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1. NOTAÇÕES
Primeiramente, com objetivo de manter uma comunicação clara e objetiva, faz-se necessário
estabelecer uma notação comum. As principais variáveis utilizadas na modelagem de sistemas
mecânicos são:
x, posição [m];
v, velocidade [m/s];
a, aceleração [m/s2];
f, força [N].
dx
Para facilitar e resumir a notação é comum representar a velocidade v por x , uma vez que v .
dt
d 2x
Analogamente a aceleração a é representada por x , uma vez que a .
dt 2
2. REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS
Símbolo Descrição
f Força [N]
m Massa [kg]
m
Bloco de massa m com deslocamento sem atrito
x
Referência de sentido de deslocamento positivo
Para se obter o modelo matemático de um sistema mecânico recomendo realizar as três etapas a
seguir:
1. DCL (Diagrama de Corpo Livre): etapa para identificar todas as forças presentes no
sistema em estudo;
2. Leis dos Elementos: etapa para descrever todas as forças presentes nos elementos em
estudo (massa, mola e amortecedor);
3. Leis de Interconexão: etapa para relacionar todas as forças presentes no sistema em estudo
com objetivo de obter a EDM (Equação Diferencial do Movimento).
Com objetivo de apresentar a aplicação das três etapas apresentadas acima no processo de
modelagem de um sistema mecânico de translação iremos modelar o sistema Massa-Mola-
Amortecedor.
EXEMPLO 1: Obter a EDM do sistema Massa-Mola-Amortecedor apresentado na Figura 1.
Primeiramente antes de iniciarmos a criação do DCL
x vamos identificar os elementos presentes no sistema. Como
k podemos observar possuímos um bloco de massa m que se
desloca sem atrito, uma força f responsável por fornecer
f
b m "energia" ao sistema, uma mola e um amortecedor
responsáveis por gerar forças contrárias a direção do
movimento (neste exercício foi adotada arbitrariamente
como sentido positivo o sentido da esquerda para direita
Figura 1 : Sistema Massa-Mola-Amortecedor
como apresentado na seta de referência).
ETAPA 1: DCL
Nesta etapa deve ser desenhado o corpo em estudo, bloco de massa m, e nele ser colocado todas as
forças presentes no sistema, inclusive as força externa. O DCL do exemplo encontra-se na Figura 2.
Obs.: As forças f, fk e fb eram esperadas, porém, a força
fi também aparece no DCL. A força fi corresponde a
força de inércia, um artifício que reduz os erros durante
o processo de modelagem (comprovado pelo autor deste
Figura 2: DCL do sistema Massa-Mola-Amortecedor trabalho ao longo dos anos lecionando esta disciplina).
A força fi é expressa por fi m a e possui sentido contrário ao do movimento, no caso do
exemplo, para a esquerda (mesmo sentido das forças fk e fb). Finalizado o DCL pode-se se iniciar a
próxima etapa.
De posse de todas as equações pode-se passar para a próxima etapa que consiste em estabelecer
uma relação entre cada uma das forças e suas respectivas equações.
f
i
ext i M x
Como em nosso DCL já consideramos a força de inércia fi, também chamada de Força de
D'Lambert, apenas faz-se necessário igualar o somatório de forças à zero f i 0 .
i
Adotando forças no sentido esquerda para direita como sendo positivas, no nosso exemplo temos:
f fi f b f k 0
f mx bx kx
Esta equação é a EDM do problema em estudo e será utilizada futuramente para se obter a Função
de Transferência do mesmo problema.
EXEMPLO 2: Obter a EDM do sistema Massa-Mola que se movimenta com atrito apresentado na
Figura 3.
Como podemos observar a EDM obtida no Exemplo 2 é idêntica à do Exemplo 1 isto se deve ao
fato dos dois sistemas serem equivalentes ou análogos. É extremamente comum uma mesma EDM
representar sistemas distintos, esta analogia é aproveitada na modelagem de sistemas térmicos e
hidráulicos.
iv. f k1 k1 x1
v. fi1 m1 x1
vi. f k 2 k2 x2 x1
vii. f b b x2 x1
viii. fi 2 m2 x2
Uma atenção deve ser dada às equações iii e iv, como se pode observar em vez de apenas um
deslocamento ou uma velocidade, temos uma diferença de deslocamento x2 x1 e de velocidade
x2 x1 . Isto se deve ao fato que só aparecerá forças entre os corpos caso um dos corpos se
desloque mais que o outro, ou seja, exista um movimento relativo entre os corpos. Atenção esta
situação é muito comum e deve-se analisar cuidadosamente cada caso (exercício) e não decorar que
entre dois corpos deve-se utilizar a diferença x2 x1 , uma vez que esta deve ser compatível às
considerações adotadas bem como a dinâmica do sistema, esta é a maior fonte de erros no
processo de modelagem.
b x2 x1 k2 x2 x1 m1 x1 k1 x1 f m2 x2 b x2 x1 k2 x2 x1
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O método apresentado nesta aula é apenas uma sugestão, aos olhos do autor deste trabalho, este
método é eficaz do ponto de vista de reduzir o número de erros durante o processo de modelagem,
isto se deve ao fato de cada uma das etapas conduzirem o leitor a uma solução organizada e sucinta.
Ao se adquirir prática no processo de modelagem, pode-se eliminar o processo em etapas, porém,
neste momento inicial do estudo o autor deste trabalho pondera ser importante seguir o método
sugerido. O processo de modelagem apesar de aparentar ser simples necessita de muita atenção e
prática sendo necessário treinar, para tal é sugerido alguns exercícios na seqüência, caso sinta a
necessidade de praticar mais, recorra à literatura especializada.
5. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
k k2
f k1 f
b1 m b2
m1 b2 m2
b3
b1
c) d)
b1 k b1 k
m x m1 x1
f
b2 k2
m2 x2
e) x1
x2
k2 f
m2
b3
b1 k1
m1 b2