenômeno caracteriza o desvio sofrido pela frente da onda
Dada a grande importância da impedância, tratada aqui apenas
quando ela passa de um meio para outro, cuja elasticidade (ou
para explicar o fenômeno da refração, ela possui um módulo pró-
compressibilidade, para as ondas longitudinais) seja diferente. Um
prio. É um assunto relevante na geração e na transmissão de sons.
exemplo seria a onda sonora passar do ar para a água.
Quando uma onda sonora sofre refração, ocorre uma mudança
Interferência
no seu comprimento de onda e na sua velocidade de propagação.
Sua frequência, que depende apenas da fonte emissora, se mantém
A interferência é a consequência da superposição de ondas
inalterada.
sonoras. Quando duas fontes sonoras produzem, ao mesmo tempo
Como já vimos, o som é uma onda mecânica e transporta ape-
nas energia mecânica. Para se deslocar no ar, a onda sonora precisa e num mesmo ponto, ondas concordantes, seus efeitos se somam;
ter energia suficiente para fazer vibrar as partículas do ar. Para se mas se essas ondas estão em discordância, isto é, se a primeira
deslocar na água, precisa de energia suficiente para fazer vibrar as produz uma compressão num ponto em que a segunda produz uma
partículas da água. Todo meio material elástico oferece uma certa rarefação, seus efeitos se neutralizam e a combinação desses dois
“resistência” à transmissão de ondas sonoras: é a chamada impe- sons provoca o silêncio.
dância. A impedância acústica de um sistema vibratório ou meio
de propagação, é a oposição que este oferece à passagem da onda Trombone de Quincke
sonora, em função de sua frequência e velocidade.
A impedância acústica (Z) é composta por duas grandezas: a O trombone de Quincke é um dispositivo que permite cons-
resistência e a reactância. As vibrações produzidas por uma onda tatar o fenômeno da interferência sonora além de permitir a deter-
sonora não continuam indefinidamente pois são amortecidas pela minação do comprimento de onda. O processo consiste em enca-
resistência que o meio material lhes oferece. Essa resistência acús- minhar um som simples produzido por uma dada fonte (diapasão,
tica (R) é função da densidade do meio e, consequentemente, da por exemplo) por duas vias diferentes (denominados ‘caminhos de
velocidade de propagação do som neste meio. A resistência é a marcha’) e depois reuni-los novamente em um receptor analisador
parte da impedância que não depende da frequência. É medida em (que pode ser o próprio ouvido).
ohms acústicos. A reactância acústica (X) é a parte da impedância Observando a fig.9 percebe-se que o som emitido pela fonte
que está relacionada com a frequência do movimento resultante percorre dois caminhos: o da esquerda (amarelo), mais longo, e
(onda sonora que se propaga). É proveniente do efeito produzido o da direita (laranja), mais curto. As ondas entram no interior do
pela massa e elasticidade do meio material sobre o movimento on- trombone formando ondas estacionárias dentro do tubo. Como o
dulatório. meio no tubo é um só e as ondas sonoras são provenientes de uma
Se existe a impedância, uma oposição à onda sonora, podemos mesma fonte, é óbvio que as que percorrem o caminho mais curto
também falar em admitância, uma facilitação à passagem da onda cheguem primeiro ao receptor. Depois de um determinado período
sonora. A admitância acústica (Y) é a recíproca da impedância e de tempo, chegam as ondas do caminho mais longo e se misturam
define a facilitação que o meio elástico oferece ao movimento vi- às do caminho mais curto: é a interferência. De acordo com as
bratório. Quanto maior for a impedância, menor será a admitância e fases em que se encontram as ondas do caminho mais longo e as
vice-versa. É medida em mho acústico (contrário de ohm acústico). ondas do caminho mais curto, o efeito pode ser totalmente diverso.

Didatismo e Conhecimento 9
FÍSICA
Se as ondas amarelas chegarem em concordância de fase com Porém, se o carro estiver em movimento, vindo em sua di-
as ondas laranja, ocorre uma interferência construtiva e, o que se reção a 90 km/h, o som ainda será ouvido com um atraso de 5
ouve, é um aumento na intensidade do som. segundos, mas você só ouvirá o som por 55 segundos (ao invés
Se as ondas amarelas chegarem em oposição de fase com as de 1 minuto). O que ocorre é que, após 1 minuto o carro estará ao
ondas laranja, ocorre uma interferência destrutiva, o que deter- seu lado (90 km/h = 1.500 m/min) e o som, ao fim de 1 minuto,
mina o anulamento ou extinção delas. O resultado é o silêncio. chega até você instantaneamente. Da sua perspectiva, a buzinada
Dois sons de alturas iguais, ou seja, de frequências iguais, de 1 minuto foi “empacotada” em 55 segundos, ou seja, o mesmo
se reforçam ou se extinguem permanentemente conforme se número de ondas sonoras foi comprimida num menor espaço de
superponham em concordância ou em oposição de fase. tempo. Isto significa que a frequência foi aumentada e você perce-
be o som da buzina como mais agudo.
Batimento Quando o automóvel passa por você e se distancia, ocorre o
processo inverso - o som é expandido para preencher um tempo
Se suas frequências não forem rigorosamente iguais, ora maior. Mesmo número de ondas num espaço de tempo maior sig-
eles se superpõem em concordância de fase, ora em oposição nifica uma frequência menor e um som mais grave.
de fase, ocorrendo isso a intervalos de tempo iguais, isto é,
periodicamente se reforçam e se extinguem. É o fenômeno de Reflexão do Som
batimento e o intervalo de tempo é denominado período do
batimento. Se você joga uma bola de borracha perpendicularmente contra
Distingue-se um som forte de um som fraco pela intensi- uma parede, ela bate na parede e volta na mesma direção. Se a
dade. Distingue-se um som agudo de um som grava pela altura. bola é jogada obliquamente contra a parede, depois de bater ela se
Distingue-se o som de um violino do som de uma flauta pelo desvia para outra direção. Nos dois casos a bola foi refletida pela
timbre. parede. O mesmo acontece com as ondas sonoras.
Timbre: o “documento de identidade” dos instrumentos.
Efeito Doppler Todo instrumento musical tem o seu timbre, isto é, seu som
característico. Assim, o acordeão e o violão podem emitir uma
O Efeito Doppler é consequência do movimento relativo mesma nota musical, de mesma freqüência e intensidade, mas será
entre o observador e a fonte sonora, o que determina uma fácil distinguir o som de um e do outro.
modificação aparente na altura do som recebido pelo observador. Na música, o importante não é a freqüência do som emitido
pelos diversos instrumentos, mas sim a relação entre as diversas
freqüências de cada um. Os, por exemplo, um dó e um mi são
tocados ao mesmo tempo, o som que ouvimos é agradável e nos
dá uma sensação de música acabada. Mas, se forem tocadas si-
multaneamente o fá e o sí, ou sí e o ré, os sons resultantes serão
desagradáveis, dando a sensação de que falta alguma coisa para
completá-las. Isso acontece porque, no primeiro caso, as relações
entre freqüências são compostas de números pequenos, enquanto
no segundo, esses números são relativamente grandes.
Com o progresso da eletrônica, novos instrumentos foram
produzidos, como a guitarra elétrica, o órgão eletrônico etc., que
nos proporcionam novos timbres.
O órgão eletrônico chega mesmo a emitir os sons dos outros
instrumentos. Ele pode ter, inclusive, acompanhamento de bateria,
violoncelo, contrabaixo e outros, constituindo-se numa autentica
O efeito doppler ocorre quando um som é gerado ou refleti- orquestra eletrônica, regida por um maestro: executante da música.
do por um objeto em movimento. Um efeito doppler ao extremo
causa o chamado estrondo sônico. Se tiver curiosidade, leia mais Características das Ondas
sobre o assunto em “A Barreira Sônica”. A seguir, veja um exem-
plo para explicar o efeito doppler. As ondas do mar são semelhantes às que se formam numa
Imagine-se parado numa calçada. Em sua direção vem um corda: apresentam pontos mais elevados – chamados cristas ou
automóvel tocando a buzina, a uma velocidade de 60 km/h. Você montes – e pontos mais baixos – chamados vales ou depressões.
vai ouvir a buzina tocando uma “nota” enquanto o carro se apro- As ondas são caracterizadas pelos seguintes elementos:
xima porém, quando ele passar por você, o som da buzina repen- Amplitude – que vai do eixo médio da onda até o ponto mais
tinamente desce para uma “nota” mais baixa - o som passa de auto de uma crista ou até o ponto mais baixo de um vale.
mais agudo para mais grave. Esta mudança na percepção do som Comprimento da onda – distâncias entre duas cristas sucessi-
se deve ao efeito doppler. vas ou entre dois vales sucessivos.
A velocidade do som através do ar é fixa. Para simplificar, Freqüência – números de ondas formadas em 1s; a frequência
digamos que seja de 300 m/s. Se o carro estiver parado a uma é medida em hertz: 1 Hz eqüivale a uma onda por segundo;
distância de 1.500 metros e tocar a buzina durante 1 minuto, você Período – tempo gasto para formar uma onda. O período é o
ouvirá o som da buzina após 5 segundos pelo tempo de 1 minuto. inverso da freqüência.

Didatismo e Conhecimento 10
FÍSICA
Tipos de onda Qualidades fisiológicas do som
Ondas como as do mar ou as que se formam quando movimen- A todo instante distinguimos os mais diferentes sons. Essa
tamos uma corda vibram nas direções vertical, mas se propagam na diferenças que nossos ouvidos percebem se devem às qualida-
direção horizontal. Nessas ondas, chamadas ondas transversais, a di- des fisiológicas do som: altura, intensidade e timbre.
reção de vibração é perpendicular à direção de propagação.
Existem ondas que vibram na mesma direção em que se propa- Altura
gam: são as ondas longitudinais. Pegue uma mola e fixe uma de suas
Mesmo sem conhecer música, é fácil distinguir o som agu-
extremidades no teto. Pela outra extremidade, mantenha a mola esti-
do (ou fino) de um violino do som grave (ou grosso) de um vio-
cada e puxe levemente uma das espirais para baixo. Em seguida, solte
a mola. Você verá que esta perturbação se propaga até o teto prodazido loncelo. Essa qualidade que permite distinguir um som grave de
na mola zonas de compressão e distensão. um som agudo se chama altura. Assim, costuma-se dizer qu o
som do violino é alto e o do violoncelo é baixo. A altura de um
Estudo do som som depende da freqüência, isto é, do número de vibrações por
Encoste a mão na frente de seu pescoço e emita um som qualquer. segundo. Quanto maior a freqüência mais agudo é o som e vice
Você vai sentir a garganta vibrar enquanto dura o som de sua voz. O versa. Por sua vez, a freqüência depende do comprimento do
som produzido resulta de um movimento vibratório das cordas vocais, corpo que vibra e de sua elasticidade; Quanto maior a atração
que provoca uma perturbação no ar a sua volta, cujo efeito é capaz de é mais curta for uma corda de violão, por exemplo, mais agudo
impressionar o ouvido. vai será o som por ela emitido.
Quando uma lâmina de aço vibra, ela também provoca uma per- Você pode constatar também a diferença de freqüências
turbação no ar em sua volta. Propagando-se pelo ar, essa perturbação usando um pente que tenha dentes finos e grossos. Passando os
produz regiões de compressão e distensão. Como nosso aparelho au- dentes do pente na bosta de um cartão você ouvirá dois tipos de
ditivo é sensível e essa vibração do ar, podemos percebê-las sob a
som emitidos pelo cartão: o som agudo, produzido pelos dentes
forma de som.
finos (maior freqüência), e o som grave, produzido pelos dentes
Além das cordas vocais e lâminas de aço, existem inúmeros ou-
tros corpos capazes de emitir som. Corpos com essa capacidade são mais grossos (menor freqüência).
denominados fontes sonoras. Como exemplo, podemos citar os diapa-
sões, os sinos, as membranas, as palhetas e os tubos. Intensidade
Frequência do som audível é a qualidade que permite distinguir um som forte de um
O ouvido humano só é capaz de perceber sons de freqüências som fraco. Ele depende da amplitude de vibração: quanto maior
compreendidas entre 16Hz e 20.000Hz, aproximadamente. Os infra- a amplitude mais forte é o som e vice versa.
-sons, cuja freqüência é inferior a 16Hz, e os ultra-sons, cuja freqü- Na prática não se usa unidades de intensidade sonora, mas
ência é superior a 20.000Hz, não são captados por nosso olvido, mas de nível de intensidade sonora, uma grandeza relacionada à in-
são percebidos por alguns animais, como os cães, que ouvem sons de tensidade sonora e à forma como o nosso ouvido reage a essa
25.000Hz, e os morcegos, que chegam a ouvir sons de até 50.000Hz. intensidade. Essas unidades são o bel e o seu submúltiplo o
decibel (dB), que vale 1 décimo do bel. O ouvido humano é
Propagação do som
capaz de suportar sons de até 120dB, como é o da buzina estri-
O som exige um meio material para propagar-se. Esse meio pode
dente de um carro. O ruído produzido por um motor de avião a
ser sólido, líquido ou gasoso.
O som não se propaga no vácuo, o q poder ser comprovado pela jato a poucos metros do observador produz um som de cerca de
seguinte experiência: colocando um despertador dentro de uma cam- 140dB, capaz de causar estímulos dolorosos ao ouvido humano.
pânula onde o ar é rarefeito, isto é, onde se fez “vácuo”, o som da A agitação das grandes cidades provocam a chamada poluição
campainha praticamente deixa de ser ouvido. sonora composta dos mais variados ruídos: motores e buzinas
de automóveis, martelos de ar comprimido, rádios, televisores e
Velocidade do som etc. Já foi comprovado que uma exposição prolongada a níveis
A propagação do som não é instantânea. Podemos verificar esse maiores que 80dB pode causar dano permanente ao ouvido. A
fato durante as tempestades: o trovão chega aos nossos ouvidos se- intensidade diminui à medida que o som se propaga ou seja,
gundos depois do relâmpago, embora ambos os fenômenos (relâmpa- quanto mais distante da fonte, menos intenso é o som.
go e trovão) se formem ao mesmo tempo. (A propagação da luz, neste Timbre – imagine a seguinte situação: um ouvinte que não
caso o relâmpago, também não é instantânea, embora sua velocidade entende de música está numa sala, ao lado da qual existe outra
seja superior à do som.) sala onde se encontram um piano e um violino. Se uma pessoa
Assim, o som leva algum tempo para percorrer determinada dis-
tocar a nota dó no piano e ao mesmo tempo outra pessoa tocar
tância. E a velocidade de sua propagação depende do meio em que ele
a nota dó no violino, ambas com a mesma força os dois sons te-
se propaga e da temperatura em que esse meio se encontra.
No ar, a temperatura de 15ºC a velocidade do som é de cerca de rão a mesma altura (freqüência) e a mesma intensidade. Mesmo
340m/s. Essa velocidade varia em 55cm/s para cada grau de tempe- sem ver os instrumentos, o ouvinte da outra sala saberá distin-
ratura acima de zero. A 20ºC, a velocidade do som é 342m/s, a 0ºC, guir facilmente um som de outro, porque cada instrumento tem
é de 331m/s. seu som caracterizado, ou seja, seu timbre.
Na água a 20ºC, a velocidade do som é de aproximadamente Podemos afirmar, portanto, que timbre é a qualidade que
1130m/s. Nos sólidos, a velocidade depende da natureza das subs- nos permite perceber a diferença entre dois sons de mesma altu-
tâncias. ra e intensidade produzidos por fontes sonoras diferentes.

Didatismo e Conhecimento 11
FÍSICA
INFRA-SOM E ULTRASSOM. - A matéria é constituída de pequenas partículas esféricas, ma-
ciças e indivisíveis, denominadas de átomos.
Infrassons são ondas sonoras extremamente graves, com - Elemento químico é composto de um conjunto de átomos
frequências abaixo dos 20 Hz, portanto abaixo da faixa audível do com as mesmas massas e tamanhos.
ouvido humano que é de 20 Hz a 20.000 Hz. - Elementos químicos diferentes indicam átomos com massas,
Ondas infrassônicas podem se propagar por longas distâncias, tamanhos e propriedades diferentes.
pois são menos sujeitas às perturbações ou interferências que as de - Substâncias diferentes são resultantes da combinação de áto-
frequências mais altas. mos de elementos diversos.
Infrassons podem ser produzidos pelo vento e por alguns tipos - A origem de novas substâncias está relacionada ao rearranjo
de terremotos. Os elefantes são capazes de emitir infrassons que dos átomos, uma vez que eles não são criados e nem destruídos.
podem ser detectados a uma distância de 2 km.
É comprovado que os tigres têm a mais forte capacidade de A madeira, a argila, a água, o ferro são exemplos de matéria,
identificar infrassons. Seu rugido emite ondas infrassônicas tão podemos vê-los e tocá-los, mas existem matérias que não podem
poderosas que são capazes de paralisar suas presas e até pessoas. ser vistas e nem sentidas, é o caso do ar que respiramos e que
Há mais de 50 anos é estudada uma forma de usar o infrassom em enche nossos pulmões. O calor que sentimos, as cores, os nossos
armas de guerra, já que sua potência pode destruir construções e sentimentos, os sonhos, nenhum deles é matéria, já que não são
até mesmo estourar órgãos humanos. materiais.
Ultrassom é um som a uma frequência superior àquela que Através da matéria podemos dar origem a materiais (objetos).
o ouvido do ser humano pode perceber, aproximadamente 20.000 Exemplificando seria assim: com um pedaço de madeira o car-
Hz. pinteiro faz um móvel. Ao relacionarmos matéria com o exemplo,
Alguns animais, como o cão, golfinho e o morcego, têm um li- ficaria assim:
mite de percepção sonora superior ao do ouvido humano e podem, Madeira – matéria
assim, ouvir ultrassons. Existem “apitos” especiais nestas frequên- tábua – corpo
cias que servem a estes princípios. mesa – objeto
Um som é caracterizado por vibrações (variação de pressão)
no ar. O ser humano normal médio consegue distinguir, ou ouvir, Surge assim outra definição, a de corpo e objeto: Corpo é
sons na faixa de frequência que se estende de 20Hz a 20.000Hz qualquer porção limitada de matéria e objeto, é aquilo que o corpo
aproximadamente. Acima deste intervalo, os sinais são conhecidos se transforma quando é trabalhado.
como ultrassons e abaixo dele, infrassons. Mais exemplos: o escultor usa um pedaço de mármore (corpo)
O emissor de som, em aparelhos de som, é o alto-falante. Um para fazer uma estátua (objeto). O ourives faz um anel (objeto), de
cone de papelão movido por uma bobina imersa em um campo uma barra (corpo) de ouro (matéria).
magnético , produzido por um imã permanente. Este cone pode
“vibrar” a frequências de áudio e com isto impulsionar o ar promo- CONDUTORES E ISOLANTES
vendo ondas de pressão que ao atingirem o ouvido humano, são in-
terpretados como sons audíveis. Porém, à medida que a frequência Em alguns tipos de átomos, especialmente os que compõem
das vibrações aumenta, a amplitude das vibrações vai se reduzin- os metais - ferro, ouro, platina, cobre, prata e outros -, a última
do. Para gerar sons de alta-frequência e ultrassons geralmente são órbita eletrônica perde um elétron com grande facilidade. Por isso
utilizados cerâmicas ou cristais piezoelétricos, os quais produzem seus elétrons recebem o nome de elétrons livres.Estes elétrons li-
oscilações mecânicas em resposta a impulsos elétricos. vres se desgarram das últimas órbitas eletrônicas e ficam vagando
de átomo para átomo, sem direção definida. Mas os átomos que
perdem elétrons também os readquirem com facilidade dos átomos
vizinhos, para voltar a perdê-los momentos depois. No interior dos
2 ELETRICIDADE: CARGA ELÉTRICA; metais os elétrons livres vagueiam por entre os átomos, em todos
CONDUTORES E ISOLANTES; CAMPO os sentidos.
ELÉTRICO; POTENCIAL ELÉTRICO;
CORRENTE ELÉTRICA; RESISTORES;
CAPACITORES; CIRCUITOS ELÉTRICOS.

Constituição da Matéria, Partícula Fundamentais

Tudo aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço pode ser
definido como sendo matéria. Toda matéria é formada por peque-
nas partículas, designadas átomos. Segundo a teoria atômica de
Dalton podemos definir que:

Didatismo e Conhecimento 12
FÍSICA
Devido à facilidade de fornecer elétrons livres, os metais são gas nos corpos, e tanto menor quanto maior for a distância entre
usados para fabricar os fios de cabos e aparelhos elétricos: eles são eles. Ou seja: a força com que duas cargas se atraem ou repelem é
bons condutores do fluxo de elétrons livres. proporcional às cargas e inversamente proporcional ao quadrado
Já outras substâncias - como o vidro, a cerâmica, o plástico da distância que as separa. Assim, se a distância entre duas cargas
ou a borracha - não permitem a passagem do fluxo de elétrons é dobrada, a força de uma sobre a outra é reduzida a um quarto
ou deixam passar apenas um pequeno número deles. Seus átomos da força original.
têm grande dificuldade em ceder ou receber os elétrons livres das Para medir as forças, Coulomb aperfeiçoou o método de de-
últimas camadas eletrônicas. São os chamados materiais isolantes, tectar a força elétrica entre duas cargas por meio da torção de um
usados para recobrir os fios, cabos e aparelhos elétricos. fio. A partir dessa ideia criou um medidor de força extremamente
sensível, denominado balança de torção.

Lei de Coulomb

Os fenômenos elétricos e magnéticos só começaram a ser


compreendidos no final do século XVIII, quando principiaram
os experimentos nesse campo. Em 1785, o físico francês Charles
de Coulomb confirmou, pela primeira vez de forma experimen-
tal, que as cargas elétricas se atraem ou se repelem com uma
intensidade inversamente proporcional ao quadrado da distância
que as separa. A possibilidade de manter uma força eletromotriz
Essa distinção das substâncias em condutores e isolantes se capaz de impulsionar de forma contínua partículas eletricamente
aplica não apenas aos sólidos, mas também aos líquidos e aos carregadas chegou com o desenvolvimento da bateria de pilha
gases. Dentre os líquidos, por exemplo, são bons condutores as química em 1800, pelo físico italiano Alessandro Volta.
soluções de ácidos, de bases e de sais; são isolantes muitos óleos O cientista francês André Marie Ampère demonstrou ex-
minerais. Os gases podem se comportar como isolantes ou como perimentalmente que dois cabos por onde circula uma corrente
condutores, dependendo das condições em que se encontrem. exercem uma influência mútua igual à dos pólos de um ímã. Em
1831, o físico e químico britânico Michael Faraday descobriu
Condutores e Isolantes
que podia induzir o fluxo de uma corrente elétrica num condutor
em forma de espiral, não conectado a uma bateria, movendo um
O que determina se um material será bom ou mau condutor
ímã em suas proximidades ou colocando perto outro condutor,
térmico são as ligações em sua estrutura atômica ou molecular.
pelo qual circulava uma corrente variável.
Assim, os metais são excelentes condutores de calor devido ao
Coulomb, Charles de (1736-1806), físico francês e pioneiro
fato de possuírem os elétrons mais externos “fracamente” ligados,
na teoria elétrica. Em 1777, inventou a balança de torção para
tornando-se livres para transportar energia por meio de colisões
medir a força da atração magnética e elétrica. A unidade de me-
através do metal. Por outro lado temos que materiais como lã, ma-
deira, vidro, papel e isopor são maus condutores de calor (isolantes dida de carga elétrica recebeu o nome de Coulomb em sua home-
térmicos), pois, os elétrons mais externos de seus átomos estão nagem (ver Unidades elétricas).
firmemente ligados. Unidades elétricas, unidades empregadas para medir quan-
Os líquidos e gases, em geral, são maus condutores de calor. titativamente toda espécie de fenômenos eletrostáticos e eletro-
O ar, por exemplo, é um ótimo isolante térmico. Por este motivo magnéticos, assim como as características eletromagnéticas dos
quando você põe sua mão em um forno quente, não se queima. componentes de um circuito elétrico. As unidades elétricas em-
Entretanto, ao tocar numa forma de metal dentro dele você se quei- pregadas estão definidas no Sistema Internacional de unidades.
maria, pois, a forma metálica conduz o calor rapidamente. A unidade de intensidade de corrente é o ampère. A da car-
A neve é outro exemplo de um bom isolante térmico. Isto ga elétrica é o coulomb, que é a quantidade de eletricidade que
acontece porque os flocos de neve são formados por cristais, que passa em um segundo por qualquer ponto de um circuito através
se acumulam formando camadas fofas aprisionando o ar e dessa do qual flui uma corrente de um ampère. O volt é a unidade de
forma dificultando a transmissão do calor da superfície da Terra diferença de potencial. A unidade de potência elétrica é o watt.
para a atmosfera. A unidade de resistência é o ohm, que é a resistência de um
condutor em que uma diferença de potencial de um volt produz
Força da Lei de Coulombi uma corrente de um ampère. A capacidade de um condensador é
medida em farad: um condensador de um farad tem uma diferença
As forças entre cargas elétricas são forças de campo, isto é, de potencial de um volt entre suas placas quando estas apresentam
forças de ação à distância, como as forças gravitacionais (com a uma carga de um coulomb.
diferença que as gravitacionais são sempre forças atrativas). O Henry é a unidade de indutância, a propriedade de um cir-
O cientista francês Charles Coulomb conseguiu estabelecer cuito elétrico em que uma variação na corrente provoca indução
experimentalmente uma expressão matemática que nos permite no próprio circuito ou num circuito vizinho. Uma bobina tem uma
calcular o valor da força entre dois pequenos corpos eletrizados. auto-indutância de um Henry quando uma mudança de um ampè-
Coulomb verificou que o valor dessa força (seja de atração ou de re/segundo na corrente elétrica que a atravessa provoca uma força
repulsão) é tanto maior quanto maiores forem os valores das car- eletromotriz oposta de um volt.

Didatismo e Conhecimento 13
FÍSICA
Lei de Coulomb, lei que governa a interação eletrostática en-
tre duas cargas pontuais, descrita por Charles de Coulomb. Entre
as muitas manifestações da eletricidade, encontramos o fenômeno
da atração ou repulsão entre dois ou mais corpos eletricamente
carregados que se encontram em repouso. onde r é a distância entre as cargas F e é o módulo da força,
De modo geral, estas forças de atração ou repulsão estáticas foi feita por Priestley em 1766. Priestley observou que um reci-
têm uma forma matemática muito complicada. No entanto, no caso piente metálico carregado, não possui cargas na superfície interna,
de dois corpos carregados que têm tamanho desprezível em rela- 1, não exercendo forças sobre uma carga colocada dentro dele. A
ção à distância que os separa, a força de atração ou repulsão está- partir deste fato experimental, pode-se deduzir matematicamen-
tica entre eles assume uma forma muito simples, que é chamada te a validade de (1) O mesmo tipo de dedução pode ser feita na
lei de Coulomb. gravitação, para mostrar que dentro de uma cavidade não há força
A lei de Coulomb afirma que a intensidade da força F entre gravitacional.
duas cargas pontuais Q1 e Q2 é diretamente proporcional ao pro- Medidas diretas da lei (1) foram realizadas em 1785 por Cou-
duto das cargas, e inversamente proporcional ao inverso do qua- lomb , utilizando um aparato denominado balança de torção . Me-
drado da distância R que as separa. didas modernas mostram que supondo uma lei dada por
Eletricidade, categoria de fenômenos físicos originados pela
existência de cargas elétricas e pela sua interação. Quando uma
carga elétrica encontra-se estacionária, ou estática, produz forças
elétricas sobre as outras cargas situadas na mesma região do espa-
ço; quando está em movimento, produz, além disso, efeitos mag-
Então
néticos.
Os efeitos elétricos e magnéticos dependem da posição e do
movimento relativos das partículas carregadas. No que diz respeito
aos efeitos elétricos, essas partículas podem ser neutras, positivas
ou negativas (ver Átomo). A eletricidade se ocupa das partículas
carregadas positivamente, como os prótons, que se repelem mu- O resultado completo obtido por Coulomb pode ser expresso
tuamente, e das partículas carregadas negativamente, como os elé- como
trons, que também se repelem mutuamente (ver Elétron; Próton).
Em troca, as partículas negativas e positivas se atraem entre
si. Esse comportamento pode ser resumido dizendo-se que cargas
do mesmo sinal se repelem e cargas de sinal diferente se atraem.
A força entre duas partículas com cargas q1 e q2 pode ser cal-
culada a partir da lei de Coulomb segundo a qual a força é propor- Onde a notação está explicada na figura 2.
cional ao produto das cargas, dividido pelo quadrado da distância
que as separa. A lei é assim chamada em homenagem ao físico
francês Charles de Coulomb.
Se dois corpos de carga igual e oposta são conectados por
meio de um condutor metálico, por exemplo, um cabo, as cargas se
neutralizam mutuamente. Essa neutralização é devida a um fluxo
de elétrons através do condutor, do corpo carregado negativamen- Forca entre duas cargas
te para o carregado positivamente. A corrente que passa por um Um outro fato experimental é a validade da terceira lei de
circuito é denominada corrente contínua (CC), se flui sempre no Newton ,
mesmo sentido, e corrente alternada (CA), se flui alternativamente
em um e outro sentido. Em função da resistência que oferece um
material à passagem da corrente, podemos classificá-lo em condu-
tor, semicondutor e isolante.
CAMPO E POTENCIAL ELÉTRICO ASSOCIADOS
O fluxo de carga ou intensidade da corrente que percorre um
A UMA CARGA PUNTIFORME E UMA DISTRIBUIÇÃO
cabo é medido pelo número de coulombs que passam em um se-
SIMPLES DE CARGAS, PRINCÍPIO DA SUPERPOSI-
gundo por uma seção determinada do cabo. Um Coulomb por se-
ÇÃO, CONCEITOS FUNDAMENTAIS
gundo equivale a 1 ampère, unidade de intensidade de corrente
elétrica cujo nome é uma homenagem ao físico francês André Ma- Campo e Potencial Elétrico
rie Ampère. Quando uma carga de 1 coulomb se desloca através de
uma diferença de potencial de 1 volt, o trabalho realizado corres- A todo instante estamos relacionando os fatos de natureza e o
ponde a 1 joule. Essa definição facilita a conversão de quantidades nosso modo de vida que depende de técnicas e aparelhos elétricos
mecânicas em elétricas. modernos.
A primeira constatação de que a interação entre cargas elétri- Analisaremos os fenômenos magnéticos que são causados por
cas obedece à lei de força cargas elétricas em movimento.

Didatismo e Conhecimento 14
FÍSICA
Carga Positiva – corpos que tem comportamento como o de Essas cargas se repelem e atuam sobre os elétrons livres do
uma barra de vidro atritada com seda, neste caso todos os corpos condutor fazendo com que eles se desloquem atingindo uma situação
se repelem uns aos outros, estando detrizados positivamente, de equilíbrio eletrostático.
adquirindo carga positiva. Ao atingir esse equilíbrio verifica-se que a carga negativa esta
Carga Negativa – corpos que se comportam com uma barra de distribuída na superfície.
ferro de borracha atritada com um pedaço de lã, todos os corpos se A carga positiva adquirida pelo condutor atrai elétrons livres
repelem uns aos outros, mas atraem os corpos do grupo anterior. desse corpo, que se deslocam até atingir equilíbrio eletrostático
Estando eletrizados negativamente, possuindo carga positiva.
Blindagem Eletrostática
Porque um corpo se eletriza
Quando um aparelho está blindado dizemos que nenhum
Quando dois corpos são atritados um contra o outro, se um fenômeno elétrico externo afetará o funcionamento.
deles se eletriza positivamente, o outro irá adquirir carga negativa. É por isso que em aparelhos de TV, válvulas se apresentam
Os fenômenos elétricos eram produzidos pela existência de envolvidas por capas metálicas, blindadas por estes condutores.
um “fluído elétrico” que está presente em todos os corpos. Este fato já era conhecido por Foraday.
Em um corpo não eletrizado este fluido existe em quantidade
Potencial Elétrico
normal.
Existem também os condutores elétricos ou também chamados
Consideremos o exemplo abaixo:
de condutores isolantes.
Um corpo eletrizado com 1 campo elétrico no espaço ao redor.
Os corpos são constituídos de átomos que possuem partículas Neste, dois pontos A e B.
eletrizadas, e quando esses átomos se reúnem para formar Uma carga positiva q, é abandonada em A, sobre ela atuando uma
certos sólidos, os elétrons não permanecem ligados aos átomos, força elétrica F devida ao campo. A carga se deslocando de A para B.
adquirindo liberdade para se movimentarem no interior do sólido. A força elétrica realiza um trabalho que denominamos Tab, que
Existem sólidos que estão firmemente ligados aos átomos que representa uma quantidade de energia elétrica transferida de F para q
não possuem elétrons livres. Onde não é possível o deslocamento no deslocamento citado.
de cargas elétricas através destes corpos são denominados de Neste trabalho está relacionada uma grandeza denominada
isolantes elétricos ou dielétricos. diferença de potencial entre os pontos A e B.
A indução eletrostática é a separação de cargas em um A diferença de potencial pode também ser chamada de voltagem
condutor, provocada pela aproximação de um corpo eletrizado. ou tensão entre 2 pontos.
A utilização por indução é quando o condutor, provocada pela Quando a voltagem de dois pontos é muito grande, a alta volta-
aproximação de um corpo eletrizado. gem, quer dizer que o campo elétrico realiza um grande trabalho sobre
A eletrização por indução é quando o condutor adquiri carga uma carga que se desloca entre tais pontos.
negativa, uma carga de sinal contrária ao do indutor, não podendo O conceito de voltagem é utilizado por nós no dia-a-dia, isto pode
receber nem carga durante o processo. ser notado em nossas residências, como é o caso das tomadas elétricas
e das baterias dos carros.
Eletroscópio O trabalho realizado pela força elétrica é o mesmo, independen-
temente da trajetória seguida pela carga. Isto é denominado de força
É um dispositivo que nos permite verificar se um corpo conservativa.
está eletrizado. Desta forma, seja qual for a trajetória seguida pela carga, a dife-
Quando o corpo está eletrizado, ele possui um excesso de rença de potencial entre dois pontos tem o valor único.
prótons ou de elétrons que por isso pode ser medido pelo n.º de Uma carga positiva abandonada em um campo elétrico se deslo-
elétrons que o corpo perder ou ganhar. ca de pontos de maior potencial para pontos de menor potencial. Com
a carga negativa o deslocamento é contrário, ou seja, de pontos de
menor potencial para pontos de maior potencial.
Campo Elétrico
Podemos concluir então, com o auxílio do autor que: uma carga
positiva abandonada em um campo elétrico tende a se deslocar de
O ponto de uma região que corresponde ao valor de uma
pontos onde o potencial é maior para pontos onde ele é menor. Uma
grandeza, dizemos que existe um campo àquela grandeza.
carga negativa tenderá a se mover em sentido contrário, isto é, de
Quando uma carga positiva é colocada em um ponto de campo pontos onde o potencial é menor para pontos onde ele é maior.
elétrico, ela se desloca no sentido do campo, e a carga negativa se
desloca em sentido contrário ao campo. Voltagem de um Campo Elétrico

Linhas de Força Para que se calcule o valor da voltagem usa-se a seguinte fór-
mula: Vab = Ed
Traçar uma linha tem valores que tem a mesma direção, essa Essa expressão permite que calculemos a diferença de po-
linha é tangente em cada vetor. tencial entre dois pontos quaisquer de um campo uniforme. Ela
Caso um condutor seja atritado em uma curta região, ele vai é muito importante nos dias de hoje, pois permite que possamos
adquirir uma carga de valor negativo. obter o valor do campo elétrico através da medida da voltagem. Os

Didatismo e Conhecimento 15
FÍSICA
aparelhos mais usados para se medir a voltagem em nossos dias Segundo o americano Robert Millikan (1868-1953), os
é o Voltímetro, não existindo ainda aparelhos capazes de medir valores das grandezas podem sofrer variações em saltos, dizemos
a intensidade de um campo. A unidade para se representar a vol- então que ela é quantizada. Millikan realizou uma grande número
tagem está incluída no Sistema Internacional sendo representada de experiências, medindo o valor da carga elétrica adquirida por
por 1 V/m. milhares de gotículas de óleo, concluindo que a carga elétrica será
Potencial de um ponto, significa a diferença de potencial entre quantizada, possibilitando determinar o valor do quantum de carga
este ponto e outro ponto, tomado como referência, sendo muito do elétron.
usado nos dias de hoje. Para que se calcule tal potencial, é neces-
sário achar o valor de A (VA) em relação a P, onde P representa um Princípio da Superposição
ponto qualquer denominado nível de potencial, cujo valor é nulo.
Para se calcular o valor de uma carga puntual, usaremos a se- Até agora, discutimos as forças elétricas devido a interação
guinte fórmula: V = K0 Q entre dois corpos carregados. Vamos supor que uma carga de
Essa expressão nos permite obter considerando-se como re- prova positiva (qo) tenha sido colocada na presença de várias
ferência um ponto muito afastado de carga Q, sendo que a mesma outras cargas. Qual será, então, a força eletrostática resultante
consegue calcular seus valores até o seu infinito. sobre qo? Somos tentado a resolver este problema da mesma
Para que se calcule a fórmula acima com total acerto, é neces- maneira como é feito com a força gravitacional na mecânica, isto
sário saber analisar os valores de Q, sendo : é, adicionar vetorialmente as forças que atuam separadamente
Se Q positivo, o potencial será também positivo entre dois corpos, para obter a força resultante. Este método é
Se Q negativo, o valor de V em P será negativo. conhecido como princípio da superposição. Na Fig.1, mostramos
De acordo com a figura podemos estabelecer que Q1, Q2, Q3, a representação esquemática das forças atuando em qo, devido a
é igual à soma algébrica dos potenciais que cada carga produz na- todas as outras forças. Embora este resultado possa parecer óbvio,
quele ponto P. ele não pode ser derivado de algo mais fundamental. A única forma
Para que se determine uma superfície equipotencial, é neces- de verificá-lo é testando-o experimentalmente.
sário que todos os seus pontos possuam o mesmo potencial, onde
uma superfície esférica com centro Q será, uma superfície equipo-
tencial, pois todos os seus pontos estão igualmente distanciados de
Q, conforme figura abaixo, onde as superfícies equipontenciais do
campo criado pela carga Q.
Através da afirmação de que é nulo o interior de um campo
elétrico de um condutor em equilíbrio eletrostático, concluímos
que no potencial de uma esfera, os pontos então no mesmo po-
tencial.
Concluímos também que os elétrons livres podem deslocar
dentro de um condutor metálico, sendo que suas cargas negativas
tendem a se deslocar entre os pontos onde o potencial é menor para
aqueles que possuem potencial maior.
Após essa transferência de elétrons, ocorrerá alteração e Forças elétricas sobre uma carga de prova qo devido a uma
consequentemente os condutores ficaram com os mesmos valores, distribuição de cargas infinitesimais (qi).
em relação aos seus potenciais. No caso de N partículas carregadas, temos que a força
Uma rápida biografia de Van de Graaff: Engenheiro resultante sobre qo será, então a soma vetorial de todas  , como
americano que após estudar alguns anos em Paris, onde teve a a seguir
oportunidade de assistir a conferências de Marie Curie, passou a
se dedicar à pesquisas no campo da Física Atômica. Trabalhando
na Universidade de Oxford, Van de Graaff, sentiu a necessidade,
para desenvolver suas pesquisas, de uma fonte de partículas
subatômicas de alta energia, criando então o gerador de Van de
Graaff, acelerador de partículas que recebeu seu próprio nome e ou que
que encontrou larga aplicação, não só na Física Atômica, como
também na Medicina e na indústria. Mais tarde, voltando aos
Estados Unidos, depois de se dedicar à pesquisa durante um certo
tempo, montou uma indústria para fabricar exemplares de seu
gerador.
O gerador de Van, se baseia nos seguintes princípios físicos:
Um corpo metálico eletrizado coloca-se em contato interno com
outro, transferindo toda a sua carga. O conceito básico do gerador onde ri é a distância entre a carga de prova qo e uma outra
de Van, é o fato de as cargas elétricas se transferirem integralmente carga qi. Neste caso, dizemos que a força resultante sobre qo deve-
de um corpo para outro, quando ocorrer contato interno. No lugar se à uma distribuição de cargas discreta. Nas próximas seções
de motor, utiliza-se uma manivela para movimentar a polia e a discutiremos o princípio da superposição devido a diferentes
correia, podendo obter tal gerador alguns milhares de volts. distribuições de cargas contínuas.

Didatismo e Conhecimento 16
FÍSICA
CAMPO UNIFORME, SUPERFÍCIES EQUIPOTEN- Corrente Continua ou Alternada
CIAIS, DIFERENÇA DE POTENCIAL ENTRE DOIS
PONTOS E ANÁLISE DO MOVIMENTO DE UMA CARGA A diferença entre uma e outra esta no sentido do “caminhar”
PUNTIFORME NO CAMPO dos elétrons. Na corrente continua os elétrons estão sempre no
mesmo sentido. Na corrente alternada os elétrons mudam de di-
Corrente elétrica reção, ora num sentido, ora no outro. Este movimento denomina
Ciclagem.
Chama-se corrente elétrica o fluxo ordenado de elétrons em
uma determinada secção. A corrente contínua tem um fluxo cons- Corrente Alternada - utilizadas nas residências e empresas.
tante, enquanto a corrente alternada tem um fluxo de média zero,
ainda que não tenha valor nulo todo o tempo. Esta definição de Corrente Contínua - proveniente das pilhas e baterias .
corrente alternada implica que o fluxo de elétrons muda de direção
continuamente. O fluxo de cargas elétricas pode gerar-se em um Efeitos Produzidos pela Energia Elétrica
condutor, mas não existe nos isolantes. Alguns dispositivos elétri-
cos que usam estas características elétricas nos materiais se deno- Os efeitos são variados e podem ser: Luminosos - produz lu-
minam dispositivos eletrônicos. A Lei de Ohm descreve a relação minosidade; Caloríficos - produz calor - aquecendo a água ou mes-
entre a intensidade e a tensão em uma corrente eléctrica: a diferen- mo ambientes; Químico - produzindo a quebra de ligações química
ça de potencial elétrico é diretamente proporcional à intensidade exp. Eletrolise da água ou mesmo compor a água juntando dois
de corrente e à resistência elétrica. Isso é descrito pela seguinte gases - hidrogênio e oxigênio. Fisiológico - podendo ser útil a saú-
fórmula: de ou mesmo maléfico. Magnético - o mais comum é a formação
de eletroimã.
V = R*I Imagine dois objetos eletrizados, com cargas de mesmo sinal,
inicialmente afastados. Para aproximá-los, é necessária a ação de
Onde: uma força externa, capaz de vencer a repulsão elétrica entre eles.
O trabalho realizado por esta força externa mede a energia
V = Diferença de potencial elétrico I = Corrente elétrica R transferida ao sistema, na forma de energia potencial de interação
= Resistencia elétrica. Eliminada a força externa, os objetos afastam-se nova-
mente, transformando a energia potencial de interação elétrica em
A quantidade de corrente em uma seção dada de um condutor energia cinética à medida que aumentam de velocidade. O aumen-
se define como a carga elétrica que a atravessa em uma unidade to da energia cinética corresponde exatamente à diminuição da
de tempo. energia potencial de interação elétrica.

I=Q/T Potencial Elétrico

Numa corrente elétrica devemos considerar três aspectos: Com relação a um campo elétrico, interessa-nos a capacidade
de realizar trabalho, associada ao campo em si, independentemen-
- Voltagem - (Que é igual a diferença de potencial) é a diferen- te do valor da carga q colocada num ponto desse campo. Para me-
ça entre a quantidade de elétrons nos dois pólos do gerador. A vol- dir essa capacidade, utiliza-se a grandeza potencial elétrico.
tagem é medida em volts (em homenagem ao físico italiano Volta). Para obter o potencial elétrico de um ponto, coloca-se nele
O aparelho que registra a voltagem denomina-se Voltímetro; uma carga de prova q e mede-se a energia potencial adquirida por
- Resistênsia - é a dificuldade que o condutor oferece á pas- ela. Essa energia potencial é proporcional ao valor de q. Portanto,
sagem da corrente elétrica. A resistência é medida em ohms (em o quociente entre a energia potencial e a carga é constante. Esse
homenagem ao físico alemão G.S. Ohms). Representamos a resis- quociente chama-se potencial elétrico do ponto.
tência pela letra grega (W).
- Intensidade - é a relação entre a voltagem e a resistência da Diferença de Potencial
corrente elétrica. A intensidade é medida num aparelho chamado
Amperímetro, através de uma unidade física denominada Ampére.

Lei de Ohm pode ser assim enunciada: A intensidade de uma


corrente elétrica é diretamente proporcional à voltagem e inversa-
mente proporcional à resistência.

Assim podemos estabelecer suas fórmulas:

I = V ou I = E R R I = Intensidade (ampère)

V = Voltagem ou força eletromotriz

R = Resistência

Didatismo e Conhecimento 17
FÍSICA
A diferença de potencial entre dois pontos, em uma região su- Superfície Equipotencial
jeita a um campo elétrico, depende apenas da posição dos pontos.
Assim, podemos atribuir a cada ponto um potencial elétrico, de tal
maneira que a diferença de potencial entre eles corresponda exa-
tamente à diferença entre seus potenciais, como o próprio nome
indica.
Físicamente, é a diferença de potencial que interessa, pois cor-
responde ao trabalho da força elétrica por unidade de carga.

Com relação a um campo elétrico interessa-nos a capacidade


de realizar trabalho, associada ao campo em si, independentemen- Superfície equipotencial quando uma carga puntiforme está
te do valor da carga q colocada num ponto desse campo. Para me- isolada no espaço, ela gera um campo elétrico em sua volta. Qual-
dir essa capacidade, utiliza-se a grandeza potencial elétrico. quer ponto que estiver a uma mesma distância dessa carga possuirá
Para obter o potencial elétrico de um ponto, coloca-se nele o mesmo potencial elétrico. Portanto, aparece ai uma superfície
uma carga de prova q e mede-se a energia potencial adquirida por equipotencial esférica. Podemos também encontrar superfícies
ela. Essa energia potencial é proporcional ao valor de q. Portanto, equipotenciais no campo elétrico uniforme, onde as linhas de força
o quociente entre a energia potencial e a carga é constante. Esse são paralelas e equidistantes. Nesse caso, as superfícies equipoten-
quociente chama-se potencial elétrico do ponto. Ele pode ser cal- ciais localizam-se perpendicularmente às linhas de força (mesma
culado pela expressão: distância do referencial). O potencial elétrico e distância são inver-
samente proporcionais, portanto o gráfico cartesiano Vxd é uma
assimptota.
Nota-se que, percorrendo uma linha de força no seu sentido,
encontramos potenciais elétricos cada vez menores.
Vale ainda lembrar que o vetor campo elétrico é sempre per-
onde V é o potencial elétrico, Ep a energia potencial e q a pendicular à superfície equipotencial, e consequentemente a linha
carga. A unidade no S.I. é J/C = V (volt). Portanto, quando se fala de força que o tangencia também.
que o potencial elétrico de um ponto L é VL = 10 V, entende-se
que este ponto consegue dotar de 10J de energia cada unidade de Geradores, Turbinas e Sistemas de Condução Eléctrica
carga da 1C. Se a carga elétrica for 3C por exemplo, ela será dota-
da de uma energia de 30J, obedecendo à proporção. Vale lembrar Tal como aprendemos no 2º capítulo a eletricidade desloca-se
que é preciso adotar um referncial para tal potencial elétrico. Ele nos fios elétricos até acender as lâmpadas, televisões, computa-
é uma região que se encontra muito distante da carga, localizado dores e todos os outros aparelhos eletrónicos. Mas de onde é que
no infinito. vem a eletricidade? Sabemos que a energia não pode ser gerada,
mas sim transformada. Nas barragens e outras centrais elétricas a
energia mecânica é transformada em energia elétrica.
O processo inicia-se com o aquecimento de água em grandes
caldeiras. Nestas, queimam-se combustíveis para produzir calor
e ferve-se a água de forma a transformá-la em vapor. O vapor é
condensado em alta pressão na turbina, que gira a grande veloci-
dade; o gerador ligado á turbina transforma a energia da rotação
mecânica da turbina em electricidade. Vamos aprofundar melhor
este processo.
Para calcular o potencial elétrico devido a uma carga puntifor-
me usa-se a fórmula:

No S.I. , d em metros, K é a constante dielétrica do meio, e Q


a carga geradora.
Como o potencial é uma quantidade linear, o potencial gerado
por várias cargas é a soma algébrica (usa-se o sinal) dos potenciais
gerados por cada uma delas como se estivessem sozinhas:

Didatismo e Conhecimento 18
FÍSICA
Em muitas caldeiras, a madeira, o carvão, o petróleo ou o gás Então através dessas preocupações usamos os seguintes apa-
natural são queimados para produzir calor. O interior da caldei- relhos:
ra é constituído por uma série de tubos de metal por onde passa - quando se indica a presença de corrente elétrica, usamos o
água corrente. A energia calorífica aquece os tubos e a água até galvanômetro
ferver. A água ferve a 100º Celsius ou a 212º Fahrenheit. A turbina - quando se indica a presença de intensidade utilizamos o
contém várias lâminas semelhantes a uma ventoinha. O vapor da amperímetro
água chega ás lâminas que começam a girar. O gerador encontra-se - para se medir o valor de uma resistência utilizamos o oh-
ligado á turbina e recebe a sua energia mecânica transformando-a mímetros
em energia eléctrica. - para se medir a diferença de potencial utilizamos o voltí-
O gerador é constituído por um imã gigante situado dentro de metro.
um círculo enrolado com um grande fio. O eixo que liga a turbina
ao gerador está sempre a rodar; ao mesmo tempo que a parte mag- Para que um amperímetro consiga indicar o valor da cor-
nética gira. Quando o fio ou outro condutor eléctrico atravessa o rente, é necessário que dentro do mesmo, possua fios condutores
campo magnético produz-se uma corrente eléctrica. Um gerador é que devem ser percorridos pela corrente elétrica, denominando-
o contrário de um motor eléctrico. Em vez de usar a energia eléc- -os como resistência interna do amperímetro.
trica para por a trabalhar o motor ou leme como nos brinquedos O multímetro é um dos únicos aparelhos com que se mede
eléctricos, o eixo da turbina põe a trabalhar o motor que produz a todos os tipos de valores, sendo adaptado para ser utilizado como
electricidade. ohmímetro, bastando ligar a resistência R desconhecida aos ter-
Depois do vapor passar pela turbina vai para um zona de ar- minais A e B do aparelho conforme ilustração.
refecimento e em seguida é canalizada pelos tubos de metal para
novo aquecimento nas caldeiras. Existem centrais eléctricas que Potência em um elemento do circuito
usam energia nuclear para aquecer a água, noutras a água quente Quando um aparelho elétrico, ao ser submetido a uma dife-
vem naturalmente de reservatórios subterrâneos sem queimar ne- rença de potencial, sendo percorrido por uma corrente , sendo
nhum combustível. potência desenvolvida será dada por: P = iVAB
As correntes elétricas são transformadas em forma de ener-
Lei de Ohm gia, através dos aparelhos usados hoje em dia em nossas vidas.
Segundo o inventor de tal lei, verificou-se que para muitos Porém as cargas perdem energias, sendo que as mesmas não
dos materiais existentes, a relação entre a voltagem e a corrente desaparecem, aparecendo em outras formas de energia, onde po-
mantinham-se constante, onde se conclui que: o valor da resistên- demos exemplificar através de um simples aquecedor onde a cor-
cia permanece constante, não dependendo da voltagem aplicada rente elétrica é transformada em calor, ou então através de uma
ao condutor. lâmpada de mercúrio, onde a mesma é transformada em energia
Para tais condutores, denominamos de condutores de ôhmi- luminosa.
cos, onde a resistividade do material é alterada pela modificação Segundo observações feitas pelo autor, segue uma breve bio-
na voltagem. grafia de Kamerlingh Onnes.
Físico holandês que se tornou conhecido pelos seus traba-
Associação de Resistências
lhos no campo das baixas temperaturas e pela produção de hélio
É a mesma coisa quando se determina uma resistência em
líquido. Onnes descobriu que a supercondutividade dos mate-
série, como por exemplo as lâmpadas de natal na decoração de
riais, é a redução da resistência elétrica de algumas substâncias
uma árvore, com os mesmos valores de resistência, onde as mes-
praticamente a zero, quando resfriadas a temperatura próximas
mas serão percorridas pela corrente elétrica.
do zero absoluto. Em 1913 ele recebeu o Prêmio Nobel de Física
Podemos concluir segundo o autor que: quando várias re-
por estes trabalhos.
sistências R1, R2, R3, etc., são associadas em série, todas elas
são percorridas pela mesma corrente e a resistência equivalen-
Variação da Resistência com a Temperatura
te da associação é dada por: R = R1 + R2 + ...... quando várias
resistências R1, R2, R3, etc., associadas em paralelo, todas elas É necessário saber que qualquer que seja a resistência de um
ficam submetidas à mesma voltagem e a resistência equivalente da condutor a uma certa temperatura, uma resistência R, a qualquer
associação é dada por temperatura é dada por : R = R0 ( 1 + delta t)
1 = 1 + 1 +... Para todos os materiais, os cientistas chegaram a conclusão
R R1 R2 que sempre terão: α > 0.
Existem, porém outras substâncias que possuem o valor 0,
Instrumentos Elétricos de Medida para alfa, sendo silício, germânio e o próprio carbono, sendo que
Muitos instrumentos são usados hoje para se medir a eletrici- as suas resistências diminuem quando são aquecidas. O tungstê-
dade, pois há a necessidade de saber valores de grandezas envolvi- nio, ao contrário, quando aquecido aumenta sua resistência sen-
das nos mais variados tipos de circuitos. do usado hoje em dia em lâmpadas convencionais. Os cientistas
Para que tais aparelhos funcionem é necessário que consigam analisaram também os sólidos e perceberam que a resistência
interpretar os seguintes itens: desses corpos varia com a temperatura, dependendo basicamente
- intensidade da corrente de dois fatores principais:
- diferença de potencial - o número de elétrons livres
- resistência elétrica -mobilidade desses elétrons

Didatismo e Conhecimento 19
FÍSICA
Para que se determine que uma temperatura seja de transi- Um amperímetro ideal deve possuir resistência interna
ção, é necessário que ela torne-se supercondutora, variando de um nula.
material para outro, podendo num futuro próximo desempenhar
importantíssimo na descoberta de novas tecnologias. A figura abai- Voltímetro – instrumento que mede a diferença de potencial
xo mostra tal explicação, na substância Mercúrio. ou tensão
                                 
Efeito Joule Símbolo
O efeito joule é explicado pelo o aquecimento dos condutores,
ao serem percorridos por uma corrente elétrica, estando os elétrons
livres no condutor metálico possuem grande mobilidade podendo
se deslocar se chocando com outros átomos da rede cristalina, du-
rante seus movimentos, sofrem contínuas colisões com os átomos Como em qualquer ligação em paralelo a diferença de poten-
da rede cristalina desse condutor. A cada colisão, parte da energia
cial (tensão) é a mesma, o voltímetro deve ser ligado em paralelo
cinética do elétron livre é transferida para o átomo com o qual
ao aparelho em cujos terminais você quer determinar a ddp, as-
ele colidiu, e esse passa a vibrar com uma energia maior. Esse
sim o aparelho e o voltímetro indicarão a mesma ddp.
aumento no grau de vibração dos átomos do condutor tem como
consequência um aumento de temperatura. Através desse aumento
de temperatura ocorre o aparecimento da incandescência que nada
mais é do que a luz emitida nessa temperatura. Para cada tempera-
tura há um espectro de luz. Alguns dos equipamentos que possuem
resistores e portanto produzem o efeito joule são: chuveiro elétri-
co, secador de cabelo, aquecedor elétrico, ferro de passar roupas,
pirógrafos, etc.
O voltímetro deve ser ligado em paralelo com o aparelho ou
CIRCUTO ELEMENTARES COM AMPERÍMETROS E trecho cuja diferença de potencial (tensão) se deseja medir.
VOLTÍMETROS IDEAIS Para que a corrente que passa pelo aparelho cuja ddp se de-
seja medir não se desvie para o voltímetro, um voltímetro ideal
Aparelhos de medição elétrica (amperímetros, voltíme- deve possuir resistência interna extremamente alta, tendendo ao
tros, ponte de Wheatstone) infinito.
 
Amperímetro – instrumento que mede a intensidade de cor- Um voltímetro ideal deve possuir resistência interna in-
rente elétrica. Alguns amperímetros indicam também, além da in-
finita.
tensidade da corrente, seu sentido que , quando a indicação for
 
positiva ela circula no sentido horário e negativa, no sentido anti
Suponha que você deseja medir a corrente que passa pelo
horário.
ponto B e a diferença de potencial entre os pontos C e D, da figu-
Símbolo ra, dispondo de voltímetro e amperímetro, ambos ideais.

Se você quer medir a intensidade da corrente na lâmpada L1


da figura, você deve inserir o amperímetro no trecho onde ela está,
pois ele “lê” a corrente que passa através dele.
Para isso, você deve abrir o circuito em B e inserir aí o am-
perímetro, pois ele deve ficar em série com o trecho percorrido
por iB, de modo que iB passe por ele. Os terminais do voltímetro
devem ser ligados aos pontos C e D de modo que o voltímetro
fique em paralelo com o trecho entre C e D, onde você quer medir
a ddp.
Observe que a resistência interna do amperímetro ideal de-
ver ser nula de modo que toda iB passe por ele e que a resistência
 Assim o amperímetro deve ser associado em série no trecho
interna do voltímetro deve ser infinita de modo que iCD não desvie
onde você deseja medir a corrente.
Como o amperímetro indica a corrente que passa por ele no para ele
trecho do circuito onde ele está inserido, sua resistência interna
deve ser nula, caso contrário ele indicaria uma corrente de intensi- Medidas Elétricas
dade menor que aquela que realmente passa pelo trecho. Então ele
deve se comportar como um fio ideal, de resistência interna nula, É de vital importância, em eletricidade, a utilização de dois
ou seja, deve se comportar como se estivesse em curto circuito. aparelhos de medidas elétricas: o amperímetro e o voltímetro.

Didatismo e Conhecimento 20
FÍSICA
Voltímetro Quando um campo elétrico é estabelecido em um condutor
Aparelho utilizado para medir a diferença de potencial entre qualquer, as cargas livres aí presentes entram em movimento sob
dois pontos; por esse motivo deve ser ligado sempre em paralelo a ação deste campo, ocorrendo um deslocamento constituindo
com o trecho do circuito do qual se deseja obter a tensão elétrica. uma corrente elétrica.
Para não atrapalhar o circuito, sua resistência interna deve ser mui- Nos metais, a corrente elétrica é conduzida por elétrons li-
to alta, a maior possível. vres em movimento.
Se sua resistência interna for muito alta, comparada às resis- Nos líquidos, as cargas livres que se movimentam são íons
tências do circuito, consideramos o aparelho como sendo ideal. positivos e íons negativos enquanto que, nos gases, são íons po-
Os voltímetros podem medir tensões contínuas ou alternadas sitivos, íons negativos e também elétrons livres.
dependendo da qualidade do aparelho. Segundo os físicos para se determinar uma corrente conven-
Voltímetro Ideal → Resistência interna infinita. cional seria necessário que uma carga negativa em movimento
seja sempre imaginada como se fosse uma carga positiva, mo-
vendo-se em sentido contrário, conforme ilustração abaixo.
A intensidade da corrente se da pela fórmula:

I = delta Q
delta t

onde, delta Q, representa a quantidade de carga, delta t o


intervalo de tempo, concluindo assim que o valor de i, é a inten-
sidade.
Voltímetro Ideal Voltímetro não-ideal Quando uma quantidade de carga delta Q passa através da
secção de um condutor, durante o intervalo de tempo delta t, a
Amperímetro intensidade i da corrente nesta secção, é a sua relação dividida.
Aparelho utilizado para medir a intensidade de corrente elétri- Segundo o fundador do Eletromagnetismo, André-Marie
ca que passa por um fio. Pode medir tanto corrente contínua como Ampère (1775-1836), desenvolveu a teoria da matemática dos
corrente alternada. A unidade utilizada é o àmpere. fenômenos eletromagnéticos, a Lei de Ampère, sendo a primeira
O amperímetro deve ser ligado sempre em série, para aferir pessoa a utilizar medidas elétricas, tendo construído um instru-
a corrente que passa por determinada região do circuito. Para isso mento que foi o precursor dos aparelhos de medidas hoje conhe-
o amperímetro deve ter sua resistência interna muito pequena, a cidos.
menor possível. A corrente elétrica quando muda de sentido, e denomina-
Se sua resistência interna for muito pequena, comparada às da de corrente alternada, sendo hoje as usadas pelas companhias
resistências do circuito, consideramos o amperímetro como sendo elétricas, não são correntes contínuas, sendo que as mesmas se
ideal. mantêm em seus sentidos, podendo se usar como exemplo de tal
Amperímetro Ideal → Resistência interna nula corrente, a das pilhas convencionais ou as baterias dos automó-
veis.
Podemos concluir que: Uma corrente alternada pode ser
transformada em corrente contínua por meio de dispositivos es-
peciais, denominado de retificadores, sendo introduzidos em um
fio condutor no qual existe uma corrente alternada, se transfor-
mando em corrente contínua.

Circuitos Simples

Voltímetro não-ideal Amperímetro Ideal Vamos verificar tal circuito através da de um “corte” em uma
pilha, mostrando seus componentes, entretanto a diferença de po-
CIRCUITOS SIMPLES COM GERADORES, LEIS DE tencial entre os pólos da pilha abaixo é mantida graças à energia
KIRCHHOF liberada em reações químicas.
Consideraremos também dois pólos sendo um positivo e um
Corrente Contínua negativo, sendo que sem esses componentes a corrente elétrica
jamais se formaria.
É preciso considerar que as cargas estejam sempre em A voltagem que sempre é fornecida em uma pilha é de 1,5 V,
repouso. Para que possamos considerar o que é uma corrente entretanto há aparelhos que se utilizam mais do que essa quanti-
elétrica, é necessário que façamos algumas experiências, como dade de Volts. Sendo assim é necessário que mais de uma pilha
ligar as extremidades de fios aos pólos de uma pilha. sejam colocadas para o devido funcionamento, onde a corrente
Podemos concluir que o fio possui muitos elétrons livres., es- elétrica é o valor da pilha x o seu próprio número. Como exem-
tando em movimento devido a força elétrica do campo, possuindo plo, confira o seguinte raciocínio: Um carrinho de criança que se
carga negativa, em movimento contrário ao do campo ampliado, coloca 3 pilhas, o valor de sua corrente elétrica se dá por: 1,5 V
gerando portanto a chamada corrente elétrica. + 1,5 V + 1,5 V = 4,5 V

Didatismo e Conhecimento 21
FÍSICA
Já as baterias de automóvel vem com uma carga elétrica de Diferença de Potencial
2 V, onde suas placas são mergulhadas em uma solução de ácido
sulfúrico e colocando-as dentro de um invólucro resistente, para Graças à força do seu campo eletrostático, uma carga pode reali-
que não ocorra seu vazamento. Se por acaso houver uma diferen- zar trabalho ao deslogar outra carga por atração ou repulsão. Essa ca-
ça de potencial entre os seus pólos, a voltagem será estabelecida pacidade de realizar trabalho é chamada potencial. Quando uma carga
nas extremidades dos fios, gerando assim um circuito elétrico for diferente da outra, haverá entre elas uma diferença de potencial(E).
simples. A figura abaixo nos mostra uma sistema convencional A soma das diferenças de potencial de todas as cargas de um
de corrente elétrica. campo eletrostático é conhecida como força eletromotriz.
A diferença de potencial (ou tensão) tem como unidade funda-
Resistência Elétrica mental o volt(V).

Para um condutor AB, estando ele ligado a uma bateria, Corrente


ocorrerá sempre que se estabelecer contato, uma diferença de
potencial nas extremidades, e consequentemente a passagem da Corrente (I) é simplesmente o fluxo de elétrons. Essa crrente é
corrente i através dele. produzida pelo deslocamento de elétrons através de uma ddp em um
As cargas realizarão colisões contra os átomos ou moléculas condutor. A unidade fundamental de corrente é o ampère (A). 1 A é o
havendo, então oposição a corrente elétrica, podendo ser maior deslocamento de 1 C através de um ponto qualquer de um condutor
ou menor, dependendo da natureza do fio ligado em A e B. durante 1 s.
A resistência elétrica se baseia na seguinte fórmula: R = I=Q/t
VAB O fluxo real de elétrons é do potencial negativo para o positivo.
Portanto, quanto menor for o valor da corrente i, maior será No entanto, é convenção representar a corrente como indo do positivo
o valor de R. A unidade de representação da medida de resistên- para o negativo.
cia é a do sistema internacional, sendo que 1 volt/ampère = 1
V/A, sendo denominada como 1 ohm (ou representada pela letra Correntes e Tensões Contínuas e Alternadas
grega Ω, em homenagem ao físico alemão do século passado,
A corrente contínua (CC ou DC) é aquela que passa através de
Georg Ohm.
um condutor ou de um circuito num só sentido. Isso se deve ao fato
Podemos concluir que: quando uma voltagem VAB é apli-
de suas fontes de tensão (pilhas, baterias,...) manterem a mesma pola-
cada nas extremidades de um condutor, estabelecendo nele uma
ridade de tensão de saída.
corrente elétrica i, a resistência é dada pela fórmula acima des-
Uma fonte de tensão alternada alterna a polaridade constante-
crita.
mente com o tempo. Conseqüentemente a corrente também muda de
Quanto maior for o valor de R, maior será a oposição que o
sentido periódicamente. A linha de tensão usada na aioria das residên-
condutor oferecerá à passagem da corrente.
cias é de tensão alternada.
O valor da resistividade pode ser considerada como sendo
uma grandeza característica de todo material que constitui um Resistência Elétrica
fio, sendo definida como: uma substância será tanto melhor con-
dutora de eletricidade quanto menor for o valor de sua resistivi- Resistência é a oposição à passagem de corrente elétrica. É me-
dade. dida em ohms (W). Quanto maior a resistência, menor é a corrente
Reostato segundo seus criadores, é um aparelho onde se que passa.
pode variar a resistência de um circuito e, assim, tornando-se Os resistores são elementos que apresentam resistência conheci-
possível aumentar ou diminuir, a intensidade da corrente elétrica. da bem definida. Podem ter uma resistência fixa ou variável.
Dado um comprido fio AC, de grande resistência, um cursor Símbolos em eletrônica e eletricidade
B, que se desloca através do fio, entrando em contato com A e Abaixo estão alguns símbolos de componentens elétricos e ele-
C, observe a corrente que sai do pólo positivo da bateria percor- trônicos:
rendo o trecho AB do reostato. Verifica-se que não há corrente
passando no trecho BC, pois estando o circuito interrompido em
C, a corrente não poderá prosseguir através desse trecho.

Carga Elétrica

Um corpo tem carga negativa se nele há um excesso de elé-


trons e positiva se há falta de elétrons em relação ao número de
prótons.
A quantidade de carga elétrica de um corpo é determinada
pela diferença entre o número de prótons e o número de elétrons
que um corpo contém. O símbolo da carga elétrica de um corpo
é Q, expresso pela unidade coulomb (C). A carga de um coulomb
negativo significa que o corpo contém uma carga de 6,25 x 1018
mais elétrons do que prótons.

Didatismo e Conhecimento 22
FÍSICA
Associações de Resistores Lei de Kirchhoff para Correntes: A soma das correntes que
entram num nó (junção) é igual à soma das correntes que saem
Os resistores podem se associar em paralelo ou em série. (Na desse nó.
verdade existem outras formas de associação, mas elas são um
pouco mais complicadas e serão vistas futuramente)
Associação Série
Na associação série, dois resistores consecutivos têm um
ponto em comum. A resistência equivalente é a soma das resis-
tências individuais. Ou seja:
Req = R1 + R2 + R3 + ...
Exemplificando:
Calcule a resistência equivalente no esquema abaixo:
I1+I2= I3+I4+I5 As leis de Kirchhoff serão úteis na resolução
de diversos problemas.Na próxima atualização, farei uma série de
exercícios sobre todos os conceitos que expliquei até aqui.

Capacitor
Req = 10kW + 1MW + 470W O capacitor é constituído por duas placas condutoras parale-
Req = 10000W + 1000000W + 470W las, separadas por um diélétrico. Quando se aplica uma ddp nos
Req = 1010470W seus dois terminais, começa a haver um movimento de cargas para
as placas paralelas. A capacitância de um capacitor é a razão entre
Associação Paralelo
a carga acumulada e a tensão aplicada.
C = Q/V
Dois resistores estão em paralelo se há dois pontos em co-
Deve-se também ter em mente que a capacitância é maior
mum entre eles. Neste caso, a fórmula para a resistência equiva-
quanto amior for a área das placas paralelas, e quanto menor for a
lente é: 1/Req = 1/R1 + 1/R2 + 1/R3 + ...
distância entre elas. Desta forma: A (8,85 x 10-12 ) C= -----------
Exemplo:
----------- k d
Calcule a resistência equivalente no circuito abaixo:
Onde: C = capacitância A = área da placa d = distância entre as
placas k = constante dielétrica do material isolante
Vamos agora estudar o comportamento do capacitor quando
nele aplicamos uma tensão DC. Quando isto acontece, a tensão no
capacitor varia segundo a fórmula: Vc=VT(1-e-t/RC)
Isso gera o seguinte gráfico Vc X t

Note que a resistência equivalente é menor do que as resis-


tências individuais. Isto acontece pois a corrente elétrica tên mais
um ramo por onde prosseguir, e quanto maior a corrente, menor
a resistência.

As Leis de Kirchhoff

Lei de Kirchhoff para Tensão: A tensão aplicada a um cir-


cuito fechado é igual ao somatório das quedas de tensão naquela Isto acontece porque a medida que mais cargas vão se acumu-
circuito. lando no capacitor, maior é a oposição do capacitor à corrente (ele
funciona como uma bateria).
Note que no exemplo abaixo ligamos um resistor em série
com o capacitor. Ele serve para limitar a corrente inicial (quando o
capacitor funciona como um curto). O tempo de carga do capacitor
é 5t, onde t = RC (resistência vezes capacitância).

Ou seja: a soma algébrica das subidas e quedas de tensão é


igual a zero (SV). Então, se temos o seguinte circuito: podemos
dizer que VA = VR1 + VR2 + VR3

Didatismo e Conhecimento 23
FÍSICA
No exemplo abaixo, o tempo de carga é: Tc= 5 x 1000 x
10-6 = 5ms 3 ÓPTICA: ÓPTICA GEOMÉTRICA;
Se aplicarmos no capacitor uma tensão alternada, ele vai
REFLEXÃO; REFRAÇÃO; POLARIZAÇÃO;
oferecer uma “oposição à corrente” (na verdade é oposição à
variação de tensão) chamada reatância capacitiva (Xc).
INTERFERÊNCIA.
Xc=1/2pfC
A oposição total de um circuito à corrente chama-se impe-
dância (Z). Num circuito composto de uma resistência em série A Óptica Geométrica ocupa-se de estudar a propagação da luz
com uma capacitância: com base em alguns postulados simples e sem grandes preocupa-
Z = (R22+Xc2) 1/2 ou Z = Ö R22+XC2 ções com sua natureza, se ondulatória ou particular.
Podemos imaginar a impedância como a soma vetorial de
resistência e reatância. O ângulo da impedância com a abscissa Princípios
é o atraso da tensão em relação à corrente.
Aplicações: Se temos um circuito RC série, a medida que Os princípios em que se baseia a Óptica Geométrica são três:
aumentarmor a freqüência, a tensão no capacitor diminuirá e a Propagação Retilínea da Luz: Em um meio homogêneo e transpa-
tensão no resistor aumentará. Podemos então fazer filtros, dos rente a luz se propaga em linha reta. Cada uma dessas “retas de
quais só passarão freqüências acima de uma freqüência estabele- luz” é chamada de raio de luz. Independência dos Raios de Luz:
cida ou abaixo dela. Estes são os filtros passa alta e passa baixa. Quando dois raios de luz se cruzam, um não interfere na trajetória
do outro, cada um se comportando como se o outro não existisse.
Frequência de corte: é a frequência onde XC=R.
Reversibilidade dos Raios de Luz: Se revertermos o sentido de
propagação de um raio de luz ele continua a percorrer a mesma
Quando temos uma fonte CA de várias frequências, um re-
trajetória, em sentido contrário.
sistor e um capacitor em série, em frequências mais baixas XC
é maior, desta forma, a tensão no capacitor é bem maior que O princípio da propagação retilínea da luz pode ser verificado
no resistor. A partir da frequência de corte, a tensão no resistor no fato de que, por exemplo, um objeto quadrado projeta sobre
torna-se maior. Dessa forma, a tensão no capacitor é alta em uma superfície plana, uma sombra também quadrada. O princípio
frequências mais baixas que a frequência de corte. Quando a da independência pode ser observado, por exemplo, em peças de
frequência é maior que a frequência de corte, é o resistor que teatro no momento que holofotes específicos iluminam determina-
terá alta tensão. dos atores no palco. Mesmo que os atores troquem suas posições
nos palcos e os feixes de luz sejam obrigados a se cruzar, ainda sim
Filtro passa baixa: os atores serão iluminados da mesma forma, até mesmo, por luzes
de cores diferentes. O terceiro princípio pode ser verificado por
exemplo na situação em que um motorista de táxi e seu passageiro,
este último no banco de trás, conversam, um olhando para o outro
através do espelho central retrovisor.
O domínio de validade da óptica geométrica é o de a escala
em estudo ser muito maior do que o comprimento de onda da luz
considerada e em que as fases das diversas fontes luminosas não
têm qualquer correlação entre si. Assim, por exemplo é legítimo
utilizar a óptica geométrica para explicar a refração mas não a di-
Vsaída=It XC fração. Todos os três princípios podem ser derivados do Princípio
de Fermat, de Pierre de Fermat, que diz que quando a luz vai de
Filtro passa alta um ponto a outro, ela segue a trajetória que minimiza o tempo do
percurso (tal princípio foi utilizado por Bernoulli para resolver o
problema da braquistócrona. Note a semelhança entre os enuncia-
dos do princípio e do problema).
A óptica geométrica fundamentalmente estuda o fenômeno da
reflexão luminosa e o fenômeno da refração luminosa. O primeiro
fenômeno tem sua máxima expressão no estudo dos espelhos, en-
quanto que o segundo, tem nas lentes o mesmo papel. Durante sua
propagação no espaço, a onda propicia fenômenos que acontecem
Vsaída=It R naturalmente e frequentemente. O conhecimento dos fenômenos
ondulatórios culminou em várias pesquisas de importantes cientis-
tas, como Christiaan Huygens e Thomas Young, estes defendiam
que a luz tinha características ondulatórias e não corpusculares
como Isaac Newton acreditava, isso foi possível mediante a uma
importante experiência feita por Young, a da “Dupla fenda”, ba-
seada no fenômeno de interferência e difração (veja a figura Fig.1),

Didatismo e Conhecimento 24
FÍSICA
inerente às ondas. Mais tarde, um outro cientista célebre chamado tes separados por uma parede espessa e relativamente alta, os dois
Heinrich Rudolf Hertz, runescape fotoelétrico que foi muito bem se ouvirão em uma conversa, isso é possível graças ao fenômeno
entendido e explicado pelo físico Albert Einstein, o que lhe ren- de difração, pois como a onda sonora possui um comprimento de
deu o Nobel de Física. Essa contradição permitiu à luz ter caráter onda na escala métrica, esta contornar a parede e atingir os ouvidos
dualista, ou seja, ora se comporta como onda ora como partícula. dos indivíduos. A luz não poderia contornar a parede, pois possui
Outro exemplo importante foi o de Gauss, no campo da óptica, um comprimento de onda na escala manométrica o que faz os in-
com suas descobertas e teorias sobre a reflexão da luz em espelhos divíduos não se verem apenas se escutarem.
esféricos e criador das fórmulas que permite calcular a altura e
distancia de uma imagem do espelho com relação ao objeto. Interferência

Reflexão É quando duas ondas, simultaneamente, se propagam no


mesmo meio. Denomina-se então uma superposição de ondas.
Há muitos séculos, curiosos gregos como Heron de Alexan- Quando ocorre o encontro entre duas cristas ambas aumentam sua
dria tentavam desvendar os mistérios da natureza, em especial a amplitude. Quando dois vales se encontram sua amplitude é igual-
ele a reflexão luminosa. Atualmente os conhecimentos adquiridos mente aumentada e os dois abaixam naquele ponto. Quando um
sobre este campo culminaram, em parte, na contemporânea mecâ- vale e uma crista encontram-se, ambos irão querer puxar cada ele-
nica quântica, cientistas como Niels Bohr (com seu modelo atômi- vação para o seu lado. Se as amplitudes forem iguais elas se can-
co mais complexo) perpassaram por estudos na área da reflexão, celam (a=0). Se as amplitudes foram diferentes elas se subtraem.
quando um de seus postulados dizia que fótons poderiam interagir
com os elétrons da camada mais exterior da eletrosfera de um áto- Polarização
mo, excitando-os e proporcionando-os a estes os chamados saltos
quânticos que resultariam na “devolução” da radiação(pacote des- A polarização é um fenômeno que pode ocorrer apenas com
tes fótons) incidente. A reflexão, no entanto, não vale só para as ondas transversais, aquelas em que a direção de vibração é perpen-
ondas luminosas e sim para todas as ondas, ou seja, acústica, do dicular à de propagação, como a produzida em uma corda esticada.
mar, etc. Tomando como exemplo ondas originadas de inúmeras A onda é chamada polarizada quando a vibração ocorre em uma
perturbações superficiais (pulsos) periódicas em um balde largo e única direção. Polarizar uma onda significa orientá-la em uma úni-
comprido de água inerte (parada), percebe-se que as ondas se pro- ca direção ou plano.
pagam no meio “batem” nas paredes do recipiente e “voltam” sem
sofrerem perdas consideráveis de energia, esse fenômeno é chama-
do de reflexão. Os estudos do grego Alexandria resultaram na con-
clusão de que as ondas luminosas, natureza de onda estudada por 4 ESPECTROSCOPIAS DE ABSORÇÃO
ele, incidiam sobre um espelho e eram refletidas, e ainda que o ân- E DE EMISSÃO MOLECULAR
gulo de incidência é igual ao de reflexão. Esta teoria, aceita até os (FLUORESCÊNCIA).
dias atuais, é valida para todas as naturezas de onda, com exceção
à acústica, por se propagar em todas as direções (tridimensional).

Refração Em Química e Física o termo espectroscopia é a designa-


ção para toda técnica de levantamento de dados físico-químicos
Propagando-se numa corda de menor densidade, quando um através da transmissão, absorção ou reflexão da energia radiante
pulso passa para outra de maior densidade, está sofrendo uma re- incidente em uma amostra. Por extensão, o termo espectroscopia
fração. ainda é usado na técnica de espectroscopia de massas, onde íons
moleculares monovalentes são defletidos por um campo magnéti-
Leis da refração co. O resultado gráfico de uma técnica espectroscópica qualquer,
a resposta como uma função do comprimento de onda - ou mais
1.Os raios de onda incidente, refratado e normal são copla- comumente a frequência - é chamado espectro. Sua impressão grá-
nares. fica pode ser chamada espectrograma ou, por comodidade, sim-
2.Lei de Snell - Descartes: a frequência e a fase não variam. plesmente espectro; ver também largura de linha espectral.
A velocidade de propagação e o comprimento de onda variam na Originalmente o termo espectropia designava o estudo da in-
mesma proporção. teração entre radiação e matéria como uma função do comprimen-
to de onda (λ). De fato, historicamente, espectroscopia referia-se a
Difração ao uso de luz visível dispersa de acordo com seu comprimento de
onda, e.g. por um prisma. Posteriormente o conceito foi expandido
Uma onda quando perpassa um obstáculo que possui a mesma para compreender qualquer medida de uma grandeza como função
ordem de grandeza de seu comprimento de onda, apresenta um tanto de comprimento de onda ou frequência. Assim, este termo
fenômeno denominado difração, modificando sua direção de pro- também pode se referir a uma resposta a um campo alternado ou
pagação e contornando um obstáculo. Esse fenômeno foi estudado freqüência variável (ν). Uma posterior extensão do escoppo da
pelo físico Thomas Young e representado em sua experiência junto definição adicionou energia (E) como uma variável, dada quando
ao de interferência - utilizado pra provar a característica ondulató- obtido o relacionamento muito próximo expresso por E = hν para
ria da luz. Se uma pessoa tentar se comunicar com outra, sendo es- fótons (h é a constante de Planck).

Didatismo e Conhecimento 25
FÍSICA
Descrição Métodos de Espectroscopia

É chamado de espectroscopia o método utilizado para Existem diversos métodos de análises espectroscópicas, tanto
análise de elementos simples, da estrutura química de compostos molecular quanto atômica. Para cada um deles os instrumentos de
inorgânicos ou grupos funcionais de uma substância orgânica medida sofrem variações. Os métodos são:
utilizando radiação electromagnética. O exame pode ser destru- - Espectroscopia rotacional ou espectroscopia de microondas
tivo ou não destrutivo; os exames mais interessantes são os que - Espectroscopia de infravermelho
não destroem as amostras, e dos quais resultem dados precisos. - Espectroscopia Raman
Sempre quando se excita uma substância com uma fonte de ener- - Espectroscopia UV/visível, Espectroscopia no visível ou Es-
gia, esta pode emitir como absorver radiação em determinado pectroscopia ultravioleta
comprimento de onda, desta forma permitindo uma observação - Espectroscopia de fluorescência ou fluorometria
do comportamento do corpo de prova. Os resultados da análise - Espectroscopia de raios-X
espectroscópica de uma amostra providenciam dados sobre a es- - Espectroscopia de plasma ICP
- Espectroscopia fotoacústica
trutura do analito, tais como geometria de ligação, natureza quí-
- Espectroscopia de absorção atômica
mica de ligandos de um dado átomo, comprimentos de ligações
- Espectroscopia de absorção molecular
químicas, etc.. A base da espectroscopia é a natureza ondulatória
- Espectroscopia de ressonância magnética nuclear
das radiações eletromagnéticas, cuja variável é a frequência fun-
- Espectroscopia de ressonância magnética eletrônica ou de
damental. Esta determina o número de oscilações realizadas pela Ressonância paramagnética eletrônica
onda por unidade de tempo, e o comprimento de onda, distância - Espectroscopia de Mössbauer
percorrida pela onda durante um período de tempo corresponden-
te a uma unidade de frequência, sendo o produto destas definido Tem-se ainda, por um certo abuso de linguagem Espectrosco-
como a velocidade de propagação da onda. pia de massa

Classificação dos métodos Interação da radiação com a matéria

Natureza da excitação medida Como dito acima, o fundamento de qualquer espectroscopia


é a interação de uma radiação eletromagnética e a matéria cons-
O tipo de espectroscopia depende da grandeza física medi- tituinte da amostra. A energia incidente pode ser refletida, trans-
da. Normalmente, a grandeza que é medida é uma intensidade, mitida ou absorvida. Haverá interação não somente se houver res-
tanto da energia absorvida quanto da produzida. Espectroscopia sonância entre dois entes: a onda eletromagnética e uma partícula
eletromagnética envolve interações de matéria com radiação ele- (átomo, molécula ou íon) mas também se a energia for mais alta
tromagnética, tais como luz. Espectroscopia de elétrons envolve que a necessária para ocorrer uma transição eletrônica. As condi-
interações com raios catódicos. Espectroscopia de Auger envolve ções para que haja essa absorção são: A frequência da onda inci-
a indução do efeito Auger com um raio catódico. Neste caso a dente coincidir com uma frequência natural de um tipo de oscila-
medição tipicamente envolve a energia cinética do elétron como ção do sistema. Sejam respeitadas as regras de seleção quânticas
variável. atinentes ao sistema e à faixa de frequências particular envolvida.
Espectroscopia acústica envolve a frequência do som. Es-
pectroscopia dieléctrica envolve a frequência de um campo elé- Instrumentação
trico externo. Espectroscopia mecânica envolve a frequência de
um stress mecânico externo, e.g. a torção aplicada a uma peça Em geral, espectrômetros ou espectroscópios são equipamen-
de material. tos destinados à análise de radiação, mormente ondas eletromag-
néticas (incluindo-se nestas a luz visível). Desta forma, servem
para a análise físico-química cujo processo é chamado espectros-
Processos de medição
copia. Os espectrômetros compreendem uma fonte de energia ra-
diante, um sistema colimador (fenda, lentes...), um local destinado
São três os principais tipos de processo pelos quais a radia-
à amostra, um sistema monocromador e um sistema detector. É
ção interage com a amostra e é analisada: comum ainda se confundirem estes termos com espectrofotômetro.
Espectroscopia de absorção - Correlaciona a quantidade da Entretanto, ao termo espectrofotômetro reserva-se o sentido de ser
energia absorvida em função do comprimento de onda da radia- um espectrômetro que utiliza radiação na zona da luz, ou seja,
ção incidente. entre o infravermelho e o ultravioleta (inclusive). Neste sentido,
Espectroscopia de emissão - Analisa a quantidade de ener- existem espectrofotômetros UV-visível (ou apenas visível), de
gia emitida por uma amostra contra o comprimento de onda da infravermelho e de fluorescência (ou fluorímetros).
radiação absorvida. Consiste fundamentalmente na reemissão de
energia previamente absorvida pela amostra Componentes
Espectroscopia de espalhamento (ou de dispersão) - Deter-
mina a quantidade da energia espalhada (dispersa) em função de - Fontes de Radiação
parâmetros tais como o comprimento de onda, ângulo de incidên- - Colimadores
cia e o ângulo de polarização da radiação incidente - Recipientes para amostras

Didatismo e Conhecimento 26
FÍSICA
- Monocromadores - prismas e redes de difração tipo de fonte de radiação usado para “iluminar” as amostras, se
- Detectores/Transdutores (ex: fotomultiplicador) coerente (laser) ou incoerente; da resolução temporal ou espec-
- Processador tral dos instrumentos de dispersão usados e, finalmente, da sensi-
- Saída (ex: monitor de computador) bilidade de detecção que pode ser atingida. Espectro de radiações
e unidades espectroscópicas:
Espectroscopia usando radiação eletromagnética em todas as O espectro de radiações eletromagnéticas estende-se, em
regiões de comprimentos de onda é a mais importante fonte de in- ordem crescente de energia, das ondas de rádio, com longos
formação experimental para a física de átomos e moléculas. Aqui comprimentos de onda muito curtos, entre 10-10 e 10-15 m. O
é dada uma classificação dos métodos espectroscópicos de acordo espectro inclui também regiões de radiações com energias inter-
com a região espectral estudada, útil para se obter a informação de- mediárias, entre microondas e
sejada. São revistas também as principais unidades de medidas em
atômica e/ou molecular da matéria em seus estados sólido, líquido
e gasoso espectroscopia de moléculas e a classificação das transi-
ções possíveis de serem observadas e, finalmente, uma descrição
dos métodos experimentais mais usuais empregados no estudo da
estrutura.
Os métodos experimentais em espectroscopia oferecem con- o ultravioleta de vácuo. Cada uma dessas regiões tem suas
tribuições notáveis para estado da arte da física atômica e mole- formas próprias de serem produzidas e detectadas e não existe
cular, da química e da biologia molecular. Muito do nosso atual uma interface perfeitamente definida entre regiões adjacentes,
conhecimento acerca da estrutura da matéria é baseado em investi- sendo o espectro contínuo do ponto de vista macroscópico.
gações espectroscópicas. Informações sobre a estrutura molecular
e sobre a interação de moléculas com seus vizinhos podem ser - Microondas são ondas eletromagnéticas com frequências
derivadas de diversos modos a partir dos espectros de emissão e/ na faixa de 1 a 100 GHz. Esta é a região da espectroscopia de
ou absorção gerados quando a radiação interage com os átomos e/ ressonância de spin, e também da espectroscopia rotacional,
especialmente para moléculas pequenas na fase gasosa. O
ou moléculas da matéria.
extremo superior desta região já se sobrepõe com a região
Medidas do comprimento de onda de linhas espectrais per-
espectral do infravermelho distante (far infra-red = FIR).
mitem a determinação de níveis de energia de sistemas atômicos
- O infravermelho se estende do limite superior da faixa de
e moleculares. A intensidade da linha é proporcional à probabili-
microondas até o começo da região visível, em um comprimento
dade de transição que mede quão fortemente dois níveis de uma
de onda de cerca de 800 nm. A parte de comprimentos de onda
transição molecular (ou atômica) estão acoplados. Uma vez que a
mais longos (0,1 - 1mm) é aplicável à excitação de espectros
probabilidade de transição depende das funções de onda de ambos
rotacionais, enquanto a extremidade de comprimentos de on-
os níveis de energia, medidas de intensidade são úteis para verifi-
das menores (o região onde espectros vibracionais típicos das
car a distribuição espacial de cargas dos elétrons excitados, a qual
moléculas são observados: os chamados espectros rotacionais-
pode ser estimada a partir de soluções aproximadas da equação de -vibracionais.
Schrödinger. A largura natural de uma linha espectral pode ser re- - Transições eletrônicas começam no infravermelho, contu-
solvida por técnicas especiais, permitindo determinar os tempos de do elas ocorrem com maior probabilidade nas regiões visível e
vida médios de estados moleculares excitados. Medidas da largura UV. Aqui são observados espectros de banda de moléculas, no
Doppler dão a distribuição de velocidades das moléculas sentido próprio do termo, i. é, espectros consistindo de transições
emitindo ou absorvendo e, com ela, a temperatura da amostra. Do eletrônicas com transições vibracionais e rotacionais superpos-
alargamento por pressão e deslocamentos por pressão de linhas tas.
espectrais, podem ser obtidas informações acerca de processos de - Além da extremidade de comprimentos de onda curtos do
colisão e potenciais interatômicos. Os efeitos de desdobramento UV, e sobrepondo-se com ela, está a região dos raios-X e, em
Stark e Zeeman por campos elétricos e magnéticos externos são seguida, de radiação g. Com radiação de tão altas energias, tran-
importantes para medir momentos de dipolo elétricos ou magné- sições e estados dos elétrons mais internos, aqueles nas camadas
ticos, e esclarecem o acoplamento dos diferentes momentos an- internas do átomo, podem ser investigados, especialmente por
gulares em átomos ou moléculas, mesmo com configurações ele- espectroscopia de fotoelétrons.
trônicas complexas. A estrutura hiperfina de linhas espectrais dá Nas diferentes regiões espectrais, e também em várias disci-
informação sobre a interação entre os núcleos e a nuvem eletrônica plinas científicas, uma variedade de unidades para medidas das
e permite determinar, também, momentos de dipolo magnético nu- frequências e comprimentos de onda da radiação está em uso,
clear ou momentos de quadrupolo elétrico. Medidas resolvidas no por razões práticas. Algumas fórmulas de conversão importantes
tempo permitem o acompanhamento da dinâmica das moléculas para as unidades que medem energia são: falando, é incorreta. A
nos estados fundamentais e excitados, para estudos de processos unidade de energia, ou número de onda, é definida pela relação
de colisão e mecanismos de transferência de energia.
Estes são alguns exemplos das formas pelas quais a espectros- =n [cm-1] (1).
copia contribui para o conhecimento do mundo sub-microscópico
dos átomos e das moléculas. Contudo, a quantidade de informação n = c/l = energia/h [s-1] (2).
que pode ser extraída de um espectro depende essencialmente do Para a unidade de frequência, temos

Didatismo e Conhecimento 27
FÍSICA
Métodos experimentais de espectroscopia de átomos ou
Nas fórmulas (1) e (2) h é a constante de Planck igual a 6,626 moléculas
· 10-34 J.s
Espectroscopia de absorção. Em espectroscopia de absor-
Espectro molecular: ção clássica as fontes de radiação são incoerentes e possuem uma
banda de emissão bastante larga.
Podemos expressar a energia total de excitação de uma molécu-
Lâmpadas de Hg, Xe, etc são empregadas como fonte de ra-
la, com boa aproximação, como a soma das energias de excitações
parciais dos níveis eletrônico, vibracional e rotacional mencionadas diação. O procedimento experimental para medir os espectros é o
acima: seguinte: a radiação emitida por uma lâmpada passa pela amostra
e é focalizada na entrada de um espectrofotômetro (instrumento
dispersor usado para selecionar comprimentos de onda). A inten-
E = Eel + Evib + Erot (3),
sidade da luz transmitida é medida em função do comprimento
de onda. O espectro de absorção é obtido por comparação da
onde os subscritos el, vib e rot significam eletrônica, vibracio-
nal e rotacional, respectivamente. intensidade da luz transmitida com a intensidade de um feixe de
referência que não passa pela célula cheia; retirando-se a célula
A figura 1 ilustra os níveis vibracionais e rotacionais em dois de amostra da passagem da luz a referência é gravada na unidade
estados eletrônicos de uma molécula, I e I, e as possíveis transições de registro antes de se colocar a amostra na célula.
entre eles. Um espectro de absorção de radiação UV (230 nm a 330
nm) de soluções químicas compostas por ácido hexadecanóico
(C16H32O2), conhecido como ácido palmítico, um dos compo-
nentes majoritários de óleos vegetais, diluído em hexano a dife-
rentes concentrações. A larga banda de absorção é devida a tran-
sições eletrônicas das moléculas. Nas regiões do UV próximo é
Fig.1. Níveis vibracionais (v) e rotacionais (J) de dois estados
do visível a absorção diminui e começa a haver transmissão pela
eletrônicos de uma molécula denotados por I e I. As três setas indi-
amostra. Os estudos espectroscópicos realizados até o presente
cam (da esquerda para a direita) transições rotacional, rotacional-
-vibracional e eletrônica da molécula. em óleos vegetais extraídos na Amazônia vêm mostrando que
eles absorvem fortemente na região do UV. Uma técnica mais
As transições obedecem a regras de seleção que satisfazem o moderna, eficiente e de maior resolução utiliza lasers sintonizá-
princípio de Franck-Condon e podemos distinguir entre três tipos veis como fontes coerentes de luz que substituem o instrumento
de espectros ópticos: Espectros rotacionais são transições entre os de dispersão (espectrômetro ou monocromador). O coeficien-
níveis rotacionais de um dado nível vibracional em um estado ele- te de absorção e sua dependência em frequência são medidos
trônico particular. Somente o número quântico rotacional J1 muda diretamente da diferença entre as intensidades da referência e do
nessas transições. Estes espectros estão na região de microondas ou feixe transmitido.
no infravermelho distante. Eles consistem tipicamente de um gran- Com lasers sintonizáveis o poder de resolução é maior por-
de número de linhas espectrais aproximadamente equidistantes. Os que é limitado somente pelas larguras de linha das transições
espectros rotacionais também podem ser observados por meio de
absorvedoras. Usando técnicas apropriadas pode-se obter reso-
espectroscopia Raman.
Espectros rotacionais-vibracionais consistem de transições dos luções sub-Doppler em amostras de gases moleculares (espec-
níveis rotacionais de um certo estado vibracional para os níveis ro- troscopia de saturação, absorção de dois fótons livre de Doppler,
tacionais de um outro estado vibracional no mesmo termo eletrôni- etc..).
co. O estado de excitação eletrônica, assim, permanece inalterado.
Mudam os números quânticos J e v, onde v caracteriza os níveis
vibracionais quantizados. Estes espectros se encontram na região do
infravermelho. Eles consistem de um número de “bandas” que são
grupos de linhas estreitamente espaçadas, denominadas de linhas de
banda. Eles podem ser observados com espectroscopia Raman, as-
sim como espectroscopia infravermelha.
Espectros eletrônicos consistem de transições entre os níveis
rotacionais dos vários níveis vibracionais de um estado eletrônico e
os níveis rotacionais e vibracionais de um outro estado eletrônico.
Isto é chamado de sistemas de bandas. Ele contém todas as bandas
vibracionais da transição eletrônica em observação, cada uma das
quais com sua estrutura rotacional. Em geral todos três números
quânticos mudam nessas transições: J e v, e mais aquele que carac- Espectroscopia no infravermelho usando transformada de
teriza o estado eletrônico. Fourier: Uma técnica de muita importância no estudo de siste-
mas moleculares complexos, a espectroscopia por transformada
(n, l, ml ou j e mj) de Fourier representa uma alternativa muito elegante aos méto-
dos tradicionais de análise de espectros

Didatismo e Conhecimento 28
FÍSICA

Moleculares na faixa do infravermelho. Empregando um interferômetro tipo Michelson como espectrômetro, as vantagens derivam
tanto de uma abertura larga na entrada do sinal como da presença do espectro inteiro na saída. Assim o espectrômetro por transformada de
Fourier não é limitado, como os espectrômetros de prisma e de grade, pela presença de fendas estreitas que restringem tanto a irradiância
como o intervalo de comprimentos de onda disponíveis. Além disto, a resolução obtida com esta técnica é muito alta, limitada apenas pela
largura da janela da entrada (xw) e pela região de comprimentos de onda em análise, segundo a expressão l= lD

wxR (4).

Em um interferômetro de Michelson, a distribuição de intensidades na saída (padrão de interferência)

kxcos1(I2I0+= (5),

onde k = 2p/l é o número de onda. Uma vez que, do ponto de vista espectroscópico haverá um intervalo contínuo de valores de k na
fonte, o padrão de interferência pode ser interpretado como um grupo de intensidades I(k) por unidade de k, resultando numa intensidade
integrada sobre todos os números de onda

kxcos()k(I2dk)k(I2dk)k(I (6).

O primeiro termo comporta-se como um termo de referência, enquanto o segundo é o termo de interferência. Flutuações na intensidade
em torno do termo de referência compreendem a distribuição espectral em função da diferença de caminho (interferograma) dada por

dk)kxcos()k(I)x(I (7),

que é a transformada de Fourier do espectrograma

dx)kxcos()x(I2)k(I (8).

O que é importante para aplicação da técnica é que, variando continuamente a posição do espelho móvel no interferômetro, o espec-
trograma é a transformada de Fourier do interferograma. Consequentemente, a detecção do interferograma I(x) como função da diferença
de caminho óptico, em um ponto do eixo óptico do sistema, permite calcular a distribuição de intensidade espectral I(k) como função do
número de onda. Na parte superior, o interferograma e, abaixo, o espectro de Fourier, para uma amostra molecular complexa (piridina). Em
princípio uma limitação no uso da técnica FTIR seria que um interferograma verdadeiro está limitado dentro de um intervalo de amostragem
(comprimento de onda por número de valores lidos), isto requer a definição do menor valor de comprimento de onda a ser lido sem erro; mas,
com o progresso em métodos de processamento de sinais isto não representa mais um grande obstáculo, pois existem algoritmos próprios
que minimizam essa limitação.

Didatismo e Conhecimento 29
FÍSICA
Espectroscopia Raman QUESTÕES

Uma técnica muito utilizada no estudo da estrutura de siste- 01- O muro de uma casa separa Laila de sua gatinha. Laila
mas moleculares é a espectroscopia ouve o miado da gata, embora não consiga enxergá-la.
Nessa situação, Laila pode ouvir, mas não pode ver sua gata,
PORQUE
a) a onda sonora é uma onda longitudinal e a luz é uma onda
transversal.
b) a velocidade da onda sonora é menor que a velocidade da luz.
c) a frequência da onda sonora é maior que a freqüência da luz
Raman. A nível molecular a radiação pode interagir com a visível.
matéria por processos de absorção ou de espalhamento, e este úl- d) o comprimento de onda do som é maior que o comprimento
de onda da luz visível.
timo pode ser elástico ou inelástico. O espalhamento elástico de
fótons pela matéria é chamado de espalhamento Rayleigh, enquan-
02- A figura representa esquematicamente as frentes de onda
to o espalhamento inelástico, relatado pela primeira vez em 1928
de uma onda reta na superfície da água, propagando-se da região
pelo físico indiano Chandrasekhara Vankata Raman, é chamado de
1 para a região 2. Essas regiões são idênticas e separadas por uma
espalhamento Raman. No espalhamento inelástico de luz a com- barreira com abertura.
ponente de campo elétrico do fóton espalhado perturba a nuvem
eletrônica da molécula e pode ser entendido como um processo de
excitação do sistema para um estado “virtual” de energia
Vejamos, em resumo, a descrição do efeito a nível molecular:
suponhamos que a molécula se encontre em algum estado vibra-
cional, não necessariamente o fundamental, e absorve um fóton de
energia hni que a excita para um estado intermediário (ou virtual).
Imediatamente ela efetua uma transição para um estado de energia
mais alta que o estado inicial emitindo (espalhando) um fóton de
energia hns, de maneira que hns < hni. A fim de conservar a ener- A configuração das frentes de onda observada na região 2, que
gia, a diferença hni - hns = hncb excita a molécula para um nível mostra o que aconteceu com a onda incidente ao passar pela abertu-
de energia vibracional mais alto. Se a molécula está inicialmen- ra, caracteriza o fenômeno da
te em um estado vibracional excitado (o que pode acontecer, por a) absorção.
exemplo, se a amostra está aquecida), depois de absorver e emitir b) difração.
um fóton, ela pode decair para um estado de energia mais baixa c) dispersão.
Neste caso hns > hni significando que alguma energia vibracional d) polarização.
da molécula foi convertida em energia do fóton espalhado, de tal e) refração.
forma que hns - hni = hnba.
Em ambos os casos a diferença de energia entre os fótons 03- Um funcionário de um banco surpreende-se ao ver a porta
espalhado e incidente é chamada de deslocamento Raman e cor- da caixa-forte entreaberta e, mesmo sem poder ver os assaltantes
responde a diferenças de níveis de energia específicos da amostra no seu interior, ouve a conversa deles. A escuta é possível graças à
em estudo. Dependendo se o sistema perde ou ganha energia de combinação dos fenômenos físicos da:
vibração (ou de rotação) a frequência do deslocamento Raman se a) interferência e reflexão.
b) refração e dispersão.
dá acima e/ou abaixo da energia do fóton espalhado, em relação
c) difração e reflexão.
ao fóton incidente. As componentes deslocadas para baixo e para
d) interferência e dispersão.
cima são chamadas de Stokes e anti-Stokes, respectivamente. Um
e) difração e refração.
gráfico do número de fótons espalhados detectados (ou da inten-
sidade de luz espalhada) versus o deslocamento Raman em torno 04- Um trem de ondas planas de comprimento de onda —,que
de um comprimento de onda laser incidente, dá o espectro Raman. se propaga para a direita em uma cuba com água, incide em um obs-
Isto pode ser medido, também, diretamente em função do compri- táculo que apresenta uma fenda de largura F. Ao passar pela fenda,
mento de onda. o trem de ondas muda sua forma, como se vê na fotografia a seguir.
O alargamento lateral das linhas observado na figura 6 é devi-
do a um fenômeno óptico não linear conhecido como efeito Kerr
óptico. Há uma diferença importante entre os espectros Raman de
gases e líquidos, daqueles obtidos com sólidos, particularmente
cristais. Para gases e líquidos é significativa a noção dos níveis
de energia vibracionais das moléculas individuais. Os materiais
cristalinos, por seu lado, se comportam como se toda a rede cris-
talina sofresse vibração produzindo um efeito macroscópico cujos
modos são chamados de fônons.

Didatismo e Conhecimento 30
FÍSICA
Qual é o fenômeno físico que ocorre com a onda quando ela 08- Paulo está trabalhando no alto de um barranco e pede uma
passa pela fenda? ferramenta a Pedro, que está na parte de baixo (figura).
a) Difração.
b) Dispersão.
c) Interferência.
d) Reflexão.
e) Refração.

05- Na figura a seguir, C é um anteparo e So, S1 e S2 são fendas


nos obstáculos A e B.

Além do barranco, não existe, nas proximidades, nenhum ou-


tro obstáculo. Do local onde está, Pedro não vê Paulo, mas escuta-
-o muito bem porque, ao atingirem a quina do barranco, as ondas
sonoras sofrem:
a) convecção
b) reflexão
c) polarização
d) difração

09- Um movimento ondulatório propaga-se para a direita e


Assinale a alternativa que contém os fenômenos ópticos es-
encontra o obstáculo AB, onde ocorre o fenômeno representado na
quematizados na figura.
figura, que é o de:
a) Reflexão e difração
b) Difração e interferência
c) Polarização e interferência
d) Reflexão e interferência

06- Você já sabe que as ondas sonoras têm origem mecânica.


Sobre essas ondas, é certo afirmar que:
a) em meio ao ar, todas as ondas sonoras têm igual compri-
mento de onda.
b) a velocidade da onda sonora no ar é próxima a da velocida-
de da luz nesse meio.
c) por resultarem de vibrações do meio na direção de sua pro-
pagação, são chamadas transversais.
d) assim como as ondas eletromagnéticas, as sonoras propa-
gam-se no vácuo.
e) assim como as ondas eletromagnéticas, as sonoras também
sofrem difração. a) difração
b) difusão
07- Na óptica geométrica , utiliza-se o conceito da propagação c) dispersão
do raio de luz em linha reta. Isso é o que ocorre, por exemplo, no d) refração
estudo das leis da refração. Esse conceito é válido: e) polarização
a) sempre, independentemente de a superfície refletora ser ou
não compatível com a lei de Snell-Descartes. 10- Um feixe de luz composto pelas cores vermelha (V) e
b) sempre, independentemente da relação entre a dimensão azul (A), propagando-se no ar, incide num prisma de vidro per-
relevante do objeto (obstáculo ou fenda) e o comprimento de onda pendicularmente a uma de suas faces. Após atravessar o prisma, o
da luz. feixe impressiona um filme colorido, orientado conforme a figura.
c) somente para espelhos cujas superfícies refletoras sejam A direção inicial do feixe incidente é identificada pela posição O
compatíveis com a lei de Snell-Descartes. no filme.
d) somente para objetos (obstáculos ou fendas) cujas dimen- Sabendo-se que o índice de refração do vidro é maior para a
sões relevantes sejam muito maiores que o comprimento de onda luz azul do que para a vermelha, a figura que melhor representa o
da luz. filme depois de revelado é

Didatismo e Conhecimento 31
FÍSICA
12- “Eu peguei outro prisma igual ao primeiro e o coloquei
de maneira que a luz fosse refratada de modos opostos ao passar
através de ambos e, assim, ao final, voltaria a ser como era antes
do primeiro prisma tê-la dispersado.”
Assim Newton descreve a proposta do experimento que lhe
permitiu descartar a influência do vidro do prisma como causa da
dispersão da luz branca. Considerando que a fonte de luz era o
orifício O da janela do quarto de Newton, assinale a alternativa
que esquematiza corretamente a montagem sugerida por ele para
essa experiência.

a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.

11- O índice de refração de meios transparentes depende do


comprimento de onda da luz. Essa dependência é chamada de dis-
persão e é responsável pela decomposição da luz branca por um
prisma e pela formação do arco-íris. Geralmente o índice de refra-
ção diminui com o aumento do comprimento de onda. Considere
um feixe I de luz branca incidindo sobre um ponto P de um prisma
triangular de vidro imerso no ar, onde N é a reta normal no ponto 13- Selecione a alternativa que substitui corretamente os nú-
de incidência, como ilustra a figura abaixo.
meros entre parênteses no parágrafo abaixo, na ordem em que
eles aparecem. As cores que compõem a luz branca podem ser
visualizadas quando um feixe de luz, ao atravessar um prisma de
vidro, sofre (1), separando-se nas cores do espectro visível. A luz
de cor (2) é a menos desviada na sua direção de incidência, e a de
cor (3) é a mais desviada de sua direção de incidência.
(1) (2) (3)

a) dispersão vermelha violeta


b) dispersão violeta vermelha
c) difração violeta vermelha
d) reflexão vermelha violeta
e) reflexão violeta vermelha

14- Um feixe de luz do Sol é decomposto ao passar por um


prisma de vidro. O feixe de luz visível resultante é composto de
Com base nisso, avalie as seguintes afirmativas: ondas como:
I-O ângulo de refração da componente violeta dentro do pris- a) apenas sete frequências que correspondem às cores ver-
ma é maior que o ângulo de refração da componente vermelha.
melha, alaranjada, amarela, verde, azul, anil e violeta.
II. Na figura, a cor vermelha fica na parte superior do feixe
b) apenas três frequências que correspodem às core verme-
transmitido, e a violeta na parte inferior.
lha, amarela e azul.
III. O feixe sofre uma decomposição ao penetrar no prisma e
outra ao sair dele, o que resulta em uma maior separação das cores. c) apenas três frequências que correspondem às cores ver-
melha, verde e azul.
Assinale a alternativa correta. d) uma infinidade de frequências que correspondem a cores
a)Somente a afirmativa I é verdadeira. desde a vermelha até a violeta.
b) Somente a afirmativa II é verdadeira.
c) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. 15- A figura representa, esquematicamente, a trajetória de
d) Somente a afirmativa III é verdadeira. um feixe de luz branca atravessando uma gota de água. É dessa
e) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. forma que se origina o arco-íris.

Didatismo e Conhecimento 32
FÍSICA
18- Uma estação de rádio emite ondas médias na faixa de 1
MHz com comprimento de onda de 300 m. Essa radiação contorna

a) Que fenômenos ópticos ocorrem nos pontos 1, 2 e 3?


b) Em que ponto, ou pontos, a luz branca se decompõe, e por
que isso ocorre? Facilmente obstáculos como casas, carros, árvores etc. devido
c) Em que posição, em relação ao Sol deve estar o observador ao fenômeno físico da
para que ele veja o arco-íris? a) difração.
b) refração.
16- O arco-íris resulta da dispersão da luz do Sol quando in- c) reflexão.
d) interferência.
cide nas gotas praticamente esféricas da água da chuva. Assinale a
e) difusão.
alternativa que melhor representa a trajetória de um raio de luz em
uma gota de água na condição em que ocorre o arco-íris (I indica o
19- Alex encontra-se dentro de uma sala, cujas paredes late-
raio incidente, vindo do Sol, o círculo representa a gota e O indica
rais e superior possuem isolamento acústico. A porta da sala para o
a posição do observador).
exterior está aberta. Alex chama Bruno, que está fora da sala (ver
figura).

Pode-se afirmar que Bruno escuta Alex porque, ao passar pela


porta, a onda sonora emitida por este sofre:
a) polarização.
b) regularização.
17- Rafael e Joana observam que, após atravessar um aquário c) fissão.
cheio de água, um feixe de luz do Sol se decompõe em várias co- d) refração.
res, que são vistas num anteparo que intercepta o feixe. Tentando e) difração.
explicar esse fenômeno, cada um deles faz uma afirmativa:
- Rafael: “Isso acontece porque, ao atravessar o aquário, a fre- Respostas
quência da luz é alterada.”
- Joana: “Isso acontece porque, na água, a velocidade da luz 01-D / 02-B / 03-C / O4-A / 05-B / 06-E / 07-D
depende da frequência.”
08- D
Considerando-se essas informações, é CORRETO afirmar que A difração é explicada pelo Princípio de Huygens que afir-
a) ambas as afirmativas estão certas. ma que: quando os pontos de um objeto (quina do barranco), são
b) apenas a afirmativa de Rafael está certa. atingidos pela frente de onda eles tornam-se fontes de ondas se-
c) ambas as afirmativas estão erradas. cundárias que mudam a direção de propagação da onda principal,
d) apenas a afirmativa de Joana está certa. contornando o obstáculo

Didatismo e Conhecimento 33
FÍSICA
12- A. Vide figura

13- A / 14- D

15- a) refração, reflexão e refração b) A dispersão ocorre entre


1 e 2 e entre 2 e 3 e sua causa é o fato de o índice de refração abso-
luto da água ser diferente para cada frequência (cor) de luz, o que
09- A provoca desvios diferentes. C) com o Sol em suas costas.

10- D. Como a incidência é normal, o raio de luz não sofre 16- E / 17-D
desvio ao penetrar no prisma. O desvio é para cima, pois o raio
incidente e o raio refratado estão sempre em quadrantes opostos 18- A difração acontece quando uma onda contorna um obs-
àqueles determinados pela normal e o vermelho sofre menor des- táculo ou atravessa fendas --- ela é mais acentuada quando as di-
vio que o azul. mensões do obstáculo têm a mesma ordem de grandeza do com-
primento de onda --- a difração é um fenômeno exclusivamente
ondulatório --- R- A

19 - azza O fenômeno descrito de passagem de ondas sonoras


através de aberturas, fendas, interstícios, etc., corresponde à difra-
ção --- R- E

ANOTAÇÕES

11- I – Falsa. Quem sofre menor desvio (vermelho), tem maior


ângulo de refração. Vide figura abaixo.
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II- Verdadeira —————————————————————————
III- Falsa. A decomposição do feixe ocorre somente no inte-
rior do prisma. —————————————————————————
R- B

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FÍSICA

ANOTAÇÕES

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FÍSICA

ANOTAÇÕES

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