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Energia e a sua conservação

Energia e Movimentos
Sistema mecânico. Modelo da partícula material e centro de massa

Quando se deixa cair uma bola ao chão, parte da energia potencial


gravítica é transformada em energia cinética. No entanto, parte da
energia inicial é utilizada para vencer a resistência do ar, as forças de
atrito e as deformações da bola aquando do choque com o solo.
Consequentemente, a altura atingida no ressalto é menor do que a altura
inicial da bola.

Neste caso há variação da energia interna da bola.

Se a bola fosse um corpo rígido, indeformável e apenas com movimento


de translação, a energia interna praticamente não variaria relativamente
à energia mecânica

Quando as variações da energia interna são desprezáveis relativamente


às variações de energia mecânica, o corpo pode ser considerado
uma partícula material.

Contudo, uma partícula material não tem necessariamente de ser um


corpo de dimensões reduzidas: pode ser um corpo macroscópico, desde
que as suas dimensões sejam desprezáveis relativamente à distância
percorrida no seu movimento de translação.

O centro de massa (CM) é um ponto onde se considera concentrada


toda a massa do corpo e todas as forças aplicadas no corpo durante o
seu movimento de translação.

Consideremos outro caso: um automóvel desce uma rampa com


consequente aumento da sua energia cinética e diminuição da energia
potencial gravítica

Entretanto, o condutor aciona os travões provocando uma força de atrito


que, neste caso, se opõe ao movimento. A ação da força de atrito faz
aumentar a temperatura das rodas, do solo e dos componentes do
sistema de travagem, ou seja, a energia interna aumenta

Verifica-se que há degradação de energia porque nem toda a energia


fornecida é utilizada na tarefa pretendida – o movimento do automóvel.
Diz-se que as forças de atrito são forças dissipativas.
A ação das forças de atrito provoca também uma diminuição da
velocidade e, consequentemente, da energia cinética e energia
mecânica.

O sistema de travagem, constituído por forças dissipativas é,


simultaneamente, um sistema termodinâmico, porque faz variar a
energia interna ( ΔEi > 0), e um sistema mecânico, porque faz variar a
energia mecânica ( ΔEm < 0). Portanto, quando se pretende estudar o
funcionamento de um automóvel e não apenas o seu movimento, o
automóvel não pode ser reduzido ao seu centro de massa

Validade da representação de um sistema pelo respetivo centro de


massa

Como um automóvel é um corpo rígido e indeformável e todos os pontos


se deslocam à mesma velocidade, quando pretendemos estudar apenas
o seu movimento, podemos representá-lo pelo seu centro de massa.

Qualquer corpo pode ser representado pelo seu centro de massa, desde
que:

 a variação da energia interna seja desprezável;


 não existam deformações significativas;
 exista apenas movimento de translação e se despreze o
movimento de rotação.

Sistema, fronteira e vizinhança. Energia mecânica

Os processos de transferência e transformação de energia ocorrem entre


corpos que constituem um sistema.

Por sistema entende-se a parte do universo que pretendemos estudar e


que pode ser constituída por um ou mais corpos. O sistema está
separado da sua vizinhança pela fronteira através da qual sistema e
vizinhança podem interagir.
Relativamente às trocas de energia e matéria, os sistemas podem
classificar-se em:

 sistema aberto – a fronteira permite troca de energia e de matéria


com a vizinhança  (ex.: copo de água);
 sistema fechado – a fronteira permite troca de energia mas não
de matéria com a vizinhança (ex.: frasco de vidro com geleia);
 sistema isolado – a fronteira não permite troca de energia nem de
matéria com a vizinhança (ex.: mala térmica).

Na realidade não existe um sistema completamente isolado, pois há


sempre perdas mínimas de energia para a vizinhança.

Energia mecânica

As várias manifestações de energia estudadas podem ser agrupadas em


duas formas básicas: energia cinética e energia potencial.

A energia cinética, Ec, está relacionada com o movimento, depende da


massa do corpo e da velocidade com que se move. A sua expressão é:

em que:

m – massa do corpo (kg)

v – velocidade (m s-1)

A energia potencial, Ep, é entendida como a energia resultante da


interação entre partículas.

Assim, podem distinguir-se:


 energia potencial gravítica (ex.: satélite em órbita);
 energia potencial química (ex.: pilha ou bateria);
 energia potencial elástica (ex.: flecha esticada);
 etc.

Estuda-se com mais pormenor a energia potencial gravítica, que


depende da distância do corpo à superfície da Terra e é dada por:

em que:

m – massa do corpo (kg)

g – aceleração gravítica da Terra (9,8 m s-2)

h – altura relativamente à superfície de referência, neste caso, a


superfície da Terra (m).

O resultado da soma da energia cinética com a energia potencial


designa-se por energia mecânica:

Em = Ec + Ep

Quando não há perdas de energia (ex.: atrito), a energia mecânica é


constante.
Trabalho realizado por forças constantes

Trabalho é uma forma de transferência de energia que exige:

 aplicação de uma força, F⃗


 
 deslocamento do corpo, d.

Quando puxamos uma mala, o sentido da força exercida pode não


coincidir com o deslocamento. Nesta situação, a força aplicada pode ser
decomposta em duas componentes:

 F⃗ x1, segundo a direção do deslocamento, denominada força


eficaz;
 F⃗ y1, segundo a direção perpendicular ao deslocamento.

Designando por força eficaz, F⃗


ef, a força aplicada sobre o centro de
massa responsável pelo trabalho realizado, pode escrever-se que:
Aplicando ao esquema a relação
trigonométrica: 

Substituindo na expressão do trabalho, obtém-se:

em que:

∣F⃗∣
– intensidade da força (N)

d – valor do deslocamento (m)

α – ângulo entre a força e o deslocamento.

O trabalho realizado é positivo ou potente se a força aplicada tem:

 o sentido e direção do deslocamento (α = 0 º ⇒ cos 0º = 1 – o


trabalho realizado é máximo);
 uma componente no sentido do deslocamento (α < 90 º ⇒ cos α >
0).
A força favorece o movimento e o sistema recebe energia igual ao
trabalho realizado.

O trabalho realizado é negativo ou resistente se a força aplicada tem:

 sentido oposto ao deslocamento (α = 180º ⇒ cos 180º = − 1 – o


trabalho realizado é mínimo);
 uma componente no sentido oposto ao deslocamento (90 º < α <
180 º ⇒ cos α < 0).

A força opõe-se ao movimento e o sistema cede energia de valor igual ao


módulo do trabalho realizado.

O trabalho realizado é nulo se a força aplicada é perpendicular ao


deslocamento, α = 90 º ⇒ cos 90º = 0.
Quando num corpo atua mais do que uma força, o trabalho realizado
corresponderá à soma dos trabalhos realizados por cada uma das forças
ou ao trabalho realizado pela força resultante, segundo a expressão:

Cálculo do trabalho realizado por uma força constante a partir do


gráfico força-deslocamento

O trabalho realizado por uma força constante também se pode


determinar pela representação gráfica da força efetiva constante em
função do deslocamento.

A área do retângulo cuja base e altura são, respetivamente, o


deslocamento e a força efetiva, corresponde ao valor do trabalho
realizado.

Quando a força eficaz tem sentido e direção do movimento, o trabalho é


positivo. O gráfico tem o seguinte aspeto:
Quando a força eficaz tem sentido oposto ao movimento, o trabalho é
negativo.

Teorema da energia cinética

Para colocar um carro em movimento, um condutor precisa de acelerar,


isto é, de aplicar uma força no sentido do deslocamento.

Se não estudarmos as variações da energia interna e se o automóvel


descrever apenas movimento de translação, pode ser representado pelo
seu centro de massa

Ao fim de algum tempo, e após ter percorrido uma certa distância, o carro
adquire uma dada velocidade e a energia cinética varia segundo a
expressão:

ΔEc = Ec (f) − Ec (i)

Pode dizer-se que a variação da energia cinética está relacionada com a


energia transferida para o carro, sob a forma de trabalho realizado pela
resultante das forças, através da expressão:
Esta expressão traduz o teorema da energia cinética, que se enuncia
da seguinte forma:

O trabalho realizado pela resultante das forças que atuam numa partícula
material, apenas com movimento de translação, é igual à variação da
energia cinética durante o intervalo de tempo em que atuam as forças.

Assim, de acordo com o teorema da energia cinética, quando o trabalho


realizado pela resultante das forças é:

 positivo, a variação da energia cinética é positiva e há aumento de


velocidade;
 negativo, a variação da energia cinética é negativa e há diminuição
de velocidade;
 nulo, a energia cinética é constante e a velocidade mantém-se
(movimento uniforme).

Energia potencial gravítica

Desprezando o efeito da força de atrito e da resistência do ar, quando


uma esfera é largada da posição A, à altura hA até à posição B, à
altura hB, cai devido ao trabalho realizado pelo peso, dado por:

Como o deslocamento e o peso têm o mesmo sentido, α = 0º ⇒ cos 0º =


1, P = m×g e o valor do deslocamento corresponde à distância percorrida
entre o ponto A e B, vem que:
em que a energia potencial gravítica é dada por: Epg = m × g × h, sendo:

Epg – energia potencial gravítica (J)

m – massa (kg)

g – aceleração da gravidade (g  Terra = 9,8 m s-2)

h – altura (m)

É habitual considerar uma das posições do corpo como nível de


referência e quando essa superfície é o solo atribui-se-lhe Epg = 0 J.

Conclui-se que:

 na subida de um corpo, o trabalho do peso é negativo, a energia


potencial gravítica aumenta e, consequentemente, a energia
cinética diminui;
 na descida de um corpo, o trabalho do peso é positivo, a energia
potencial gravítica diminui e, consequentemente, a energia cinética
aumenta.
Trabalho realizado pelo peso

1. Movimento horizontal

Quando uma bola se desloca horizontalmente, o peso é uma força


perpendicular ao deslocamento, α = 90º ⇒ cos90º= 0, logo, o trabalho
realizado pelo peso é nulo.

WP⃗ =0J

2. Movimento vertical

Queda de um corpo

Quando uma bola cai da altura h, o peso e o deslocamento têm o mesmo


sentido e a mesma direção, α =0º ⇒ cos 0º = 1, logo:

WP⃗ =P×h×cos0º

Desprezando a resistência do ar, a única força que atua no corpo é o seu


peso dado por: P = m × g.

Pode, então, escrever-se:

WP⃗ =m×g×h
sendo:

g – aceleração da gravidade na Terra (9,8 m s-2)

m – massa do corpo (kg)

h – altura a que o corpo se encontra (m)

Na queda de um corpo, o trabalho realizado pelo peso do corpo é


positivo ou potente.

Lançamento de um corpo

Quando se lança verticalmente uma bola até à altura h, o peso e o


deslocamento têm a mesma direção mas sentidos opostos, α = 180 º ⇒
cos 180 º = − 1, logo:

WP⃗ =P×h×cos180º

Desprezando a resistência do ar, a única força que atua no corpo é o seu


peso dado por: P = m × g. Pode, então, escrever-se:

WP⃗ =m×g×h

Na subida de um corpo, o trabalho realizado pelo peso do corpo é


negativo ou resistente.
Peso como força conservativa

As situações seguintes representam diferentes formas de deslocar


uma bola desde a posição A até à posição B: na vertical, na
oblíqua ou com a ajuda de degraus.

Em qualquer situação, o trabalho do peso é o mesmo, não depende do


trajeto percorrido, mas apenas da posição inicial e final.

Por exemplo, na subida de um corpo, o trabalho realizado pelo peso é


negativo e o valor do deslocamento só depende da altura inicial e final,
logo:

WP⃗ =−m×g×(hf−hi)

WP⃗ =−ΔEpg
Diz-se que o peso é uma força conservativa.

Quando o corpo regressa ao ponto de partida, a posição inicial coincide


com a final, logo ΔEpg = 0 J. Então, numa trajetória fechada, o trabalho
total realizado pelo peso é nulo.

Conservação da energia mecânica

Quando um objeto é largado de uma determinada altura, a única força


que atua no corpo, desprezando a força de atrito e a resistência do ar, é
o seu peso – uma força conservativa.

À medida que o corpo vai descendo, a energia potencial gravítica diminui


e, consequentemente, a energia cinética aumenta de forma que a
energia mecânica é constante em cada ponto. Como Em = Ec + Ep e a
energia mecânica não varia ( ΔEm = 0 J), o aumento da energia cinética é
igual à diminuição da energia potencial gravítica:

ΔEpg = − ΔEc

Conclui-se, assim, que em sistemas sujeitos apenas a forças


conservativas ou forças que não realizam trabalho, a energia mecânica
é constante.

Ação das forças dissipativas

Quando um carro se move numa superfície horizontal e inicia uma


travagem, ao fim de algum tempo acaba por parar devido à força dos
travões e à força de atrito.

Nesta situação, a energia cinética diminui e transforma-se em energia


interna, já que a energia potencial gravítica é constante.

Sendo a energia mecânica igual à soma da energia cinética e da energia


potencial gravítica, esta diminui o correspondente ao aumento da energia
interna provocado pela força de atrito – força dissipativa.

A ação das forças dissipativas reflete-se numa diminuição da energia


mecânica.

Ação das forças não conservativas

Nos exemplos anteriores, os efeitos da força de atrito e da resistência do


ar têm sido desprezados por serem forças não conservativas (fazem
variar a energia mecânica através da dissipação de energia).

De acordo com o teorema da energia cinética:


Como o trabalho das forças conservativas, como o peso, pode ser
relacionado com o simétrico da variação da energia potencial gravítica,
vem:

Por outro lado, ΔEm = ΔEc + ΔEpg, logo, conclui-se que:

O trabalho realizado pelas forças não conservativas provoca uma


variação da energia mecânica.

Se a energia mecânica:

 aumenta ( ΔEm > 0), o trabalho realizado pelas forças não


conservativas é positivo;
 diminui ( ΔEm < 0), o trabalho realizado pelas forças não
conservativas é negativo;
 é nula ( ΔEm = 0), as forças não conservativas não realizam
trabalho.

Contrariamente às forças conservativas, o trabalho realizado pelas forças


não conservativas depende da trajetória e da velocidade.

Rendimento e dissipação de energia

Algumas forças, como a força de atrito, dissipam energia, por exemplo,


sob a forma de calor e não conservam energia mecânica

É o caso de um motor a gasolina que dissipa cerca de 75% da energia


fornecida na fricção das peças, na refrigeração, entre outros. Isto
significa que quando o combustível fornece 100 J de energia, o motor
apenas utiliza 25 J (energia útil) no movimento e 75 J são dissipados

Pode-se exprimir a eficácia de um processo através do rendimento, η ,


dado por:

O rendimento é sempre inferior a 100% e é adimensional.

No exemplo dado, o rendimento do motor seria então de 25%.


Energia, Fenómenos térmicos e Radiação
Classificação dos sistemas reacionais 

Na produção industrial do amoníaco, quando se misturam os dois gases,


diazoto e di-hidrogénio, devem ser criadas condições de operação
extremamente cuidadas para que a essa produção decorra em condições
ótimas de segurança e rendimento.

A síntese do amoníaco é efetuada num recipiente ou reator fechado,


constituindo um sistema de reação.

Sistema – parte do universo que nos interessa estudar. Em Química, um


sistema é uma mistura reacional. Na indústria, o sistema é o reator onde
se processa a síntese.

Vizinhança ou meio exterior – toda a parte do Universo que está fora


do sistema e que o rodeia.

Como em tudo, existe uma relação entre o sistema e a vizinhança ou


meio exterior. Com base nesta relação, os sistemas podem ser:

Abertos – permitem trocas de energia e matéria com o meio exterior.

(Ex.: combustão do carvão quando se faz um churrasco.)

Fechados – permitem trocas de energia, mas não de matéria com o


meio exterior.

(Ex.: baterias elétricas.)

Isolados – não permitem trocas de energia nem de matéria com o meio


exterior. Na realidade, não existem sistemas perfeitamente isolados.
(Ex.: a garrafa-termo é o exemplo que mais se aproxima da definição
dada.)

Sistema termodinâmico. Equilíbrio térmico e Lei zero da


termodinâmica

Por sistema termodinâmico, entende-se aquele em que são apreciáveis


as variações de energia interna.

Equilíbrio térmico. Lei zero da termodinâmica

Quando se colocam em contacto dois sistemas, A e B, a temperaturas


diferentes, verifica-se que o corpo a menor temperatura (B) aquece e o
corpo a maior temperatura arrefece (A).

Há transferência de energia como calor do corpo que está a maior


temperatura para o corpo que está a menor temperatura.

Após algum tempo, os dois sistemas ficam a igual temperatura e atingem


o equilíbrio térmico. As taxas de absorção

e de emissão de radiação de um corpo são iguais.

A quantidade de calor recebida pelo corpo B é igual à quantidade de


calor cedida pelo corpo A. No entanto, convencionou-se que quando um
corpo cede energia como calor, o calor tem sinal negativo (Q < 0) e
quando recebe, o calor tem sinal positivo (Q > 0), podendo escrever-se
que:

Q recebido = − Q cedido

Consideremos o exemplo da garrafa de água no frigorífico, mas


adicionando também uma embalagem de leite. Após algum tempo, a
garrafa de água e a embalagem de leite estão à mesma temperatura do
frigorífico, isto é, estão em equilíbrio térmico. Pode então concluir-se que
também estão em equilíbrio térmico entre si.

Este exemplo ilustra a lei zero da termodinâmica, que afirma que:

“Se dois corpos estiverem em equilíbrio térmico com um terceiro,


também estão em equilíbrio térmico entre si.”

Temperatura média do equilíbrio radiativo da Terra

O sistema Terra/atmosfera está a uma dada temperatura considerada


constante. A velocidade com que a Terra absorve energia da vizinhança
é igual à velocidade com que emite energia – equilíbrio radiativo.

Mas qual a temperatura média do equilíbrio radiativo da Terra?


A constante solar ou poder emissor do Sol é a quantidade de energia
recebida, por unidade de tempo e de área, no topo da atmosfera terrestre
e vale 1370 W m-2.

No entanto, o conjunto Terra/atmosfera apenas absorve ¼ desse valor,


ou seja, 343 W m-2 correspondente ao poder absorsor, sendo:

 30% = 103 W m-2 refletido pelo sistema Terra/atmosfera –


correspondente ao poder emissor;
 70% = 240 W m-2 emitido sob a forma de radiação infravermelho
pelo sistema Terra/atmosfera – correspondente ao poder refletor.

Atendendo a que, na situação de equilíbrio, a potência emitida é igual à


potência absorvida e considerando 1 m2 de área exposta com
emissividade 1 (corpo negro), pela lei de Steffann-Boltzman obtém-se:

P emitida = P absorvida

240 = e σ A T4  ⇔  240 = 1 × 5,67×10− 8 × 1 × T4  ⇔  T = 255 K  ( − 18 ºC)

Este valor é muito diferente do real, que é cerca de 15 ºC.

Esta diferença deve-se à presença de gases atmosféricos que absorvem


radiação IV. Esta radiação é depois irradiada para a Terra e novamente
reemitida para a atmosfera. Este circuito da radiação entre a Terra e a
atmosfera provoca o conhecido efeito de estufa, aquecendo a Terra.

Energia interna e temperatura

A matéria é constituída por um elevado número de corpúsculos que


possuem energia cinética e energia potencial.

A energia interna de um sistema, Ei, corresponde à soma da energia


cinética e da energia potencial dos corpúsculos que constituem o
sistema.
A temperatura é uma propriedade da matéria que se relaciona com o
grau de agitação e o movimento dos corpúsculos.

Ao contrário da energia interna, a temperatura não depende da


quantidade de partículas existentes.

Os conceitos de temperatura e energia interna são diferentes, mas estão


relacionados. Por exemplo, quando se aquece um gobelé com água, a
temperatura aumenta. Consequentemente, aumenta a energia cinética,
pelo que a energia interna também aumenta.

No Sistema Internacional a temperatura exprime-se em kelvin (K). No


entanto, os termómetros encontram-se, geralmente, graduados em graus
celsius (ºC). Para converter de uma unidade noutra recorre-se à
expressão:

T (K) = T (ºC) + 273

Transferência de energia como calor

Quando um sistema, a uma dada temperatura, interatua com outro a


temperatura diferente, a sua energia interna varia através da
transferência de energia como calor.

A transferência de energia como calor corresponde à realização de


trabalho microscópico e pode ocorrer por três processos diferentes.

Radiação - transferência de energia através da propagação de luz, sem


haver contacto entre sistemas.

Condução - ocorre principalmente em sólidos, havendo contacto entre


os sistemas. Embora haja choque entre as partículas constituintes dos
sistemas, não há deslocação de matéria.

Convecção - ocorre nos fluidos (líquidos e gases), havendo contacto


entre sistemas. Realiza-se à custa de deslocação de matéria.

Painéis fotovoltaicos

O sol é uma das alternativas às fontes de energia não renováveis pois é


renovável, não é poluente e é gratuito.
A energia solar pode ser aproveitada através de:

– coletores solares que absorvem a radiação solar durante o dia e


transformam-na em calor.

– painéis solares que transformam a energia solar em energia


fotovoltaica ou elétrica.

Painéis fotovoltaicos

Os painéis fotovoltaicos são constituídos por células fotovoltaicas, à base


de semicondutores, geralmente silício.

Estas são constituídas por duas peças com propriedades diferentes: uma
que funciona como dador de eletrões (tipo n) e outra como recetora de
eletrões (tipo p). Por ação da radiação solar, há passagem de eletrões da
peça tipo n para a peça tipo p, gerando-se uma corrente elétrica.
Materiais condutores e isoladores de calor. Condutividade térmica

Numa habitação, os materiais utilizados são diferentes e,


consequentemente, o calor não se transmite de igual modo pelas janelas,
telhado, portas, etc.

Os materiais podem ser:

 bons condutores térmicos se transmitem bem o calor (ex.: metais,


grafite, ligas metálicas, etc.);
 maus condutores térmicos ou isoladores se transmitem dificilmente
o calor (ex.: madeira, plástico, vidro, lã, cortiça, etc.).

A maior ou menor capacidade que um material possui para conduzir o


calor é traduzida por uma grandeza física, a condutividade térmica, K,
que é característica de cada material.

Assim, os bons condutores térmicos apresentam valores de


condutividade térmica elevados, enquanto os maus condutores térmicos
apresentam baixos valores de condutividade térmica.

Dizer que a condutividade térmica da prata é 420 W m-1 ºC-1 significa que


uma barra com 1 m de comprimento e 1 m2 de secção transfere 420 J de
energia, por segundo, quando se verifica uma variação de temperatura
de 1ºC nas suas extremidades.

Considerando, por exemplo, uma habitação, verifica-se que a


propagação de calor através das paredes é tanto maior quanto:

– maior a área de superfície (A);

– maior a diferença de temperatura entre o interior e o exterior


( ΔT );

– maior a condutividade térmica do material (K);

– menor a espessura das paredes (l).


A quantidade de energia transferida, como calor, por segundo, através de
um material é dada pela expressão:

em que:

K – condutividade térmica (W m-1 K-1)

A – área (m2)

ΔT – variação de temperatura (K ou ºC)

l – espessura (m)

A diferença de temperatura pode ser expressa em ºC ou em K, uma vez


que é numericamente igual.

Na construção civil, é mais comum utilizar o coeficiente de condutividade


térmica (U), para exprimir a quantidade de calor transferida por segundo,
sendo que:

De acordo com os dados da tabela seguinte, verifica-se que para uma


casa com paredes duplas, caixa de ar e chão de madeira, as perdas de
energia são muito mais reduzidas.
Calor, trabalho e radiação. Potência

Quando se fornece energia a um sistema não isolado, a energia interna


varia. A transferência de energia pode ocorrer através de calor, trabalho
ou radiação.

Calor

Por calor, Q, entende-se a quantidade de energia transferida entre


sistemas a temperaturas diferentes.

A quantidade de calor transferida, cedida ou recebida por um corpo


manifesta-se numa diminuição ou aumento de temperatura,
respetivamente.

Verifica-se experimentalmente que o calor depende da variação de


temperatura, ΔT, da massa dos corpos, m, e da capacidade térmica
mássica das substâncias de que estes são feitos, c.

Esta última traduz a quantidade de energia que é necessário fornecer a 1


kg dessa substância de modo a elevar a sua temperatura em 1ºC.

Pode, então, escrever-se:

Q = m × c × ΔT

sendo:

Q – calor (J) (1 cal = 4,18 J)

m – massa (kg)

c – capacidade térmica mássica (J kg-1 ºC-1)

ΔT – variação de temperatura (ºC)

Assim, a quantidade de calor fornecida é diretamente proporcional à


massa, à variação de temperatura e à capacidade térmica mássica,
característica de cada material.
Material c (J kg-1 ºC-1 ) ×103
água 4,2
álcool 2,4
alumínio 0,91
cobre 0,39
prata 0,24

Quando dois corpos são colocados em contacto há transferência de


energia do corpo que apresenta maior temperatura (A) para o que está a
menor temperatura (B), sendo a quantidade de energia cedida por um
igual à que é recebida pelo outro.

Quando a temperatura dos dois corpos atinge e permanece num mesmo


valor, Tf, diz-se que se atingiu o equilíbrio térmico.

Adotou-se, internacionalmente, a seguinte convenção de sinais para


representar as trocas de energia entre corpos:

 quando um corpo cede energia, Q < 0;


 quando um corpo recebe energia, Q > 0.

- Q A = Q B

Trabalho

Quando se aplica uma força a um corpo em repouso de forma a imprimir-


lhe um movimento retilíneo, este efetua um deslocamento no sentido e
direção da força aplicada.

Diz-se que a força realiza trabalho, W, e o seu valor é dado por:


    WF⃗ =∣F⃗∣×|△
r⃗ |

sendo:

∣F⃗ ∣- intensidade da força aplicada (N)

|△r⃗|
- deslocamento (m)

O valor do trabalho é positivo (trabalho potente) ou negativo (trabalho


resistente) quando a força tem, respetivamente, o mesmo sentido ou
sentido oposto ao do deslocamento.

O trabalho é nulo quando as direções da força e do deslocamento são


perpendiculares.

No entanto, não existe apenas a energia como trabalho realizado por


forças. Para manter um rádio ligado desenvolve-se trabalho elétrico
durante a transferência da corrente elétrica da fonte para o recetor.

No Sistema Internacional, o trabalho exprime-se, tal como o calor, em


joule (J).

Radiação

A transferência de energia também pode ocorrer sob a forma de radiação


através da propagação de ondas eletromagnéticas.

As ondas eletromagnéticas caracterizam-se por uma amplitude,


comprimento de onda e frequência. Quanto maior a frequência, n, menor
o comprimento de onda, λ , e maior a energia da respetiva radiação.

A relação entre o comprimento de onda e a frequência é dada


por  c = λ × n,  onde c representa a velocidade de propagação da
radiação no vazio ( 3×108 m s − 1).
A energia de um fotão é diretamente proporcional à frequência e,
consequentemente, inversamente proporcional ao comprimento de onda,
dada por E = h × n , em que h é a constante de Planck, cujo valor é h =
6,63×10− 34 J s .

A luz visível tem, por exemplo, frequências compreendidas entre


4×1014Hz e 7,5×1014Hz, a que correspondem valores de comprimento de
onda de 7,5×10 − 7 m e 4×10 − 7 m, respetivamente.

É habitual exprimir o comprimento de onda em nanómetros (1 nm =


1×10− 9 m).

Potência

A potência, P, é uma grandeza que traduz a rapidez com que a energia é


transferida entre sistemas, num dado intervalo de tempo, Δt.

Por definição:

No Sistema Internacional, exprime-se potência em watt (W).


Coletores solares

O sol é uma das alternativas às fontes de energia não renováveis pois é


renovável, não é poluente e é gratuito.

A energia solar pode ser aproveitada através de:

– coletores solares que absorvem a radiação solar durante o dia e


transformam-na em calor.

– painéis solares que transformam a energia solar em energia


fotovoltaica ou elétrica.

Coletores solares

Os coletores solares são constituídos por um circuito de tubos onde


circula um fluido (líquido ou gás) que aquece e transfere energia para um
depósito de água.

A água aquecida é depois canalizada para os diversos radiadores e


caldeiras da casa e retorna ao coletor para ser novamente aquecida.
A parte superior do coletor é revestida por uma placa de vidro
transparente que deixa atravessar a radiação mas que é opaco à
radiação IV reemitida, originando um efeito de estufa.

Para aumentar o rendimento de absorção de radiação, o coletor possui


uma superfície escura, os tubos são pintados de negro e as tubagens e o
depósito são revestidos por materiais isolantes.

Painéis fotovoltaicos

Os painéis fotovoltaicos são constituídos por células fotovoltaicas, à base


de semicondutores, geralmente silício.

Estas são constituídas por duas peças com propriedades diferentes: uma
que funciona como dador de eletrões (tipo n) e outra como recetora de
eletrões (tipo p). Por ação da radiação solar, há passagem de eletrões da
peça tipo n para a peça tipo p, gerando-se uma corrente elétrica.

1.ª Lei da termodinâmica

A transferência de energia num sistema não isolado pode ocorrer sob a


forma de calor (Q), trabalho (W) ou radiação (R).
Em qualquer dos casos, a energia total transferida manifesta-se por uma
variação da energia interna, ΔEi, dada pela expressão:

ΔE i = Q + W + R

que traduz a 1.ª lei da termodinâmica, mostrando que a variação da


energia interna resulta do balanço energético entre calor, trabalho e
radiação.

Como no sistema pode entrar ou sair energia, é necessário introduzir


uma convenção de sinais:

 quando entra energia no sistema, esta é positiva;


 quando o sistema cede energia, esta é negativa.

Portanto, quando um sistema:

 recebe calor – Q > 0


 recebe trabalho – W > 0
 absorve radiação – R > 0

Por outro lado, quando:

 cede calor – Q < 0


 realiza trabalho – W < 0
 emite radiação – R < 0
Como resultado da combinação destes fatores, a energia interna pode
aumentar (ΔEi > 0) ou diminuir (ΔEi < 0). Analisemos agora algumas
transformações específicas, considerando não haver transferência de
energia sob a forma de radiação (R = 0).

 Transformação adiabática (Q = 0)

Neste tipo de transformação não há transferência de calor.

No entanto, pela 1.ª lei da termodinâmica pode ocorrer variação de


temperatura devido à realização de trabalho, dado por:

ΔEi = Q + W + R

Exemplo: Compressão muito rápida de um gás.

 Transformação isotérmica (T = constante)

O sistema perde ou ganha energia, sob a forma de calor, de modo que a


energia interna não varie, logo ΔEi = 0.

Temos que:

Q + W = 0 ⇔ Q = − W

Se:

 é realizado trabalho pelo sistema, este terá de receber energia sob


a forma de calor, ou seja, W < 0 e Q > 0.
 é realizado trabalho sobre o sistema, este terá de ceder energia
sob a forma de calor, ou seja, W > 0 e Q < 0.

Exemplo: Compressão de gases lentamente na bomba da bicicleta.


 Transformação isobárica (P = constante)

Considerando a compressão de um gás.

O êmbolo exerce sobre o gás uma força (F→)com sentido e direção do


deslocamento.

Neste caso, o trabalho é dado por:

W = F × Δx

Por outro lado, o gás exerce uma força que está relacionada com a
pressão do gás (P) e a área de secção (A), dada por:

Como a força aplicada é simétrica da força exercida pelo gás no êmbolo,


substituindo na expressão anterior, vem que:

W = − P × A × Δx

Como A × Δx é a variação de volume do gás, ΔV , obtém-se:

W = − P × ΔV

P – Pressão em Pascal (1 atm = 1,013 × 105 Pa)

V – Volume (m3)


Considerando que as paredes do recipiente são adiabáticas, Q = 0 e R =
0, tem-se que:

ΔE i = W

Durante a:

– compressão de um gás, o sistema recebe energia sob a forma de


trabalho, o volume diminui e a energia interna aumenta, ou seja,

ΔV < 0,  W > 0  e  ΔE i > 0.

– expansão de um gás, o sistema cede energia sob a forma de trabalho


ao exterior, o volume aumenta e a energia interna diminui, ou seja,

ΔV > 0,  W < 0  e  ΔE i < 0.

 Transformação isocórica (V = constante)

Se o volume permanece constante, temos que W = 0, logo:

ΔE i = Q

Se o sistema:

– recebe energia sob a forma de calor e a energia interna aumenta, ou


seja, Q > 0 e ΔE i > 0;

– cede energia sob a forma de calor e a energia interna diminui Q < 0 e


ΔE i < 0.

Exemplo: Arrefecimento de um líquido num recipiente fechado,


mantendo o volume constante.

Quando há apenas transferência de energia sob a forma de radiação,


vem que:
ΔE i = R

Exemplo: Lâmpada IV a aquecer uma sala de medicina.

Degradação da energia e 2.ª Lei da termodinâmica

Na serra da Estrela, no inverno, é frequente ocorrer a formação de neve


que, com a vinda dos dias mais quentes, vai derretendo devido ao calor
que recebe do meio ambiente.

No entanto, o processo inverso não ocorre. A neve não transfere calor


para o meio ambiente e este, consequentemente, não aquece.

É impossível transferir calor, espontaneamente, de um corpo a


temperatura mais baixa para outro a temperatura mais elevada
– postulado de Clausius.

Quando estudámos o funcionamento das centrais termoelétricas,


verificou-se que nem toda a energia fornecida pela queima dos
combustíveis fósseis era utilizada como trabalho para movimentar as pás
da turbina.
Há sempre uma quantidade de energia degradada, ou seja, a quantidade
de energia útil no processo é inferior à energia fornecida

Pode então concluir-se que:

É impossível um sistema receber energia como calor e transformá-la


integralmente em trabalho – postulado de Kelvin.

Quando se abre uma garrafa de refrigerante com gás, verifica-se que o


gás sai e expande-se para o meio ambiente.

No entanto, não é possível que o processo inverso ocorra, isto é, o gás


que saiu regressar novamente à garrafa.

Os três exemplos referidos anteriormente ocorrem no sentido de uma


maior desordem, a que chamamos entropia e no sentido da diminuição
da energia útil. Ilustram, portanto, a 2.ª lei da termodinâmica, que diz
que:

Em qualquer processo irreversível, um sistema isolado evolui no sentido


em que a sua entropia aumenta ou permanece constante, ou seja, a
energia útil do universo diminui.
Transferências e transformações de energia

Para utilizar a energia, é necessário que ocorra a sua transferência entre


a fonte e o recetor.

A energia fornecida ao recetor é então transformada noutra forma de


energia, como ilustram os exemplos seguintes:

 na lâmpada, a energia elétrica é transformada em energia


luminosa e calorífica;

 nas barragens, a energia potencial gravítica da água é


transformada, numa primeira fase, em energia cinética, que se
manifesta no movimento das turbinas e, depois, em energia
elétrica nos alternadores;

 no automóvel, a energia potencial química da gasolina é


transformada em energia cinética;

 nas centrais termoelétricas ocorre a combustão dos combustíveis


fósseis havendo transformação da energia química em energia
térmica. Esta é utilizada para gerar vapor de água que, por sua
vez, é utilizado para colocar as pás das turbinas em movimento
(energia cinética) e produzir eletricidade nos transformadores.

Vimos que a energia fornecida ao recetor pode ser transformada noutra


forma de energia. Contudo, nem toda a energia transformada é
completamente aproveitada: uma parte é utilizada para o fim pretendido
– energia útil, Eu – e outra parte é desperdiçada sob uma forma que não
interessa – energia dissipada, Ed.

Diz-se que há degradação de energia, porém, a energia total não se


altera, apenas se transforma.

Pode então escrever-se:

Energia fornecida = Energia útil + Energia dissipada

Ef = Eu + Ed

Para avaliar a eficácia de um processo, é suficiente comparar a maior ou


menor energia utilizada com a energia fornecida através do cálculo do
rendimento:

O rendimento é uma grandeza adimensional (sem unidades) e exprime-


se, geralmente, em percentagem. É sempre inferior a 100%, pois há
sempre energia não aproveitada.
Uso racional das fontes de energia

A evolução tecnológica e a industrialização têm originado, a nível


mundial, um aumento drástico do consumo de energia, nomeadamente
da energia proveniente dos combustíveis fósseis.

Como estas são fontes de energia não renováveis (com uma duração
estimada de apenas algumas dezenas de anos) e provocam maiores
impactos ambientais, é necessário recorrer, em maior quantidade, às
fontes de energia renováveis e/ou energia nuclear.

Por outro lado, é muito importante minimizar os gastos energéticos no dia


a dia, através de medidas que visem uma maior eficácia e economia no
aproveitamento energético. Como exemplo, temos a utilização de
lâmpadas de maior rendimento, a reciclagem e reutilização de materiais,
entre outras medidas.

Rendimento

Numa central termoelétrica, o calor resultante da queima de combustíveis


fósseis não é integralmente utilizado para realizar trabalho no movimento
das pás das turbinas. Há uma parte da energia que é dissipada.

Este exemplo ilustra um sistema que recebe energia, sob a forma de


calor, da fonte a temperatura mais elevada – fonte quente. Uma parte
do calor fornecido é utilizada pelo sistema para realizar trabalho e outra
parte é dissipada e transfere-se para a fonte fria.
Os sistemas que recebem energia sob a forma de calor e que são
capazes de realizar trabalho designam-se por máquinas térmicas.

A eficácia de uma máquina térmica é dada pelo rendimento, η , que é o


quociente entre a quantidade de energia aproveitada sob a forma de
trabalho (W) e a energia recebida da fonte quente sob a forma de calor
(Qq).

Pode calcular-se através da expressão:

Pela lei da conservação da energia:

sendo Qf a energia degradada e fornecida à fonte fria.

Assim:

Existem também máquinas frigoríficas (é o caso dos frigoríficos) cujo


objetivo é manter fria a fonte fria, transferindo energia da fonte fria
(interior do frigorífico) para a fonte quente (meio ambiente).
No entanto, de acordo com a 2.ª lei da termodinâmica, este processo não
ocorre espontaneamente e é necessário fornecer ao sistema energia sob
a forma de trabalho elétrico.

Neste caso, o rendimento é dado por:

Como,

W elétrico = | Q q | − Q f

Substituindo na expressão de rendimento, vem que:

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