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FÍSICA – 10ª CLASSE/JAA 1


TEMA A – TRABALHO E ENERGIA

Introdução

Na Física, a energia (Capacidade de realizar trabalho) está associada ao conceito de


conservação, ou seja, energia é uma quantidade que se conserva.

A energia manifesta-se através de dois processos, e nestes processos a sua quantidade


não se altera, apesar de uma parte se degradar:

 Transferência de energia;
 Transformação da energia.

A nível macroscópica, a energia de um sistema designa-se por energia mecânica, .

Energia mecânica, : É a soma da sua energia cinética, (associada ao seu movimento de


translação) e da energia potencial, (associada a interacção com outros sistemas).

A energia cinética de translação de um corpo, de massa m e de velocidade de módulo v, é


igual a metade do produto da sua massa pelo quadrado do módulo da sua velocidade.

, -

A energia potencial, é a energia armazenada no sistema e potencialmente disponível a ser


utilizada. Ela manifesta de diferentes modos:

 Energia potencial gravítica – manifesta-se entre corpos devido à sua massa;


 Energia potencial elástica – manifesta-se entre corpos elásticos quando deformados.

______//______

Tarefa 01/A

1. Comente as seguintes frases relacionadas com a energia:


a) Consumo de energia;
b) Crise energética
c) Necessidades energéticas

2. Dê dois exemplos para cada processo relacionado com a energia


29 de maio de 2023

a) Transferência de energia
b) Transformação da energia.

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A1 – Trabalho como medida de energia transferida entre sistemas

1. TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA COMO TRABALHO

Um sistema mecânico pode ser qualquer sistema complexo em que se pretende apenas analisar a
energia útil e dissipada associada ao seu movimento.

Podendo ser representado pelo seu centro de massa (um ponto que representa qualquer sistema
mecanico, equivalente a uma partícula material, com massa igual à do corpo e com posição e velocidade do
centro de massa), apenas em situação em que o corpo rígido (sólido indeformável, em que as posições
relativas das partículas que o constituem são constantes em movimentos) se encontra em movimento de
translação (em que todos os seus pontos têm a mesma velocidade). O mesmo não se aplica quando em
movimento de rotação em torno de um eixo (pois os pontos pertencentes ao eixo estão separados e a
medida que se afastam deste a velocidade aumenta).

Fig. 2 a) Translação e b) Rotação

……

Trabalho Mecânico: Para colocar algum objecto em movimento, é necessário a aplicação de uma
força e simultaneamente uma transformação de energia. Quando há aplicação de uma força e um
deslocamento do ponto de aplicação da força, pode dizer-se que houve a realização de Trabalho.

Assim, trabalho de uma força F, mede a quantidade de energia transferida para um sistema
mecânico provocando o seu movimento;

A quantidade de energia transferida para um sistema mecânico que envolva forças e


movimentos é medida pelo trabalho de uma força.

A seguir, exemplos representativos de deslocamentos de um corpo sob a acção de uma


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força constante: Trabalho positivo; negativo e nulo. Joule (J) como unidade SI de
trabalho:

Um Joule (J) é o trabalho realizado por uma força constante de intensidade um Newton,
que actua na direcção e sentido do deslocamento, quando o seu ponto de aplicação se
desloca de um metro.

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Fig. 3 Deslocamento de um corpo sob acção de uma força constante

Das três situações apresentadas na figura 3 e uma vez que , conclui-se:

(a) O trabalho realizado por uma força de módulo constante, F, que actua sobre um corpo na
direcção e sentido do deslocamento, d, é positivo e é dado por:

(b) O trabalho realizado por uma força de módulo constante, F, que actua sobre um corpo na
direcção e sentido oposto ao do deslocamento, d, é negativo e é dado por:

(c) O trabalho realizado por uma força de módulo constante, F, que actua sobre um corpo com
direcção perpendicular ao do deslocamento, d, é nulo:
______//______

Tarefa 02/A

Exercício de aplicação 1:

Considere as seguintes situações e indique se é válido representar cada um dos sistemas


pelo seu centro de massa. (A) Um pião a rodar em torno do seu eixo longitudinal; (B) A Terra ao
descrever a sua orbita elíptica em torno do Sol; (C) Um comboio em manobras numa estação; (D)
Uma bola de ténis em movimento, após ter abandonado a raqueta.

Exercício de aplicação 2:

A figura abaixo (fig. 4), mostra o mesmo corpo que se encontra sobre uma superfície
horizontal de atrito desprezível, quando actuado por uma força → , de intensidade , em
duas situações distintas:

(a) O corpo descreve uma trajectória rectilínea e percorre ;


(b) O corpo preso a um fio inextensível, descreve, com velocidade de módulo constante,
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uma trajectória circular de raio ;


I- Calcule, para a situação (a), o trabalho realizado pela força → durante o deslocamento
referido.
II- Considere que na situação (a), o corpo se encontra inicialmente em repouso e após ter
percorrido os , a força → Deixou de actuar. Determine, então, a força que devera ser
aplicada ao corpo para que, sob acção desta, pare ao fim de .
III- Indique, justificando, qual a variação de energia experimentada pelo corpo na situação (b). ao
descrever um quarto da trajectória circular.

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1- Uma ambulância (veiculo) desloca-se com velocidade constante, quando sobre ele actua
uma força de aceleração de intensidade 1,5 kN, paralelamente a superfície durante um
percurso de 80 hectómetros. Determine:

a) O trabalho, W, realizado pela força F em quilojoule (kJ);


b) A variação da energia, ΔE, no caso em que sobre o sistema actua uma força de
retardação de intensidade 27000 mN.
c) Desenhe a figura representativa do referido sistema.

RECOMENDAÇÕES:

Todo aluno deverá ter a sua própria máquina calculadora científica nas aulas de física. (prazo
de adquisição vai até 31 de Outubro de 2022 (segunda-feira)). Lápis, borracha, estojo de
compasso e régua são indispensáveis.
_______//_______

Quando sobre um corpo em movimento de translação, actua uma força não colinear com o
deslocamento, cuja a direcção define um ângulo θ (teta) qualquer com o deslocamento, apenas a
componente da força com a direcção do deslocamento realiza trabalho. Ver fig. 5

(a) (b)
Fig. 5 – Movimento de um corpo por acção de uma força constante não colinear com o
deslocamento.

Para a apresentação da expressão geral do valor do trabalho de uma força constante, não
colinear com o deslocamento, vamos decompor a força → em duas componentes: uma com a
direcção do deslocamento, → , responsável pelo trabalho realizado, e outra que lhe é normal ou
perpendicular,→ apresentados num gráfico. Ver fig. 6 (Decomposição de uma força em duas

componentes, gráfico representativo da situação (a) da fig.5 )


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Fig. 6 – Decomposição de uma força em duas componentes.

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Analisando o gráfico, considera-se que o deslocamento dá-se segundo o eixo dos xx. O
trabalho realizado pela componente vertical, eixo das coordenadas yy, é nulo, pois é normal ou
perpendicular ao deslocamento. Assim, o trabalho realizado pela força é igual ao trabalho
realizado pela componente→ , e designa-se por força eficaz, → .

Dado que:

(eq. 1)

(eq. 2)

Substituindo a equação 2 na equação 1, obtemos finalmente a Expressão Geral do Valor do Trabalho


de uma Força Constante, qualquer que seja a sua direcção em relação ao deslocamento: Como segue abaixo:

Do gráfico concluímos:
 Se , então logo, o trabalho realizado pela força é positivo e designa-
se por trabalho potente ou motor. Neste caso, a força contribui para o movimento e
apresenta a máxima eficácia quando , ,* +.

 Se , como então, o trabalho será nulo.

 , então logo, o trabalho realizado pela força é negativo e


designa-se por trabalho resistente. A força opõe-se ao movimento do corpo e apresenta a
máxima eficácia na realização de trabalho resistente para , pois ,
* +

Exercício de aplicação 3

Um corpo que se encontra sobre uma superfície horizontal, de atrito desprezível, e que se desloca 18,0
metros sob acção de uma força ⃗ , de intensidade , experimenta uma variação de energia mecânica de

Determine o valor do ângulo definido pela força, ⃗ e pela direcção do deslocamento. Ver fig. 7.
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Tarefa 03/A

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1- Define os seguintes termos:
a) Força eficaz
b) Trabalho motor
c) Trabalho resistente
d) Máxima eficácia,
2- Demonstre graficamente a decomposição da força em duas componentes para a situação (b) da figura
5:

3- Um corpo, que se encontra sobre uma superfície horizontal, ao ser submetido à acção de uma força
constante, de intensidade , que define um ângulo de 60º com a superfície de apoio, é arrastado
durante
a) Ilustre a figura que representa o sistema
b) Determine a energia transferida pela força para o corpo.

4- O Eduardo arrasta ao longo de o caixote onde guarda os brinquedos, exercendo uma força de
. A energia transferida pelo Eduardo para o caixote é de . Considere o atrito entre a
superfície do caixote em contacto com o chão desprezável.
a) Comente a seguinte afirmação: “A força exercida pelo Eduardo sobre o caixote tem
direcção não paralela a superfície de apoio”

5- A Arminda arrasta sobre uma superfície lisa, uma caixa de medicamentos durante 12,0 metros,
aplicando uma força não colinear de intensidade 30N. Após cessar a força inicial, outra força de
intensidade 8,0 N é aplicado ao corpo até este parar.
a) Determine o trabalho realizado sob a acção da força inicial para um ângulo de 30º
entre a força aplicada e direcção do deslocamento;
b) Qual é o deslocamento do corpo sob a acção da força 2.
c) Explique, justificado em que situação houve maior dissipação de energia.

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DETERMINAÇÃO GRÁFICA DO TRABALHO REALIZADO POR UMA FORÇA

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O trabalho realizado por uma força pode ser calculado a partir de gráficos de
força vs. Deslocamento.

Na figura 8 mostram-se as representações gráficas da força eficaz ( )


vs. Deslocamento, para uma força potente (a) e para uma força resistente (b)

Fig. 8 – determinação do trabalho realizado por uma força potente (a) e por uma força resistente (b).

Analisando os gráficos, para cada uma das situações pode definir-se um rectângulo de
largura e comprimento , cuja a área é . Assim, o valor numérico desta área é igual ao
trabalho, , realizado pela força durante o deslocamento respectivo.

Conclusões:

(1) Se o trabalho é potente, o seu valor é igual a área contida entre o gráfico de e o eixo
dos xx, que está acima deste eixo, é positivo;

(2) Se o trabalho é resistente, o seu valor é simétrico da área contida entre o gráfico de e
o eixo dos xx, que está abaixo deste eixo, é negativo;

___//___

Exercício de aplicação 4

Na figura 9 mostram-se as representações gráficas da componente


eficaz, em função do deslocamento, de cada uma das forças, ⃗⃗⃗⃗⃗ e ⃗⃗⃗⃗⃗, que
actuam sobre um corpo que se desloca ao longo de uma superfície
horizontal de atrito desprezável.

a) Determine o trabalho realizado por cada uma das forças


⃗⃗⃗⃗⃗ e ⃗⃗⃗⃗⃗.
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b) Calcule a variação de energia mecânica experimentada


Fig. 9
pelo corpo durante o deslocamento total do seu centro de
massa.
c) Caracterize a força média a exercer sobre o corpo para que experimente a mesma
variação de energia mecânica.

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Tarefa 04/A

6- Na figura 31 mostram-se o gráfico que traduz a variação das componentes eficazes


de duas forças constantes que actuam sobre um corpo em função do deslocamento.
a) Determina o trabalho total realizado pelas forças representadas na figura.
b) A força potente que actua sobre o corpo tem uma intensidade igual a
Determine a direcção definida por esta força com a direcção do
deslocamento.

7- A figura 32 mostra o gráfico que representa a força ⃗⃗, de direcção constante e de


intensidade e sentido variáveis, ao longo do deslocamento do seu ponto de
aplicação.
a) Indique, justificando, se o trabalho realizado pela força ⃗⃗, durante os primeiros
, é potente ou resistente.
b) Determine o trabalho realizado pela força ⃗⃗, durante o deslocamento total de
⃗⃗⃗⃗⃗⃗ .

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TRABALHO REALIZADO POR UMA FORÇA VARIÁVEL EM MÓDULO

Considere uma força ⃗⃗, de intensidade


variável e direcção constante, aplicada a uma
mola elástica fixa numa extremidade. (Fig. 10)

Analisando a figura 10, vamos assumir


que a mola se deforma com velocidade
constante, i.e., há em cada instante, equilíbrio
entre a força aplicada, ⃗⃗, e a força restauradora
(força elástica, ⃗⃗e) Exercida pela mola, verifica-
se nestas condições que “a variação do
comprimento da mola, a deformação, é directamente
proporcional à intensidade da força deformadora” – Fig. 10 Variação do comprimento de uma mola elástica por
Lei de Hooke – que é traduzida pela expressão: acção da força de deformação ⃗⃗.
𝑭

( )

Onde:
Comprimento inicial da mola;
Comprimento final;
Constante de proporcionalidade, característica da mola e
que se designa por constante de elasticidade e cuja a unidade
no SI é o Newton por metro ( )

Sendo , a deformação da mola, então:

– É na realidade, o deslocamento do ponto de aplicação da


força ⃗⃗.
Tomando como origem, , do eixo dos , a posição da
extremidade livre da mola em repouso, posição inicial, e a Fig. 11 Determinação do trabalho realizado pela
direcção e sentido de ⃗⃗ para este eixo, o deslocamento até a força aplicada a uma mola elástica
posição final é: , Sendo e , então .

Considerando ( )(fig.11), determina-se a área contida entre o gráfico de F e o eixo dos , que
está acima deste eixo e que é numericamente igual ao valor do trabalho realizado por ⃗⃗. Desta análise
gráfica, conclui-se que o trabalho realizado pela força de deformadora é determinado pela expressão:

No geral, o valor do trabalho realizado pela força ⃗⃗ entre


duas posições quaisquer é numericamente igual à diferença
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entre as áreas dos triângulos e (fig.12):

→ → ( )

Finalmente:

→ ( ) Fig. 12 Trabalho realizado pela força ⃗𝑭⃗ Aplicada a


uma mola elástica entre duas posições genéricas.

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Exercício de aplicação 5

Uma mola de constante de elasticidade e comprimento é comprimida com


velocidade constante de tal modo que o seu comprimento final é reduzido para .

a) Determina a intensidade máxima da força deformadora.


b) Calcule a energia transferida para a mola quando o seu comprimento é reduzido de
para

Tarefa 05/A

1- Enuncie a Lei de Hooke e apresenta a expressão matemática da referida Lei


8- O gráfico (figura 33) traduz a variação da intensidade da força ⃗⃗, aplicada a uma
mola elástica em função do seu alongamento, .
a) Determine a constante de elasticidade da mola.
b) Calcule o trabalho realizado pela força deformadora quando o alongamento da
mola passa de .

9- O trabalho total realizado sobre uma mola elástica, quando o seu comprimento é
reduzido de , é igual a .
a) Determine a constante de elasticidade da mola.
b) Calcule a intensidade da força deformadora quando a mola está comprimida

10- Uma mola elástica, de constante de elasticidade , é comprimida


lentamente. O trabalho realizado pela força deformadora, ao comprimir a mola
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desde o instante em que o seu comprimento está reduzido de , é igual a

a) Determina a deformação final da mola.

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MECÂNICA DOS FLUÍDOS
DEFINIÇAO: É uma parte da Física que estuda o efeito de forças em fluídos.
Os fluídos em equilíbrio estático são estudados pela hidrostática e os fluidos sujeitos
as forças externas nulas são estudados pela hidrodinâmica.
CONCEITO DE PRESSÃO
A grandeza dada pela relação entre a intensidade da força, F que actua
perpendicularmente e a área, A em que ela se distribui é denominada pressão (p).

Assim sendo F a intensidade da resultante das forças distribuídas


perpendicularmente em uma superfície de área A, a pressão p, é dada pela relação:

A unidade de pressão no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o newton por


metros quadrado ( ⁄ ), Também denominado pascal (Pa). Eventualmente são
usadas as unidades dine por centímetro quadrado ( ⁄ ) e bar.
A relação entre essas unidades são as seguintes:


Os aparelhos utilizados para medir a pressão denominam-se manómetros.

HIDROSTÁTICA
Objectivo: Analisar também todas as forças físicas que envolvem esses fluidos e os
corpos que neles estão submersos, parcial ou totalmente.
Hidrostática é um ramo da Física que estuda as características dos fluidos em
repouso. Em especial, estabelece relações com a pressão exercida sobre corpos
imersos em fluidos como o ar atmosférico e a água, ou seja, que não estejam em
escoamento.
Entre as propriedades físicas dos fluidos, podemos destacar como as mais
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importantes: densidade, pressão e força de empuxo.


Fluídos: São substâncias capazes de assumir o formato de seu recipiente, mudando
sua forma sob a ação de alguma força externa.
Densidade, (ou massa especifica, ) é um parâmetro importante, já que essa
propriedade mede a quantidade de matéria que um fluido apresenta em um
determinado espaço. Por meio dela, é possível determinar a quantidade de matéria

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que constitui um fluido em um determinado volume. A definição de densidade é
apresentada abaixo:

– densidade (kg/m³)
– massa (kg)
– volume (m³)
Se um corpo for maciço e homogéneo, a sua densidade (d) coincide com a sua massa
específica ( ) do material que o constitui.
Assim, por exemplo, um cubo maciço e homogéneo de alumínio, cuja a massa específica é 2,7
g/cm3, terá a densidade igual a 2,7 g/cm3. Se o cubo de alumínio for oco, sua densidade será
menor que 2,7 g/cm3, isto é, menor que a massa específica do alumínio.
Para os líquidos considerados sempre homogéneos, não é necessário fazer distinção entre a
densidade e a massa específica.
A densidade de um fluido é medida com base na densidade da água pura, cujo módulo
é de 1,0 quilograma por metro cúbico.
Segundo o Sistema Internacional de Unidades (SI), a densidade de um fluido é
medida em quilogramas por metro cúbico (kg/m³).
Existem diversas unidades de densidade comumente usadas no estudo da
Hidrostática.
As unidades de densidade ou massa específica correspondem sempre à relação entre
as unidades de massa e unidade de volume. Por exemplo, a densidade da água, à
temperatura de 4ºC, nessas unidades, vale:
⁄ ⁄ ⁄

⁄ ⁄ ⁄ ⁄

Equivalência entre as principais unidades de densidade.


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Massa específica de diferentes substâncias

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Pressão hidrostática: é a pressão exercida por uma coluna de fluido em repouso. A


pressão hidrostática determina a pressão que os fluidos exercem sobre outros
fluidos ou corpos. Ou seja, mede a força por unidade de área que um fluido em
repouso é capaz de exercer contra uma superfície. Quanto maior for a profundidade
de um corpo imerso em um fluido, maior será a pressão exercida sobre ele.
Exemplo: Quando uma pessoa faz um mergulho no mar e vai indo mais para o fundo, ela
sente uma pressão maior sobre seu corpo. Isso acontece porque quanto mais fundo, mais
volume de água ela vai ter sobre o seu corpo.
Para calcularmos o módulo da pressão hidrostática exercida por um fluido,
utilizamos o princípio fundamental da Hidrostática:
A diferença de pressão entre dois pontos de um fluido é determinada
pelo produto entre sua densidade, o módulo da gravidade local e a
diferença de altura entre esses pontos.
O princípio fundamental da Hidrostática estabelece que, quanto
maior for a profundidade de um fluido, mais pressão ele exercerá.
Podemos traduzir o princípio fundamental da Hidrostática na
seguinte equação:

– Diferença de pressão (Pa)


– Densidade do fluido (kg/m³)
– Diferença de altura entre pontos do fluido (m)
A unidade de pressão no SI é o pascal (Pa), que equivale à pressão de 1 newton por
metro quadrado (N/m²).
Unidades práticas de pressão
Do facto de colunas de líquidos exercerem pressão, foram definidas as unidades
práticas centímetro de mercúrio (cmHg) e milímetro de mercúrio (mmHg). Tais unidades
correspondem às pressões hidrostáticas que exercem em sua base colunas de mercúrio com
altura de 1 cm e 1 mm, respectivamente, a 0ºC e num local onde a aceleração da gravidade
vale 9,8 m/s2.
Como a densidade do mercúrio a 0ºC é de 13,6 kg/m3, essas unidades valem, em N/m2:
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( ⁄ ) ( ⁄ ) ( )→ ⁄
( ⁄ ) ( ⁄ ) ( )→ ⁄

Sendo assim, temos:

,i.e.,
No Sistema Internacional de Unidades (SI) temos:

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⁄ ou ⁄

Uma análise cuidadosa do princípio apresentado acima permite-nos concluir que:


 Dois pontos que se encontram à mesma altura em um fluido apresentarão a
mesma pressão;
 Todo fluido em equilíbrio, apresenta sua superfície livre disposta na direcção
horizontal;
 A pressão em um fluido aumenta com sua profundidade.

DENSIDADE (EXERCÍCIOS)
Exercício de aplicação Nº 01
Um objecto feito de ouro maciço tem 500g de massa e 25 cm3 de volume.
Determine a densidade do objecto e a massa específica do ouro em g/cm3 e kg/m3.
Solução: como se trata de um objecto homogéneo e maciço de ouro, sua densidade coincide
com o valor da massa específica da substância que a constitui.
Resolvendo …
Resposta: ⁄ ⁄

Exercício de aplicação Nº 02
Um cilindro tem 5 cm2 como área de base e 20 cm de altura, sendo sua
massa igual a 540g. Esse cilindro tem a parte central oca na forma de um
paralelepípedo de volume 64 cm3. Determine:
a) A densidade do cilindro.
b) A massa específica da substância de que é feito.
Solução:
a) A densidade do cilindro é dada pela relação entre a massa e o seu volume:
Resposta1: ⁄
b) Para calcular a massa específica da substância do cilindro, deve-se descontar
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do volume, o volume da parte oca. Por ser desprezível a eventual massa da


parte oca, podemos admitir que a massa da substância é g. :
Resposta2: ⁄

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Exercício de aplicação Nº 03
Misturam-se massas iguais de dois líquidos de densidade d1 = 0,4 g/cm3 e d2 =
0,6 g/cm3. Determine a densidade da mistura, suposta homogénea.
Solução: A densidade da mistura será dada pela expressão:

Resposta1: ⁄

Exercício de aplicação Nº 04
Misturam-se volumes iguais de dois líquidos d1 = 0,4 g/cm3 e d2 = 0,6 g/cm3.
Determine a densidade da mistura, suposta homogénea.
Solução: A densidade da mistura será dada pela expressão:
Resposta1: ⁄

TAREFA
(1) Uma joia de prata pura, homogénea e maciça tem massa de 200 g e ocupa
um volume de 20 cm3. Determine a densidade da joia e a massa específica da
prata.
(2) Um prisma retangular (disposto na vertical) tem 9 cm2 como área de base e
20 cm de altura, sendo sua massa igual a 600g. prisma tem a parte central oca
na forma de um cilindro de volume 72 cm3. Determine:
a) A densidade do prisma.
b) A massa especifica da substância de que é feito.
(3) Determine a densidade de uma mistura homogénea em volumes iguais de
dois líquidos de densidades 0,8 e 1,0 (g/cm3)
(4) Determine a densidade de uma mistura homogénea em massas iguais de dois
líquidos de densidades 0,3 e 0,7 (g/cm3).

PRESSÃO HIDROSTÁTICA (EXERCÍCIOS)


(5) Imagine que você esteja diante de uma piscina de 4 metros de profundidade.
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Calcule a pressão no fundo dessa piscina exercida pela coluna de líquido em Pa


(pascal) e Atm (atmosfera).

(6) Calcule em atm a pressão da coluna de líquido a que um submarino fica sujeito
quando baixa a uma profundidade de 100 metros. Para a água do mar adote que
a densidade 1050 kg/m3.

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(7) Uma piscina é preenchida com água até uma altura de 10 m. Qual das
alternativas a seguir apresenta corretamente a pressão exercida pela coluna de
água nas paredes da piscina nas unidades Pa e atm?

(8) Calcule em mmHg e Pa a pressão exercida pela coluna do álcool no fundo do


frasco. Considere a altura do líquido igual a 7,5 cm.

(9) Um reservatório de 8 metros de altura, está preenchido com benzeno. Calcule em


atm e Pa a pressão exercida pela coluna de líquido a 2 metros do fundo do
reservatório.

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TEMA: LEI FUNDAMENTAL DA HIDROSTÁTICA
Sabe-se que todos os pontos de um fluido em equilíbrio hidrostático, que
estejam a mesma profundidade se encontram a mesma pressão. Os mesmos não
acontecem se encontrarem-se a profundidade diferentes.
O Teorema de Stevin é a Lei Fundamental da Hidrostática, a qual relaciona a variação das
pressões atmosféricas e dos líquidos.
Consideremos um pequeno volume cilíndrico de líquido de altura ∆h e área de
base Ab, em equilíbrio no interior do líquido. Veja figura abaixo:

Assim sendo, temos os seguintes dados obtidos da figura acima:


 Fix e -Fix → Representam as forças de pressão laterais exercidas pelo líquido e que
têm a mesma intensidade;
 FA e FB → Representam as forças de pressão verticais exercidas pelo líquido;
 Fg → Representa o peso do volume cilíndrico de líquido.
Sendo que as forças de pressão com direcções horizontais anulam-se, da resultante:
⃗ ⃗ ⃗
Obtemos:

Sendo que:
ou e
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Então:
(1)
Se admitirmos que o líquido é praticamente incompressível, i.e., sua massa volúmica
(ρ ou δ) não varia com a pressão pelo aumento ou diminuição da profundidade. As
variações de temperatura são igualmente desprezáveis.

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Então, admitindo as relações:
e →
Obtemos:
(2)
Substituindo (2) em (1) vem:
( )
Resolvendo e simplificando os termos semelhantes (A b), finalmente obtemos a
fórmula que representa a Lei Fundamental da Hidrostática:

Esta equação é a equação que traduz a lei fundamental da hidrostática de Stevem e


diz no seu enunciado:
“Num dado local, o aumento de pressão de um fluido, quando se passa de um
ponto para outro de maior profundidade no interior do fluido em equilíbrio
hidrostático, depende da massa volúmica do fluido e é proporcional ao desnível
entre os referidos pontos.”.
Se considerarmos o volume cilíndrico do liquido com área de base unitária e
a altura ∆h, o valor do seu peso será:
⃗ → ⃗ → ⃗
Se:
Então a fórmula acima reduz-se para:
⃗⃗

Comparando com a Lei Fundamental teremos:

Tem-se:

Isto é, a diferença de pressões entre dois pontos a diferentes profundidades,


no interior de um líquido em equilíbrio hidrostático é igual ao valor do peso de
uma coluna de líquido de área de base unitária e altura igual a diferença de nível
29 de maio de 2023

entre dois pontos.


Este poderá ser um outro enunciado para a lei fundamental da hidrostática.
Se tomarmos como variável a profundidade h que se conta a partir da
superfície livre do líquido e com o qual aumenta a pressão no interior do líquido, e
se designarmos p0 a pressão atmosférica na superfície livre do líquido, teremos a
equação que traduz a lei fundamental da hidrostática: (ver figura abaixo)

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Esta lei é válida para líquidos em repouso, i.e., em equilíbrio hidrostático.


Contudo, em um recipiente fechado, a pressão é a mesma em todos os
pontos. Porém, em espaços abertos, como é o caso da atmosfera, a pressão varia. Por
outro lado, a pressão atmosférica diminui com a altitude.
A lei fundamental da hidrostática permite-nos concluir:
 A pressão no interior de um líquido, em equilíbrio hidrostático
aumenta com a profundidade;
 A superfície livre de um líquido em equilíbrio hidrostática é plana e
horizontal.
PRESSÃO HIDROSTÁTICA - (LEI DE STEVIN)
Alguma vez enquanto mergulhava você já percebeu um certo desconforto nos
ouvidos? Isso acontece quando vamos muito fundo em baixo da água. Uma pressão
é feita sobre nossos tímpanos. E é justamente essa pressão que estudaremos agora: a
pressão hidrostática.
A pressão hidrostática é a pressão que existe no interior de um líquido em
equilíbrio. Ela é basicamente causada pelo peso deste líquido e pela atmosfera.
Sabendo disso, podemos fazer uma associação lógica: quanto mais fundo estivermos,
mais líquido existirá sobre nós, certo? Consequentemente, a pressão causada por
este líquido será maior. Além da profundidade do local (h), esta pressão também
depende de outros dois parâmetros: a densidade do líquido (ῥ) e da gravidade local
29 de maio de 2023

(g).

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Assim, determinamos a pressão hidrostática em um recipiente aberto pela seguinte
expressão matemática:
P = P° + ῥ.g.h
Mas e se este recipiente estiver fechado? Então a pressão atmosférica não irá
influenciar!

A pressão no interior deste recipiente vai depender apenas da profundidade do


ponto que estamos analisando:
P = ῥ.g.h
“O aumento de pressão de um fluido quando passa de um ponto para outro, a maior
profundidade no interior do fluido em equilíbrio hidrostático depende da massa volúmica do
fluido e é proporcional ao desnível entre os referidos pontos.” Lei de Stevin.
A atmosfera terrestre é composta por vários gases, que exercem uma pressão sobre a
superfície da Terra. Essa pressão, denominada pressão atmosférica, depende da
altitude do local, pois à medida que nos afastamos da superfície do planeta, o ar se
torna cada vez mais rarefeito, e, portanto, exercendo uma pressão cada vez menor.
O físico italiano Evangelista Torricelli (1608-1647) realizou uma experiência para
determinar a pressão atmosférica ao nível do mar.
Ele usou um tubo de aproximadamente 1,0 m de comprimento, cheio de mercúrio
(Hg) e com a extremidade tampada. Depois, colocou o tubo , em pé e com a boca
tampada para baixo, dentro de um recipiente que também continha mercúrio.
Torricelli observou que, após destampar o tubo, o nível do mercúrio desceu e
estabilizou-se na posição correspondente a 76 cm, restando o vácuo. 29 de maio de 2023

Barômetro de Mercúrio. Experimento realizado por Torricelli em 1643.

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Na figura, as pressões nos pontos A e B são iguais (pontos na mesma horizontal e no
mesmo líquido). A pressão no ponto A corresponde à pressão da coluna de
mercúrio dentro do tubo, e a pressão no ponto B corresponde à pressão atmosférica
ao nível do mar:
pB = pA & pATM = pcoluna(Hg)
Como a coluna de mercúrio que equilibra a pressão atmosférica é de 76 cm,
dizemos que a pressão atmosférica ao nível do mar equivale à pressão de uma coluna
de mercúrio de 76 cm. Lembrando que a pressão de uma coluna de líquido é dada
por dgh (g = 9,8 m/s2), temos no SI :
pATM = 76cmHg = 760mmHg = 1,013x105 Pa
A maior pressão atmosférica é obtida ao nível do mar (altitude nula). Para qualquer
outro ponto acima do nível do mar, a pressão atmosférica é menor. A tabela a seguir
apresenta a variação da pressão atmosférica de acordo com a altitude.

Altitude (m) Pressão atmosférica (mmHg)


0 760
200 742
400 724
600 707
800 690
1000 674
1200 658
1400 642
1600 627
1800 612
2000 598
3000 527
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Exercício Resolvido
Determine a pressão hidrostática no fundo de um reservatório de água, aberto em
sua superfície, que possui 4m de profundidade. Dados: γH2O = 10000N/m3 e g =
10m/s2.
Para determinar a pressão hidrostática no fundo do reservatório, utilizamos o
Teorema de Stevin:
∆P = γ ⋅ ∆h
∆P = 10000. 4
∆P = 40000 Pa
Logo, a pressão no fundo do reservatório de água é de 40000 Pascal.

Exercícios Propostos:
Exercício 1: No fundo do mar, próximo aos pontos mais profundos já visitados por
humanos, a pressão é esmagadora Pa. A que profundidade essa
pressão “P” é sentida? Considere g=10m/s² e a densidade da água d=1000kg/m³.

a) 1100 metros
b) 11000 metros
c) 22000 metros

Exercício 2: Um mergulhador consegue suportar uma pressão de


Pa sem qualquer equipamento. Sendo a densidade da água 1000kg/m³, qual a
profundidade que este mergulhador alcança? Considere g=10 m/s² e que a água está
extremamente calma.
a) 18 metros
b) 28 metros
c) 48 metros
29 de maio de 2023

Exercício 3. Qual a pressão sobre a base exercida por uma coluna vertical de água
com 2m de altura, aberta no topo? (use g = 9,8 m/s 2, e dê a resposta em atm com
dois significativos)
Resp.: Absoluta: 1,2 atm; Manométrica: 0,2 atm

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Exercício 4. (TORRICELLI) Um tubo cheio de mercúrio é emborcado
verticalmente sobre um reservatório. Evita-se a entrada de ar no tubo. Qual a altura
de equilíbrio do mercúrio no tubo? (a densidade do mercúrio é 13,6 × 103 kg/m3).
Use g = 9,8m/s2
Resp.: 760 mm
[OBS.: Torricelli utilizou o mercúrio nesse experimento porque (1) a densidade do mercúrio é
alta, e assim a altura de equilíbrio não é muito grande, e (2) a pressão de vapor do mercúrio é
muito pequena; se fosse utilizado um liquido comum, o espaço vazio no topo do tubo seria
preenchido com vapor. O inconveniente sério é que o mercúrio é altamente tóxico. Muitos
cientistas antigos (inclusive Newton) sofreram consequências graves por intoxicação].
Exercício 5. A densidade média da água do mar é 1,03 g/cm3. A que profundidade
a pressão atinge 100 atmosferas? Resp.: 994m

Exercício 6. Em uma cidade situada no alto de uma montanha, foi feito um


experimento semelhante ao de Torricelli, tendo a coluna de mercúrio apresentado
altura h = 60 cm. Calcule a pressão atmosférica no alto dessa montanha.
a) 0,74 atm
b) 0,79 atm
c) 0,81 atm
Exercício 7. Numa região em que a pressão atmosférica é 1,0 . 105 Pa e g = 10 m /s2,
um grande reservatório contém um tipo de óleo cuja densidade é d = 8,0 . 10 2 kg /
m3, estando a superfície livre do óleo a 5,0 metros do fundo do reservatório. Calcule
a pressão no fundo do reservatório.
a) 1,6 . 105 Pa
b) 1,4 . 105 Pa
c) 1,8 . 105 Pa
Exercício 8. Na figura ao abaixo representamos um recipiente contendo mercúrio,
cuja densidade é d = 13,6 . 103 kg/m3, num local em que g = 10 m/s2. Sabendo que
a pressão no ponto X é px = 1,2 . 105 Pa. Calcule a pressão no ponto Y.
29 de maio de 2023

a) 1,72 . 105 Pa
b) 1,88 . 105 Pa
c) 1,92 . 105 Pa

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Exercício 9. Numa região em que a pressão atmosférica é 1,0 105 Pa e g = 10 m
/s2, um grande reservatório contém um tipo de óleo cuja densidade é d = 8,0 . 102
kg / m3, estando a superfície livre do óleo a 5,0 metros do fundo do reservatório.
Calcule a intensidade da força exercida pelo óleo no fundo do reservatório sabendo
que sua área é A = 40 m2.
a) 4,8x106 N
b) 5,6 x106 N
c) 5,2 x106 N
Exercício 10. Numa região em que a pressão atmosférica é Patm = 1,0x105 Pa e g =
10 m/s2, um peixe nada no mar, à profundidade de 20 metros. Supondo que a
densidade da água do mar seja d = 1,01x10 3 kg /m3, Calcule a pressão a essa
profundidade.
a) 2,82x105 Pa
b) 3,02x105 Pa
c) 2,64x105 Pa

Exercício 11. A imagem abaixo mostra três recipientes com volumes diferentes
contendo o mesmo líquido, ao mesmo nível.

Conhecendo a lei de Stevin, marque a alternativa correta*:


a) A pressão exercida pelo líquido no fundo dos três recipientes depende do
volume de cada um. ___
29 de maio de 2023

b) Pressão exercida pelo líquido no fundo dos três recipientes é a mesma. ___
c) O recipiente que possuir maior volume terá maior pressão hidrostática em
qualquer ponto do líquido. ___
d) O formato do recipiente influencia diretamente na pressão hidrostática.
___
e) Nenhuma das alternativas está correta. ___
Exercício 12. A respeito da lei de Stevin, marque o que for correto:

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a) Determina a pressão exercida somente por líquidos ___.
b) Determina a pressão exercida por um fluido ___.
c) Depende da densidade do recipiente, altura da coluna de líquido e
aceleração da gravidade ___.
d) Só serve para determinar a pressão exercida pela água ___.
e) Todas as alternativas estão corretas ___.

*A lei de Stevin mostra que a pressão de um líquido depende da altura da coluna de


líquido acima do ponto considerado. Como nos três recipientes o líquido é o
mesmo e o nível também é igual, a pressão exercida no fundo dos três recipientes é
a mesma. PRESSÃO
HIDROSTÁTICA - (LEI DE STEVIN)
O aumento de pressão de um fluido quando passa de um ponto para outro a maior
profundidade no interior do fluido em equilíbrio hidrostático depende da massa volúmica do
fluido e é proporcional ao desnível entre os referidos pontos.” Lei de Stevin.

29 de maio de 2023

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TEMA ❸ TEORIA CINÉTICA DE GÁS IDEAL

INTRODUÇÃO

No estudo de qualquer processo físico, há que separar duas regiões: a porção da matéria e a
vizinhança.

Sistema: É a porção de matéria, corpo ou parte do mundo a ser estudado;

Vizinhança: É tudo que fica ao lado externo do sistema, podendo interagir com este, influenciando
directamente o seu comportamento;

Fronteira: É a superfície de separação entre o sistema e a vizinhança e pode permitir ou não a


transferência de matéria e/ou energia entre o sistema e o exterior.

Os sistemas físicos classificam-se em três grupos:

 Abertos: Sistemas onde deve acontecer a transferência de matéria e de energia com a


vizinhança. Ex. Os seres vivos;

 Fechados: Sistemas onde pode acontecer apenas a troca de energia com a vizinhança. Ex. O
sumo contido dentro de uma garrafa fechada;

 Isolados: Sistemas onde não pode haver transferência de energia ou de matéria com as
vizinhanças. Ex. O leite no interior de uma garrafa térmica

Estado do sistema (ou propriedades de estado): É a descrição de qualquer sistema,


indicando os seus componentes, o seu estado físico e o número de grandezas físicas relacionadas;

Processo (ou transformação): Num sistema ocorre um processo quando qualquer uma das
propriedades de estado do sistema varia.
Visto que os sistemas são constituídos por matérias, cuja estrutura atómica é formada por
partículas – moléculas, átomos e iões – em permanente agitação, possuem energia cinética
interna.
Por outro lado, devido a interacção entre as suas partículas, os sistemas possuem também
energia potencial.
 Agitação térmica: É o movimento desordenado das partículas constituintes da matéria de
qualquer sistema;
 Energia interna: É a combinação da energia cinética e energia potencial presentes num
sistema. E esta energia depende da quantidade de matéria (número de partículas) que o
constitui.
29 de maio de 2023

Conclusões:
(1) As propriedades macroscópicas do sistema são consequência do comportamento microscópico das
muitas partículas que o constituem. Ex. Pressão e temperatura;

(2) A pressão é consequência macroscópica de todos os choques das partículas com as paredes do
recipiente que que se encontram;

(3) A temperatura é consequência da velocidade média das partículas.

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A tabela abaixo, demonstra o comportamento microscópico diferenciado das
características dos sólidos, líquidos e dos gases (ver anexo na página seguinte):
Tabela 1 – Comparação das características microscópicas de gases, líquidos e
sólidos típicos (que apresenta em evidência todos os elementos característicos de um grupo ou
de uma região)

Sólido Líquido Gás


Intensidade das forças
Elevada Elevada Pequena
intermoleculares
Distância média entre
Muito pequena Pequena Grande
as partículas
Arrumação das
Regular Desordenada Caótica
partículas
Liberdade de
movimento das Mínima Alguma Grande
partículas

Representação
esquemática [modelo]

3. COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS GASES

3.1. TEMPERATURA
Definição: A temperatura de um sistema, sob ponto de vista microscópico, é uma
medida de energia cinética média das partículas que o constituem, ou seja, a temperatura
caracteriza o estado térmico de um sistema. Assim, quanto maior for a energia cinética
media (ou velocidade média), maior será a temperatura.
A temperatura é a propriedade dos sistemas que pode ser medida com um
termómetro. No SI a sua unidade é o Kelvin (K), no entanto tem-se usado também o
Celsius (ºC) e o Fahrenheit (ºF) como unidades da temperatura.
Para que um sistema esteja em equilíbrio térmico é necessários que todas as
29 de maio de 2023

suas partes estejam a mesma temperatura.

3.2. ESCALAS TERMOMÉTRICAS & ESCALA ABSOLUTA DE


TEMPERATURA
A quantificação do estado térmico de um sistema, temperatura, só é possível
através da medição. Assim, para efectuar a leitura numérica da temperatura devem
ser utilizados termómetros graduados com escalas de temperaturas bem

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determinadas. Estas escalas são estabelecidas recorrendo-se a pontos fixos – pontos,
sob certas condições, em que alguns fenómenos físicos processam-se a mesma temperatura.
Constituição da escala termométrica
Qualquer escala termométrica necessita de pontos de referência aos quais se
atribuem determinados valores numéricos e que constituem os extremos de um
intervalo que pode ser dividido em qualquer número convencional de partes iguais.
(ver figura 2)

Escala Celsius
Esta escala atribui o valor zero (0º) à temperatura de fusão do gelo e o valor cem
(100º) à temperatura de ebulição da água nas condições normais de pressão
atmosférica.
A unidade de temperatura nesta escala é: grau celsius [°C]
Escala de Kelvin (ou Escala Absoluta de Temperatura)
Nesta escala, o ponto de referência é o ponto triplo da
água – corresponde à coexistência de gelo, água líquida e vapor de
água em equilíbrio que ocorre à temperatura de 0,01ºC e à pressão
de 4,58mmHg – cujo valor atribuído arbitrariamente é de 273,16
K.

Nesta escala, a temperatura 0 K (zero absoluto) Figura 1 Diagrama de fases (Ponto triplo)
corresponde ao estado térmico em que a energia
cinética interna das partículas é mínima. Esta escala não admite temperaturas
negativas e cada unidade corresponde a 1ºC.

29 de maio de 2023

Figura 2 Escalas de temperaturas e relação entre elas

Correspondência entre escalas (Celsius, Absoluta e Fahrenheit)

Temperatura absoluta, T vs. Temperatura Celsius, θ , -

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Temperatura Fahrenheit, tF vs. Temperatura Celsius, θ
, -

Exercício de aplicação 1

1- A temperatura do corpo humano é de aproximadamente, 37 ºC. Exprima essa


temperatura em:
a) Kelvin, K
b) Fahrenheit, ºF
3.3. GASES IDEAIS
Diferentemente dos sólidos e líquidos, nos gases (em particular os de baixa
densidade de partículas) a energia potencial de interacção entre as partículas é
relativamente pequena face à energia cinética. Isto é, diminui a interacção entre as
partículas, podendo as suas partículas deslocar-se incessantemente em todas as
direcções com grande liberdade de movimento.
A existência de interacções fracas e o facto de o volume das partículas ser
desprezável resulta de ser grande a distancia entre elas e essa distância para o
mesmo volume de recipiente é tanto maior quanto menor for o número de partículas.
Definição: Gases ideais ou perfeitos são gases em que as forças intermoleculares são
nulas. Num Gás ideal as colisões entre as partículas são perfeitamente elásticas.
Entre as partículas dele, não há qualquer tipo de interacção, como forças atractivas
ou repulsivas, além disso, essas partículas não ocupam espaço.
De acordo com a teoria cinética dos gases, o estado termodinâmico de um gás ideal
é completamente descrito pelas variáveis de pressão, volume e temperatura.
Propriedades dos gases ideais:
 O volume efectivo das suas partículas é desprezável, comparando com o volume que
o gás ocupa;
 Não existem interacções entre as partículas que os constituem.
NB: Na natureza não existem gases ideais, no entanto, a pressões baixas e
temperaturas suficientemente afastadas das temperaturas de condensação (…), os
gases apresentam comportamento de gases ideais.

3.3.1. Lei de Boyle-Mariotte


No século XVII, Boyle (inglês) e Mariotte (francês), simultaneamente
encontraram uma relação entre a pressão e o volume de um gás quando a sua
29 de maio de 2023

temperatura é mantida constante.


Nesta descoberta, seguido de experiência, verificaram que um gás com
comportamento próximo do ideal, quando submetido a várias pressões, mantendo
constante a temperatura, variava o seu volume de tal modo que:

Lei de Boyle-Mariotte (enunciado): Os volumes de uma dada massa de gás,


mantendo constante a temperatura, variam na razão inversa das pressões.

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Segundo esta lei, considerando dois estados de uma certa messa de gás a
temperatura constante, tem-se:

A Lei de Boyle-Mariotte é válida para processos isotérmicos – processos ou


transformações que ocorrem a temperatura constante.
A figura 3 (representação
gráfica da Lei de Boyle-Mariotte)
traduz como o volume de uma
certa massa de um gás varia com
a pressão e a linha curva dedigna-
se por Isotérmica.

Fig. 3 Representação gráfica do processo isotérmico

NB: Num gás real a constante de proporcionalidade depende não só da temperatura do gás, mas
também da massa e da natureza do gás.

Sob a condição de mesma temperatura e quantidade de matéria, o gás real apresenta


menor pressão que o gás ideal.

3.3.2. Leis de Charles e Gay-Lussac


Os físicos franceses encontraram as relações volume-pressão e pressão-temperatura de uma
dada massa de gás, mantendo constante a pressão e o volume, respectivamente.
1.ª Lei de Charles e Gay-Lussac

Enunciado: A pressão constante, o volume de uma dada massa de gás, varia na razão directa da
temperatura.

A primeira Lei de Charles e Gay-Lussac aplica-se a processos isobáricos – processos que


ocorrem a pressão constante.
A expressão matemática desta lei – considerando dois estados de um sistema – pode escrever-

se:
29 de maio de 2023

Fig. 4 Representação gráfica da 1ª Lei de Charles e Gay Lussac

As linhas correspondentes às representações gráficas designam-se por isobáricas (p = Const)

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2.ª Lei de Charles e Gay-Lussac

Enunciado: A volume constante, a pressão de uma dada massa de gás, varia na razão directa da
temperatura.

A segunda Lei de Charles e Gay-Lussac aplica-se a processos isocóricos – processos que


ocorrem a volume constante.

A expressão matemática desta lei – considerando dois estados de um sistema – pode escrever-
se:

Rd
Fig. 5 Representação gráfica da 2ª Lei de Charles e Gay Lussac.

3.3.3. Equação de Estado dos gases perfeitos


Nas leis de Boyle-Mariotte e de Charles e Gay-Lussac relacionam-se estados de um
sistema em que se mantém constante uma propriedade de estado.

Consideremos dois estados em que todas as propriedades de estado são diferentes e


podendo relacioná-los entre si e a um estado intermédio:

 Estado →( )
 Estado →( )

 Estado →( )

(1) A passagem do estado A para o estado X obedece a Lei de Boyle-Mariotte, pois a


temperatura mantém-se constante:
29 de maio de 2023

(Lei de Boyle-Mariotte)

(2) A passagem do estado X para o estado B obedece a 1ª Lei de Charles e Gay-Lussac,


pois a pressão permanece constante:

(1ª Lei de Charles e Gay-Lussac)

Desenvolvendo e relacionando as duas equações (duas Leis) obtemos:

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Esta relação permite concluir que, seja qual for o estado em que se encontra o gás se
verifica o seguinte:

A constante k depende do número de moléculas do gás, pois, mantendo constantes o


volume e a temperatura, o número de choques das moléculas com as paredes do
recipiente aumenta quando aumenta a massa do gás e consequentemente aumenta a
pressão do gás.

A Equação de Estado dos Gases Ideais é a seguinte:

Equação Nomenclatura das grandezas (SI)


, -
, ⁄ -
, -
, -
, -
Valor de R
Sistema Internacional (SI) Para pressão e o volumes em: , -e , -
⁄ ⁄

29 de maio de 2023

Nº de moles, EE, densidade e Nomenclatura no SI


pressão
, -

, -
, ⁄ - , ⁄ -
, ⁄ -
, -

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……
Exercício de aplicação nº 02/3ºT

1. Uma dada massa de azoto ( ), inicialmente a


temperatura de e a pressão de .O
sistema foi submetido sucessivamente às
transformações: → → → Considere
, - . (ver figura 6)

2.1. Das frases seguintes indique,


justificando, quais são as verdadeiras e
as falsas
A- No processo → manteve-se constante a
temperatura;
B- Na transformaçao → houve diminuiçao da Fig. 6
temperatura;
C- No ponto C, o azoto encontra-se à temperatura de 44,7 ºC

2.2. Determine a massa de azoto utilizada nas referidas transformações.


2.3. +

29 de maio de 2023

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TEMA ❹ TERMODINÂMICA

INTRODUÇÃO

A energia interna de um sistema pode variar devido à interacção do sistema com a respectiva
vizinhança. Essa energia varia se através da fronteira do sistema houver transferência de energia,
como trabalho, calor ou radiação. Mas, o aquecimento dos sistemas pode também ocorrer por
transferência de energia como calor.

Exemplos:

 Quando o condutor de um automovel que se desloca numa estrada horizontal, trava, a


energia ciné 1tfvica diminue (a sua velocidade diminue). Em contrapartida, os
pneus e as jantes aquecem e a inergia interna do sistema aumenta.
 A água aquece se o recipiente que o contém for colocado sobre a chama de um fogão a
gás.

Definiçoes de termos:

 Calor: É a energia transferida entre sistemas que são postos em contacto e que se encontram a
temperaturas diferentes. Essa transferencia cessa quando se atinge a temperatura de equilíbrio.
 Termodinâmica: É o ramo da Física que estuda os fenómenos térmicos. Efectuando o seu
estudo em duas vias:

1- Termdinâmica classica: basea-se na observação dos fenomenos à escala macroscopica;


2- Mecânica Estática: basea-se na teoria cinético-molecular e que interpreta os fenómenos a
nível microscópico.

4.1. TRABALHO E ENERGIA TERMODINÂMICA

4.1.1. TRABALHO
A energia interna de um sistema varia se há realizaçao de trabalho. Quando se fornece
trabalho ao sistema, a energia interna aumenta; mas se é o sistema quem produz
trabalho, a energia interna diminue.

O trabalho termodiamico pode ser:

 Trabalho de configuraçao e/ou;


 Trabalho dissipativo.
29 de maio de 2023

Fig. 1
Fig. 1 Representação do Processo termodinâmico em que há
transferência de energia sob a forma de trabalho.

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 Determinaçao do trabalho de configuração

Como a força, →, exercida, desloca o seu ponto de aplicaçao numa direcção não perpendicular à
direcção dessa força, há realização do trabalho:

, -
, -
, -

Sendo, a diferença entre o volume inicial e final e a variação de volume é o


simetrico desta quantidade, , o trabalho é:

, -

Exercício de aplicação nº 03/3ºT

Durante uma compressão realizada a pressão constante de 1 atm, o volume de um gás é


reduzido de

a) Calcule o trabalho realizado. [Fórmula: Resp. ]

 Trabalho dissipativo

Se um gás está encerrado num cilindro de paredes rigidas e isolado termicamente, não pode haver
trabalho de configuraçao. No entanto, a energia interna do líquido pode aumentar ao agitar-se o
recipiente. Este processo de transferencia de energia designa-se por Trabalho dissipativo
e pode ser detactado experimentalmente atraves da medição da temperatura do sistema.

4.1.2. CALOR
Quando um sistema a uma dada temperatura interactua com outro a temperatura
diferente, a sua energia interna varia através da transferncia de energia como calor.

4.1.2.1. Condução e convecção


O processo de transferencia de energia como clor pode ocorrer de duas formas distintas:

 Conduçao
 Convecção
29 de maio de 2023

(I) Condução térmica

Neste processo, a energia é transferida por interaçoes, a nível microscopica, das


partículas constituintes do sistema, que agitam-se mais quanto maior energia
receberem.

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Exemplo: Quando
uma barra metálica
é aquecida numa de
suas extremidades,
a conduçao térmica
ocorre da parte
quecida para o
extremo mais frio.
Fig. 2

(II) Convenção
térmica
Neste processo – ocorre em gases e líquidos – a transferência de energia dá-se por por
deslocaçao de partes do fluído devido a acção da gravidade. Para uma mesma
pressão, a massa volúmica de um fluido é menor quanto maior for a temperatura,
fazendo com que a matéria menos densa (a temperatura superior) sobe enquanto a
mais densa (a temperatura inferior) que se encontra na parte superior, desce. – Estes
deslocamentos de matéria designam-se por corrente de convecção.
Exemplo: quando aquece-se a água num recipiente, a convecçao térmica ocorre no interior
da água. Fig. 3

4.1.2.2. Capacidade térmica mássica e calor de transformação mássica

Cada material comporta-se de modo diferente quando é sujeito ao aquecimento.


 Capacidade térmica mássica, c: É a grandeza física que caracteriza termicamente
cada material.
Exemplo: A capacidade térmica mássica para a água líquida é:
⁄ ⁄
Este valor significa que são necessarios para elevar de 1 grau Celsius a temperatura de 1
grama de água. Esta energia, que foi medida no seculo XIX, ficou conhecida por caloria (cal):

Quando se aquece um sistem a pressão constante (pressão atmosférica, por exemplo),


verifica-se experimentamente que a energia transferida como calor, , é
proporcional a variação da temperatura do corpo, .

, -

Onde: m – massa do corpo, c – capacidade térmica mássica da substância que o constitui.


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 Calor de transfomaçao mássica, L: É a energia que é necessário fornecer a massa de


um quilograma da substãncia para que este mude de estado. , -
, ⁄ -

A energia fornecida à um sistema, durante a mudança de fase – sólido-líquido; líquido-vapor


– serve apenas para quebrar as ligações entre as moleculas da substãncia e não para
aumentar a agitaçao corpuscular dessas moléculas. O sistema só voltará a aumentar a sua
temperatura depois de todas as ligações moleculares estarem quebradas.

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Exercício de aplicação nº 04/3ºT

Um bloco de gelo de encontra-se a temperatura de

Considere: ⁄ ; ⁄ ;

a) Determine, em , a quantidade de energia necessária para que o gelo funda e a


temperatura final da água seja de

Resolução:

 Processo 1 – Aquecimento do gelo – De :


( )
 Processo 2 – Fusão do gelo – A
 Processo 3 – Aquecimento da água – De :
( )

A energia total fornecida ao sistema será dada pela expressao:

ou

4.1.3. EQUIVALÊNCIA ENTRE TRABALHO E CALOR


No século XIX, James P. Joule (1818-1889) estabeleceu a equivalência entre o calor e
o trabalho ao observar que para aquecer um líquido dentro de um recipiente tanto
podia usar o calor como trabalho, poiis ambos os processos permitiam aumentar a
energia interna do líquido.

Experimento de Joule:

Num vaso calorimétrico (recipiente de paredes


termicamente isoladoras) contendo água colocou um
agitador formado por uma série de palhetas ligado à
um veio que podia executar um movimento de
rotação. O movimento das palhetas era accionado pela
queda de um corpo, de massa M, preso a um fio (fig.
4)

A medida que o corpo caia, a água exercia forças


sobre as palhetas que rodavam;
29 de maio de 2023

Estas forças realizavam trabalho dissipativo e a água


ia aquecendo. O aumento da temperatura do sistema
foi confirmado num termómetro colocado no
Fig. 4 Representação esquemática do
recipiente. dispositivo utilizado por Joule

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Conclusões do experimento:

(1) Desprezando o atrito na roldana, o trabalho fornecido à água é igual ao trabalho


executado pelo peso do corpo (⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗);
(2) Este trabalho é igual a diminuição de energia potencial gravítica do corpo M. Se
durante a queda, o corpo percorrer uma distância h, a variação de energia
potencial gravítica é ;
(3) Admitindo que devido o atrito entre as palhetas e a água, o corpo desce com
velocidade constante, a sua energia cinética é constante e a diminuição da
energia potencial gravítica será igual ao aumento da energia interna da água;
(4) A energia interna da água aumenta (a temperatura aumenta) devido à
transferência de energia através da realização de trabalho;

O calor e o trabalho são maneiros distintos de transferir energia. Transferir energia


como calor corresponde a realização de trabalho microscópico.

4.1.4. PROCESSOS TERMODINÂMICOS


As paredes de um sistema termodinâmico classificam-se em:

 Paredes diatérmicas: Permitem transferência de energia como calor. (Ex. Os


metais);
 Paredes adiabáticas: Não permitem transferência de energia como calor. (Ex.
Cortiça);

Um sistema está em equilíbrio termodinâmico se as suas propriedades


macroscópicas – pressão, volume, temperatura, etc., – se mantêm constantes no decorrer do
tempo.

 Processo termodinâmico: É o conjunto de transformações que conduzem o sistema de


um estado de equilíbrio para outro. (Ex. o leite quente pode ser arrefecido de forma
natural ou colocado num refrigerador).

Nos processos termodinâmico, as propriedades que caracterizam o estado final do


sistema não dependem do caminho ou meios utilizados para o obter.

Um sistema pode passar de um estado para outro através dos seguintes processos:

(1) Processo adiabático


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Nesta transformação não ocorre transferência de energia


como calor entre o sistema e o exterior. Ex. Expansão
rápida do gás contido num recipiente de paredes adiabática
devido ao deslocamento do êmbolo sem atrito.

Nestas transformações, , a energia interna e a


temperatura diminuem devido à realização de Fig. 5 Diagrama p V da expansão adiabática.
trabalho pelo gás (fig. 5).

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(2) Processo isocórico

Nesta transformação o volume do sistema se


mantem constante. Neste sistema, não há
realização de trabalho macroscópico,
, a energia interna do gás aumenta devido
ao calor transferido (fig. 6).

Fig. 6 Diagrama p V do processo isocórico.

(3) Processo isobárico

Nesta transformação a pressão do sistema se


mantem constante.

Se um sistema (gás) recebe do exterior energia


como calor, aquece e expande-se, empurrando
o êmbolo do recipiente onde está contido.
Apesar de haver realização de trabalho, a
energia interna e a temperatura do sistema
aumentam, porque a quantidade de energia
recebida como calor é superior à quantidade
de energia transferida como trabalho (fig. 7).
Fig. 7 Diagrama p V da expansão isobárica.

Processo isotérmica

Nesta transformação a temperatura do sistema se


mantem constante. Neste processo a energia
interna do sistema permanece constante (fig. 8).
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Fig. 7 Diagrama pV da transformação isotérmica

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