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SNP's
Os Polimorfismos de Base Única (SNP – Single Nucleotide Polymorphism ) estão surgindo como
novos marcadores de interesse para a comunidade forense devido à sua abundância no genoma
humano (já foram identificados e mapeados no genoma humano mais de 10 milhões de SNPs);
ao seu baixo índice de mutação; por permitirem a análise de pequenos fragmentos de DNA e à
possibilidade de automatizar as análises com altas tecnologias. Muitas das novas tecnologias
para genotipar SNP's têm sido desenvolvidas nos últimos anos.
A vantagem dos SNP's em testes de paternidade é que eles podem ser estudados em produtos
de amplificação muito curtos (50 pares de base ou menos) e, por isso, apresentam distintas
vantagens sobre os microssatélites no estudo de DNA extremamente degradado (como no caso
de cadáveres em estado muito avançado de decomposição ou carbonizados). Porém, a tipagem
de SNP's é relativamente complexa.
Para analisar o genoma do SNP deve ser hibridizado o alelo específico, extensão do primer ,
ligação do oligonucleotídeo e clivagem. Existem vários métodos para a análise final como
fluorescência, luminescência, etc.
Estudos populacionais
Os locos de STR devem ser analisados em cada laboratório para conhecimento da freqüência na
população. Cerca de 40 STR, entre os milhares existentes, são utilizados na prática forense.
Além da sensibilidade, devemos identificar aqueles com maior polimorfismo, elevado índice de
discriminação e de heterozigose, assim como de baixa freqüência de mutações. Essas
freqüências serão importantes na estatística de investigação de paternidade e de identificação
de pessoas ou manchas de sangue.
O poder de exclusão indica qual o percentual de exclusão alcançado por cada loco. Quanto
maior o poder de exclusão, mais informativa será a análise. Na Tabela 1 identificamos a
frequência de cada alelo dos principais locos de STRs em nossa população, além do poder de
exclusão e frequência de heterozigotos (Jobim, 2003).
STR do Cromossomo Y
Os principais locos de STR do Y são: YGATAH4, DYS437, DYS438, DYS448, DYS458, DYS19,
DYS385, DYS456, DYS389I, DYS390, DYS389II, DYS393, DYS391, DYS439, DYS635,
DYS392.
Um estudo realizado pelo Prof. Chris Tyler-Smith, da Universidade de Oxford, permitiu a provável
identificação do conjunto de genes do cromossomo Y de Gengis Khan (Fig. 7). As amostras
utilizadas foram da população masculina da Mongólia, levando-se em conta que o guerreiro
mongol teve mais de cem filhos, os quais, por sua vez, tiveram outros milhares de filhos, todos
com o mesmo perfil genético do cromossomo Y. Esse perfil é encontrado, na atualidade, em
grande número de indivíduos mongóis do sexo masculino.
Cromossomo X
Sendo assim, esses STRs do X tem o potencial para complementar eficientemente a análise de
outros marcadores genéticos como os autossômicos, do cromossomo Y ou mitocondrial,
permitindo que probabilidades de paternidade mais elevadas sejam alcançadas além de
aumentar a capacidade de discriminação dos STRs autossômicos nas análises de parentesco
que envolvem pares de indivíduos fornecendo um poder estatístico mais elevado nesses casos
especiais. Estas probabilidades são expressas em uma relação de probabilidade que dependem
das combinações dos genótipos testados para ser calculada.
Os haplótipos do cromossomo X têm mostrado serem úteis nos testes de paternidade onde o
possível pai é ausente e somente parentes próximos estão disponíveis para o teste como
relações entre possíveis pares de irmãs e de meio-irmãs e mãe/filha/avó paterna ou para duos
de pai-filha e de mãe-filho, entre outros casos.
Devemos lembrar que o suposto pai tem a composição XY, logo ele só poderá passar um alelo
do cromossomo X para sua prole. Já a mãe tem a composição XX, logo poderá passar um dos
dois alelos X para suas filhas e um para seus filhos.
Um caso recente foi esclarecido em nosso laboratório pela análise de microssatélites (STRs) do
DNA do cromossomo X, sendo que o suposto pai era falecido, analisando-se a viúva e suas
filhas com o falecido, além da autora e sua mãe.
Dessa maneira, procuramos identificar os alelos maternos herdados pelas filhas de sua mãe
(viúva), sendo que os demais alelos serão de origem paterna (suposto pai).
Deveremos também identificar os alelos da autora de herança materna, sendo que o outro alelo
certamente será o alelo X proveniente do pai biológico.
O mesmo resultado foi observado nos locos ARA, DXS7424, DXS6807 e DXS101. No primeiro
(ARA), a autora herdou o alelo 26 de sua mãe, sendo o alelo 20 é de origem paterna. As filhas
do falecido herdaram, ora o alelo 24, ora o 15 de sua mãe (viúva), sendo que todas
apresentaram o alelo 28 paterno e inexistente na autora.
O DNA pode ser exclusivo de um indivíduo, mas a gama total de polimorfismos não é testada e
consequentemente existe uma certa probabilidade estatística de que dois indivíduos, escolhidos
ao acaso, venham a ter um perfil semelhante de DNA.
p2 + 2pq + q2 = 1, utilizada para calcular a frequência de um alelo em uma população, indica que
a frequência dos alelos permanece constante em uma população ao longo do tempo,
pressupondo cruzamentos ao acaso na população.
Uma vez identificados os alelos para os loci estudados, deverá ser feita a interpretação, para
cada lócus, em termos de inclusão ou exclusão do indivíduo pela comparação de seus alelos
com os da amostra ou amostras questionadas.
Em casos de estudos de, por exemplo, comparação entre manchas de sangue encontradas na
vestimenta de um suspeito e material biológico pertencente à vítima, deverá haver, caso a
mancha de sangue realmente pertencer à vítima, coincidência, ou seja, inclusão de todos os
alelos, para todos os loci analisados.
Para casos como estes, far-se-ão cálculos para mensuração da razão de verossimilhança
entre as amostras analisadas. Este grau de semelhança é medido pela frequência de incidência
que representa o número de vezes em que determinado perfil genético ocorre na população. Ou
seja duas hipóteses são testadas: a da acusação e a da defesa.
Analisando-se os alelos do suposto pai, dir-se-á que existe inclusão deste para o lócus se ele
possuir o alelo presente na criança, dito, alelo paterno-obrigatório. Caso contrário existirá sua
exclusão para este lócus.
A exclusão de paternidade é declarada quando o suposto pai não apresenta em seu material
genético três alelos ou mais dos alelos paterno-obrigatórios, definidos para o investigante
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA LEGAL, 1999).
Nos estudos de paternidade que se dão através da análise de amostras de sangue colhidas da
mãe, da criança e do suposto pai, mormente voltadas para esclarecimentos de causas cíveis de
direitos sucessórios ou de alimentos, o número recomendável de loci a serem analisados, para
obtenção de resultados seguros, dependerá da técnica empregada. No caso de sondas, por
serem mais informativas, é aceito um número entre 4 e 6. Já para as análises efetuadas com o
emprego de STRs, o número de loci analisados deverá ser maior que 12 (PENA, 1997;
SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA LEGAL, 1999). [S1] Comentário: REFERÊNCIA ANTIGA
O índice de paternidade é verificado por meio da razão entre a probabilidade das bandas,
pertinentes ao perfil genético do filho ou filha e que estejam em coincidência com o perfil do
suposto pai, serem oriundas deste suposto pai e a probabilidade delas serem oriundas de
qualquer indivíduo da população.