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INQUÉRITO POLICIAL

1) Espécies de Polícia:

a) Polícia Judiciária: Cuida das investigações criminais. Exemplo: Polícia Civil.


b) Polícia Administrativa: Cuida da repressão ao crime, ou seja, evitar que o crime ocorra.
Exemplo: PM.
2) Tratamento Constitucional da Segurança Pública: Artigo 144 da CF/88.

A segurança pública é: -Um dever do Estado;


-Um direito de toda a sociedade.
Órgãos encarregados da segurança pública: -Polícia Federal;
-Polícia Rodoviária;
-Polícia Ferroviária;
-Polícia Civil;
-PM e Corpo de Bombeiros.
3) Intervenção da Polícia Federal:

-Art. 144, §1º, I da CF/88;


-Lei 10.446/2002.
Atenção: Segundo a CF/88, para que haja intervenção da PF deve haver repercussão
interestadual ou internacional e o crime deve exigir repressão uniforme.
Atenção: Não altera a competência do processo. Ou seja, a intervenção da PF não desloca a
competência para a JF automaticamente.

3.1) Lei 10.446/2002:


Possibilidades de intervenção da PF:
a) 1ª possibilidade: Artigo 1º: -Sequestro, cárcere privado e extorsão mediante sequestro, se o
agente foi impelido por motivo político ou quando o crime foi praticado em razão da função
pública.
-Formação de Cartel;
-Violação de Direitos Humanos
-Furto, roubo ou receptação de carga quando houver quadrilha com atuação em mais de um
Estado da Federação.
Atenção: A investigação dessas hipóteses do artigo 1º é feita pelo Departamento de Polícia
Federal do Ministério da Justiça. Esse artigo 1º traz rol taxativo.
b) 2ª possibilidade: Artigo 1º, parágrafo único: -Se os crimes tiverem repercussão interestadual
ou internacional com repressão uniforme, desde que haja autorização ou determinação
expressa do Ministro da Justiça.

4) Sistemas de Investigação Preliminar:

4.1) Há várias formas de investigação preliminar.


- CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito;
- Sindicâncias;
- PAD – Processo Administrativo Disciplinar;
- Investigação pelo MP.

4.2) Investigação pelo MP:

CONTRA PRÓ
O Art. 144 da CF/88 confere exclusividade à O Art. 144 da CF/88 não confere exclusividade.
polícia judiciária.
Viola o sistema acusatório. Teoria dos Poderes Implícitos – 1819.
Falta previsão legal. Lei 8.625/1993; LC 75/93; Res. 13/06 do CNMP.

Sustentam que viola o sistema acusatório, pois o promotor perderia a imparcialidade.


A teoria dos poderes implícitos é criação da Suprema Corte Norteamericana e
fundamenta-se na seguinte ideia: Sempre que a Constituição atribui a missão expressa a
um órgão, implicitamente confere a este órgão os meios para desenvolver a sua missão.
Posição STF: RE 593723/MG – O STF admitiu a investigação pelo MP. O último
julgamento é do plenário em 19.12.2012 (Autos conclusos com o Min. Marco Aurélio).
4.3) Investigação Defensiva:
Trata-se de investigação feita pela defesa e que não se confunde com os pedidos que
podem ser feitos nos termos do artigo 14 do CPP.
Atualmente não está regulamentada no Brasil, porém está previsto no projeto do novo
CPP.
Tal investigação é utilizada nos EUA e na Itália.
5) Inquérito Policial – Noção / Natureza Jurídica:
Posição majoritária:
Trata-se de procedimento administrativo voltado para a apuração do fato criminoso e de
sua autoria.
Posições minoritárias:
Há quem diga que o inquérito policial é processo, não procedimento.
Há quem diga que não é processo nem procedimento.

6) Características do Inquérito Policial:


O inquérito policial é procedimento:
-Obrigatório;
-Dispensável;
-Escrito;
-Sigiloso;
-Indisponível;
-Inquisitivo.
Obrigatoriedade e Dispensabilidade:
O inquérito policial é obrigatório para autoridade policial, e dispensável para a ação
penal (notar que os destinatários são diferentes).
Cuidado: Ser obrigatório para a autoridade policial não significa que a autoridade
policial não possa indeferir o pedido de instauração de inquérito policial (vide tópico
“início do inquérito policial” das próximas aulas).
Indisponível:
O inquérito policial é indisponível, o que significa que a autoridade policial não pode
arquivar o inquérito policial (Art. 17 CPP).
Inquisitivo:
Não existe contraditório e ampla defesa no inquérito policial.
Cuidado com o artigo 14 do CPP: O indiciado e a vítima podem requerer diligências e a
autoridade policial não é obrigada a cumpri-la.
Atenção: É comum dizer que o único inquérito que possui contraditório é o inquérito
para a expulsão do estrangeiro: Estatuto do Estrangeiro (Arts. 65 a 75) e Decreto
8.6715/1981 (Arts. 100 a 109).
6.1) Sigiloso:
a) Modalidades de Sigilo:
-Sigilo externo: É o sigilo para a sociedade em geral (É a regra para o IP – Art. 20 do
CPP).
-Sigilo interno: É o sigilo para os que atuam no inquérito policial.
b) Sigilo Interno:
-Art. 5º, incisos XXXIII e LX e Art. 93, inciso IX da CF/88;
-Art. 8, 5 do Pacto de San José da Costa Rica;
-Art. 792 do CPP;
-Art. 7º, XIII, XV, XVI do EOAB;
-SV 14.
A regra é a não existência do sigilo interno.
c) SV 14:
“É direito do defensor no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de
prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.”
Restrições à SV 14:
-O acesso amplo só ocorre no interesse do representado e tem que dizer respeito ao
exercício do direito de defesa (Ou seja, um advogado que comparece a uma delegacia
querendo compulsar um IP qualquer sem ter interesse de algum cliente, não terá o
acesso, mesmo invocando a SV 14).
-Só vai ter acesso aos elementos já documentados.
d) Descumprimento da SV 14:
Medidas cabíveis: -Reclamação para o STF;
-Mandado de Segurança para o juiz criminal;
-HC para o juiz criminal (A doutrina rejeita o uso do HC, que tem sido admitido pela
jurisprudência).
6.2) Outras Características:
Fala-se, ainda, em oficialidade e oficiosidade.
A investigação é feita por órgãos oficiais (oficialidade) e estes órgãos atuam de ofício
(oficiosidade).
2ª parte:
1) Valor do Inquérito Policial (Art. 155 do CPP):
O juiz não pode decidir exclusivamente com base nos elementos do inquérito policial, salvo
provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
1.1) As Exceções:
a) Provas Cautelares:
Envolve a ideia do desaparecimento dos objetos da prova, por isso se fala no periculum in
mora.
Exemplo: Perícia antecipada denominada “vistoria ad perpetuam rei memoriam”.
b) Prova Antecipada:
Ela é antecipada em relação ao seu momento original de produção.
Exemplo: A testemunha gravemente enferma.
c) Prova Irrepetível:
É a prova que posteriormente não poderá ser feita novamente, não no sentido de
desaparecimento, mas de perda de oportunidade. É a prova que não poderá ser feita
posteriormente, pois depende de sua realização no específico momento da investigação.
Exemplo: Interceptação telefônica.
2) Início do Inquérito Policial:

2.1) Na Ação Penal Pública Incondicionada:


a) De ofício:
O inquérito pode ser iniciado de ofício pela autoridade policial, por meio de portaria.
b) Requisição do Juiz ou Promotor:
A requisição é a ordem do Juiz ou do Promotor para a instauração do inquérito policial.
Em regra, a Autoridade Policial tem o dever funcional de instaurar o inquérito policial. Porém,
se a ordem for manifestamente ilegal, a Autoridade Policial recusará a instauração,
fundamentando os motivos da recusa.
Eventualmente em provas orais, apontar os fatos acima, ressalvando que, tendo em vista não
haver hierarquia entre o Delegado e o Juiz / MP, deve o Delegado avaliar a conveniência da
instauração do inquérito policial quando da requisição.
No que se refere ao artigo 40 do CPP, parcela da doutrina diz que ele não foi recepcionado
pela CF/88 no que se refere ao juiz, isto porque, o juiz, ao requisitar o inquérito policial, iria
ferir o sistema acusatório. A jurisprudência, contudo, tem sido avessa a esta argumentação,
permitindo que o juiz requisite a instauração de inquérito policial.
Para Guilherme Madeira, o juiz deve poder requisitar a instauração, mas deve ser afastado de
eventual processo que nasça desse inquérito, e mesmo neste inquérito não poderá tomar
qualquer ato decisório.
c) Requerimento do ofendido:
O Delegado pode indeferir o requerimento do ofendido e deste indeferimento cabe recurso ao
chefe de polícia (Art. 5º, §2º do CPP).
d) Auto de prisão em flagrante:
e) Delatio Criminis: É a notícia por qualquer do povo.
Atenção: No Jecrim não existe inquérito policial. O IP é substituído pelo Termo
Circunstanciado.
Atenção: Denúncia anônima não autoriza a instauração de inquérito policial, mas o delegado
pode realizar procedimentos preliminares de investigação, e caso conclua pela existência de
indícios, com base nestes indícios instaurará o inquérito policial (STJ - HC 204778/SP - Rel. Min.
Og Fernandes - J. 04.10.12).
2.2) Na Ação Penal Pública Condicionada ou Ação Penal Privada:
A instauração de inquérito policial depende da vontade do ofendido ou de seu representante
legal.
Atenção: Pode haver requisição (Juiz / MP) para instauração do inquérito policial em crimes de
ação pública condicionada ou ação privada, desde que acompanhada da manifestação do
ofendido ou de seu representante legal.
3) Notitia Criminis:

3.1) Noção:
Trata-se do conhecimento espontâneo ou provocado do fato criminoso pela Autoridade
Policial. 3.2) Classificação:
a) Notitia Criminis de Cognição Imediata ou Espontânea: Trata-se do conhecimento do fato
criminoso pela Autoridade Policial por meio de suas atividades rotineiras.
b) Notitia Criminis de Cognição Mediata ou Provocada: A Autoridade Policial toma
conhecimento do fato criminoso por meio de expediente escrito (Requerimento do ofendido,
por exemplo).
c) Notitia Criminis de Cognição Forçada ou Coercitiva: Ocorre quando da apresentação do
preso em flagrante a Autoridade Policial.
3.3) Delatio Criminis:
É uma espécie de notitia criminis feita por terceira pessoa.
a) Delatio Criminis Inqualificada: É a denúncia anônima.
b) Delatio Criminis Postulatória: É a representação nos crimes de ação penal pública
condicionada.
4) Desenvolvimento do Inquérito Policial:

Não há sequência obrigatória e pré-determinada de atos a serem observados pela Autoridade


Policial.
4.1) Prazos do Inquérito: Preso Solto
Policial: TIPO
Regra Geral 10 dias 30 dias
Justiça Federal (Art. 66 da 15 dias (+15) 30 dias
L 5.010/66)
Tráfico (Art. 51 da L 30 dias (+30) 90 dias (+90)
11.343/04)
Crime contra a economia 10 dias 10 dias
popular
*Se o indiciado está solto o inquérito policial poderá ser prorrogado.
*Se o indiciado está preso, como regra geral, não pode ser prorrogado.
Exceções:
a) Justiça Federal - Pode ser prorrogado por + 15 dias.
b) Tráfico de drogas - Poderá a duração do inquérito ter o prazo duplicado.
Atenção - A questão da prisão temporária: Nos casos envolvendo crimes hediondos ou
assemelhados, a prisão temporária poderá durar até 30 dias, prorrogáveis por + até 30 (No
caso de representação do DelPol pela prisão preventiva ou no caso de prisão em flagrante
observa o prazo da regra geral - 10 dias. Em termos práticos, portanto, é melhor representar
pela temporária para ampliar o tempo de investigação).

4.2) Diligências da Autoridade do Art. 6º:


I - Preservar o local de crime;
II - Apreender os objetos que tenham relação com o fato criminoso, após liberados pelos
peritos;
III - Colher todas as provas;
IV - Ouvir o ofendido;
V - Ouvir o indiciado;
VI - Reconhecimento e acareação;
VII - Determinar o exame de corpo de delito;
VIII - Determinar a identificação datiloscópica;
IX - Averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar, social,
condição econômica, atitude e estado de ânimo antes e depois do crime.

4.3) Reprodução Simulada dos Fatos (Art. 7º do CPP):


É possível a reprodução simulada dos fatos, salvo se violar a moralidade OU se violar a ordem
pública.
a) O indiciado não é obrigado a colaborar ativamente com a reprodução simulada dos fatos,
mas a Autoridade Policial poderá determinar a sua condução coercitiva até o local (STF - HC
96219/Mc-SP - Rel. Min. Celso de Mello).
b) É possível realizar a reprodução simulada dos fatos após a conclusão do inquérito, de ofício,
e então encaminhar ao fórum (STF - HC 98660/SP - Rel. Min. Gilmar Mendes - J. 29.11.11).
c) Pode o juiz indeferir a realização da reprodução simulada dos fatos requerida pela
vítima/ofendido, desde que de maneira fundamentada. A única prova que o juiz não pode
indeferir é o exame de corpo de delito, nos termos do Art. 184 do CPP (STJ - RHC 28286 - Rel.
Min. Marco Aurelio Bellizze - J. 17.04.12).

4.4) Indiciamento:
a) Noção:
É o ato pelo qual a Autoridade Policial reconhece formalmente que os indícios de autoria e a
materialidade recaem sobre o suspeito.
b) Momento do indiciamento:
O CPP não prevê momento específico para o indiciamento.
c) Condutas a serem tomadas com o indiciamento:
O Delegado ao indiciar fará a identificação do suspeito, o pregressamento, o interrogatório e a
comunicação aos bancos de dados oficiais.
d) Julgados importantes:
d.1) Indiciamento após o recebimento da denúncia - Não é possível, segundo o STJ (HC 206925
SP - Rel. Min. Vasco Della Giustina - J. 15.09.11).
d.2) Manutenção do indiciamento, apesar do arquivamento do inquérito policial -
Possibilidade, segundo o STJ (HC 190507 SP - Rel. Min. Gilson Dipp - J. 20.10.11).
e) Modalidades de indiciamento:
I - Indiciamento direto: É aquele feito na presença do suspeito, ora indiciado.
II - Indiciamento indireto: É o feito quando ausente o suspeito, ora indiciado.

4.5) Incomunicabilidade (Art. 21 do CPP):


-Depende de decisão do juiz;
-Quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação exigir;
-O prazo máximo é de 03 dias;
-Não abrange o advogado.
Quanto à recepção pela CF/88:
1ª posição (Mirabete) - Não foi recepcionada pela CF/88 uma vez que é vedada durante o
Estado de Defesa: Ora, se nem mesmo no Estado de Defesa cabe, não caberá em outra
situação.
2ª posição (Vicente Greco Filho) - A proibição só se refere ao Estado de Defesa, logo é cabível
fora dele.
Não há posição jurisprudencial a respeito.
4.6) Identificação Criminal:
Previsão legal:
a) Art. 5º, LVIII da CF/88;
b) Art. 109 da L. 8.090/90 (ECA);
c) Art. 5º da L 9.034/95;
d) Art. 3º da L 10.054/00;
e) Art. 3º da L 12.037/09.
Atenção: Para o STJ, a L 9.034/95 nesse aspecto foi revogada pela L 10.54/00 (RHC 12965 DF -
Rel. Feliz Fisher - J. 10.11.03).
Como o STJ pacificou que a L 10.054/00 revogou a disposição da L 9.034/95, e como a L
12.037/09 expressamente revogou a L 10.054/00, hoje, regulamentando o tema, só temos as
normas das letras a, b, e.
4.6.1) Cabimento da identificação criminal (Art. 3º da L 12.037/09):
I - Documento rasurado ou indício de falsificação;
II - Quando o documento for insuficiente para a identificação cabal do indiciado;
III - Quando o indiciado portar documentos conflitantes;
IV - Quando a identificação for essencial para as investigações;
V - Quando constar nos registros policiais o uso de outros nomes;
VI - Quando o estado de conservação ou a distância temporal ou ainda a distância da
localidade de expedição não permitirem a identificação.
Quem determina que seja feita a identificação criminal é a autoridade policial, SALVO na
hipótese do inciso IV - neste caso só o juiz pode determinar. Nessa hipótese o juiz pode
determinar de ofício ou mediante requerimento da autoridade policial, do MP ou da defesa.

4.6.2) Abrangência da identificação criminal:


a) Regra:
Como regra abrange a identificação datiloscópica (digitais) e tirada de fotografias.
b) Exceção (Art. 5º, parágrafo único - L 12.654/12):
Pode haver coleta de material para a identificação do perfil genético.
***Só o juiz pode determinar nas hipóteses do inciso IV e está pendente de regulamentação
por decreto presidencial.
5) Final do Inquérito Policial:

5.1) Ação Penal Privada:


A autoridade policial elabora relatório e envia para o fórum, local em que aguardará a
manifestação do ofendido.
5.2) Ação Penal Pública:
A autoridade policial elabora relatório final e manda para o fórum, oportunidade em que os
autos são enviados ao MP.
O MP poderá:
-Oferecer denúncia;
-Solicitar remessa dos autos ao juiz competente;
-Redistribuir para outro MP;
-Propor arquivamento;
-Requerer diligência imprescindível para o oferecimento da denúncia.
Atenção: O relatório não é peça obrigatória para o oferecimento da denúncia (para o inquérito
policial é peça obrigatória - dever do Delegado).
Há Estados em que o inquérito policial tramita direto entre o Delegado e o Ministério Público.
Isso é feito por força de provimento dos tribunais locais e não há regulamentação no CPP.
Ocorrerá conflito de atribuições quando os promotores discordarem sobre quem deve atuar
no processo. Se for promotor da mesma instituição quem decide é o PGJ. No caso do conflito
de atribuições entre promotores de MPs distintos caberá ao STF julgar o conflito (Art. 102, I, f
da CF/88).
O juiz não pode indeferir as diligências requeridas pelo promotor, ainda que as entenda
inúteis. Se o juiz indeferir, a medida cabível depende de cada Estado e de sua lei de
organização judiciária.
Se a lei de organização judiciária tiver previsão de recurso caberá recurso. Se não tiver previsão
de recurso caberá mandado de segurança.

5.3) Arquivamento do Inquérito Policial:


a) Fundamentos do arquivamento:
O que pode levar ao arquivamento:
-Causa excludente da ilicitude;
-Causa excludente da culpabilidade (salvo inimputabilidade);
-Atipicidade da conduta;
-Falta de elementos informativos sobre a autoria e/ou materialidade.
Atenção: Quando está extinta a punibilidade, o juiz declara essa extinção, e por força dela
ocorrerá o arquivamento.
Atenção: A inimputabilidade é a única causa excludente da culpabilidade em que se deve
oferecer denúncia.
b) Procedimento do arquivamento:
O MP propõe o arquivamento - vai para o juiz - se o juiz concorda, está arquivado; se discorda,
aplica o Art. 28 e manda os autos ao PGJ - O PGJ pode requerer diligências, pode insistir no
arquivamento, pode ele próprio oferecer denúncia ou pode designar outro promotor para
denunciar.

-Crimes contra a economia popular: Cabe recurso de ofício (Reexame necessário é o termo
mais técnico), conforme Art. 7º da L 1.521/51.
-Contravenção de jogo do bicho e contravenção de aposta em corrida de cavalos fora do
hipódromo: Cabe RESE (desde que não seja TC - vide parágrafo único do Art. 66 da L 9.099/95).
-Quando a decisão pelo arquivamento for teratológica (absurda), então poderá a vítima
impetrar mandado de segurança (HC 123365 SP - Rel. Min. Og Fernandes - J. 22.06.10).
5.4) Desarquivamento do Inquérito Policial:
a) Regra geral:
Pode desarquivar se houver novas provas - Art. 18 do CPP e Súm. 524 do STF. A súmula e o
artigo têm incidência, desde que também não esteja extinta a punibilidade.
Para desarquivar a prova deve ser substancialmente nova, ou seja, deve trazer um dado novo.
Se a prova não traz um dado novo e ela não existia antes nos autos, trata-se de prova
formalmente nova, que não admite desarquivamento.
b) Exceção:
b.1) Faz coisa julgada material o arquivamento que se fundamenta em atipicidade da conduta.
b.2) Causas excludentes da ilicitude:
Atualmente o STF discute essa questão, mas enquanto não resolvido o HC abaixo mencionado,
o posicionamento do STF é no sentido de que pode haver desarquivamento, ou seja, não faz
coisa julgada material. Acompanhar o HC 87395 PR - Rel. Min. Ricardo Lewandowski.

6) Trancamento do Inquérito Policial:

É possível o trancamento do inquérito policial pela via do HC: Trata-se de medida


excepcionalíssima, somente cabível:
-Quando não houver indícios de autoria;
-Quando não comprovada a materialidade; ou HC 106314 SP - Min. Rel. Carmem Lúcia - J.
21.06.11
-Quando o fato for atípico.

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